Ao fim de sua longa caminhada, o jovem treinador começava a perceber gradualmente a cena que o esperava no local de seu destino. O que primeiramente eram apenas silhuetas distantes na visão do garoto, logo foram sendo reconhecidas como pessoas bem definidas e, por fim, foi possível ver a verdadeira face da cena que ocorria em frente àquele simples casa verde: uma tristeza profunda, em meio a um clima de vazio incontestável.
"O que... está acontecendo aqui?" -Indagava em seus pensamentos- "Essa é Érica chorando na calçada?!? Mas o que...?"
Não sabia o que encontraria se buscasse saber mais a fundo sobre o que acontecia, mas com certeza não poderia ser nada que fosse se sentir confortável em saber. Já estando ali, Anthony sentia que sua única opção era continuar em frente e falar com a garota que estava em prantos na beirada da rua, apesar de se sentir extremamente desconfortável e deslocado, como se fosse um fator que a muito não deveria estar ali. Era como se cada um de seus passos pesasse uma tonelada, carregando consigo um medo do que encontraria.
Ao chegar próximo às duas figuras, era perceptível que elas nem reparavam em sua presença ali ou, no mínimo, não se importavam o suficiente no momento para lhe lançar um mero olhar. Por falar nisso, quem era aquele homem de expressão vazia que encarava o asfalto da rua? Pelo que podia entender, deveria estar num estado de choque tão grande quanto Érica, apenas reagindo de uma forma diferente.
"Eu... deveria falar com eles?" -Anthony era inexperiente com tais situações, mas muito empático- "Não vai ser nada fácil, mas... Depois de tudo que passamos, Érica já é uma amiga, não posso simplesmente deixá-la assim."
Considerando a maneira com a qual as pessoas naquele local ignoravam completamente sua existência ali, o treinador sentia que se quisesse poderia virar as costas e fingir que sequer havia visto aquela cena sem que eles sequer se tocassem que ele esteve lá. Sabia, porém, que aquela realmente não era a ação certa a se tomar e, de alguma maneira, com uma coragem que ele sequer sabia de onde vinha, sentou-se ao lado de Érica e apenas ficou lá enquanto as lágrimas e soluços eram colocados pra fora continuamente. Em uma das pausas que ela viesse a inevitavelmente fazer em seu choro, o jovem dizia:
-Érica... O que aconteceu por aqui?
Não disse muito, e tentou ser o mais suave possível em sua voz, visando trazer a maior quantia possível de conforto mesmo em meio a uma situação daquelas. Seu papel ali, mais importante que entender completamente o que lhe rodeava, era de acalmar e confortar a amiga, seja lá qual fosse o motivo de sua aflição, e por isso tentava se mostrar disponível para ela mesmo caso precisasse apenas de um ombro para derramar mais lágrimas.
Apesar de não ter certeza do que acontecera em sua ausência, o jovem voltava a pensar no que havia se metido, e em como as coisas provavelmente haviam conseguido mudar para algo ainda pior apesar de todos os seus esforços para consertar as confusões do dia. Seja lá o que estivesse ocorrendo, muito possivelmente significava que o fim daquela história ainda estava distante de chegar. Ou pior, talvez houvesse chegado cedo demais...
OFF :
Nossa, a ambientação nesse post foi muito boa, sério, tenho que parabenizar mesmo! kkkkkk
De qualquer modo, oh céus, lá vem história triste ;-;
De qualquer modo, oh céus, lá vem história triste ;-;