Em busca dos pokémons perdidos

Granite Cave, um dos locais por onde os boatos foram espalhados, e de fato eram reais. Eles comprovavam as notícias de que um treinador havia abandonado alguns filhotes pela região de Hoenn, em várias localizações totalmente aleatórias, mas que se comunicavam entre si por serem locais de difícil acesso para treinadores iniciantes, o que não era o caso de Lucas, o jovem já tinha uma certa experiência diante de algumas aventuras em que se pôs, além de é claro seus Pokémon, parceiros que lhe acompanhavam.

Ele estava frente a um local bem conhecido, principalmente pela população da cidade de Dewford, o paraíso tropical. Algumas pessoas estavam na entrada da caverna, principalmente mineradores e alguns trabalhadores encarregados de mover alguns escombros, como pedras e grandes rochas. Havia, além dos filhotes, alguns boatos de um tremor estranho que ocorreu no local, uma das tantas ramificações da caverna havia desabado e isso acarretou em uma sequência de eventos em toda a extensão do local.

A entrada da Granite Cave era bem clichê, nada demais. Era um grande buraco na parede cercado por pequenas cercas amarradas por cabos de aço e algumas faixas de atenção, além de placas e cones de demarcação. No interior a coisa começava a ficar um pouco mais interessante. A caverna, logo na entrada, era repleta de entradas, praticamente um labirinto. Suas várias opções de exploração davam a Lucas várias possibilidades de se aventurar pela caverna, todas elas levariam a destinos completamente diferentes e seria muito bom o jovem treinador aproveitar aquela oportunidade para escrever em seu livro da vida mais algumas histórias de quando era mais novo.

Algumas estalactites ficavam próximas as paredes, as quais estavam bem marcadas por pequenas crateras e alguns arranhões, suspeitos, além de faixas de atenção demarcando por onde os transeuntes poderiam passar sem ter algum risco de segurança. As paredes da caverna, principalmente nas partes mais rasteiras, estavam cobertas por musgo e lama, devido sua proximidade da cidade litorânea de Dewford. Algumas poças de água e lama também estavam pelo caminho, mas nada que causasse problema perante a locomoção do garoto. Ele também estava acompanhado por vários trabalhadores, que por sua vez estavam acompanhados de Machokes lhes ajudando no serviço de retirar algumas rochas do local.

Lucas tinha a sua frente um grande túnel escuro, com pouca iluminação externa, provinda apenas da entrada, e algumas lâmpadas bem fracas que ficavam penduradas nas paredes, seguradas por finas cordas que ligavam vários caminhos da caverna.

A escolha de Lucas em entender o local primeiramente fora bem inteligente, afinal, a partir das informações ele poderia criar um mapa mental e escolher como agiria. E certo disso decidiu por perguntar a um dos tantos trabalhadores que passavam pelo caminho.

As perguntas eram fáceis e bem intuitivas, elas faziam com que o rapaz, até então interrompido em pleno trabalho, as respondesse devidamente cada umas, ainda que com um pé atrás sobre as intenções do garoto.

- Seguinte. – Iniciou com uma voz firme e bem alta. – A Granite Cave é composta por cinco caminhos distintos. – O rapaz olhava para cada uma das ramificações da caverna e as apontava. – Cada caminho leva pra um lugar diferente, entre eles tem o lago subterrâneo, o muro de pinturas rupestres, o caminho principal que leva a área dos granitos que estão sendo investigados, um local que está interditado e a saída. – O rapaz falava com um tom bem sério e focado, ele cruzava os braços e olhava profundamente nos olhos do treinador. Ele parecia querer intimidar o jovem com sua postura, talvez funcionasse talvez não, mas que isso estava implícito era certo. – Seguinte. – Continuou. – Você pode pegar um mapa ali na banca de informativos. – O trabalhador olhava em direção a entrada onde se localizava uma pequena banca com uma bela moça entregando informativos e os mapas, e ele sorria ao fazer isso. – Vai lá e aproveita e entrega isso aqui para aquela moça.

O trabalhador tirava uma pequena embalagem de seu bolso e logo a entregava a Lucas, era uma missão que o rapaz esperasse que o jovem cumprisse, seu semblante estava até então alegre, o que durou pouco, ele logo voltou sua vista a Lucas e fechou a cara.

- Você pega o mapa e sai daqui, está atrapalhando.

