Uma noite alucinante em Dewford

Lucky Star

O Meltan restante não ficava amargurado com a derrota do seu parceiro, uma vez que ambos haviam consentido batalhar e sabiam que aquilo poderia envolver o nocaute de um deles e como consequência uma derrota iminente.

Primeiro a Shedinja repetia os movimentos de garras projetadas a partir do nada, como um fantasma faria sem problema algum. Os danos eram críticos, mas isso não aceleraria a derrota de Meltan, apenas causava mais danos de uma única vez. O metálico e a mascarada “trocavam chumbo”, só que o da Yamask era surpreendentemente mais potente.

No turno seguinte a Bug Type canalizava o Shadow Claw com mais concentração, tentando repetir a sorte de antes. Porém, os danos foram normais e isso deu a oportunidade de Meltan paralisar a Ghost. Ao contrário do que poderia ser previsto, Ahmnet se livrava do efeito para encerrar a disputa com a sombra do Meltan derrotado, usando uma travessura fora de hora que felizmente não foi percebida pelos míticos.


Campo:  Aterro em Dewford, há entulhos de lixo espalhados por todo o lugar e uma pequena pista de obstáculos criada por Gray e seus Pokémon.

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A equipe do monotreinador se dispersava rapidamente após a batalha acabar, Gengar voltava para as sombras, Shedinja se aproximava de Gray, Umbreon e Pumpkaboo ficavam no campo de visão do rapaz, tentando interagir entre si, mas sem muitos avanços.

Os Meltans estavam derrotados e levariam alguns minutos para que a consciência de ambos voltasse, então não restava muita escolha para o rapaz de cabelos brancos, a não ser esperar. Quanto mais o tempo passava mais alguma coisa estranha parecia acontecer, não muito distante da área em que a luta ocorreu um barulho podia ser escutado.

Onde é que estavam Cleffa e Yamask mesmo? O som teria relação com os seus desaparecimentos ou era só alguém vasculhando o lixão? As dúvidas deram tempo suficiente para os míticos recobrarem a consciência. Como o jovem contornaria a surpresa desagradável?

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As criaturinhas de metal se entreolhavam, conversando em grunhidos baixos, quase inaudíveis, logo em seguida. Com um movimento sincronizado de cabeça, concordando entre si, os dois olhavam para o treinador com certo receio.

Os dois se levantavam do chão para acompanhar Gray na busca por Ahmnet e Cellas, talvez eles já tivessem algum suspeito ou até sabiam do paradeiro das duas. Quanto mais pessoas tentando procurar melhor, correto?

Então a equipe seguiu pelo aterro, procurando possíveis lugares que chamariam a atenção das filhotes, mas não havia muita pista disponível. O que era muito curioso e frustrante ao mesmo tempo, elas não eram tão rápidas para despistar tantos monstrinhos de uma vez, principalmente a Cleffa que carregava um objeto ridiculamente pesado...

Foi aí que o primeiro sinal apareceu. Um pedaço de sucata derretido estava jogado em frente à um carro velho abandonado ali. Nessa hora os dois Meltans grunhiam um para o outro, esboçando reações confusas logo em seguida.

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Pumpkaboo se aproximou dos Meltans para entender os seus cochichos, como a sua proximidade fora permitida pelos metálicos, era fácil dizer que eles ainda não sabiam o culpado e que não tramavam nada por trás das cortinas. Ela voltou para perto do seu treinador com olhinhos confusos, balançando a cabeça para os lados. Ninguém tinha ideia de quem havia derretido aquela coisa.

Então a pista que chamava menos atenção ali se revelava. O carro abandonado começou a se mexer para cima e para baixo, como se alguém estivesse pulando em cima dele igual um trampolim.

Gengar tentou bisbilhotar o que estava dentro com a ajuda da sua sobra, mas o vidro do carro era escuro e não estava aberto. Havia, porém, uma porta entreaberta, mas nenhum dos Pokémon do grupo sabiam como abri-la sem causar danos ao que poderia estar dentro do veículo sucateado. Os fantasmas não podiam manipular a matéria física da mesma forma que os outros, Nocteon não possuía braços e colocar o rosto ou a pata ali poderia deixa-la em risco e os pobres Meltans não estavam bem para pular. Isso ficaria na conta do humano.

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Quanto mais perto chegava do carro Gray conseguia perceber um ruído rítmico de algo golpeando um material acolchoado. Assim que tocou na porta, percebeu que ela não estava trancada e que apesar do sol estar brilhando fortemente, o material ainda estava frio...

Ele não precisou abrir, porque uma criaturinha metálica havia sido arremessada para fora do veículo abandonado. A sua cabeça em formato de porca já era conhecida e muito familiar. Outro Meltan, mas ele não tinha ligação com a dupla dali, tanto que eles o olhavam com certa surpresa.

O mini “Plot Twist” não acabava com a revelação do mítico, pois uma cauda ridiculamente pesada era lançada para fora do carro em uma aura roxa. Cellas pulava para fora do automóvel e dava de cara com seu treinador, sorrindo tranquilamente como se nada tivesse acontecido. Atrás dela, uma máscara flutuava solta, até um corpo fantasmagórico se materializar e revelar Ahmnet. As duas estavam bem, mas o que havia motivado a separação delas do grupo?