Viridian. A procura de uma criadora...

Karl abriu um sorriso e seu rosto se iluminou com ele, suavizando a sua expressão. Uma sombra havia passado por sua face quando ele falou sobre o que ocorrera com ele.

Ele falou que não precisava agradecer, mas eu seria grata mesmo assim e se eu tivesse uma oportunidade retribuiria o favor que ele agora me fazia, não importando quanto tempo fosse necessário. Não era do meu feitio esquecer quem me ajudou.

Karl olhava o horizonte e dirigi meu olhar nessa direção, uma sombra apareceu ao longe e de imediato não consegui identificar o que seria.

Uma sombra escura que se aproximava de nós, nessa chuva intermitente. Conforme ela se aproximou a figura foi se definindo melhor e parecia uma pessoa com um grande guarda chuva preto.



Karl olhou para mim e apontou para a figura que se aproximava:

_ Será que é ela?

Seria muita sorte se fosse ela, mas poderia ser alguém com informações sobre ela.

_ Nós poderíamos nos considerar pessoas de sorte se isso acontecesse. Por outro lado se não for ela, talvez pudéssemos obter mais informações sobre o paradeiro dela. De qualquer forma é uma boa coisa.

A pessoa com o grande guarda chuva preto caminhava de forma calma e serena, em linha reta em sentido da dupla que ainda estava logo abaixo da árvore.

Conforme a figura se aproximava, sua sombra ficava cada vez mais nítida, seu contorno definia-se, e seus traços começavam a ser vistos. Era uma mulher, branca, de cabelos dourados e encaracolados cumpridos. Usava um sobretudo preto que combinava com o guarda chuva. Suas galochas também eram pretas e impediam da água infiltrar-se nos pés. Karl com dúvida sussurrou para Lilian:

- Rockets usam uniformes iguais a roupa que essa moça está usando. Seria ela uma fora da lei?

Os olhos da treinadora de imediato se arregalaram analisando de cima a baixo a estranha que aproximava-se tentando definir se era uma agente ou não.

A figura aproximou-se mais e mais. Até estar quase do lado da dupla, com os olhos grandes e marcantes a estranha lançou um olhar misterioso sobe a dupla e lhes perguntou:

- O que fazem dois jovens em meio à uma forte chuva como essa em uma floresta?

Enquanto eu esperava a figura se aproximar, olhei em volta e notei que aquela era a árvore onde caterpie havia guardado a Lum Berry. Hoje parecia meu dia de sorte, pois lá estava ela, peguei-a e coloquei na minha mochila.

Olhei para a figura que se aproximava, era uma mulher, branca, de cabelos dourados com lindos cachos compridos, que brilhavam intensamente mesmo naquele tempo escuro. Usava sobretudo preto e galochas pretas, uma roupa que eu adoraria estar usando ao invés daquela roupa inapropriada e ensopada que eu estava vestindo no momento. A voz de Karl me chamou a atenção:

- Rockets usam uniformes iguais a roupa que essa moça está usando. Seria ela uma fora da lei?

Realmente poderia ser uma Rocket, e a essa distancia não podia ver se havia algum símbolo em sua roupa, pelo jeito minha sorte parecia estar me acompanhando. Se fosse uma rocket, não era do circulo de amigos do meus pais, pelo menos ela não me era familiar. Mas também não sabia o quanto Karl conhecia a irmã de Jr..

Ela se aproximou bastante e com olhar misterioso nos perguntou:

O que fazem dois jovens em meio à uma forte chuva como essa em uma floresta?

Olá, meu nome é Lilian Northman, venho de Azaléa para me tornar criadora. Esse é Karl, funcionário de Jr.. Estamos aqui a procura da irmã de Jr., para ajuda-lo na rota 22 com um pequeno problema que ele precisa resolver. Por acaso você saberia o seu paradeiro?

Esperava que ela não fosse uma rocket, mas estranhei o comportamento de Karl, eu pensava que ele conhecia a irmã de Jr., e ele não reconhecer a mulher estava me preocupando bastante. Outra batalha agora não seria conveniente. Eu estava preocupada com Jr. esperando nossa ajuda. Nosso tempo era curto.
O pior era que a resposta 'procurando o lobo mau', não saia da minha cabeça . Esperava que ela não fosse o 'lobo mau'.


off: Narrei encontrar a lum berry pois já havia sido narrado anteriormente. Se tiver algum problema me avisa que eu edito. bjs

Edit: Quanto a berry, tudo bem. Eu havia esquecido de adicioná-la à box e também de narrá-la, ainda bem que lembrou!

