Oldale Town!

A fala de Yui fora bastante delicada e sensível, pensara não só de forma empática, como também responsável. O decorrer dos fatos acalmara sim as crianças, porém a moça mais birrenta não desfizera o bico nem o cruzar de braços, continuara com a pose fechada, como quem não iria ceder. Os outros dois não ligara; por mais que demoraram tomar a tal decisão sobre passar a mão no Vanilitte, ao fim fizeram e gostaram!

A mistura entre medo e curiosidade deixaram os três pequeninos transtornados, mas dois deles conseguiram superar. O primeiro toque fora suficiente para relaxar, o segundo para acostumar e o segundo para gostar. Do quarto toque em diante, tudo que rolara era baseado em prazer, alegria e uma boa relação. A garota para frente ainda mantinha o bico, porém fora adicionado um sentimento novo a mistura de medo e curiosidade; o ciúmes. Seus dois amigos já não estavam mais do seu lado, estava comprando uma briga sozinha, sendo assim, relaxou a pose a aceitou a derrota, passando a mão na pele macia e úmida do pokemon gela. De início achara a sensação estranha, mas depois de tocar, sentir, explorar, vira que nada de mal iria acontecer com aquela criaturinha ali.

Yui havia ganhando a primeira batalha, e de forma magnífica! Fora ela mesma que criou o problemas? Sem dúvidas, mas ela mesma se propôs a resolver. O segundo - mas não tão grande - problema era o espirrar de algumas crianças que se mantiveram. Claro que baixa-imunidade não era responsabilidade de Yui, mas era bom que fizesse algo a respeito. Marcos, tomando frente nesta briga, pensou em ir na horta colher algumas ervas assim que Yui terminasse a conversa com as três crianças medrosas.

A menina resolvera deixar a turma sob jurisdição do seu pequeno pokemon sorvete, mas que ideia maluca tivera, esperamos que dê certo! Marcos não confiara tanto nisso, pensara em deixar Yuki lá com os pequenos enquanto ele ia procurar as ervas, mas já que a garota decidira isso, assim deixou ficar. Saíram da sala e se depararam com o corredor vazio, a treinadora fizera uma pergunta e a tão esperada resposta não apareceu, o carteiro apenas abaixou a cabeça e disso:
- Também não faço ideia. Não sei nem se existe uma - Explicou - Mas se existir, ela provavelmente está pelo pátio. Vamos lá?

Assim, o homem tomou frente, com passadas apressadas, em direção ao pátio; reto ao fim do estabelecimento, era isso que a moça de outrora avisou.

Tendo uma ideia bastante engenhosa, liberou Wumpler que, em um lugar pequeno como aquele, não parecia ter problemas em encontrar algumas ervas bem cheirosas. Caminhou a frente e fora exatamente onde Marcos disse que deveriam ir, porém agora foram com muito mais segurança! O carteiro então admirado com a utilidade do inseto, lhe agradeceu e também agradeceu Yui, que se mostrara prontificada para qualquer trabalho:
- Deixei isso comigo daqui pra frente, vou pegar o que me for útil e vou para a cozinha usar o mel e a água! - Falando isso, indicou para que Yui voltasse logo para a sala e não a deixasse sozinha por muito tempo.

Com vários temperos ótimos para cozinha, o carteiro teve que se contentar em apenas ervas e caules medicinais; quebrara um pedaço do gengibre, catara algumas hortelãs, pegara um dente de alho, uma laranja pela vitamina C e, para dar um gosto bom, erva doce e camomila! Eram tantos ingredientes que mal sabia que gosto aquilo daria.
Agora o homem se encaminhava para a cozinha, enquanto certificava-se de que Yui já havia ido para a sala cuidar das crianças.

Abrira a porta e encontrara uma situação um pouco esquisita; um embate existente e um clima pesado. O que diabos aconteceu? Ao que tudo indicava, Yui chegara no momento certo; seu adianto de vida a proporcionara uma volta rápida, visualizando a catarse antes que o pior acontecesse.

Ao que tudo indicava, enquanto brincavam, algumas crianças se afobaram demais e resolveram morder Vanilitte, por se parecer muito com um sorvete; o pokemon ficou magoado e desorientado; não chegara a ficar afoito, mas perdera um pouco a noção da situação e fora para o canto, entristecido. Neste meio tempo as crianças que tanto estavam se divertindo com o pokemon gelado, resolveram defendê-lo, brigando com o menino que o mordeu.
Quando Yui chegou, uma rodinha se formava em volta da criança-mordedora, onde alguns o culpavam e o mandavam pedir desculpas, outros, só choravam pelo amigo que havia se afastado e, outros, por fim, riam da situação da mordida. O garoto ao centro ficara extremamente agressivo e magoado, estava a ponto de explodir em um choro manhoso e sair empurrando todos, mas exatamente neste ponto Yui chegou.

As crianças viram a presença da professora substituta e estremeceram; sabiam que o que estavam fazendo era errado e que deviam parar, mas ao mesmo tempo, a situação estava tão caótica que demoraram um pouco para aceitarem a ordem. Depois de um tempo enfim sentaram, no chão mesmo, e deram vez de fala a Yui.

A moça começou um discurso com palavras simples, mas que ao mesmo tempo, prendia a atenção das crianças; sua fala era de alguém que ensinava crianças mas, ao mesmo tempo, era riquíssima em informações que eles só entenderiam quando crescessem. Deixou a voz da experiência falar e deu alguns exemplos. Fez algumas perguntas retóricas e, sem espera resposta, completou seu discurso dizendo que o menino e Vanilitte já estavam bem, e não eram para continuar aquela confusão.

As crianças que choravam se sentiram felizes pelo elogio, e as que riram culpadas, mas não em um aspecto ruim, a culpa também é um sentimento que unifica o grupo, diz sobre um arrependimento e uma empatia; sentiram-se mal e se colocaram no lugar do outro e viram que não estavam fazendo a coisa certa, desta forma, um silêncio tomou conta da sala, todos ali estavam mudos e sem coragem de falar, então quem quebrou o silêncio fora o mordedor:
- Me desculpa... sorvetinho? - Pediu ao pokemon congelado.