Abrindo seu coração

A key for the inside

Verdanturf Streets

De volta à Hoenn, então. Mavis vinha viajando bastante, até. Seria esta uma herança de costumes por parte de sua mãe? Galar, Hoenn, Johto, e novamente, a região tropical. O rapaz provavelmente, apenas nesta "brincadeira", realizara os sonhos de muitas pessoas. Mas essa não era a história de hoje.

Não.

A tarde estava ensolarada. Ainda assim, não estava muito quente. Uma brisa suave e refrescante passava constantemente por entre as ruas da cidade, deixando o tempo nas condições perfeitas. Verdanturf não era uma cidade muito grande e desenvolvida, mas emitia uma aura caseira e reconfortante, o que certamente era bastante agradável para alguém que acabou de voltar de viagem.

E sentado sob a tranquila e perene luz solar, o jovem de cabelos negros conversava tranquilamente com seus companheiros pokémon. Dizia aos monstrinhos algo sobre sonhos, sejam eles etéreos e surreais ou firmes, projeções pensadas para acontecerem no futuro. Parecia ser isso, uma forma de dar um passo para frente enquanto ainda se abraçava com o passado.

Dizem que Gardevoir possui grandes poderes de clarividência, além da capacidade de distorcer o espaço-tempo. Enquanto isso, Ralts é conhecido por sua grande sensibilidade emocional e empatia, sendo os laços que cria algo muito importante mesmo em sua forma mais avançada. Não apenas a história de Mavis, mas também a própria natureza dos pokémon pareciam ser ideais para a situação.

Ralts, é...?

Provavelmente, a Enfermeira Joy era um bom começo mesmo. As senhoritas costumavam ouvir todo o tipo de coisa que se passava em suas cidades, então não seria surpresa se a local soubesse de algo. O Centro Pokémon da cidade não estava muito distante, apenas há algumas poucas quadras, e sua grande e característica estrutura podia ser vista mesmo dali.

Kipper e Fang pareciam animados com a ideia. O suposto conto de fadas que ouviram era bastante inspirador. Sabiam que significava bastante para o treinador delas, e era isso apenas bastava. Kipper parecia até mesmo já ver o monstrinho feérico em sua frente, animada, dançando ao vento. Já Fang parecia pensativa, como se estivesse imaginando como encontrariam o monstrinho.

Do lado oposto ao que iam, estava uma grande e gloriosa estrutura. Eram um Contest Hall oficial da região de Hoenn, que usualmente sediavam os tão famosos concursos. Não parecia que haveria um por ali nos próximos tempos, mas o lugar por si só irradiava uma energia. Mas bem, foco. O Centro Pokémon era o destino do trio (quarteto, se considerarmos o ovo que era segurado com todo o cuidado do mundo).

Apesar de o dia estar ótimo para uma caminhada diurna, as ruas não estavam muito movimentadas. A cidade, como um todo, estava bastante pacata. Tanto que, ao adentrarem a estrutura, a normalmente tão ocupada Joy dirigiu toda a sua atenção para o rapaz e seus monstrinhos. — Boa tarde! Em que posso ajudá-los? — perguntou ela gentilmente, acompanhada por uma tranquila Wigglytuff.

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Os Contests realmente faziam parte de um mundo bastante intrigante. Mavis perdia-se momentaneamente em seus pensamentos, recordando-se de uma migo que estaria em Mu Island, participando do evento lá sediado. Aconteceria naquela noite, mas provavelmente muitas pessoas já estavam preparando-se ansiosamente para ele. Diziam que as batalhas no Hall de lá eram épicas.

Contudo, não é isto que nos convém no momento. Onde havíamos parado? Ah sim, no Centro Pokémon. O jovem não demorava a cumprimentar a moça, apresentando a si mesmo, seus pokémon e também sua pergunta. Joy sorriu para os monstrinhos do rapaz, que ouviam tudo atentamente. Então puxou uma mecha de seu belo cabelo rosado, enrolando-a no dedo indicador. Parecia um pouco nervosa.

— Ralts, é? Que coincidência. Realmente, não é fácil de encontrar um andando por aí. A maioria já tem treinadores, e o resto mantém-se escondido... — disse ela, com uma notícia que não parecia lá ser muito boa. Wigglytuff tomou a mão da moça, tentando mostrar que estava junta à enfermeira. Parecia ser um assunto delicado para ela, o que era estranho.

— Ainda assim... Acredito que haja algo semelhante ao que você procura. Há algum tempo, um treinador abandonou um dessa espécie aqui pela região. Encontramos ele ferido e traumatizado, tinha passado por maus bocados. — ele continuou, com certo pesar em sua voz. Era isso, então. Joy estava comovida pela situação do Pokémon, e aparentemente não gostava de lembrar do assunto.

