[1] Alola, Hoenn!

Entregou-se ao sono e abraçou Morpheus, dormindo sem botar despertador. Acordou depois das oito, mas não muito mais tarde que isso; 20:20, para ser mais exato. Atrasado? Pela perspectiva da grande maioria das pessoas, sim; mas há quem diga que todo o compromisso marcado tem 30 minutos de margem. Será que é o caso?!

Não sei, não sei nem mesmo se Oliver realmente quer ir nessa festa ou se só falara que ia por educação. Além disso, acho que ele nem percebeu o horário até então: acordou com Mudkip pulando em cima de si. O aquático já havia dormido TANTO que cansara de dormir; saíra da esfera por conta própria. Passou uma hora inteira fora da esfera encarando Oliver, esperando que ele acordasse logo. Fez isso tanto que se entendiou; decidiu acordá-lo por conta própria.

Deu um pulinho do chão para a cama e depois botou seus dois pés úmidos no peito do rapaz, que ainda estava quente do sol que tomou durante o dia. Começou a mexer e remexer o corpo do garoto, insistindo para que seus olhos abrissem logo.

OFF: Seu Mudkip pode evoluir, MAS se você não quiser narrar isso e quiser deixar pra mim, eu tenho uma ideia u-u
OFF²: E ESTÁ PRONTO PARA COMEÇAR ESTA AVENTURA????????????????????? DA PLAY NA DOIDEIRA DJ

Acho que eu e Mudkip pensamos a mesma coisa quando Oliver o mandou se arrumar para uma festa: "comer bem para poder beber a vontade sem passar mal!!". Quer dizer, não sei se Mudkip é alcoolatra, mas sei lhe falar com PROPRIEDADE que a única coisa que um monstrinho pode fazer para se >arrumar< sem botar um cropped e reagir é (1) comer, (2) descansar e (3) fazer suas necessidades. O segundo já estava mais que feito, o terceiro ele estava indo ao banheiro para fazer, o primeiro era o único que faltava! Sendo assim, abocanhou os dois doces numa bocada só e numa reação quase que alérgica ele inflou.

Sem coceira nem nada; só inchou mesmo. Mudkip, por alguns longos segundos, ficou como que gordinho e inflamado; como um sapinho que se enche de ar na boca e engole. Seus olhos se sentiram pressionados pelas suas bochechas e ele teve que lhe espremer bastante para conseguir sentir um conforto de não enxergar.

Ficou nessa "estufância" por uns bons minutos até dar um longo e alto arroto que saiu super sem querer. Assim que todo o ar saiu de si ele se empalideceu e perdeu a forma "rechonchuda", mas revelou que o seu crescimento não havia sido só para os lados; ele estava substancialmente maior. Se outrora era um pequeno Mudkip, de pouco mais que vinte centímetros, estava lá para os quarenta, quase chegando ao limite do espécime. Ele reparou logo de cara que tudo no quarto diminuiu e ficou confiante.

Depois o rubor da vergonha foi-se e ele foi caminhando para fora, esperando seu companheiro se arrumar.

Quando estivesse pronto veria poderia descer as escadas e poderia ficar tranquilo que há duas notícias novas. Uma é boa e já lhe adiantarei: os três amigos estrangeiros estariam ainda no centro pokémon. A segunda é secreta, tu não tem como descobrir antes de descer, mas deve ter algo a ver com o fato dos três estarem olhando para o lado de fora estarrecidos, com a porta automática escancarada.

Um trovão fazia a trilha sonora e do lado do exterior era possível ver uma chuva mediana.

OFF: Adicionei uma particularidade ao seu Mudkip KKKKKK desculpa

Quando Oliver chegou perto, ninguém notou sua presença a priori, já que todos estavam focados em uma (ou duas) outras coisas do lado de fora, mas antes de falar isso, vamos contextualizar?! Talvez assim Oliver possa decidir melhor como reagir e agir frente a isso.

Primeiro de tudo, a porta automática estava escancaradamente aberta e não fechava mais; se olhasse de perto veria que um lado do vidro se quebrara e estava espatifado no chão, enquanto o outro apenas travara em aberto mesmo. O salão e as áreas ao redor não tinham ninguém e todos os usuários do Centro foram para fora.

Eram muitos?! Não, digamos que nesse horário, nesta cidade onde quase-tudo-morre-a-noite, tínhamos nossos três amigos estrangeiros e mais uns cinco gato pingados. Lin e Coda estavam próximos de um dos pilares que segurava o que antes era uma porta, Ana, mais a frente, estava ajoelhada no chão olhando para frente, um pouco estarrecida.

Na frente de Ana, sua Clefable. Ao lado dela, Joy.

