[Recrutamento de Aprendiz] - Kathryne Keyron

A sensação de andar flutuando era semelhante a de usar salto alto, imagino. Não sei porque nunca usei, mas era como se Kathryne tivesse que tomar cuidado para não falhar com seus passos e acabar caindo; algo que parecia improvável para um Beldum, mas talvez ela começasse a rodopiar no ar (o que não parecia muito atraente, também).

Agora, em uma batalha? A estranheza de usar outro corpo se tornava mais evidente, com certeza. A garota bambaleou de um lado para o outro e, quase como se estivesse tentando coordenar suas mãos encarando um reflexo espelhado, demorou alguns segundos pra realmente pegar o jeito da coisa. Por sorte, seu movimento, o Take Down, não precisava de muita técnica para funcionar.

Ela tentou puxar alguns cristais para fazer uma armadura, mas o único que ela conseguiu atrair, um bem pequeno, avançou com muita velocidade até bater na sua testa (?). Ela não sentiu nada, mas o dano emocional de se bater machucou! -1% de HP.

Tate riu de modo metalizado, observando a possível pupila se jogando em sua direção.

"Boa! Eu também gosto de partir pra violência. Saca só!"

Ele deu as costas para Kathryne, o que parecia esquisito por um segundo. No outro, ele soltou uma espécie de raio acinzentado absurdo, Steel Beam, que serviu como um propulsor. O Beldum disparou como um foguete, se chocando contra Kathryne, que vinha em sua direção. O contato foi bastante agressivo e danificou os dois, mas, incrivelmente, machucou menos do que parecia que ia, observando a velocidade do fogueTate.

64%


90%

Eu vou deixar as descrições de sensações para Kathryne, mas Tate parecia animado. Ele rodopiou pelo ar como um balão de festa se esvaziando, e logo pousou a frente da menina.

"E ai? O que tá achando de brigar? Ah, só dizendo, você é o Beldum da parte de cima do template."

"Ta-tate! Não seja irresponsável com Kathryne. Ela ainda está aprendendo, sabe!

"Beleza então Kathryne, aprende isso aqui ó!"

Após dizer isso, o Beldum concentrou uma energia que se revelava como um brilho prateado na sua cabeça, Iron Head, enquanto usava sua parte traseira para concentrar uma luz rosada, Zen Headbutt.

"Não sei se você sacou a piada, mas é Zen Butt e tal. Tu sabe inglês, né?"
"Tate... Com quem você está falando...?"
"Não importa! Lá vou eu! Zoooooooooooooooooooom!!!"

E quase como um peão com energia concentrada nos dois eixos, o Beldum Tate avançou como uma Beyblade na direção de Kathryne!!! Hora de se defender, garota!

Progresso de Rota - Kathryne Keyron:

Kathryne - Kaizen

Starry Sky

E a briga começava e então eu tinha ainda mais certeza de que aquilo foi uma péssima ideia. Eu mal conseguia me movimentar direito naquele corpo, como uma certa entidade disse, é como andar de salto alto, nunca fui fã deles afinal. Eu comecei de um jeito simples, o Take Down, apenas ir pra cima sem pensar em muita coisa, um movimento que qualquer um consegue fazer, até uma Beldum que é evidentemente uma cabeça de vento que nem eu.

Mas Tate. Como é possível? Ele tá tentando me matar ou alguma coisa do tipo? Eu tentei racionalizar e apesar dele ser um moleque travesso de dez anos, eu quis confiar nele, afinal ele vai ser meu mentor, mas agora eu não sei o que dizer. Esse garoto é complicado e agora eu já estava no meio de uma das travessuras dele.

"Algo me diz que não é a sua primeira vez fazendo isso. O corpo de Beldum é estranho demais".

