PvPzin da rapeize

Aparentemente, o incentivo de rivalidade também era uma ótima carga para a jovem canídea. Os arranhões não eram necessariamente efetivos diante do grosso tronco de árvore do mesmo jeito que ocorrera com os pokémons anteriores, que eram infinitas vezes maiores que a espécime de fogo - o que não a tornava menos motivada. Recuando alguns passos, o animal correu com tudo e cabeceou a árvore; Ficou meio zonza no processo, mas arrancou algumas casquinhas da madeira.

Devidamente aquecidos, os coelhos não possuíam mais motivos para enrolar no aprimoramento da técnica a ser aprendida. Diante da ordem de Schiller, se limitaram a assentir em conjunto com a cabeça e, tranquilamente, começaram a treinar a passada para troca de lugar durante uma batalha, entre idas e vindas circulares.

E então, um novo grupo se juntava ao treinamento que já era realizado anteriormente - ou melhor, ocorria uma devida substituição de equipes: Saía Winnie com seus pokémons, entrava Karinna com os próprios. Liderando a abertura do aprendizado de movimentos estava Kadabra, um agitado pokémon dourado que não precisou ouvir duas vezes antes de começar a agir. Após auxiliar a jovem eevee com suas demonstrações, passou a concentrar a energia psíquica que detinha dentro de si - a tipagem era um ótimo auxílio, e um movimento de sua colher bastou para balançar algumas folhas do galho de árvore.

Foi com encantamento que a raposinha orelhuda observou a esfera enegrecida se formar do vácuo entre as mãos de Sushi. Era com constância que a pequena se movimentava no colo da monotreinadora, onde gentilmente havia se acomodado para fazer papel de espectadora do inicial; Se ainda há pouco não estava muito contente pelo desaparecimento repentino do que julgou que seria um novo companheiro de sua espécie, o show de luzes trevosas compensava para que a quadrúpede não ficasse de cara fechada.

Não precisava pensar muito para que fosse possível observar o apreço quase inacreditável que a loira possuía pela azulada recém-nascida - o esmagamento fez com que a bebê emitisse um som engraçado, quase como o de um brinquedo de borracha com apito, e remexeu-se com uma reclamação inquieta antes de ser posta no chão. Chegou a fazer uma careta na direção de Bley, que (infelizmente) acabava se tornando amável por conta de seus delicados traços naturais, mas estranhou diante das palavras da jovem. Sua expressão mergulhou em suave confusão, enquanto o animal refletia sobre como poderia trabalhar a tal barreira invisível.

Era quase impossível dizer ao certo os sentimentos que corriam no coração do metálico diante da apresentação de Karinna, que tomava a frente como sua nova treinadora - principalmente pelo fato de que seus olhos, a única maneira de ler devidamente o espécime, eram quase ocultos por trás da peça avermelhada que servia em sua cabeça como um chapéu. O narigudo encarou as pedras apontadas por Bley, mas voltou a atenção para a moça sem demonstrar uma única reação que fosse, em silenciosa análise da estranha menina - e de sua concepção de "família", tão nova para si.

Apesar dos desentendimentos iniciais, vagarosamente e ao seu próprio tempo, ambos os rockets derrubavam suas muralhas e, um ao outro, estendiam as pontes para delicada formação de laços. Embora inicialmente irritante, o jeito expressivo e sentimentalista - quanto aos seus pokémons, pelo menos - de Bley encontrava caminho para perfurar e penetrar a espessa barreira metálica que envolvia o coração de um adolescente traumatizado. Nenhum acontecimento excepcional até então havia, de fato, ocorrido: Suas palavras eram simples, dóceis, mas eram capazes de localizar trilhas específicas para forçar que o rapaz embarcasse em tão afável viagem.

Ainda que a estranheza com o tratamento da menina para com seus pokémons pairasse no ar pelo fato da jovem pertencer à classe vilanesca dos continentes perdidos, foi inevitável o compadecimento ao refletir a respeito de seus próprios companheiros: Em três deles, mais especificamente, mas infelizmente apenas um se encontrava presente para compartilhar da estranha sensação que aqueceu o interior de seu coração enquanto as lembranças bailavam com discrição por sua mente. Reviveu pecados, dolorosas experiências e mesmo dificuldades; Vagou de encontro ao passado, e o recebeu no presente de peito aberto. O olhar escarlate passeou na direção da esforçada Asterion, tão focada em seu treino - e com tanta facilidade desfocou-se perante o chamado de seu treinador, virando o pescoço em sua direção e se aproximando em curtos saltitos para próximo ao jovem.

Foi com complacência, então, que o deus egípcio ofereceu à sua dócil imagem de Anúbis o artefato que há tanto carregava. Em suas mãos, o objeto transmitia calor agradável que vagarosamente se tornava acolhedor à medida que a canídea aproximava o focinho dos dedos do rapaz, farejando o presente ofertado por seu caótico mestre. Um olhar curioso foi direcionado ao loiro, e o animal se mostrou incerto por alguns instantes antes de recolher o sacrifício com a boca, questionando-se se o agrado seria, por acaso, comestível. Sentia a temperatura morna correndo por sua mandíbula e, fixando-se nesse pensamento, decidiu.

A primeira mordida não teve efeito imediato; Não surpreendente, a quadrúpede encontrou profunda resistência da rocha ao tentar consumi-la pela primeira vez. A testa se franziu em confusão mas, àquela altura, não parecia disposta a desistir com tanta facilidade de uma guloseima oferecida com carinho por seu treinador - e então, o brilho determinado cintilou em seu olhar. Vagarosamente, uma energia enegrecida envolveu os salientes caninos da canídea e, de uma só vez, a mandíbula se fechou com gigantesca potência contra o artefato, atravessando sua rígida camada superficial e o fragmentando em milhões de pedaços diminutos.

Tudo ocorreu com extrema velocidade. Ao perfurar e estilhaçar a relíquia evolutiva, se foi possível ver, por apenas um macro de segundo, uma cintilante fagulha que bailou do que antes era seu interior - e isso foi imediatamente antes que a chama aumentasse e engolisse de uma vez só o corpo da jovem Asterion, que saltou para trás e emitiu um ganido assustado. Em pouquíssimo tempo, a aura flamejante se transformou em uma muralha de potentes labaredas, iluminando mais uma vez a escuridão do coração da cidade de Forina; Dentro do ciclone de fogo, porém, apesar de toda a claridade por ele emitida, só se era possível enxergar o parco vulto da encurralada monstrinha.

O primeiro som que atravessou a noite foi o barulho violento do estalar de ossos, que abafou o barulho constante das labaredas consumindo a si próprias. Do interior das flamas, o tronco do espécime contorceu-se, lenta e gradualmente conquistando não apenas altura como também massa, desenvolvendo-se até atingir praticamente o triplo de seu tamanho. A sombra das orelhas geoides se afinou em mesmo ritmo, adaptando-se sem pressa alguma para um molde losangular - o felpudo pelo da mascote também foi um detalhe que encontrou espaço para crescer, balançando-se com o constante movimento rotatório das labaredas e alcançando o comprimento de uma imponente juba espetada.

Um, três, dez, quinze segundos - naquele curto espaço de tempo, os ponteiros do relógio pareciam correr mais devagar. Foi de maneira súbita que o casulo de flamas se transformou em uma torta coluna quando o quadrúpede se ergueu do chão e, num ímpeto, as patas dianteiras mergulharam em rasante para o chão, chocando-se na terra com violência. Como se estivesse apenas esperando a ordem de um novo mestre, o furacão explodiu em fagulhas para todas as direções, pairando no ar e planando na direção do solo antes que finalmente desaparecessem no vácuo. Um potente e quase grotesco rugido foi o que primeiro saiu da mandíbula escancarada da canídea, os dentes proeminentes saltando e escapando pelos limites de sua boca; Uma versão menos exagerada e canina de um tigre dente-de-sabre, talvez?

...A luz se dissipou. Growlithe se fora.
Era o fim.

Fire Stone utilizada por @Seth!
Em contato com Growlithe, a pedra encontrou energia necessária para reagir!
Itens restantes: x00

Growlithe atingiu o nível 15, e recebeu uma Fire Stone... ... ...
UAU! Growlithe está evoluindo!
Asterion se transformou em um Arcanine e recebeu 10 pontos de felicidade.
Asterion pode aprender Extreme Speed. Deseja substituir algum dos movimentos atuais?

Seguindo as ordens principais de Karinna, o psíquico finalmente encontrava forças o suficiente para movimentar os galhos ao envolvê-los parcamente com uma aura rósea. O movimento ainda precisava ser aperfeiçoado, mas estava mais próximo do que nunca.

Mesmo que houvesse testemunhado a fácil manipulação de energia fantasmagórica por parte de Sushi, Manju não tinha certeza sobre como proceder para também dominá-la para si. Talvez precisasse de algumas instruções?

Teoricamente, não deveria ser difícil para que Wynaut seguisse o treinamento - afinal, seria um movimento que dominaria no futuro. Entretanto, ainda era um bebê! Era capaz de sentir a energia correndo por seu corpo, mas com toda a certeza precisava de mais atenção caso Karinna desejasse que ele fosse capaz de conceder resultados.

Probopass, por outro lado, ainda que silencioso, parecia perfeitamente capaz de compreender e acompanhar o que Bley queria dizer - entretanto, mesmo observando as pedras, não se movimentava. Era o jeito do animal? Aquilo daria certo, afinal, ou era uma prova que ele simplesmente se recusava a lhe obedecer?

Fortificada e recém-evoluída, a imponente canina possuía agora um novo motivo para finalizar o trabalho que tanto tentava moldar junto de seu treinador. Um momento de carinho com o rapaz recuperou-lhe as energias, enquanto o focinho morno se esfregava em sua face; Não se demoraram tanto naquela curta interação, porém, pois a espécime logo se voltou na direção dos coelhos elétricos, com um rosnado ameaçador. Numa rápida investida, zuniu na direção de um deles, entretanto, apesar de potente, o golpe não parecia completo. Talvez Asterion ainda estivesse se acostumando com seu novo corpo...

