Capitulo 10 - Caçadores de Insetos

Man-Eater Bugs

Agora a dupla de treinadores se encontravam de frente para a pilha de escombros, prontos para subir, quando Nagisa notou a presença do Psyduck tentando fazer o mesmo caminho que pretendiam subir e o pegou no colo, perguntando o que havia de errado, mas a única resposta obtida do Pokémon era uma interjeição bastante neutra, juntamente de uma deslocada de cabeça na direção do ombro — Psy...ãnh?— Mas enfim... Allan e Nagisa passaram a combinar como subir. O menino de Kanto subiria com a maleta encontrada e sua própria mochila, deixando Sewaddle aos cuidados de Thor, que partiria por conta própria. Já Nagisa ainda pensava em levar o patinho encontrado, mas foi interceptado por Allan que questionou se o Pokémon não estava junto do homem que mantiveram presos.

— Psy... ãhn ãhn! — Foi a única resposta que Psyduck deu para Nagisa, colocando as duas mãos na cabeça e sacudindo-a para os lados. Não era possível saber se ele entendeu a pergunta, mas era uma resposta próxima de um "não" e isso foi o suficiente para o loiro levá-lo até o segundo andar. Com certo esforço todos conseguiram subir, sendo Thor o mais rápido, seguido de Allan e por fim, Nagisa. Dali eles conseguiam ver o primeiro andar muito bem e não havia sinais de inundação ou qualquer movimentação estranha. Entretanto, ficar muito próximo da beirada do piso quebrado não era uma boa ideia.

Olhando para o outro lado havia a tão famosa árvore, bastante verde, com folhas bem escuras e vinhas penduradas por todos os galhos. Sua copa se estendia quase até fora do subsolo e subir não seria uma tarefa fácil. Simplesmente subir na maleta não era o suficiente para alcançar o primeiro galho que devia ter "dois Allan de altura". — Olha ali Allan! Tem duas frutas daquele lado, uma bem aqui no meio e uma grandona mais alta ali. Acho que se eu te der uma força você sobe no meu ombro e alcança. Ou vice-versa. O que acha? — Questionou o rapaz de Sinnoh após colocar Psyduck no chão e apontar as frutas na árvore.

Já sobre a escada que os levaria até a saída, o treinador de Kanto poderia notar que se fossem colocadas mais três blocos no espaço onde ela havia sido quebrada, poderiam subir. Entretanto, só haviam dois blocos com tamanhos compatíveis por ali e o terceiro teria que ser arrancado da própria estrutura das paredes. Uma jogada perigosa... Inclusive, por falar em perigo, utilizar Dragoon naquele segundo lugar seria extremamente arriscado, alterando um pouco as previsões que o rapaz havia feito. Diante disso tudo, o que Allan faria? ◄

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— Psy... ãy! — Dizia o Psyduck ao ser carregado ladeira acima por Nagisa, olhando o garoto e Allan com os olhos arregalados de sempre durante todo o trajeto. Ao ser colado no chão entretanto, ele rapidamente se afastou para explorar o novo local, colocando as duas mãos na cabeça. Certamente o ar de "templo perdido" daquele andar lhe chamava a atenção e a umidade era suficiente para deixá-lo agradável. Nesse instante, Nagisa e Allan discutiam sobre como alcançar as frutas nas árvores, chegando a um consenso sobre Nagisa ser o apoio quando o rapaz de Kanto disse que o loiro era desastrado demais para subir, um fato incontestável.

Agora que o plano havia sido traçado, os dois rapazes iniciaram a ação. Allan subiu nas mãos de Nagisa e depois no seu ombro, apoiando as duas mãos no galho mais baixo, fazendo forças para subir. O rapaz de Sinnoh então o empurrou pelos pés, ajudando na escalada, até que o corpo inteiro do primeiro estivesse sobre o galho — Boa Allan! Agora você consegue ir de galho em galho, certo? Eu vou ficar esperando você terminar para te ajudar a descer, ok? — Comentou o amigo, recostando-se sobre o tronco da árvore e sentando-se para um breve descanso. Já Allan, conseguiu recolher, uma a uma, todas as frutas e guardou-as na sua bolsa, deixando para averiguá-las depois. As frutas eram um tanto arredondadas, com toques alaranjados aqui e acolá, parecendo ser divididas em pequenos gomos.