Não pude deixar de pensar nisso. Estou literalmente cambaleando no ar enquanto Tate chega até a parecer um Metagross. Enfim, eu preciso de um plano, ele não vai parar de ir pra cima de mim com toda a sua força, e eu não tenho total domínio desse corpo. O máximo que eu posso fazer é ser mais reativa e segurar o avanço dele. Mas eu devia ter pensado nisso antes de tomar uma surra. Eu só tava testando o meu corpo e ele foi pra cima com tudo.

Enfim o plano era segurar o FogueTate. Como eu faria isso? Iron Defense, todo metálico, até o mais fraco Beldum (eu) pode fazer isso né? E então eu partiria pra cima com meu próprio Iron Head e tentaria acertar a parte traseira de Tate infundida pelo Zen Headbutt, ou nesse caso Zen Butt mesmo. Duvido que eu consiga agir mais rápido que ele, mas eu frearei o avanço dele se o segurar por trás com toda a minha força.

Mas também isso pode doer mais em mim do que nele. Não tinha o que fazer, eu tive a ideia e agora a executaria.

"Hahaha! Eu já lutei com corpo de vários Pokémon! Você acha mesmo que eu teria esse poder e não ia usar igual um idiota, Catarina?!"

Tate "gritou", enquanto girava. Liza complementou em seguida.

"Por mais que tenhamos longas e repetitivas discussões sobre o modo irresponsável que Tate usa seus poderes de líder de ginásio de Mossdeep... Eu já desisti de fazê-lo parar com isso."

Tate estava girando rápido demais para continuar "falando". Enquanto Kathryne observava o seu mestre beyblade avançando de modo insano, ela fez o que podia para aumentar suas defesas com o máximo de concentração que uma novata num corpo estranho vendo um meteoro rodopiante poderia; as vezes, é nessas horas que novos talentos se afloram e são descobertos!

Quando o FogueTate atingiu a parte de Kathryne que pretendia pará-lo, as forças se repelindo foram tão brutais que o garoto Beldum saiu voando (e ainda rodopiando) para o alto, como um acidente de carro muuuuuuito feio.

"AAAAAAAAaAaAAaaaaaAaAA"

A voz robótica entoou o grito de desespero de maneira calma e sem emoções, o que soou minimamente cômico. Tate só pararia de rodar quando batesse numa das paredes da caverna de rochas, ficando literalmente PRESO ali.
Kathryne com certeza sentiria parte dos danos do impacto, mas Tate provavelmente tinha levado a pior naquela capotada dramática.

"Espero que isso te faça aprender a ter um pouco de calma e refletir suas ações antes de cometer todas essas irresponsabilidades, Tate..."
"Nah."

O suspiro robótico de Liza traduziu bem o desapontamento com o irmão. Ou, talvez, o simples cansaço de tentar novamente ensiná-lo a ter juízo. Não funcionou...

"Ó!!!"

Repentinamente, Tate começou a brilhar. O brilho ofuscou a visão de Kathryne por um segundo, mas logo a menina conseguiria ver o que estava a sua frente.



Aparentemente, ele girou com tanta velocidade que viajou no tempo e conseguiu pular sua evolução, atingindo a perfeição de sua espécie, Metagross, de uma vez só! Graças ao peso da nova forma, o garoto Pokémon conseguiu se soltar, caindo graciosamente no chão da caverna (ele despencou).

"E foi por isso que tiraram as % das lutas!
"Tate! Você está roubando contra Kathryne!"
"Óbvio, eu não quero perder pra ela. Ok, Catarina, hora do golpe final, porque é pra ser uma cena divertida e não uma enrolação eterna pra comprar post."

34%


10%

"Acho que você já se acostumou o suficiente pra mandar um golpe mais forte, né? Vamos ver se você consegue fazer isso!"

E o Metagross começou a invocar uma energia acinzentada, que havia começado a se concentrar na sua boca. Era outro Steel Beam.

Progresso de Rota - Kathryne Keyron:

Kathryne - Kaizen

Starry Sky

É, agora eu me peguei pensando o que ele faz com esses poderes. Liza disse que o que fazemos aqui pode afetar fisicamente o local, então eu espero que ele não ande arranjando briga com os Pokémon de verdade e causando caos nos ecossistemas. É poder demais pra um moleque de dez anos eu suponho.

