Era por volta das oito horas da noite em todo o continente de Johto. As estrelas cintilavam claramente, contrastando o céu azul escuro da noite. O tempo estava claro e não havia nenhum sinal de chuva no firmamento. Apenas o som de grilos e coaxar de sapos eram os únicos ruídos que se destacavam em meio ao silêncio da Rota 29. Sentia ser o único ser vivo daquele local, e geralmente nesse horário, criaturas surpreendiam em busca de batalhas ou saques aos treinadores desavisados; para o azar deles, eu sou ligado.
Não havia tanto sentido eu continuar a caminhar pela grama alta em busca de pokémons durante esse horário. Eu saí para ver se algum Pokémon do tipo noturno ou dos demais tipos que entram em atividade no crepúsculo que fosse fascinante aos meus olhos; até agora, nada. Por mim, até prosseguiria a busca por alguma criatura, entretanto, meu corpo contradizia a minha vontade. Meus olhos fechavam, tentando submeter-me a um longo sono e meu corpo parecia atenuar a ponto de estatelar-se contra a gramínea.
Resolvi parar um pouco por ali. Meu braço direito repousou sobre o braço direito de meu violão, posicionando a mão canhota sobre as casas e a outra pronta para dedilhar as coras do instrumento. Com um pouco de dificuldade, arqueei a Pokéball de Cyndaquil, chamando-a para fora. Um clarão repentino se estabeleceu por pouco tempo na escura e quieta Rota 29, revelando o pequeno inicial que saía num grunhido exultante.
Cyndaquil olhou ao seu redor, percebendo apenas a minha presença e sentiu-se um pouco ameaçada. Utilizou um pouco de sua força, acendendo as chamas de suas costas, proporcionando a luz para nós dois. Sorri para ele agradecendo por tal feito, sendo retribuído por mais um grunhido jovial do pequeno rato.
Antes de tocar a música, gostaria de estabelecer uma conversa melhor com Cyndaquil, encarando a sua face inexperiente nesse mundo, começando então a falar para o Pokémon que ouvia a minha voz atentamente.
—
Cyndaquil, acho que já nos conhecemos por muito tempo, então creio que a apresentação é dispensável. Mas enfim, agora, estamos não mais no laboratório, por isso fique alerta; aqui, tanto pode ser forte quanto ser fraco. A partir de hoje, somos uma equipe, e um é essencial para o outro. Entendeu? — ela assentiu. —
Eu estava pensando em lhe dar um apelido. O que acha de... hum... Ann?Assentiu novamente, levantando seus curtos braços num grito eufórico. Ela pareceu gostar. Soltei um leve sorriso para ela. Senti que apenas ao sair do laboratório, amadurecera um pouco, e isso é muito bom.
—
Ainda bem que gostou. Agora, se não se importa, gostaria de cantar um pouco, ok?Balançou a sua cabeça empolgada. Ainda no laboratório, quando nos conhecemos foi por causa dela ter me ouvido cantar, então, criamos esse infindo elo que hoje nos tornou parceiros. Seus pequenos braços se debatiam eufórica esperando apenas o som do violão chegar aos seus ouvidos. Soltei uma breve gargalhada, escorregando meus dedos sobre as coras, verificando que estavam afinadas.
Então, comecei a tocar e cantar uma música que me trazia ótimas lembranças e que era uma das minhas prediletas. Tal música lembrava-me de Dianna, a garota que estava em Kanto, mas meu pensamento fazia-me achegar de sua pessoa. Enquanto cantava e tocava, sentia os olhos de Ann brilhar olhando para mim. Seu corpo tacanho ia de um lado para o outro com o ritmo da música. Coincidentemente, Dianna também gostava desse som, o que me trazia ainda memórias ainda mais felizes do tempo em que estivemos juntos.
Ficamos ali, esperando para que o sono viesse e fôssemos dormir para poder aproveitar melhor o dia seguinte com treinos e capturas. Ainda não tinha em mente quem queria em minha equipe, deixaria para sentir apenas no calor no momento. Em respeito disso, Oak disse em um de seus programas de rádio que é o Pokémon quem escolhe seu tutor; por isso, não havia premeditado antes – por ser tão fiel a esses ensinamentos que Elm enfatizou enquanto me ensinava sobre os efeitos do mundo Pokémon.
CONSIDERAÇÕES [OFF]. :
E aí, narrador, tudo certo? Primeiramente, que tenhamos uma rota legal e que nos divirtamos enquanto a narramos. Agora, gostaria que adicionasse tais informações ao Box a respeito de minha Cyndaquil.
Altura/Peso: 0,45 metros e 6 quilos.
Particularidade: Seu nariz é um pouco mais delgado em relação aos demais de sua espécie, e suas narinas maiores, proporcionando-lhe um melhor faro.
Personalidade: Ann é um Pokémon muito dócil, nunca tendo um histórico de crises histéricas. Sempre mostrou um temperamento muito calmo com todos, lembrando a personalidade de seu treinador em certos pontos. Cyndaquil também é um companheiro muito fiel àqueles cujo possui amizade e cria laços muito facilmente com qualquer ser de qualquer espécie. Não é muito fã de batalhas, mas sempre esforça-se em prol daquele que a comanda para que fique feliz – já que preocupa-se mais com terceiros do que com seu ego.
Ann destaca-se por possuir um senso de justiça aguçado. Sempre busca fazer o certo independente das circunstâncias. Vale ressaltar que ela é um Pokémon muito piedoso, não gostando nem ao menos de acertar um ataque, pois isso lhe corta o coração – mas o faz sempre que seu treinador lhe pede, pois em sua mente, a vontade dele sobressai-se pela sua.
Último Cruzamento: