Ato 07 — Descanso...

Ei, ei, ei. Vamos com calma: essa lunática pretende recriar a partir do zero um experimento que, apesar de ser considerado um sucesso, desbalanceou por completo a escala de poderes existentes no mundo? Claro, é inegável o intelecto dos envolvidos no experimento da criação de Mewtwo em Cinnabar, tal como os seus métodos eram questionáveis; tudo acabou com a mansão ruindo e o clone de Mew à solta por aí.

Contudo, não poderia o louro entregar o disfarce justo agora, huh? Com toda a cautela possível, até mesmo quem o visse de fora pensaria estar tratando com alguém completamente diferente, quiçá sempre julgando-o como um impostor — infiltrado por ordem dos rockets. No fim, Camilla recusou a “oferta” feita pelo kantoniano — fazer tal jogada era uma estratégia interessante ademais, pois passava a imagem de que Nicholas tinha “prestígio” com os criminosos.

— Claro, sem problema. Mas, mais cedo ou mais tarde você se juntará a nós, lembre-se disso — inferiu com certo ar de presunção volteando-o, enquanto a ruiva saía de cena para procurar os oponentes da posterior luta do louro.

O louro jazeu taciturno em seu canto, brincando com a esfera metálica de seu guardião primogênito enquanto aguardava a chegada dos oponentes. Camilla tinha consigo um de seus life orbs sintéticos, entregando-o a Nicholas — estou utilizando de licença poética para não dar mais trabalho ao narrador. Pouco tempo depois, os guardas daquele colossal portão metálico da entrada adentravam ao hall, torcendo o nariz para o kantoniano de imediato.

Um riso presunçoso pincelou os lábios do louro ao fitá-los.

— Não sei porque tão tentando forçar rivalidade comigo se estamos do mesmo lado. Mas, tudo bem, vamos ver até onde vocês conseguem dançar — retrucou o louro no momento em que os guardas materializavam seus monstrinhos: Vigoroth e Lombre. Ora, era uma oportunidade perfeita, apesar dos pesares, de que a recém nascida Clefable ganhasse experiência com um monstrinho mais forte, portanto, por que seu companheiro não deveria ser justamente o mais experiente de Nicholas? — Então, eu irei com esses dois.

O kantoniano arqueou duas esferas bicolores, evocando do apetrecho o feixe alvo de energia para trazer ao mundo externo o lagarto alado e a fada extraterrestre. A primeira coisa de Belle foi se esconder por detrás de Charizard, e este, em vão, tentou grunhir de que estava tudo bem e batalhas eram rotineiras no mundo como um todo.

Nicholas achegava-se de sua dupla com um dos life orbs em mãos — estou utilizando de licença poética para facilitar a vida do narrador e, portanto, recebeu o mesmo das mãos de Camilla antes de a mesma dirigir-se ao seu assento adornado.

— Belle, fica tranquila, lutas acontecem de monte mundo a fora e tá tudo bem. O Droch vai te ajudando aos poucos, tá? — não era como se isso fosse diminuir acentuadamente o nervosismo da feérica, huh? Mas, já era um caminho. O kantoniano então voltou-se ao seu guardião alado. — E quanto a você, protege ela de tudo quanto é golpe porque ela é bem frágil ainda, vai ir melhorando com o tempo só. E não solta isso aqui também; talvez machuque você um pouco, mas vai te deixar bem mais forte. Só confiem em mim.

O ígneo confiava piamente no louro, então apenas assentira; Belle não saía detrás de Balerdroch por nada, contudo, já conseguia pelo menos trocar alguns olhares — mesmo que receosos — com seus oponentes. Assim que sussurrou audível apenas aos dois todas aquelas palavras e instruí-los antes de o embate começar, tornou ao seu lugar de onde comandaria os monstrinhos.

Agora, era hora de ir para cima por completo, huh?

— Vamos acabar logo com isso. Droch, Flamethrower no Vigoroth e depois Air Slash no Lombre. Belle, duplo Minimize — pediu, então, aguardando o movimento dos oponentes.