Mas eu não tinha muito tempo pra pensar em nada, Tate me queria morta aparentemente. Me choquei contra o FogueTate, tentei segurá-lo, usei toda a minha força, eu estava com medo, afinal eu ainda não entendia nada de como aquilo funcionava. Eu sentia dor, mas eu estava me machucando de verdade. Eu tentaria segurá-lo, mesmo que não tivesse muita fé de que conseguiria, só que... eu consegui?

"Huh? Eu consegui?"

Dizia com minha voz robótica saindo de maneira bastante pausada enquanto via o FogueTate voando para o outro lado. Aquilo era cansativo, eu mal conseguia "falar". Na verdade, eu acho que eu devia checar como ele estava, acho que isso deve ter sido demais até pra ele. Ele ficou literalmente preso na parede.

Só que coisa estranha tá acontecendo atrás de coisa estranha nesse dia e pra variar Tate tinha um truque. Na verdade, eu não sei dizer se ele previu isso, na verdade me parece que sim, pois se eu te disser, ele tá literalmente trapaceando. Ele não só evoluiu durante o nosso duelo, como também virou um Metagross logo de cara. Isso nem é possível, nem se entupindo de EXP Candies. Acho que vou enlouquecer.

"Você tá querendo me matar? E como você pode fazer isso?"

A primeira frase normalmente seria em um tom irônico, mas acho que eu realmente tenho essa dúvida. Tate estava levando aquele duelo a sério demais e agora eu fitava o raio de energia se carregando na boca do Metagross. O que eu faria? Um golpe mais forte? Será? Tate usou um Steel Beam como Beldum como primeiro ataque, será que eu consigo também? Não custa arriscar, afinal acho que atacá-lo fisicamente nesse estado não é a melhor das decisões, ir pra cima do raio da morte.

Então eu tentaria combater o Steel Beam dele com o meu próprio. Na minha cabeça os raios se chocariam e nós dois daríamos o máximo de nossas forças para dominar o oponente, como se fosse um anime. Mas na verdade eu já aceitei que eu seria fritada ali mesmo, morrer eu não vou, Liza não deixaria e creio que até mesmo o próprio Tate não chegaria a esse ponto.

Mas acho que vai doer um pouuinho...

"Hum... Sei lá! Eu só senti e pensei que conseguia e consegui."

"É sinceramente esse tipo de pensamento e raciocínio que você pretende passar adiante para seus pupilos, Metagross...?"

"Xiu Liza, tamo no climax da batalha!"

Os rugidos metálicos de Metagross logo foram acompanhados por um mais afinado e fraco; Kathryne conseguia repetir o feito de Tate e começou a preparar seu próprio Steel Beam. A menina se concentrava bastante; em certo ponto, nem conseguia ouvir mais o que se falava no fundo...

Toda a discussão dos irmãos era abafada. Seus ouvidos zumbiam com o golpe sendo carregado, com a força utilizada... Ela não aguentaria muito mais; isso é fato. Sua estamina, em seu último suspiro, finalmente conseguiu completar o golpe.

Por mais que Kathryne não estivesse conseguindo entender o que os irmãos pensavam/falavam, ela notaria que ambos estavam, para variar, discutindo. Não que importasse naquele momento; talvez, na verdade, não houvesse música de fundo mais adequada para resumir toda aquela experiência.

O laser foi disparado! Tanto o de Kathryne, quanto de Metagross. Assim que iriam se chocar, um clarão violentamente arrancou nossa protagonista daquele corpo de pseudo lendário e a arremessou de volta em seu eu, de carne e osso.

A sensação era quase como se tivesse sido empurrada pela janela de um carro que bateu, com exceção do fato de que ela "pousou" graciosamente no mesmo local em que estava, antes de beber o achocolatado, na sala em que foi entrevistada previamente.

A sua frente, é claro, os gêmeos.