Lucas tinha uma opção de explorar a caverna a qual estava dividida em duas possibilidades, seguir seu espírito aventureiro e explorar sem saber o que esperar e pegar um dos mapas que estavam sendo distribuídos para alguns poucos visitantes.

Lucas cumpria sua pequena tarefa com êxito, e logo seria recompensado. Era o que poderia pensar. Ao entregar a pequena embalagem a moça a qual dava informações e informativos sobre a Granite Cave ele era surpreendido por uma recepção bem negativa.

- Hã? Aquele idiota me entrega isso de pois de tudo o que ele fez? – Dizia a bela jovem completamente irritada. Ela olhava para Lucas com fogo nos olhos e de suas narinas saíam um lança-chamas capaz de incendiar Hoenn completamente. – Eu não quero isso, pode ficar pra você!

Era estava bem nervosa, sua feição havia mudado completamente depois daquilo. Pelo menos o mapa ele conseguiu pegar, eles estavam dispostos sobre o balcão e ela apenas apontou para um deles permitindo com que o garoto pegasse.

Era hora de finalmente a aventura começar, talvez, Lucas poderia iniciar sua exploração procurando cumprir seus objetivos e logo, caso fosse perseverante o suficiente ele conseguiria cumpri-los.

Lucas estava decidido a seguir o caminho da área investigada, a entrada da região dos granitos era bem autoexplicativa, afinal, dela era possível ver muitas pedras e objetos interessantes. Algumas rochas brilhantes, pedras místicas e é claro os granitos que compunham a maior parte daquele túnel.

O jovem treinador também poderia ver que ao fundo do local havia uma área diferente, ela era coberta por uma grande lona preta e alguns cones e demarcações alertavam sobre a segurança e também a permissão de estarem ali. Era bem suspeito, afinal de acordo com o que falava no informativo que vinha junto ao mapa apenas a área interditada havia sido investigada e contida. Era algo a se pensar.

O pacote recebido pelo jovem revelava ser um presente a moça, ele continha um item conhecido como Quick Claw com um belo anel dourado, a garra parecia muito bonita e refletia toda a mitologia do item, ela era bem afiada e relativamente grande, além de ser coberta por pequenas rachaduras.

A cada passo Lucas poderia perceber uma presença no local, restaria saber de quem seria. No local algumas características eram bem perceptível e estavam bem demarcadas. Ao canto direito, com uma pequena entrada ligando a talvez uma outra caverna, estava uma mesa com alguns itens dispostos, a aquela distância não dava para saber quais eram, do outro lado, diretamente a frente de Lucas, estava um grande pano preto encobrindo alguma coisa desconhecida. Tal pano era grande o suficiente para encobrir aquele objeto que estava no chão e sem revelar nenhuma pista do que poderia ser. Era perceptível também alguns passos vindos do túnel que ligava a aquela caverna, além de vozes que pareciam conversar sobre um plano secreto.

O jovem parecia ter se metido em algo suspeito, e seria bem interessante ver como ele reagiria naquela situação.

Era fato de que naquela caverna, pelo menos naquele caminho de uma das passagens da caverna, havia mais gente além de Lucas, e isso ficava claro ao perceber que haviam algumas vozes que ecoavam por sua extensão.

O jovem percebia que ao gritar, tentando saber quem estava ali, as vozes se calavam completamente e ele era tomado por uma sombra negra que se estendia até a entrada da caverna. A sombra estava sobre tudo o que o jovem podia ver e certamente ele, caso sua dedução fosse precisa, estava em posse de algum movimento de algum Pokémon até agora não visto.

Ao perceber que a sombra a qual lhe possuía não era ofensiva, ele tinha sim a capacidade de se movimentar e também, talvez, fugir dali, porém, antes mesmo de tentar qualquer ação, a mesma voz lhe indagava.

- Arrum... Vejo que temos um visitante... Cof... Cof... – Dizia uma voz rouca e bem seca ao fundo.

Outra pessoa completava a frase desse primeiro ser misterioso.

- Sim. Hihihihahaha. Vamos brincar um pouco, papai? – Era uma voz mais infantil, ela gargalhava e também parecia meio sádica.

A situação estava tensa, o treinador não sabia onde estava e isso deixaria bem óbvio como ele estava exposto. Se defender seria prioridade, mas apenas ele poderia decidir como agiria.