#001 Believe in Hope!

Piscava uma, duas vezes, olhava sem rumo para Treecko que era acertada em cheio e recuava passos para trás seu cansaço já era evidente, diferente de Rox que por mais que estivesse presa e tendo suas energias sugadas por raízes se permanecia inerte, sem expressar uma única feição, sua raiva estava controlada diferente da minha, meus lábios pareciam pegar fogo e minha língua ardia parecia que quem iria soltar brasas ali era eu.

Fechava os punhos e continuava a observar a Pokémon e ouvia as palavras de Luigi. Ele tinha razão. Abaixei a cabeça por alguns segundos pensando no que diz, eu estava mesmo fazendo certo? - Tem razão Luigi, eu acho que fiz tempestade a toa. Rox me fitava rapidamente e voltava a olhar para Treecko que parecia aguardar mais algum movimento. - Rox, use Ember mais duas vezes. Eu não tinha muito o que fazer, afinal Rox não sabia muito movimentos ainda. Abria minha mochila e pegava um frasco com um líquido arroxeado era as poções que treinadores usavam em batalha para recuperar seus Pokémon's, como aquela Treecko era um pouco forte estava pronto para usa-lá a qualquer momento.

Acabou. E não consegui trazer a justiça ao falecido. Rox, após ganhar a batalha corria até mim. Abri os braços e a raposa usando seu impulso nas patas traseiras pulava em meu colo, a mesma estava feliz por ter ganho a batalha, mas triste pela perca do amigo.

Abraçava Rox com força, e olhava para Luigi, acenava positivamente com a cabeça o agradecendo. Pouco tempo depois, um choro alto se iniciava. - Pichu?! Girava meus calcanhares e olhava para trás, na expectativa que o mesmo estivesse vivo, só que não estava. Um companheiro da mesma espécie segurava seu corpo, seus pequenos e lentos passos vinham até em minha direção.  Seus olhos estavam trêmulos e cheios de lágrimas, suas mãos estavam afundadas nas faixas ensanguentadas, o pequeno tentava entender a situação. - Me desculpe, eu tentei. Tentei mesmo, mas ele salvou nossa vida. Ajoelhava-me e estendi minha mão, meus olhos ficavam cheios de lágrimas novamente, com minhas mãos tentava acalmar o ratinho.

Suspirava, eu já estava ficando sem forças o dia mal começava e já sentia uma sensação de fadiga bater em meu corpo, colocava as mãos em minhas costas e fazia um breve alongamento. Em seguida, me aproximava ainda mais um pouco e fazia um agachamento, reparando suas feições. Ambos eram bastante parecidos, tirando a coloração do que estava vivo que era um pouco mais esbranquiçada, especialmente as bochechas, havia um desenho em formato de raio na orelha direita, o que me fez questionar se tinha algum parentesco.

- Hey amigo, venha cá. Levemente aproveitava o estado do Pichu e o tentava erguer no colo, iria ajudar aquele. - Não fique assim, acontece sabe? As melhores criaturas e pessoas sempre vão embora mais cedo e nem se despedem. Após aquelas falhas e roucas palavras meus lábios tremeram e se lembrou do momento do alagamento de Slateport anos atrás, a correria dos pais em busca de um abrigo, ambos falando que iam buscar ajuda...nunca mais voltaram com vida. - Se quiser...eu posso te oferecer companhia até você se sentir melhor. Olhava brevemente para Luigi tentando buscar alguma solução, falava por meios de sussurros se não deveríamos fazer um funeral digno do falecido herói.

Coçava minha cabeça e bocejava um pouco, estava com toda certeza exausto, mas eu não poderia deixar tudo a perder agora. Olhava para o Pichu sobrevivente, suas lágrimas estavam secando e em seu ato de desespero corria até meu corpo se pregando ao mesmo, não se incomodava com o odor de sangue preso em minha camisa, nem nada disso só queria alguém para ficar, e parecia que este era eu.

Queria estar feliz com aquilo, mas não estava, o outro precisou morrer...mas isso era um pouco egoísta, talvez. Se eu tivesse capturado o outro Pichu, talvez o de agora estivesse morto, realmente estava em um beco sem saída. - Já que você insiste. Rox, lambia a bochecha do Pichu o já reconhecendo como novo amigo de aventura. Pegava uma esfera bicolor que estava em seu tamanho mínimo e a ampliava, ao amplia-lá levemente encostava sua ponta flexível em sua testa e em um passe de mágica um feixe de luz rubro saia de tal esfera, absorvendo a criatura para dentro da mesma.

Enquanto a esfera começava a tremer, olhava para Luigi e acenava com a cabeça. - Por favor, vamos logo.