– Caramba... Eu te falei pra parar porque o efeito tava cabando... Mas tu foi com tudo, hein!
– Você exigiu demais dela em uma primeira experiência assim, Beldum. Di-digo, Tate. O principal culpado e irresponsável é, logicamente, você.
– Não, não, mas pera lá! Vamos fazer o seguinte raciocínio: De um lado, eu, com uma ideia irresponsável. Do outro, a Catarina, que aceitou minha sugestão! Quem é mais culpado nisso?
– Você.
– Hum. – O gêmeo cruzou os braços, sem argumentos.

Os dois voltaram sua atenção para Kathryne.

– Mas eu gostei dela. Ignorou o que eu falei e foi lutar mesmo assim. Eu gosto desse tipo de pessoa, por isso sou assim.
– Oh, céus... – A menina massageou sua testa, provavelmente com medo de Kathryne ser o Tate 2.0. – Bem... Neste caso...

A menina tirou um item do bolso de seu kimono. Caso Kathryne já tivesse visto ou conhecesse, iria reconhecer aquele pequeno objeto como a insígnia de Mossdeep.

– Bem, Kathryne, eu já havia aceito o seu pedido e pretendia recrutá-la. Mas Tate... Nem tanto. Acredito que, resumindo, eu possa dizer que temos métodos bastante distintos de avaliação.
– 10/10 trapaceou na luta comigo.
– Olha quem fala, trapaceiro... – A irmã fez bico e franziu o cenho por alguns instantes, voltando novamente a falar com Kathryne. – Esse é o Pin de aprendiz daqui do nosso ginásio. Ao carregar ele, você também leva consigo a responsabilidade de um representante do ginásio de Mossdeep.
– P-precisa ser responsável?! Eu me demito!

Liza revirou os olhos.

– Já conversamos sobre tudo isso muitas vezes, e me parece claro que você aceita nós dois como mentores. Imagino que esteja ciente, mas podemos começar a mandá-la para algumas missões, geralmente visando um crescimento próprio, mas também fazendo coisas que não temos tempo de resolver.
– Ele só quer os 15% Liza, larga de papinho.
– Ele... Quem?
– Ninguém. Bem! – Tate deu um murro no pingente de Mossdeep. – Você nunca mais pode soar ou parecer insegura a partir de agora. Pode demorar um cadinho pra tu aprender isso, mas agora você é aprendiz do líder de ginásio mais forte de Hoenn. Precisa estufar o peito e mostrar essa moral, tá ligada?
– Eu já disse isso, Tate...
– Sim, mas você falou de uma maneira chata.


Enquanto os irmãos novamente engajavam em uma discussão, Kathryne estava frente a frente com aquele símbolo de que era oficialmente uma aprendiz. A mesa era baixa e a menina estava a uma esticada de braço de pegar o objeto. Era um passo importante para ela como especialista!

Progresso de Rota - Kathryne Keyron:

Kathryne - Kaizen

Starry Sky

Enquanto disparava aquele raio, em um momento, todos os meus sentidos iriam embora. Tate e Liza, ou melhor Metagross e Beldum estavam conversando, provavelmente discutindo, Liza deve estar pensando que essa batalha está indo longe demais e eu concordo. Mas nesse momento, a única coisa que eu tinha a fazer era jogar o jogo de Tate e era o que eu fazia. Minhas últimas forças nesse corpo estranho eram usadas para disparar aquele raio e tentar disputar contra Metagross.

Como eu disse meus sentidos foram embora e um clarão se formou na grande colisão de energia. Na verdade eu acho que eu não sentiria dor, eu estava preparada para sei lá o que. Mas se eu esperava sentir algo, definitivamente não era sentir o meu próprio corpo depois daquele momento. O que aconteceu? Eu só tinha mais perguntas.