Com as frutas em mãos, restava a Allan averiguar o estado da escada para o topo e o que podiam fazer para consertá-la e subir. Como havia notado antes, haviam dois grandes blocos de concreto quase inteiros que serviria para cobrir os espaços faltantes da escada, deixando apenas um "vácuo" para a superfície. Esta última tarefa seria mais complicada, pois não havia nada que servisse de bloco para completar a "manutenção". O mais próximo disso era um dos blocos de sustentação da própria parede do local, que talvez saísse por completo com certo cuidado. Uma espécie de "pega-varetas", mas com blocos de concreto que poderiam derrubar tudo o que sobrava do teto e da estrutura sobre eles. Os garotos precisavam escolher com sabedoria os Pokémon que usariam para a tarefa, pois todo o segundo andar não estava em boas condições. Sendo assim, o que Allan e Nagisa fariam? ◄

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Com toda a informação visual que tinha absorvido nessa rápida subida na árvore, Allan podia traçar uma estratégia de reparo da escada e finalmente, o treinador poderia alcançar o topo das ruínas com a companhia de Nagisa. Isso se todo seu plano fosse um sucesso... O treinador de Kanto então aproximou-se de seu amigo ao chegar no solo e explicou toda a situação sobre os dois blocos a serem transportados e finalmente, sobre o bloco que faltava e não poderiam arranjar, pelo menos não tão facilmente e sem grandes custos. Allan decidiu que usaria Spartos, Sewaddle e o Slowpoke de seu amigo nessa empreitada e Nagisa prontamente retirou o Pokémon da Pokébola, orientando que ouvisse e acatasse as ordens de seu companheiro de viagem.

Dentre os Pokémon selecionados, Charmeleon teria o trabalho mais pesado, carregando blocos até o local onde deveriam estar. Nesse quesito, o Pokémon de fogo certamente se sairia muito bem, pois nesse mesmo dia havia tido a oportunidade de treinar o levantamento e carregamento de pesadas rochas da ruína como uma forma de melhorar seu ataque físico. Sewaddle, que ainda era muito novo e inexperiente, usaria sua pegasoja seda de qualidade para gerar material de aderência entre os blocos e a própria estrutura da escada. Já Slow usaria de seu poder psíquico para o "ajuste fino", pressionando os blocos com a seda entre si e com a escada, para que nada saísse do lugar no momento crucial.

Essa etapa parecia dominada e realmente estava. Spartos fez sua parte com maestria, esperando tempo suficiente por Sewaddle lançar suas sedas e por fim, de forma bem calma e paciente, Slow finalizava o serviço, gerando um trabalho de mestre. — Incrível! A gente trabalhar mais do que o governo, consertamos a escada da ruína. Deveríamos ganhar dinheiro por isso! — Dizia Nagisa, subindo a escada logo atrás de Allan e esperando para resolverem o próximo plano, afinal ainda restava alguns metros acima para subir e alcançar a superfície. Ao que tudo indicava, os planos do treinador de Kanto envolviam usar o poder psíquico de Slowpoke para levantá-los o mais alto possível. Agora com os dois blocos no lugar, o Pokémon aquático não precisaria se esforçar tanto e também deixava uma possível queda menos perigosa.

Para facilitar o trabalho, Allan e Nagisa trouxeram seus Pokémon para dentro das respectivas cápsulas. Primeiro foi a vez do loiro subir ao ser envolto por uma aura azulada, assim com os olhos de Slowpoke. Quando alcançou as proximidades da superfície, bastou esticar os braços para tomar impulso e subir, uma perna primeiro e depois a outra. Assim que Nagisa estava seguro e no lugar certo, foi a vez de Allan. Entretanto, no meio do caminho, o Psyduck que haviam levado até o segundo andar desesperou-se por estar sendo deixado para trás e se agarrou às pernas do treinador, dificultando o trabalho para Slowpoke. Felizmente Nagisa notou o problema e esticou-se para segurar o amigo — Você tem que comer menos Allan! Está muito pesado! Aaaargh! — Disse o amigo de Sinnoh, enquanto finalmente conseguia trazer Allan para cima. Depois, guardou seu Slowpoke em sua Pokébola e concentrou-se em entender aonde tinham chegado.

Allan e Nagisa estavam numa espécie de "ilha" no meio de um lago. Estavam completamente cercados de água e este não parecia ser o lugar aonde haviam vindo inicialmente, o mesmo lago onde Nagisa treinou Dragoon e seus Pokémon. — Descobrimos outro lago! Perfeito! Esse aqui não parece uma represa, parece ser um lago real... — Comentava o loiro, enquanto observava ao redor para tentar se localizar. Enquanto isso, Allan ficava estático, observando o local e certamente pensando no que iriam fazer. Talvez usar seus Pokémon de água para sair dali? Enfim... Quando menos o rapaz esperava, uma coisa veio do alto e se chocou contra sua cabeça, agarrando com força em seus cabelos e puxando-os. Nagisa estava distraído demais para olhar o amigo, mas certamente ouviria se Allan chamasse por ajuda. O que o treinador fará? ◄

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Era realmente muito estranha aquela "ilha" no meio de um lago, ainda mais estando conectada a um complexo subterrâneo desse tamanho, mas isso não mudava o fato de que os dois jovens treinadores estavam ali e precisavam achar uma forma de sair para seguirem o seu caminho. Allan aproveitou o momento para entregar metade das frutas que havia conseguido para seu amigo Nagisa, que agradeceu e recolheu prontamente elas, guardando-as na sua mochila. Em seguida, o rapaz de Kanto foi surpreendido por algo grudando em sua cabeça, só que era impossível ver do que se tratava...

