Um novo capítulo.

O lago além de pequeno, não era profundo, então o Horsea de Chronno não teve problema em procurar por toda a sua extensão, não encontrando nada de interessante. Não demorou nem cinco minutos para Koshiro colocar a cabeça para fora d’água e fazer um sinal negativo com a mesma. Enquanto isso Gligar procurava pelo ar na região próxima, e assim como o Pokémon d’água, o tipo voador não trouxe notícias melhores para Chronno.

Alguma coisa tinha acontecido naquela clareira, mas o treinador ainda não conseguia tirar as suas conclusões. Andando em volta do lago pensativo, Chronno tropeçou em um tronco? Quase caindo ele se virou para ver onde tinha batido o dedão, e observando de perto, o monotreinador pode ver que se tratava da cauda verde de uma grande criatura. Seja lá quem era o dono daquela cauda, esse se escondia embaixo de vários galhos tomados por folhas, como se fosse um arbusto natural da paisagem. A camuflagem era tão boa que Chronno jamais perceberia o animal se não fosse pela a ponta de sua cauda que estava para fora do esconderijo. Seria esse o Pokémon que Chronno procurava?

Com sua Pokedex em mãos, Chronno descobriu que o Pokémon se tratava de um Dragonite, um Pokémon raríssimo, não somente por sua espécie como também por sua cor diferenciada. A criatura era do tipo Dragão voador. Lem tinha dito a verdade.

Chronno começou a tirar as folhas que escondia a criatura, e essa continuou imóvel. Mais e mais galhos e folhas foram sendo tirados até que o treinador começou a ver o corpo gigantesco de Dragonite, e para a sua surpresa, o Pokémon tremia ainda deitado.

Quando Chronno tocou Dragonite foi o momento mais crítico do encontro dos dois. O Pokémon deu um salto de medo e saiu correndo para atrás de uma árvore que só escondia uma pequena parte de seu corpo. Aquele Dragonite parecia estar morrendo de medo do monotrinador, mas permaneceu afastado de Chronno se escondendo muito mal pelo tronco de árvore.

- Draaaaaaaa!

Respondeu a criatura pedindo para ele se afastar. O Pokémon estava visivelmente “surrado”, era como se ele tivesse acabado de sair de uma batalha Pokémon muito severa. Mas o que realmente chamou a atenção do treinador, foi a asa direita de Dragonite. Ela estava quebrada e por isso ele não saia voando. O que o treinador poderia fazer para ganhar a confiança do animal? E o que deveria ter acontecido para ele estar tão ferido? Essas eram perguntas que Chronno deveria descobrir.

Quando Chronno liberou Koshiro da Pokébola, Dragonite tremeu igual vara verde se assustando com o pequeno Pokémon. O gigante era extremamente medroso. Koshiro se aproximou para argumentar com o dragão, e a criatura verde pareceu ouvi-lo, ainda tremia, mas pelo menos não fugiu. Após um período de indecisão, Dragonite pareceu confiar em Chronno, ele abaixou a cabeça e esfregou a mesma em Horsea, mostrando que confiava no pequeno tipo água.

A confiança parecia ter sido conquistada, mas o grande Pokémon não fez questão de se mexer, ele não parecia querer deixar aquela clareira.

O Pokémon apesar de ainda olhar desconfiado para Chronno, estava se acostumando com a presença do treinador. Ele já não tremia e sorria enquanto conversava com Horsea. O pequeno tipo água provavelmente falava sobre Chronno, pois Dragonite de hora em hora levantava a cabeça para olhar o treinador, como se avaliasse as informações como verdadeira.

O Monotreinador agora tentava uma nova abordagem e Dragonite parou para ouvi-lo. Quando escutou sobre Johto, balançou a cabeça negativamente e para a última pergunta. Liberou um som lamuriante, como uma sinfonia triste e sofrida.

Dragonite se virou para ver a sua asa quebrada e voltou a soltar o seu som sofrido, era triste ver uma criatura voadora presa ao chão. O Pokémon então começou a lamber suas feridas. Na pata direita, Chronno era capaz de ver a marca de uma ferida, provavelmente criada devido a uma argola que estava presa ali anteriormente.  

Gligar continuava a voar de galho em galho, dando voltas no lago central da clareira, vigiando como um sentinela, pronto para alertar o seu treinador em qualquer sinal de aproximação, mas não parecia ter ninguém por perto no momento.