- Antes de tudo, eu tenho perguntas. - Eu dizia, mas não antes de tentar sentir meu corpo, mexer minhas pernas e braços, olhar os meus arredores, para ver se eu estava fora daquele truque: - Eu pensei que era algum tipo de simulação nos meus sonhos ou coisa do tipo mas LIza disse que eu podia afetar o ambiente fisicamente. Como funciona o que vocês fizeram? - Quer dizer, eu já queria perguntar isso, mas dessa vez eu estava muito perplexa.

Mas enfim, a conversa continuava. Tate e Liza estavam os mesmos de sempre, pelo menos isso. E aparentemente eu completei o teste deles com sucesso, além de querer saber como aquela "simulação" funcionava, no mais eu queria saber o que significaria ser uma aprendiz.

- Você me disse pra parar? Honestamente eu não consegui ouvir, eu simplesmente acho que "desliguei" os meus sentidos. Eu na verdade tava com medo, você evoluiu do nada e mirou um golpe daqueles pra mim. - Explicava o que aconteceu naqueles últimos momentos: - Só agi de maneira um pouco desesperada, hehe.

E no fim Liza me entregava algo, a insígnia do Ginásio de Mossdeep. Mas claramente não era a insígnia como recompensa por eu ter derrotado os gêmeos em batalha, mas sim um emblema significando que eu me tornei aprendiz deles.

- Imagino, eu já percebi que eu teria que impressionar ele e ainda bem que eu consegui, mesmo que tenha envolvido "trapacear", o que não foi o que eu fiz exatamente. - Eu não trapaceei exatamente, apenas limpei minha mente e ignorei tudo a minha volta, claro eu não iniciaria uma discussão sobre aquilo, foi só um comentário bem humorado: -  Fico feliz de saber que consegui impressionar vocês dois.

A conversa continuava, Liza falava sobre as futuras missões que eu podia ter, coisa que eu já tinha ciência, afinal para ser uma aprendiz não era apenas chegar aqui, pegar a insígnia e ir embora.

- Sim, estou ciente. Inclusive estou ansiosa para a minha primeira missão. Se já tiverem algo em mente, eu estou pronta. - Embora eu sei que eu vá ter missões, eu não tinha uma certa ideia do que elas envolveriam, na minha cabeça havia uma gama enorme de possibilidades: - E pode deixar Tate, eu vou mostrar meu orgulho de ser aprendiz de vocês dois. - Na medida do possível, do que a minha personalidade permite é claro.

Então eu pausei e fiz uma pergunta boba:

- Hey, eu não posso fingir que isso é a insígnia de verdade? - Dizia, então finalmente pegando o símbolo em minhas mãos: - Então eu posso dizer pra todo mundo que eu derrotei vocês e que foi fácil, hehehe. - Claro eu não faria isso, era apenas uma brincadeira.

– Vish, já começou com pergunta difícil.
– É como se tivéssemos te induzido a uma hipnose, que neste caso é apenas um relaxamento profundo. Neste caso, podemos dizer que era, de fato, um sonho seu. Mas podemos manipular o que é visto lá... Dessa forma, pudemos nos inserir e dar o contexto do ninho dos Beldum.
– O negócio é que isso não te desmaia nem nada, só te dá vontade de puxar aquele ronco.
– E em caso de estresse excessivo, você pode acordar, no melhor dos casos. No pior deles, seu corpo pode reagir reflexivamente e, por exemplo, tentar bater em algo a sua frente para se defender.
– Eu corri o risco de levar um tapão.
– Por que você disse isso como se fosse uma vítima, Tate...? Você que estava instigando esse estresse em Kathryne, para início de conversa.
– Não era eu não, era meu irmão gêmeo!

Liza suspirou e continuou a conversa com Kathryne, sabiamente ignorando seu irmão.

– Acredito que você estivesse despertando, e por isso não nos escutou. – Ainda com um tom de voz levemente irritado (provavelmente com seu irmão), Liza prosseguiu. – Conseguimos enxergar seu interesse pelos psíquicos, que é o que mais valorizamos em um aprendiz. – A menina disse, sorrindo de maneira simpática.
– Eu só gostei da luta mesmo.