Nagisa, que estava distraído, foi surpreendido pelo grito do amigo, olhando para sua cabeça e assustando-se ainda mais enquanto apontava para o rapaz — Não é possível! De onde isso veio?! — E quando ele iria tentar auxiliar Allan, algo também veio em um grande salto e grudou sobre sua cabeça fazendo cócegas — Ha-ha-ha-ha! Pare! Está me matando! — Falava Nagisa, entre risadas, agitando os braços desesperadamente. O que havia grudado na cabeça do rapaz era um Pokémon cinza, com uma concha que parecia mais um capacete. De seu interior, uma espécie de parte mole na cor rosa, usando sua "língua" para fazer cócegas em sua cabeça.

Ali no chão, outra pessoa também parecia desesperada, era Psyduck correndo de um lado para o outro, ao redor da dupla que era curiosamente atacada. O Pokémon amarelado estava tão fora de si que acabou tropeçando e batendo a cabeça em uma rocha, nesse instante ele simplesmente parou de falar e seus olhos brilharam em azul, enquanto uma aura de mesma cor envolvia o corpo tanto dos treinadores, como dos Pokémon que começaram a levitar. — Erm... Obrigado?! Psyduck? Pode nos colocar no chão? — Mas o Pokémon estava transtornado pela pancada na cabeça e não parecia ouvir o garoto, apenas emitia um som baixo de quem sente bastante dor. O que Allan e Nagisa fariam diante disso? ◄

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Parece que Allan e Nagisa só saiam de problema para entrar em novas complicações. Como se não bastassem os Pokémon exóticos que abordaram a dupla com cócegas assim que chegaram na superfície do "lago", agora era o Psyduck, já quase de estimação que parecia ter surtado após uma pancada na cabeça. O menino de Sinnoh até tentou convencê-lo a deixar que escapassem do controle psíquico apenas com sua conversa tranquila e amável, mas o estado em que o Pokémon aquático se encontrava o deixava fora de si por algum tempo, impedindo que ouvisse com clareza qualquer um — É, acho que temos problemas... O que fazer Allan? E eu ainda trouxe ele aqui para cima... — Comentava desapontado o rapaz, enquanto Allan parecia estar raciocinando sobre como resolver a situação.

Tão rápido quanto um estalo mental, o rapaz de Kanto teve uma ideia que talvez funcionasse ou se mostraria mais desastrosa ainda. Ele ordenou que seu Shinx agisse, enviando Thor para um combate com Psyduck. O pequeno canídeo elétrico usaria Spark, tentando vencer esse "domínio" psíquico para afetar de forma super efetiva o aquático, enquanto Nagisa tentaria lançar sua Pokébola nele para capturá-lo — Não havia pensado em capturá-lo antes, mas... Parece uma boa ideia! Ou pelo menos a melhor para o momento! — E olhando para as duas criaturas que antes os atacavam, agora flutuando também, Nagisa pensava em dizer algo que acabou guardando para si. — Certo faça! — Disse o garoto, segurando a Pokébola pronta para o lançamento.

Shinx estava pronto para agir, fazendo seus pelos se eriçarem e gerarem estática, que deixou seu corpo pelo ar até Psyduck, na forma de um golpe. O movimento acertou o adversário e o deixou em uma situação desfavorável, mas não foi capaz de fazê-lo cair, talvez por ser mais forte do que aparentava. O Aquático então revidou em Thor, fazendo-o sentir uma dor razoável ao envolvê-lo em uma aura mais densa de poder psíquico, deixando os demais treinadores e Pokémon livres, caindo no chão — Que droga... Parece que não posso jogar a Pokébola agora... Vai ter que continuar a luta, Allan! — Gritava Nagisa, levando a mão até as costas dolorida pela queda. Os Pokémon exóticos, atordoados, afastaram-se do combate, mas mantiveram-se por perto, um tanto empolgados. O que Allan e Nagisa fariam agora? ◄


Campo: Pequeno pedaço de terra, bastante enlameado no meio de um lago de águas calmas e escuras.