A Clefable estava com os dois dedos indicadores para cima, balançando-os ritmicamente enquanto apontava para algo. Acima de sua cabeça, um objeto voador de tamanho pouco definido; era difícil olhar diretamente para ele, já que ele emitia uma luz cônica em direção à pokémon e ao Centro Pokémon. Um ruído baixo e irritante incomodava, mas não tornava nada inaudível. Ana parecia completamente congelada enquanto Joy, num desespero, tentou tocar a Clefable e puxá-la para fora do feixe de luz.

Imediatamente a pokémon, sem sair da posição e do transe, ergueu uma espécie de "shield" e repeliu a enfermeira, que caiu para trás e deu um urro fino de dor.

Quando Oliver fez a pergunta-de-um-milhão, os dois garotos viraram ao lado e repararam a sua presença. Seus olhos estavam arregalados e brancos; até Lin perdera seu sadio tom aloliano e ficara branco. Sem saber o que responder apenas o olharam com desespero e voltaram a olhar a cena.

A falta de palavras lhes emudeceram por bons instantes e só depois de um bom tempo Lin sentiu forças pra gritar:
- ANA SAI DAI! - E ela imediatamente respondeu - NÃO SEM ELA! - Mostrando que, diferente dos homens, as mulheres não paralisaram.

Com o grito, Coda decidiu ir pra frente também, ajudar Joy, enquanto Lin ficava ali, travado junto de Oliver, pensando no que fazer. O pensamento fora excesso e acabara não fazendo nada; ninguém tinha compreensão da cena, talvez Clefable e ninguém mais. Inclusive, esta bendita fadinha continuava repetindo o movimento quase que hipnótico sem parar, emitindo um som repetitivo e maluco.

A cena ainda não havia acabado. Joy se levantava com ajuda de Coda e tudo continuava como estava.

OFF: Ta tudo bem, não são todos mas a maioria dos narradores desse RPG não é muito preto-no-branco, pode agir bem livre, sua ideia vai ser considerada. Até gosto disso, que ai eu tenho sempre que pensar num rumo diferente pro cenário que eu não tinha cogitado antes. Inclusive, desculpa a demora.

Agir e pensar se relacionam, mas definitivamente não são a mesma coisa. Se outrora Oliver decidiu pensar, agora ele ia ao outro lado do tabuleiro e agia - com muita cautela -, movendo um pequenino peão no jogo.

Sim, um peão.

Não era nenhum movimento muito fantástico, mas um conservadorismo necessário. Com cuidado, Poseidon vai usar pela primeira vez o golpe que recém aprendeu: Water Pulse. Estou dando ênfase nisso não para dizer que ele falhou e tudo mais, mas pela felicidade de seu sucesso repentino: mirou ao lado, juntou uma quantidade de umidade e tentou repassar a ordem em sua cabeça, mas sem demorar demais.

Do comando até a execução tivemos longos 10 segundos, o que soou como um delay de um jogo online; quase que um "ping" alto. Nesse meio tempo, ninguém nem sequer OLHOU para Oliver e Poseidon e o cenário mudou muito pouco: Joy estava finalmente de pé, Ana continuava a tentar tirar Clefable dali e a pokémon continuava empacada no chão, quase como enraizada. A única coisa mais "wow" que mudou é que Lin finalmente moveu seus benditos pézinhos e ajudou Ana a empurrar Clefable.

O momento caiu como uma luva; quando o Water Pulse começou a inundar paulatinamente o terreno, Lin e Ana puxaram e Clefable escorregou, caindo de bunda no chão e saindo do centro da luz...

... e ai, algo estranho aconteceu.

Veja bem, eu não vou te dizer que tuuuuudo sumiu imediatamente, como num passe de mágica, mas direi que quase tudo, inclusive a memória de alguns. As luzez? Foi-se. Os trovões também. A chuva se manteve, mas ao mesmo tempo parecia menos pesada. Clefable, que antes dançava um bocadinho hipnotizada, agora estava no chão com os olhinhos confusos e não parecia lembrar de nada, Lin e Ana também não. Ambos levantavam rindo, como se só tivessem caído do bendito chão.

Sim, rindo. Alguns murmuros como "nossa Linn você não olha por onde anda mesmo" e "ai mas você devia botar essa Clefable na academia, caiu em cima de mim e já machucou feio minha perna" davam o ar e o tom de como levaram o acontecido.

Joy e Coda, por outro lado, olhavam o trio-de-trapalhões estarrecidos, os dois com os olhos bem escancarados e uma enorme interrogação na face.
- Vocês são malucos? - Perguntou Coda, sem obter uma resposta - Ai, agora que o Lin derrubou todo mundo vou ter que trocar de roupa - Falou Ana, sem se importar - A gente ta pouco atrasado, né?! - Respondeu Lin, irônico.

Ana só retornou sua pokémon para a esfera e voltou para dentro do Centro Pokémon, sem nem notar que uma das portas estava quebrada. Joy, sem saber muito bem o que pensar, caminhou até Oliver devagarzinho, querendo chegar ao seu lado, mas sem saber muito bem o que falar...