Tudo parecia parcialmente encaminhado. A menina, agora com seu pin de aprendiz, se soltava um pouco mais.

– Bem... Na verdade, existe sim um serviço que precisamos resolver com certa urgência, mas ainda não tivemos oportunidade de sair do ginásio.
– Aquela parada lá, Liza?
– Sim, aquela intercorrência. – Liza voltou sua atenção para Kathryne. – Se estiver disposta, podemos encarregá-la desta missão agora. Estávamos buscando alguém na staff do ginásio e, particularmente, acho que você iria fazer um bom trabalho!

O pin era realmente semelhante a uma insígnia comum. A dúvida de Kathryne, apesar de justa, foi recebida de maneira bem distinta pelos irmãos.

– Boa, boa! Gostei dela. – Batendo palmas, Tate elogiou Kathryne. – Eu faria, se fosse você.
– Tate... – A menina suspirou. – Peço que não faça isso, Kathryne. O seu pin pode acabar sendo confiscado... Em casos dessa mentira ser utilizada em situações que a federação Pokémon esteja oficialmente envolvida, é uma falsificação grave.
– Mas ela pode se gabar pros amigos e a gente literalmente não pode fazer nada sobre isso, né?
– ... Por favor, Kathryne, não faça isso.
– Tem o fato que eu ia ter que lutar e apelar pra te vencer e roubar seu pin! Não posso deixar saírem por ai achando que me venceram!
– Essa é sua principal preocupação...?

Bem, diante de tudo isso, caia no colo de Kathryne a responsabilidade do pin e a palavra final sobre a missão.

Progresso de Rota - Kathryne Keyron:

Kathryne - Kaizen

Starry Sky

E então eu finalmente tinha a explicação do que havia acontecido e como aquela "simulação" ocorreu. Então eu de fato não estava no Valley of Steel e era mesmo uma manipulação dos meus sonhos. Eu só estava dormindo mesmo. No fim, a minha batalha com Tate terminou em um cliffhanger.

- Então esse jeito de acordar é basicamente aqueles sonhos estranhos em que você tá caindo e então do nada você acorda, fazendo um movimento brusco. - Se bem, que considerando o climax do meu sonho, eu acordei de um jeito bem calmo, eu esperaria chutar a mesa ou algo do tipo se esse fosse o caso.

- Agradeço por vocês me aceitarem como aprendiz, já disse, mas estou pronta pra qualquer coisa que vocês pedirem. - Qualquer coisa era obviamente um modo de falar, mas não creio que será nada de muito absurdo, eu como treinadora já passei por absurdos, como a seita do Gilatina e a Shimmer Ruins, não pode ser pior do que essas coisas. E além do mais, eu sou uma novata. Mas se tem uma coisa que vou fazer, é perguntar para os meus amigos que são aprendizes de ginásio como Ren e Winnie como foram as primeiras missões deles.

E para finalizar, a minha brincadeirinha foi levada a sério demais. Achei que ficou óbvio que eu não fingiria que meu pin é uma insígnia, mas é como dizem: "O seguro morreu de velho". Não me surpreende Liza estar desconfiada, na verdade, é quase certo que algum aprendiz de ginásio já tentou alguma coisa desse tipo antes:

- F-foi só uma brincadeira. - Eu fiquei um pouco sem graça por ter despertado aquela desconfiança em Liza: - Mas agora uma outra pergunta séria: e se eu ganhar de vocês em uma batalha? Não acho que isso vai acontecer em um futuro tão próximo, porque eu não tô pronta mesmo, mas eu teria duas insígnias nesse caso? - Dessa vez era uma dúvida séria.

Enfim, eu aguardava ansiosamente para saber o que eles tinham para me oferecer como missão.

Acho que em +1 post já da pra acabar, Sleepy. Se quiser puxar mais conversa com eles, dá pra estender.

1 - Eu tentei fazer um bagulho um pouco mais simples pra não alongar muito esse primeiro contato. Vou deixar uma missão pra você fazer, mas não posso garantir que vou narrar ela.

