2 - A rota dos Electrikes

Iris olhava feliz a garota, pouco a pouco, conforme passava o tempo, os sintomas do veneno iam desaparecendo. Também ficava feliz com as pecha berry na mochila, por hora não teria tanta preocupação com veneno, o que era bom, afinal parecia haver muitos pokemons venenosos pela rota.

Adália aceitou o carinho da garota, o cubone estava de bom humor depois de vencer mais uma batalha, se sentia importante e capaz, achava incrível poder proteger os outros. Sonhava com isso à tanto tempo.

-Não estamos indo para lugar nenhum. A gente veio treinar e conseguir companheiros para a jornada, mas não temos destino não. Cê vai pra onde?

As duas seguiram a garota até a ciclovia. Iris andava devagar pelo cansaço e Adália a acompanhava dando pulinhos, olhava para os lados também, como um segurança. A treinadora se perguntava o que faria agora, mas não tinha a menor ideia.

Iris olhou bem a garota, ela poderia sair facilmente da rota com ajuda dela. Ou pelo menos chegar ao final da rota sem muito esforço. Ela estava cansada e a ideia era tentadora, mas quando pensava no que teria perdido se tivesse andando pela ciclovia desde o começo sentia um calafrio, a garota à sua frente não estaria ali agora.

É verdade também que haveria muita gente para ser ajudada na cidade, mas imaginava que as pessoas na floresta talvez estivessem em situações mais críticas, sem falar na possibilidade de ninguém mais passar por ali e ajudá-las. Apesar do cansaço não poderia aceitar aquilo, não por hora.

-Acho que eu vou ficar pela floresta, quem sabe não acho mais gente precisando de ajuda. Talvez companheiros novos. Podemos treinar também. Ainda tenho bastante coisa para fazer aqui - sorriu - Obrigado, Mila. Boa viagem.

A treinadora e seu cubone foram então de volta para a floresta, ficariam deitados perto da entrada da ciclovia até descansarem um pouco e depois voltariam à caminhar em busca de novos companheiros. Sempre a procura também de quem precisasse da ajuda deles.

O dia estava quente, mas o vento passava tornando tudo mais agradável. A floresta exalava vida, podiam ouvir pokemons por toda parte. Iris aproveitava o caminho enquanto andava, era agradável estar ali, parecia que o esforço todo da manhã havia sido carregado calmamente.

Quando chegaram na clareira a garota ficou encantada. Lá era inesperadamente silencioso, parecia até outra dimensão. Achou que seria um bom lugar para sentar e almoçar junto com Adália, foi pegar sua mochila quando viu uma fruta se mexendo. A treinadora olhava aquilo atentamente, o que poderia ser? Acenou para Adália dar uma olhada também.

-O que você acha que é, garota?

Iris quase não piscava, encarava a frutinha na esperança de obter respostas. Imaginou que talvez fosse um pokemon, como era estranho conhecer tão poucas espécies da região. Se aproximava devagar, tentando evitar um ataque inesperado, queria acima de tudo dar uma olhada no monstrinho. Adália seguia, preparada para a luta.

Iris, que olhava bem o pokemon com certo receio de ser algo como o seviper que a atacara a pouco tempo, ficou maravilhada com a sementinha que havia achado. Ele não só não atacou como estava pulando feliz à sua volta. A garota sorria enquanto ele rodeava as duas.

Adália por outro lado não estava tão feliz, o cubone não entendia o que estava acontecendo, ela olhava confusa para a sementinha pulando. O pokemon observava tudo atentamente, mas já não exibia uma posição de ataque, uma vez que sua treinadora parecia feliz com a situação.

Iris abaixou lentamente para ficar no nível do pokemon selvagem, ele era tão bonitinho. Tentava não assustá-lo, ele parecia tão felizinho de estar ali, a garota sorria e ficou agachada com os braços cruzados.

-Oi, pequenininho. Como você tá? - e estendeu a mão calmamente em direção à sementinha.

Iris ria a cada movimento do pequeno pokemon, principalmente quando ele corria e cutucava sua mão, achava estranho o toque da casca dele, era algo novo para a treinadora, não havia nada parecido em sua região. Adália por outro lado não estava tão feliz com o pequenino, achava que ele não ia muito com a cara dela e isso a irritava.

Quando a sementinha saiu correndo a garota ficou triste por um instante, até que ele parou e indicou para ser seguido. O cubone não se mexeu a princípio, só quando Iris a chamou que ele começou a andar. Já a treinadora foi atrás quase que imediatamente quando o pokemon a chamou.

Ambas andavam atrás do pokemon, Iris desviava de vez em quando de alguns galhos mais baixos, andava também com cuidado para não tropeçar nos galhos, Adália tinha alguns problemas para andar por lá com suas perninhas curtas e a falta de costume com as florestas. Ambas se perguntavam onde o pokemon as levava, a garota com expectativa e o cubone com ligeira apreensão.