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A estranha ouviu atentamente as palavras de Lilian, que em poucos instantes apresentou-se e contou seus planos ali na floresta. Karl ao perceber que a treinadora havia entregado todas as informações de bandeja a estranha deu um pequeno beliscão na moça para que ela se contivesse.

Assim que Lilian encerrou tudo o que tinha pra ser dito, a loira de preto olhou para Karl e depois de volta para a treinadora. Sem esboçar nenhum sentimento ou sensação disse a dupla:

- Sigam-me.

A estranha de preto começou a caminhar na rota, a chuva que caia torrencialmente era parada por seu guarda chuva e a mantinha sem molhar-se. As galochas e o sobretudo ajudavam na proteção. A loira caminhou alguns passos enquanto a dupla estava embaixo da árvore ainda. A moça virou-se para trás e perguntou:

- Vocês não vêm?

Pelo jeito eu não aprendi nada sobre o relacionamento com estranhos. Ainda penso que todas as pessoas são boas e dispostas a ajudar, não tenho malícia e minhas atitudes são baseadas nisso.

Karl mais experiente acabou me dando um toque, um belo beliscão. Doeu bastante, ia ficar uma mancha roxa no meu braço. Mas até então eu já tinha entregado o jogo. Na primeira oportunidade tinha que me desculpar com Karl por colocá-lo em risco com minha imprudência.

A loira misteriosa não demonstrava nada de suas intenções, quer seja por atos ou seu olhar. Tudo nela era um enigma, e precisávamos desvenda-lo para tomar uma posição. Ela nos olhou e disse simplesmente:

- Sigam-me

Ela iniciou a caminhada sob aquela chuva torrencial, seu guarda chuva e sua roupa era adequada ao tempo. A chuva não a incomodava nem um pouco. Ela nos aguardou por um momento e disse:

- Vocês não vêm?

Fiquei pensando em que atitude tomar, se ela fosse da equipe da irmã de Jr., ela provavelmente nos levaria até ela. Porém se ela tivesse outra intenção, nós poderíamos estar caminhando para uma armadilha. Olhei para Karl em busca de uma resposta. Resolvi ganhar um pouco de tempo.

_ Você quer que a sigamos, mas não se apresentou ainda. Não pretendo seguir alguém, que não conheço, para um lugar indefinido.

A estranha parecia indiferente a qualquer coisa que a dupla dizia, sua pele clara combinava com seus olhos extremamente expressivos. Seu jeito delicado, mas ainda sim impositor, dava-lhe um ar de superioridade que poucas pessoas tinham. A loira no auge de toda sua pompa olhos por cima dos ombros para a dupla e sem esboçar nenhum sinal de emoção ou sensação disse a Lilian:

- Vocês não vem mesmo?

A estranha reiterava sua pergunta, sem expor-se, sem responder aos questionamentos da treinadora. Isso apenas deixava no ar ainda mais uma névoa de suspeita. A loira então virou-se para o caminho a frente e continuou andando. Passos vagarosos, porém decididos. Sem demonstrar nenhuma preocupação pela dupla que ficava para trás. Tendo pego certa distância a misteriosa mulher parou na estrada outra vez olhando para trás, como quem esperava uma atitude dos que para trás haviam ficado.

Isso já estava me incomodando, desde que eu iniciei minha jornada, várias pessoas que eu conheci, simplesmente se negaram a dizer o seu nome. Já estava virando rotina, será que só eu encontro essas pessoas mal-educadas ou meu padrão de comportamento esta obsoleto. Me recuso a me comportar assim. Ela simplesmente respondeu a minha insinuação com um "- Vocês não vem mesmo?'

E começou a caminhar.

Pessoas irritantes essas que nos colocam nessa posição, bastava apenas se apresentar como uma pessoa bem educada e tudo estaria resolvido.

Analisei as possibilidades, se eu a seguisse e ela não pertencesse a equipe da irmã de Jr., eu estaria entrando em uma armadilha e levando Karl comigo, se bem que ele conseguiria muito bem se cuidar sozinho, muito melhor que eu.

Mas se eu não a seguisse e ela pertencesse a equipe, eu estaria dando um tiro no meu próprio pé, pois dificilmente a encontraríamos sem ajuda.
Tinha que admitir que a loira tinha um personalidade forte e marcante. Uma nevoa de superioridade emanava dela e era quase palpável. O que eu poderia fazer? Karl não dava nenhuma dica, como de costume me deixava tomar as decisões. Olhei para ela e disse:

_Muito bem, você venceu, batatas fritas.