— Tentei tratá-lo da melhor forma possível, mas não estava dando resultados. Resolvemos mandá-lo para um centro de pesquisas especializado, mas enquanto ele estava indo para lá... — a enfermeira travou, estática. Parecia estar segurando para não chorar. — Desculpe... Talvez você possa procurar por Penny. Ela vai conseguir explicar melhor que eu.

Pobre Joy. Como se não bastasse a situação do pokémon em si já ser muito triste, e capaz de tocar os corações mais sentimentais, a moça provavelmente sentia alguma culpa também, por não ter conseguido ajudar Ralts. — Ela costuma ficar no Contest Hall da cidade. Desculpe por não poder ajudar mais... — concluira, tentando mostrar um sorriso fraco. Como Mavis reagiria à este bombardeio de sentenças confusas?

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A motivação de Mavis era realmente impressionante. O jovem treinador estava inspiradíssimo, e mais que determinado a encontrar Ralts. Ainda mais depois de ouvir o início de uma história daquelas, obviamente. Joy conseguiu sorrir e emitir um silencioso “obrigada” enquanto o rapaz saía.

Engraçado pensar que, após ter sua mente vagando brevemente acerca dos Contests, Mavis acabaria precisando ir para um. Motivos totalmente diferentes, é claro, mas mesmo assim. Parecia até mesmo ser uma coincidência estranha do narrador destino.

A bela porta dupla da imensa construção estava semi-aberta, como se o salão estivesse sendo utilizado. Lá, uma voz estridente parecia reclamar das coisas, definitivamente nada feliz. — Eu estou planejando isso há meses e você me diz não agora por que quer ir para Mu?! Não, tudo bem então. Estou muito bem sem você!

Quando Mavis bateu à porta, uma moça de cabelos esverdeados atendeu, com um celular no ouvido. Parecia feliz em vê o rapaz. — Ah, ótimo, você chegou. — então fez uma careta ao celular. — Não, estou falando com o ajudante. Céus, adeus!

E com isso, ela desligou o telefone, tirou uma caderneta do bolso e começou a fazer algumas anotações. — E então? Trouxe a lista de participantes que eu pedi? Um deles acabou de cancelar, então farei algumas mudanças. — tagarelou ela, arrumando a boina sobra sua cabeça.

Certo, parecia haver um engano ali. Mas como que Mavis explicaria isso? Confesso que estou ansioso para ver.

Garota:

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De fato, a jovem emitia uma certa aura de imponência, então “sem jeito” provavelmente é uma boa palavra para descrever aqueles que estão ao lado dela. Ela falava com segurança, como se tivesse certeza do que dizia, e o pior de tudo, não parecia nem um pouco feliz.

Certamente, a notícia de que o rapaz à sua frente não era o ajudante a aborreceram bastante. — Ah, ótimo, só me falta o cara ter ido para Mu Island também! — reclamou ela, visivelmente irritada.

— Sou Penny sim, queridinho. Joy, é? Eu me lembro desse caso. Mas como foi capaz de notar, estou ocupada. — resmungou então, de mal humor. Afinal, o que será que irritava tanto aquela jovem mulher? — Bonito sapo. — disse então, aparentemente como sendo um elogio para Kipper, a quem ela mal olhou.

Mas então a oferta de ajuda pareceu fazer algo surgir dentro dela. — É, eu acho que preciso de uma mãozinha nisso aqui. Se você me ajudar eu conto tudo o que sei, que tal? — ofereceu ela. Adianto que a ajuda não seria pouca, tampouco leve.

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— Perfeito! Vamos lá, então. — disse Penny, finalmente aparentando estar contente com algo. Puxou Mavis pelo braço, arrastando-o Hall adentro. — Eu estou responsável pela organização de um pequeno evento de Contests aqui no Hall. Algo mais tranquilo e principiante, sabe? Mas ninguém quer saber dos novatos. Me colocaram ao mesmo tempo que acontece um evento oficial em Mu Island! — reclamou ela então.

— Espero que um novato chegue lá para roubar todo o brilho também, quem sabe os organizadores não começam a dar mais atenção para eles. — parecia ter terminado a sua queixa. Mavis estava agora no centro do imenso lugar, acima da arena. Era estranho ver um lugar tão grande e belo tão... Vazio.

A decoração era verde, e a maior parte das decorações remetia às flores ou ao natural. Cores bastante vivazes, animadoras. — Eu consegui alguns poucos participantes, mas um deles desistiu de última hora para ir assistir ao evento oficial. — será que era disso que ela reclamava mais cedo, no celular? — Mas bem, por enquanto, preciso que você pegue aquelas caixas e vá tirando as coisas de dentro delas.

Com isso, Penny apontava para algumas caixas na arquibancada. Eram cerca de cinco. — Pode colocar as coisas em cima dos assentos, mesmo. São as decorações de última hora, as premiações dos participantes. Acho que por enquanto é isso. Preciso fazer mais algumas ligações, então sinta-se à vontade.