[Capítulo 22] Travessia

Echoes

A patrulheira dava o espaço necessário para a criadora conduzir a batalha da forma que achasse mais confortável, poupando a energia dos seus parceiros e pensando no que faria após a luta ser encerrada. Entretanto, ao notar a escolha de movimentos da jovem, decidiu fazer uma pequena observação, levemente envergonhada.

- Robin, a defesa física dessas criaturas é muito maior do que a especial, acho que movimentos que batam nesse ponto fraco deles causarão um impacto muito maior. – Foi o que ela se limitou a dizer, antes de pegar o seu walkie-talkie e reportar a situação.

Sendo a mais rápida em campo, Bayleef conjurou uma barreira translucida que logo desapareceu, mas que traria um grande benefício à longo prazo. Mantendo a linha defensiva da sua treinadora, a tartaruga fortalecia seus atributos físicos em prol da sua velocidade. Apesar do susto, os Pokémon da caverna atacavam com o mesmo movimento, Smack Down, focando alvos diferentes e causando poucos danos.

No turno seguinte a saurópode atacava com uma rajada de folhas, provocando danos fortes graças a dupla efetividade e até mesmo um crítico no golem macho, entretanto esse atributo ofensivo da gramínea não era tão alto para penetrar as defesas físicas dos monstros. Graças à redução da velocidade de Ed, ele teve que esperar os Rock Types repetirem os movimentos de antes para atacar com o Razor Leaf, provocando danos consideráveis com o golpe.  


Campo: Um dos vários túneis existentes no Rusturf Tunnel, esse em especial parece ter sido feito pelos Pokémon nativos e possuí algumas estalagmites e estalactites espalhadas esporadicamente. (Reflect 1/3)

Echoes

Um sorriso tomava forma nos lábios de Olívia, ela parecia satisfeita por ter conseguido ajudar, nem que fosse um pouco, naquela luta e aliviada por não ter recebido alguma resposta agressiva, com certeza a jovem pensava demais antes de agir e daquela vez não poderia ter sido diferente.

Lily concentrava uma aura esverdeada na lateral esquerda da sua folha e a moldava em uma esfera, a lançando contra a terrestre segundos depois. O movimento iluminava a caverna com uma luz cintilante de mesma tonalidade, além de nocautear a Graveler na mesma hora. Assustado, e um pouco irritado, por ver sua parceira derrotada, o macho lançava uma pedra contra a Bayleef, causando poucos danos graças ao Reflect.

A batalha era encerrada de vez quando a tartaruga usava o seu movimento, mesmo com o ataque especial não sendo o seu forte, a força base do golpe somada a dupla efetividade, e não deixando de lado a defesa especial extremamente baixa do golem, era o suficiente para derrota-lo. Os dois Rock Types jaziam desmaiados na frente da criadora, que poderia tentar captura-los, caso desejasse.


Campo: Um dos vários túneis existentes no Rusturf Tunnel, esse em especial parece ter sido feito pelos Pokémon nativos e possuí algumas estalagmites e estalactites espalhadas esporadicamente. (Reflect 2/3)

Echoes

- Ah... Obrigada, Robin. Eu não sabia se estava sendo inconveniente, na verdade. – A patrulheira abriu um sorriso calmo e simpático, grata pelas palavras de reconhecimento. – Gravelers podem ser boas “aquisições”, não gosto muito dessa palavra, para a sua fazenda e, como um bônus, esses parecem formar um casal, não devem ser trabalhosos desde que fiquem juntos...

Mantendo o sorriso constante, Olívia esperou a criadora lançar as Poké Ball para planejar os próximos movimentos. Entretanto, algo parecia despertar o seu incômodo e era, na verdade, as esferas de captura se mexendo de maneira distinta. O macho era capturado com sucesso e, posteriormente, transferido para o Storage da criadora, mas a fêmea acabava se libertando da esfera, mas não parecia ter sido de forma consciente.

- O nível dela deve ter quebrado a Poké Ball por conta própria, mais uma deve ser o suficiente. – Incentivou a oficial, verificando a sua prancheta e apontando para o caminho a frente. – Quanto mais continuamos andando, mais eu tenho a impressão de que não são os Pokémon que estão perturbando a paz desse lugar.

Echoes

Gravelers capturados!
-3 Poké Balls!

A segunda Poké Ball desmaterializava a Graveler e sugava a sua energia para dentro, balançando exatamente três vezes antes de parar. O maior aliado de Robin nessa captura era a sorte de ter conseguido capturar um deles antes do outro, motivando o segundo a ficar dentro da sua esfera, mesmo que tenha quebrado a primeira por não saber o que havia acontecido com seu parceiro.

- Ela deve gostar muito dele para se deixar ser capturada assim. – A patrulheira parecia levemente intrigada com o romance existente entre os terrestres. – Agora que você capturou os dois e não vai ter que lidar com um deles destruindo a sua plantação propositalmente, vamos continuar andando.

Os túneis começavam a ficar cada vez menos elaborados a partir daquele ponto, as paredes eram estreitas e as estalactites e estalagmites apareciam com mais frequência, indicando que o caminho já estava mais parecido com uma caverna do que com o ambiente do Rusturf Tunnel. Em um determinado momento, algumas rochas bloqueavam a passagem e, pelo tom diferente das que formavam as paredes, foram colocadas ali de propósito.

- Bibarel, abra o caminho com Rock Smash! – Pediu Olívia, antes de olhar para Grotle e Bayleef pensativamente. – Você acha que eles conseguem ajudar também? Não precisa ser quebrando tudo, apenas enfraquecer as pedras para agilizar.

Echoes

- Uau, isso que eu chamo de uma boa surpresa. – O elogio da patrulheira era direcionado à Therion, que acabava corando e ficando envergonhado com o comentário.

A força bruta do Rhydon quase reduzia as pedras à pó, enquanto que a poderosa cauda de Bibarel limpava o caminho em uma velocidade igual, até mesmo levemente superior, a do colosso Rock Type. Em poucos minutos o caminho estava livre para a passagem, como se nunca estivesse obstruído.

Olívia foi a primeira a averiguar o túnel, concluindo que estava tudo limpo e seguro. Entretanto, após alguns minutos passando pelo lugar, uma anomalia atraia os olhares dos Pokémon e da loira, que imediatamente pediu para eles se afastarem. Era um pote qualquer, contendo ração para os monstrinhos e que atiçou principalmente o apetite do rinoceronte.

- O que é isso? Com certeza não foi uma alma caridosa que deixou comida para trás, nós temos que mexer nesse pote, ele deve esconder alguma armadilha, tenho certeza disso. Só não faço a mínima ideia de como fazer isso de forma segura... Sabe o que fazer? – Perguntou a oficial, pensando nas várias e perigosas possibilidades.