2 - Imagino que tenha notado, mas eu dei um pouco de xp pela luta da Kathryne pra quem tava na sua box, e já editei os progresso em relação a aprendizagem.

3 - E mais uma coisa: eu coloquei a missão em Johto. Com o novo formato de missões de aprendiz, você pode fazer a "viagem" de maneira interpretativa e gratuita (até onde eu me lembro pelo menos....), com a limitação de que não poderá ganhar nada do bioma da região (com a óbvia exceção da recompensa da missão, se for o caso). Eu vou checar isso depois mas não pretendo te fazer ter que arcar com custo de viagem.

4 - É isso.

Tate e Liza pareciam contentes com a resposta de Kathryne e a certeza que ela carregava.

– A primeira missão é me comprar uns jog-

Uma almofada voou na cabeça de Tate, silenciando-o imediatamente.

– Apesar de parecerem bastante semelhantes, o pin de aprendiz é um pouco menor. Serve para distinguir da insígnia, mas ele também tem uma gravura que registra o seu nível de aprendiz, neste caso, o B.
– Qualquer coisa você checa o [GUIA] Classes, Sub-Classes e Profissões e vê isso ai com calma.
– Eu estou sinceramente ficando preocupada, Tate...

O irmão deu de ombros, sorrindo de maneira debochada e apontando para Kathryne.

– Sobre sua missão! Eu tenho tido pesadelos!
– Tate tem tido visões de cataclismas e outros desastres naturais, algo que não costuma ter a ver com nossas habilidades psíquicas.
– É, se não nossos poderes viram bagunça, né! No caso, eu tô meio que vendo isso na cabeça e nos olhos de alguém. Ou, nesse caso, algo.
– Pelo que ele pôde constatar, é um Natu. Ele está em uma rota de Johto, o que já é estranho. Tate tem alguma ligação com esse Pokémon para conseguir isso.
– Acho que ele é meu fã.
– Tentamos estabelecer contato, mas ele ignora o que pedimos e parece bastante assustado quando tentamos falar com ele. Em certa ocasião recente, estávamos em Johto e ele fugiu... Desde então, tudo piorou, pois agora não conseguimos mais ter tempo para ir lá e ele parece nos evitar completamente..
– Eu quero voltar a dormir bem, pô! – Tate resmungou, suspirando. – Ele é um Pokémon bem sensível a habilidades psíquicas... Na real que ele fez um bagulho estranho de espelhar meus pensamentos, bizarrão... Bem, tanto faz. Precisamos que você vá lá, capture ele, e volte aqui. Nessa ordem.
– Acha que consegue, Kathryne? Ele está em uma pequena ruína de um templo que já foi quase completamente tampado pelo tempo e pela natureza na Rota 22, que teve alguns avanços urbanos e negligenciou completamente o trecho do terreno...
– Ele provavelmente ficou lá por isso, né.

E logo após isso, os irmãos ficaram em silêncio, como se cobrando a opinião de Kathryne sobre a missão... Estranho mesmo.

Missão escreveu:Natu's Gate
Os gêmeos tem tido problemas para se aproximar e capturar um Natu que tem provocado flashes de desastres, passados e futuros, em Tate. Graças a afinidade que os dois tem com poderes psíquicos, o Pokémon parece particularmente assustado com eles e, por isso, não conseguem averiguar o que essas visões podem ser e o que ele é.

Em visões e sonhos distorcidos, os dois conseguem enxergar onde ele está: na Rota 22 de Johto! Mesmo distante, as visões são bem vividas e parecem ser de tempos diferentes do atual. Eles precisam que o Pokémon seja capturado, preferencialmente sem ser machucado ou assustado, para que possam entendê-lo melhor.

Progresso de Rota - Kathryne Keyron:

Kathryne - Kaizen

Starry Sky

OFF: escreveu:1 - Nah, apesar de simples, foi muito legal. Acho legal narrar vcomo se fosse um Pokémon, se bem que nesse caso ainda era a minha personagem.

