2 - A rota dos Electrikes

Iris levantara cedo para deixar Slateport, conseguira sair de lá após perguntar diversas vezes para as pessoas que moravam naquele labirinto de ruas que era a cidade. Havia chegado ainda cedo na rota, lá pelas 7:30, ou algo assim, não tinha muito certeza, mas o sol indicava isso. Estava lá por puro capricho do destino, havia perguntado a rota mais próxima e foi para onde indicaram, se sentia bem, gostava de estar sem rumo, além do mais seus objetivos por hora podiam ser alcançados em quase qualquer lugar.

A garota caminhava devagar com Adália, que estava ao seu lado discursando feliz em sua própria língua, a treinadora ouvia com atenção o pokemon, o cubone parecia tão feliz e animado, como que empolgado com a aventura. Iris se deixava contagiar pelo monstrinho, quando estava com ela sentia que tudo daria certo. Depois de Adália terminar de falar a treinadora quem começou:

-Ada, acho que a gente devia procurar novos companheiros, que acha? - o cubone respondeu com animação e a treinadora continuou - Parece um bom plano, só não sei bem o que fazer se eles não quiserem ir com a gente, acho que a gente tem que torcer pra eles quererem. Será que tem como saber isso durante a luta? Bom, acho que primeiro nós temos que procurar por algum pokemon.

A treinadora olhava para os lados em busca de algum sinal de um pokemon selvagem. Gostava da ideia de novos amigos. Nem tinha achado nada e já torcia muito para ele querer viajar junto com as duas. Se não, bom, teria que soltá-lo provavelmente. Ainda tinha esperanças, podia também nem capturá-lo e aí seria um treino para Adália, elas também precisavam ficar fortes afinal.

Treinadora e pokemon andavam lado a lado, subindo a rota, haviam indícios de pokemons por toda parte, Iris estava feliz, o caminho, a liberdade de andar sem rumo, as perspectivas, mesmo que não pudesse se tornar ranger por agora havia muito o que fazer, ela nunca tinha precisado de uma organização, não seria isso que a impediria de ajudar aos outros.

As duas andaram por um tempo até que ouviram um barulho alto, parecendo um grito. soou pela rota. Iris olhou para Adália e o pokemon pulou em seus braços, ela então correu com o cubone no colo em direção ao som.

Mil coisas passavam na mente da garota. Ela não sabia dizer o que estava acontecendo, se chegaria a tempo, não sabia sequer se aquele grito era um pokemon ou uma pessoa. Sabia só que precisava ter certeza de que estava tudo bem, se não precisava estar lá para ajudar. Corria desesperadamente, se perguntava se de costas, correndo, ela parecia com sua mãe quando esta corria em direção as chamas.

Torcia pelo melhor, mas estava preparada para o pior

Iris chegou perto da ciclovia, colocou Adália no chão e foi dar uma boa olhada no que estava acontecendo. Não havia muitas pessoas por perto, ainda era muito cedo. Iris viu a garota caída, ao lado de uma bicilceta ligeiramente amassada. Concluiu que a moça devia ter caído e se machucado, ela estava desacordada.

A treinadora chegou perto, reparou em seus cabelos loiros, se perguntava se ela estava bem, estava cada vez mais perto, colocou uma mão nas costas da menina desacordada, a outra perto do nariz, viu que ela estava respirando. Sentiu um alívio passageiro.

Pousou a mão no ombro da garota, balançou-a bem de leve, com medo de piorar um possível machucado. Falava calmamente, o que contrastava com a força que seu coração batia, tanto pela corrida como pela situação. Dizia que tudo ficaria bem e torcia para ela acordar. Olhou a volta outra vez e finalmente reparou na casa ali perto. Se ela não acordasse a levaria para lá e veria se havia alguém na casa para ajudar.

A garota continuava desacordada, não havia ninguém na casa, se perguntava que lugar era aquele, se devia tentar invadi-la, achava que Adália poderia abrir a porta com força. Podia talvez tentar entrar por uma janela e quem sabe abrir por dentro.

Ouviu os grunhidos do seu pokemon, sabia que algo estava errado, ela apontava para a cabeça da menina no chão, de onde estava a treinadora não conseguia ver o que era. Ela então correu para perto da menina.

Iris passava em sua mente as opções que conseguira pensar. Invadir a casa, o que não parecia a melhor das ideias, pegar a bicicleta da garota para buscar ajuda, mas não queria deixá-la sozinha, tinha medo do que poderia acontecer com ela nesse meio tempo, poderia esperar com ela, tentar acordá-la jogando um pouco de água no rosto.

A treinadora foi para o lado do cubone, para ver exatamente o que Adália estava apontando. Iris agachou do lado e deu uma boa olhada. Decidiria o que fazer assim que soubesse exatamente o que havia de errado.

Iris se assustou, a garota provavelmente estava envenenada. Reviu as opções que tinha até então, nenhuma delas a preparava para envenenamento, nenhuma delas ajudaria a menina desacordada. A treinadora olhou o lugar e seus olhos pousaram na bicicleta. Teve uma ideia, que talvez não funcionasse, mas não tinha muitas opções, se desse certo seria sua chance.

Olhou para Adália e disse que ela teria que voltar para a pokebola por hora. O pokemon aceitou, não sabia o que estava acontecendo mas confiava na treinadora. Ela guardou a esfera com sua amiga dentro e foi até a garota desacordada. Pegou uma corda comprida na mochila e amarrou a garota em suas costas, como se fizesse cavalinho com ela.

Achava cada vez sua ideia mais estranha, mas não parou, tempo era essencial para ajudar a menina, com ela nas costas a treinadora foi até a bicicleta, subiu na garupa e então foi até a ciclovia, assim seria bem mais rápido do que correr. Iria para a cidade mais próxima, lá provavelmente haveriam médicos para ajudá-la