Capítulo 2 - Defronta [Tielo]

O treinador ia seguindo o Taillow que voava por cima das árvores, ele tentava não o perder de vista, enquanto andava o mais rápido que podia sem deixar os pokémons em seu colo caírem. Não demorou muito para Taillow dar um mergulho e pousar no chão, fazendo uma seta com suas asas, apontando para a direita de onde estava. O Poochyena que tinha a coleira levantou suas orelhas e em um salto repentino, ele deixou o colo de Tielo e começou a correr animado seguindo a direção que Taillow apontava. O outro olhou para cima encarando Tielo, como se dissesse para ele correr também. Se ele prestasse bastante atenção, ele poderia ouvir um som bem baixinho, que parecia um choro de criança.

Depois que um dos Poochyenas pulou de seu colo e começou a correr sumindo entre as árvores, Tielo não pensou duas vezes e começou a segui-lo. A medida que se aproximava, era possível perceber mais nitidamente o choro de uma criança. E conseguindo se manter na direção graças ao seu bom ouvido de músico, e a ajuda de Taillow, ele rapidamente conseguiu alcançar o Poochyena.

Ele havia chegado em uma pequena clareira, e para seu alivio, não parecia estar acontecendo nada de errado ali. Encostada em uma árvore do lado oposto, estava uma garotinha, mas agora ela não chorava mais. Poochyena havia pulado em seu colo, e por isso ela sorria animada.

- Onde você estava? Eu achei que nunca mais ia te achar... Não faça mais isso! - A garota dizia limpando seus olhos. E foi aí que percebeu a chegada de Tielo, que com suas roupas extravagantes, chamava bastante atenção. - Ah! – Ela deu um gritinho abafado pelo susto, já que ela não estava esperando encontrar alguém tão excêntrico por ali. - Desculpa, você me assustou. Mas o que está fazendo aqui?

A garotinha deu um leve sorriso quando o trovador se apresentou fazendo uma pose com seu instrumento. Depois de explica-la o motivo de estar ali, ele aproveitou para fazer a mesma pergunta, visto que a garota era bastante nova, até nova demais para estar em uma jornada.

- Meu nome é Sônia. E sou uma fofa. – Disse em meio a risadinhas, enquanto tentava fazer uma pose fofa. - Eu só estava passeando com a Lucy, mas aí ela saiu correndo para o mato. Eu tentei encontrar ela, e fiquei perdida aqui.

A Poochyena da garota se chamava Lucy, e parecia ter sido o motivo de a garota ter se perdido. Sônia acariciava a cabeça de sua pokémon, assim como Tielo fazia com o outro Poochyena.

- Moço!? Você sabe como sair daqui? Eu tenho que voltar pra casa, eu tô com fome.

Depois de da pergunta de Sonia, Tielo teve apenas uma reação, deu uma gargalhada. Era obvio que ele não sabia como sair dali, e foi o que disse. E além disso, ao ouvir falar de comida, seu estomago começou a cobrar um pouco de alimento, visto que havia bastante tempo desde a sua última refeição. Sonia não gostou muito da resposta, e pareceu um pouco preocupada.

Mas a situação ainda não era preocupante, já que o jovem olhou para a ave em seu ombro e pediu que ela voasse e encontrasse o caminho de volta. Então, confirmando com a cabeça, Taillow levantou voo novamente e desapareceu acima das árvores. Mas mesmo voltando até a trilha, Tielo precisava saber para onde levaria a garota, sendo assim, perguntou de onde ela era.

- Eu sou de Oldale. – Disse com um largo sorriso, vendo que não precisava se preocupar em continuar perdida.

Enquanto Sonia olhava animada para o céu, na esperança de Taillow voltar com uma saída, Tielo colocava o Poochyena no chão e o perguntava o que ele decidiria fazer a partir daquele momento. O pequeno canino olhou para o jovem que segurava uma pokébola à sua frente, e fez um som de desgosto, mostrando sua insatisfação pela esfera. Ela se desviou da pokébola e novamente tentou subir nos braços do trovador.

- Acho que ele quer ficar no seu colo... – Sonia ria com a cena. - Poochyena, ele vai te carregar de novo, mas você precisa entrar na bolinha. Deixa eu te mostrar como é. – Ela pegou a uma pokébola em seu bolso, e apontou para Lucy. A Poochyena encostou o focinho na esfera e em seguida foi sugada para dentro. - Viu? É só isso, e depois você pode sair assim. –Em seguida liberou Lucy de volta, que logo que saiu, pulou em cima da garota.

O Poochyena selvagem olhou de novo para a esfera, e vendo que Tielo não havia mudado de ideia, voltou para a frente dela e apenas ficou parado. Todos olhavam com paciência, e de repente o Poochyena deu uma forte cabeçada contra a esfera, assustando a todos. Mas a esfera se abriu e o fez sumir em um feixe de luz vermelha, e sem balançar nenhuma vez ela emitiu um som indicando o sucesso da captura.

Logo depois disso, Taillow voltou de seu reconhecimento, e fez sinal para que eles o seguissem.

Assim que Taillow retornou, e pousou no ombro de seu treinador novamente, eles começaram a seguir pelo caminho indicado pelo pokémon. Sonia carregava Lucy de forma desajeitada, mas não queria correr o risco de deixa-la solta e sair correndo de novo. Tielo resolvera manter Poochyena em sua nova pokébola, ele precisava se acostumar a ficar lá dentro, já que haveriam ocasiões em que ele não poderia acompanha-lo pelo do lado de fora. E assim eles seguiam andando devagar e ouvindo uma linda melodia tocada pelo trovador.

- Quando eu crescer, e tiver bem grande igual você. Eu vou me tronar a mais linda e fofa coordenadora que existe. E vou te chamar para tocar nas minhas apresentações. – A garotinha dizia logo depois que Tielo terminava de falar. - E eu vou ser forte, e fazer muitos amigos, para não ficar mais com medo. E nunca mais vou chorar.

Parecia que o caminho seria tranquilo até que eles alcançassem a trilha, e assim eles continuavam andando. Depois de alguns minutos de caminhada, eles puderam avistar a trilha, e assim a garotinha abriu um grande sorriso. Mas antes que pudessem chegar na trilha, uma luz saiu de dentro das roupas de Tielo, e Poochyena se materializou na frente dele fazendo todos pararem. O pequeno canino encarou o seu novo treinador com uma cara de desgosto, ele estava esperando ser libertado da esfera, assim como Sonia havia feito com Lucy, mas nada havia acontecido. Ele fez um som esquisito e fofo, e depois se aproximou de Tielo, colocando suas patas na perna dele, para que ele o pegasse no colo.