2 - Opa vlw man. Se eu soubesse disso eu teria trazido uns low lvl.

3 - Eu já to indo pra Tohjo anyway, então não importa.

4- Vlw flw. Até a próxima, acho que vou enrolar um pouco, vou pensar q. Só uma pergunta: eu tenho prazo pra missão?

Tate e Liza continuavam com sua dinâmica, que é o que me faz gostar deles. Primeiro, é uma subversão de expectativas sobre um líder de ginásio, eles são mais descontraídos pois são literalmente crianças, mas consigo ver que são competentes e dominam o seu trabalho. E também, eles podem acabar se tornando os irmãos mais novos que eu nunca tive, embora, eu ainda sinta um pouco de inveja de ver alguém tão jovem e tão bem sucedido.

- Ah agora faz sentido. - Dizia em resposta ao pin de aprendiz: - Me pergunto se algum aprendiz já tentou passar um desses como se fosse uma insígnia, mesmo com o rank cravado aqui em baixo? - Era algo que eu queria saber, deve ter alguém que já tentou fazer esse tipo de coisa e imagino que as punições devem ter sido severas: - Acho que uma pessoa que faz isso deve ter sido até suspensa como treinadora. - Apesar de eu parecer uma garota bem otimista que quer fazer amigos, as vezes eu não conseguia deixar de ver o mal nas pessoas. Esse tipo de coisa definitivamente já aconteceu.

E então a parte que eu queria saber. O que seria que eles iriam me propor a fazer. E de fato me surpreendeu, eu não tinha ideia nenhuma do que esperar, mas ir para terras estrangeiras não estava na minha lista de afazeres. A curiosidade não deixou de tomar conta de mim e eu faria perguntas, mesmo com o próprio Tate estando completamente perplexo sobre a situação.

- Vocês já estiveram por Johto? Quando lá foi reconstruído, eles investiram bastante no turismo, suponho que vocês possam ter passado umas férias lá. O que eu acho que acontece é que o pequeno deve ter visto o Tate bem de relance e acabou se conectando por ele. Acho que as visões de calamidade é porque ele conseguiu sobreviver a inundação e como é um Pokémon que tem visões do futuro, o seu trauma deve estar interferindo nessas visões. Eu acho que ele está sozinho, perdeu sua família, se conectou com você por causa dos seus poderes, mas tem medo de conversar com você.

E eu falei demais e lancei todo um cenário que pode ou não ser a verdade. Na minha cabeça a lógica fazia sentido, mas seria impossível de entender sem o contexto completo. Tate e Liza eram inteligentes e provavelmente já pensaram na mesma coisa, se eles descartaram essa hipótese ou não, eu iria descobrir com a resposta deles.

- Quer dizer, o que aconteceu pode não ter nada a ver com o que eu falei. Mas, eu vou tomar muito cuidado com essa missão, inclusive acho que eu devo levar os meus Pokémon mais jovens para ela, pra não assustar o Natu. Enfim, Tate você não vai ter mais pesadelos e o mundo não vai acabar, hehe.

Bem, como eu poderia saber se não existe uma calamidade do nível do que aconteceu com Tohjo no caminho? Era obviamente uma frase para confortá-lo, mas coisas que eu vi, na verdade faziam um calafrio correr em mim enquanto eu disse que tudo vai estar bem. Além do próprio Kyogre, eu sei que os Pokémon Lendários, as divindades, não são tão benevolentes quanto parecem, tive certeza disso com aquele Jirachi, o fazedor de desejos. Além de outros acontecimentos, como Gilatina e literalmente uma abertura para uma dimensão alternativa que eu ouvi sobre.

Tentei voltar com um sorriso, para que os gêmeos não percebam que eu fiquei consideravelmente assustada. Talvez eu esteja tão traumatizada quanto presumia que aquele Natu estaria, só tentava esconder ao máximo.