Num passo rápido, a anterior companheira inofensiva se tornara uma ameaça aos roedores. Por conta disso, foram obrigados a agir, alternando de lugar e emitindo ondas elétricas contra a canídea para interrompê-la de avançar e também confundi-la: Fato que infelizmente parecia estar dando certo, mesmo que somente por enquanto.

Incentivado pelo abraço repentino de sua treinadora, Sushi se permitiu fechar os olhos por alguns segundos. O dourado respirou profundamente e, com um movimentar de sua colher, uma forte aura rósea envolveu três galhos de uma só vez, partindo-os e os fazendo girar no ar por algum momento antes que caíssem no chão, inertes.

Independente de sua relativa teimosia quando se dizia respeito a "parar quieta", felizmente a raposa normal não costumava desobedecer a treinadora em treinamentos sérios, e tal sentimento se agravava com tanto auxílio direcionado especificamente para si. O animal abriu a boca e tentou assoprar alguma forma de energia, infelizmente, só expirou um pouco de ar.

Foi com alegria que o recém nascido recebeu os carinhos e elogios de sua "mãe". Balançando-se para lá e para cá, o psíquico esqueceu-se por completo do treinamento, mas a animação fez com que sua energia pulsasse para fora de si na forma de um véu esbranquiçado que se espalhou e recobriu todos os companheiros próximos.

Por um instante, o metálico se manteve em silêncio. O olhar se mantinha centrado nas pedrinhas enquanto Karinna punha-se a falar ao lado do pokémon, mas ele não a encarava; A concentração meramente se permitia observar os exemplares que a moça o trouxera outrora - era difícil dizer se o animal simplesmente possuía um temperamento complicado ou se gostaria de ignorá-la, mera e somente.

Foi no meio da última frase da loira, porém, que o corpo azulado do espécime de súbito começou a tremer de maneira quase incontrolável, como um ataque de epilepsia. Com violência repentina, todo o seu peso caiu no chão de uma vez, afundando-o e arrancando do solo pequenas pedras que começaram a flutuar ao redor da pesada estatueta. Finalmente e apenas então, o olhar azulado se voltou novamente na direção de sua aparente "treinadora", e o pokémon encostou com peculiar leveza a ponta de seu enorme nariz no braço da moça, amassando o bigode em sua mão num delicado gesto de afeto discreto.

Ora, mas vejam só!

Parando para respirar profundamente, a canídea expirou um bafo quente de uma só vez, esvaziando os seus pulmões por completo. A quadrúpede fechou os olhos por alguns segundos e, quando os abriu, as patas se movimentaram de maneira quase mecânica, ganhando velocidade na direção da mesma árvore de outrora, investindo contra ela de uma vez. Um forte "CRAC!" foi ouvido do tronco, e uma rachadura profunda subiu pela árvore, demarcando trilha por todo o centro da grande planta.

Um ovo está chocando... ... ...
UAU! Zorua está nascendo!
Bem-vindo à equipe, Kagaho!

Após tanta aparente indiferença demonstrada por Probopass, o repentino gesto carinhoso do pesado espécime foi mais que suficiente para alcançar o coração de sua treinadora, que não se demorou em correspondê-lo com um aconchegante abraço em seu enorme nariz. Pela primeira vez, então, o rochoso emitiu um baixíssimo barulho que denunciava sua apreciação com o ato, balançando seu chapéu em pouquíssimos centímetros para cima e para baixo.

Assim como da primeira vez, entretanto, as novas instruções de Karinna o fizeram emergir em silêncio, o olhar passeando de maneira quase distraída pela expressão da moça - mas, bem, no fim das contas, talvez ele só precisasse de um momento para pensar e digerir todas as ordens que lhe eram dadas para ser capaz de aperfeiçoar a técnica ao máximo, hmm?

Manju, por outro lado, não era tão quieta quando o metálico. Começando a se frustrar pelas consecutivas falhas, a raposa passou a balançar a cabeça, sacudindo as orelhas e batendo as patas no chão em uma atitude infantil de birra. Quando Bley se aproximou novamente, fez questão de emitir sua irritação com um latido reclamado, franzindo o cenho e encarando o chão, arranhando-o com sutileza.

Foi necessária a intervenção de Sushi para que a mimada espécime "voltasse pros eixos", respirando devagar e abrindo a boca outra vez. Por um breve instante, uma pequena esfera chegou a surgir, mas logo se dissipou no ar como uma bolha de sabão.

Já o psíquico deu um riso sem graça quando foi "relembrado" de que precisaria continuar seu treinamento, colocando uma das mãos atrás da cabeça e a coçando enquanto apertava os olhos. Embora a vontade de enrolar mais um pouco, até tentou entender como iluminar o campo - e de muito mal jeito, estendeu sua colher no ar, que refletiu a luz de um poste e brilhou com sutileza. Ahá!