Ela que se virasse com aquilo. Olhei para Karl, dei de ombros e entrei na chuva com vontade, caminhando na direção da mulher misteriosa, ademais eu não poderia ficar mais molhada do que já estava. E iria enfrentar o que viesse no devido tempo.

Por um instante a dúvida havia tomado a cabeça de Lilian, Karlparecia receoso, mas a treinadora tinha conhecimento que o mesmo saberia se virar sozinho, se fosse o caso. Lilian pensou, pensou, entrou em conflito e resolveu-se: Adentrou à chuva seguindo a misteriosa mulher.

Karl viu a garota afastar-se dele, no mesmo instante lembrou das orientações de Jr para não deixá-la só, e também teve sua consciência reforçada por uma espécie de afeto que estava começando a nutrir pela treinadora. O rapaz então não demorou e lançou-se na rota, em baixo de chuva, seguindo Lilian.

Quando ambos alcançaram a misteriosa mulher, ela voltou a caminhar, vagarosamente e sem esboçar sentimento algum ou qualquer palavra que terminasse com a confusão da dupla.

Já depois de caminharem mais de vinte minutos em um silêncio sepulcral, a loira para em meio a rota e aponta para a parte fechada da mata, de difícil passagem, segura na mão de Lilian e a puxa para dentro, embrenhando-se em meio aos arbustos. Karl não deixou de seguir a treinadora, agarrando-se a sua bolsa para não perdê-la de vista.

Em questão de poucos minutos, um grande acampamento foi encontrado, com várias barracas verdes armadas, mas apenas uma havia um lampião aceso. Finalmente a loira falou mais do que tinha dito até então:

- Quem você procura está naquela barraca - disse a misteriosa apontando para a barraca com luminosidade.

Karl ficou indeciso por um momento e eu cheguei a pensar que ele não me acompanharia. Fiquei frustrada por um instante, mas logo ele se decidiu e veio comigo para junto da loira.

E ela simplesmente, sem ao menos uma palavra, começou a andar floresta adentro. O que poderíamos fazer ? Apenas seguimos ela para uma área mais profunda na floresta.

Devia ser uma cena e tanto, para um observador casual, uma sombra altiva toda vestida de negro e duas figuras completamente encharcadas caminhando logo atrás.

Como eu imaginei caminhar por ali era extremamente difícil, devido a grande quantidade de água acumulada por aquela chuva torrencial. Karl havia se conectado a minha mochila, para evitar que nos perdêssemos.

Após vinte minutos de caminhada nesta trilha, ela parou e apontou para uma parte mais fechada da floresta. Antes que eu pudesse pensar ela agarrou minha mão e me puxou para dentro destes arbustos, levando Karl conosco.

Dentro de minutos um grande e organizado acampamento surgiu. Havia várias barracas verdes montadas, mas somente uma estava iluminada. Prendi a respiração, parecia que afinal iriamos encontrá-la.

- Quem você procura está naquela barraca - disse ela, sendo mais eloquente agora.

Olhei para ela, para Karl, para entrada da barraca, agarrei a mão de Karl e levei-o comigo parando a sua entrada.

Com licença, poderíamos falar com você por um momento.

Esperava que Karl a conhecesse pessoalmente, para validar nossa história...

Lilian e Karl adentraram a barraca iluminada. Dentro, um grande tapete vinho impedia o contato dos pés com o chão, rapidamente a dupla percebeu que sujava o mesmo com a lama em seus sapatos. Uma escrivaninha estava no canto com muitos papéis e livros. No outro canto uma cama com um Rattata de cor estranhamente incomum deitado em cima, que ao perceber a presença da dupla levantou a orelha e olhou para ambos. Do lado da cama, uma poltrona acolchoada vermelha, sentada estava uma jovem, de vestido branco, impecável, de cabelos castanhos clarinhos, tais quais seus olhos, com um livro em suas mãos. A garota abaixou o livro e olhou a dupla que adentrava em seus aposentos de forma atrapalhada.

Logo atrás de Karl e Lilian, a dama misteriosa de preto aparece na porta, sem adentrar, e fala:

- Minha senhora, estavam procurando por você em meio à passagem da rota...

A misteriosa loira de preto parecia ser uma segurança e dama de companhia, tal qual Karl era ajudante de Jr. Um silêncio tomou conta do ambiente, a garota de vestido olhava a dupla esperando uma reação que explicasse tudo.

Karl então cochichou:

- ... Ela é a irmã do Jr...