Ato 09 — Ventos da mudança. [swarm]

E bem como o esperado, o monstrinho cibernético disparou a corrente elétrica com veemência e precisou de uma só para que a energia do pássaro escarlate se esvaísse. Quando, por instinto, pensou em arremessar uma pokébola vaga, foi pego de surpresa pelo berro de Mei. Volveu o pescoço, ignorando a princípio toda a linguagem excêntrica do capironga. Conforme revirava a caixa, jogando para fora isopor e toda a embalagem, toda a sua euforia era por encontrar em meio ao emaranhado de proteções batatinhas fritas.

Nicholas de imediato franziu o cenho e volveu para se focar na captura da espécie invasora, um Oricorio.

Sakura se aproximava e mesmo sem olhar, como um exímio arremessador de três pontos — como um armador da NBT, a liga de basquete de Tohjo —, jogou a esfera bicolor sem olhar. Como corriqueiramente, era certeiro, e aguardaria o apetrecho fazer todo o processo de captura e envio ao depósito.

— Esse tarado aí. Qual a chance de ele seguir para o monte Chimney? — Indagou sem pegar nenhuma porção do alimento contido dentro daquela latinha. — A não ser que eu e a Misy montemos uma armadilha pra pegar esse desgraçado e sigamos sem nenhum remorso — Nicholas achegou-se da loira, soprando em seu ouvido – e audível somente a ela. — A gente não vai fazer nada demais, não com essa esquisita e esse tarado. Tem inteligência artificial que consegue simular os barulhos. A gente vai pra um canto, começa a remexer algum arbusto como se tivesse fazendo alguma coisa. Quando ele começar a tentar ver na espreita, a gente espalha alguns observadores pra pegar ele. Mithra e Shiranui são bem espertos.

Olha, pegar um tarado que se camufla em folhas por si só não é estranho. Mas vai que ele está naquela ânsia e essa morde a isca, né? O fato era que o próprio Nicholas não estava tão animado com essa esquisitice; no entanto, os fins justificam os meios.

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Não tem como o plano dar errado, certo? Um tarado comum com um disfarce completamente tosco. Era a receita perfeita para cair em uma armadilha como aquela, não é?

Ainda que nem ouvira o sibilar de toda uma estratégia bem pensada, agir antes de uma armadilha poderia ser imprudente. Ou não. Com a buzinada na buzanfa, acho que a reação de qualquer um seria um susto excêntrico com algum pulo para trás ou algo; no entanto, o loiro ficou tão abismado pela audácia que não teve reação alguma, se não começar a olhar para o chão. As pálpebras jaziam cerradas e o seu punho cerrado, atrevo-me a dizer que, tão palpável sua cólera que mesmo uma pedra seria quebrada por suas mãos — importante salientar de o loiro não estar mais com a mão entrelaçada com a hoenniana.

— Isso é uma piada. Não é? — Indagou retoricamente e pisando na embalagem metálica, esmagando-a com truculência, como folhas secas no outono, quebrantando e despedaçando-se. O tom de voz? Era baixo e dada à ira do treinador ás, daria frio na espinha do próprio Darkrai.

A tempestade estava se aproximando.


— Vamos indo. Eu não vou descansar até acabar com esse desgraçado — e em passos morosos, calcorreava seguindo a trilha deixada pelo Leaf-Man℗.

Olha a audácia desse filho da puta!

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O malandro correu antes de tomar um raio da tempestade que se aproximava rápido até demais. Evocando os poderes da toon force, como a última trombeta do apocalipse, a música característica do clima ressoava até os confins da rota cento e doze, quiçá indo até mesmo ao monte Chimney. Depois dessa cena, huh, digamos, excêntrica, não tinha mais muito o que fazer, não é? Até mesmo a inominável — se investigar direitinho, verá que Sakura Mei faz parte (((deles))).

Se a via de entrada estava logo à frente, então sem hesitar, a tempestade que se aproximava — dessa vez, no sentido metafórico sentido metafórico — rumava até lá junto com os demais mosqueteiros.

O detalhe mais pertinente era que seus passos eram mais lentos seguindo a trilha de folhas. Vez ou outra, o kantoniano estralava o seu pescoço e também seus punhos. Haja o que houver, a surra prometida para o Leaf-Man℗ ia chegar, nem que tardasse mais mil anos.

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