Abaixo de Zero
A noite foi tranquila. Após a passagem pela cabana, fui até minha casa, onde passei a noite. Ao acordar e alimentar a mim e também meus pokémons, parti rumo a costa da cidade. Estava ali, saindo de casa sem pretensão de voltar, pela segunda vez em três dias... esperava que dessa vez realmente não retornasse tão cedo.
05:42
Trajava um casaco grosso da cor preta e alguns detalhes em amarelo, com um capuz de pele falsa que ajudava a aquecer; em minhas costas, a inseparável mochila com as pokébolas dos meus monstrinhos. Já conhecia bem o caminho, costumava pescar Magikarps ali com meu pai quando era criança, assim não demorei a chegar.
Examinava abismado o enorme bloco de gelo em minha frente quando um garoto, de não mais de 10 anos, saiu aos berros com sua pokéball na mão de uma cavidade no meio do Iceberg. Logo o conheci, era René, filho dos Wilson que moravam próximos a minha casa. Não imaginava que ele havia se tornado treinador.
– René, é você? – Perguntei, para ter a confirmação. O garoto de boné vermelho me olhou de cima a baixo com seus olhos castanhos e só então confirmou com a cabeça. – Seus pais deixaram você vir aqui sozinho?
– Olá Vin-Vincent? – Respondeu em um tom melancólico enquanto limpava as lágrimas. – Você se tornou um trainador também, não é? Eu sou-soube. Desculpe, mas – soluçou – estou com um pouco de pressa, poderia me dar licença?
– O que houve?
– Esse lugar é um inferno e tem pokémons assustadores. Um daqueles terríveis Tentacool envenenou o meu precioso Pidgey... – fungou – Agora tenho que correr até a cabana antes que seja tarde... Snif... – Outras lágrimas começaram a rolar dos olhos do menino.
– Ah, tudo bem. Vá, depressa.
– Odeio esses pokémons venenosos!! BUÁÁÁÁ!! – E ele foi, correndo em frente e berrando para quem quisesse ouvir. Naquele momento fiquei feliz por ter começado minha jornada um pouco mais velho.
– Tentacool, hun? – Exclamei sozinho enquanto adentrava na cavidade que o garoto saiu. Minha viagem até aqui não teria sido em vão então.
Dentro do iceberg, senti um pouco do inferno que o pequeno René falou. Um inferno gelado. Por ter vivido em Pallet, nunca conheci o que era um verdadeiro frio, só agora. Meus dentes se batiam e meu hálito saia em forma de uma nuvem branca. Talvez fosse por causa da hora, devia ter deixado para vir quando o sol já estivesse bem brilhante no céu...
A visão também não era das melhores. Com passos cuidadosos, avancei dentro daquele pedaço gigantesco de gelo a procura de alguma coisa. Infelizmente, não tinha nenhum pokémon de fogo que pudesse ajudar afastar o frio, pelo contrário, meus pokémons não devem ser muito fãs desse clima; por isso, o melhor para eles é que fiquem dentro de suas pokéballs... Afinal deve ser bem quentinho lá dentro.
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Trajava um casaco grosso da cor preta e alguns detalhes em amarelo, com um capuz de pele falsa que ajudava a aquecer; em minhas costas, a inseparável mochila com as pokébolas dos meus monstrinhos. Já conhecia bem o caminho, costumava pescar Magikarps ali com meu pai quando era criança, assim não demorei a chegar.
Examinava abismado o enorme bloco de gelo em minha frente quando um garoto, de não mais de 10 anos, saiu aos berros com sua pokéball na mão de uma cavidade no meio do Iceberg. Logo o conheci, era René, filho dos Wilson que moravam próximos a minha casa. Não imaginava que ele havia se tornado treinador.
– René, é você? – Perguntei, para ter a confirmação. O garoto de boné vermelho me olhou de cima a baixo com seus olhos castanhos e só então confirmou com a cabeça. – Seus pais deixaram você vir aqui sozinho?
– Olá Vin-Vincent? – Respondeu em um tom melancólico enquanto limpava as lágrimas. – Você se tornou um trainador também, não é? Eu sou-soube. Desculpe, mas – soluçou – estou com um pouco de pressa, poderia me dar licença?
– O que houve?
– Esse lugar é um inferno e tem pokémons assustadores. Um daqueles terríveis Tentacool envenenou o meu precioso Pidgey... – fungou – Agora tenho que correr até a cabana antes que seja tarde... Snif... – Outras lágrimas começaram a rolar dos olhos do menino.
– Ah, tudo bem. Vá, depressa.
– Odeio esses pokémons venenosos!! BUÁÁÁÁ!! – E ele foi, correndo em frente e berrando para quem quisesse ouvir. Naquele momento fiquei feliz por ter começado minha jornada um pouco mais velho.
– Tentacool, hun? – Exclamei sozinho enquanto adentrava na cavidade que o garoto saiu. Minha viagem até aqui não teria sido em vão então.
Dentro do iceberg, senti um pouco do inferno que o pequeno René falou. Um inferno gelado. Por ter vivido em Pallet, nunca conheci o que era um verdadeiro frio, só agora. Meus dentes se batiam e meu hálito saia em forma de uma nuvem branca. Talvez fosse por causa da hora, devia ter deixado para vir quando o sol já estivesse bem brilhante no céu...
A visão também não era das melhores. Com passos cuidadosos, avancei dentro daquele pedaço gigantesco de gelo a procura de alguma coisa. Infelizmente, não tinha nenhum pokémon de fogo que pudesse ajudar afastar o frio, pelo contrário, meus pokémons não devem ser muito fãs desse clima; por isso, o melhor para eles é que fiquem dentro de suas pokéballs... Afinal deve ser bem quentinho lá dentro.