Meu pescoço estava rígido, tenso, provavelmente por conta do tempo que passei olhando para baixo por receio de pisar em alguma coisa. Olhando para os lados enquanto massageava meu pescoço, percebi algo errado.
Onde eu estava?
Todos os lados da sala eram iguais, como se eu estivesse em uma daquelas salas de espelhos que geralmente existem nos circos. Assustado, dei alguns passos para trás, percebendo que não sabia mais se quer de que direção eu tinha vindo. E agora? Será que ali seria meu fim? O frio estava me consumindo, comecei a esfregar as mãos enquanto pensava em algo.
Talvez se pedisse a Ekans para me ajudar e... Não dá, a neblina estava bem alta e eu não conseguiria acompanhá-la. Tudo que preciso no momento é me perder de um de meus pokémons. Uma pena, pois a ofídia era quem talvez pudesse localizar a saída.
Porém, havia um pokémon que poderia me acompanhar ali sem se submeter a neblina. Talvez não fosse muito útil na situação, mas sua companhia já seria um conforto. Busquei sua pokéball na mochila e a liberei:
– Violeta, apareça. – A Koffing surgiu sorridente, deixando o clima mais leve. Não era um ambiente onde se encontra pokémons de sua espécie, é verdade, mas a sorridente Koffing não pareceu sentir muito o efeito do frio. – Fico feliz em revê-la, minha amiga. – Tentei não demonstrar desespero. Ela se aproximou do meu rosto, balbuciou alguma coisa e rodopiou. Sorri e acariciei o topo de seu pequeno corpo.
Olhei novamente para os lados, tudo que havia era um longo caminho em qualquer direção que eu olhasse. Teria que escolher uma deles e seguir, dessa vez com a cabeça erguida.
– Pra onde acha que devemos ir? – Perguntei e ela me encarou confusa. – Vamos, estou bem dividido, deixarei que você decida.
Após um ou dois minutos de pausa, a pokémon venenosa começou a flutuar ao que julguei ser o oeste, e eu fui em seu encalço.