#3 - Restoration

Kathryne estava distraída que acabou se confundindo e não havia notado direito que a senhora queria conversar. Isso tudo gerou uma situação extremamente desconfortável e fazia a garota se remoer em culpa e então se desculpava com a senhora, mas dando gaguejadas e olhando para o chão envergonhada.

-M-me desculpe, não foi minha intenção. Desculpa, desculpa.- A garota ficava repetindo a palavra "desculpa" em um tom baixo. Estava com o rosto avermelhado e continuava a olhar para o chão.

Margaretha ao ver a situação se sentava do lado da senhora e tentava acalmá-la: -Desculpe minha amiga, ela não fez por mal, só é distraída, mas é uma boa pessoa.- Ela olhava direto nos olhos da senhora com um sorriso no rosto: -Não fale uma coisa dessas, você com certeza é amada por alguém, que não quer que você morra. Os outros senhores aqui, o enfermeiro, algum familiar e esse belo Dusclops, esse parece ter ficado ao seu lado por bastante tempo.- Dava um risinhoe então, tentava pegar a mão da senhora: -Hey, vamos ser amigas, o que acha de me dizer seu nome?

Vendo a amiga falando daquele jeito deixava Kath maravilhada, tinha uma amiga perfeita. Então dava uma breve olhada para as duas, mas ainda envergonhada e se aproximava a passos lentos e voltava a pedir desculpas: -Me desculpe, sou ruim em falar com pessoas "novas" e me desculpe Marg por fazer você resolver os meus erros.

Margaretha dava um risinho para a amiga e então sugeria: -Bem, vamos ir para aquele banco conversar, era o que faríamos desde o início, tee-hee.- Ela esperava para ver como a senhora iria reagir e Kath também a olhava, mas desviaria o olhar caso ela fizesse contato visual.

A mulher idosa permaneceu um tempo quieta, foi possível perceber sua tristeza quando foi tocado o assunto dela ter alguém que a amava, não tinha, estava sozinha no mundo.

 Mas, mesmo assim aceitou o convite das jovens e foi para o banco conversar um pouco, com Dusclops ao seu lado observando tudo com o que seu olho podia ver, tinha um tom mais claro que os olhos de um Dusclops comum devido a idade avançada.

- Eu fui uma treinadora também, na época chamavam de treinador de tipo único... Eu me especializei em fantasmas, tinha medo deles quando era criança e resolvi vencer meu medo treinando-os... - para e olha para o céu, bonito e quase sem nuvens - viajei muito por Hoenn, sabe, quando eu tinha a idade de vocês era muito mais difícil ser uma treinadora mulher, muito mais... Tive muitas dificuldades no caminho, mas acho que venci todas...

 Nutrix cuidava dos outros treinadores e vez ou outra olhava para o trio e dava um sorriso.

O que as jovens fariam?

A senhora parecia estar mais calma, porém não havia dito o seu nome e ficou triste devido ao comentário de Marg sobre ser amada e ela rapidamente notava isso e falava educadamente: -Me desculpe se fui insensível.- mantinha o sorriso no rosto, tentava animar a senhora.

As jovens e a idosa seguiam para o banco e se sentaram, com a senhora ao meio. Kath após ter pedido desculpas, se mantinha calada e com a cara fechada e melancólica, olhando sem foco para a frente, sentia que qualquer coisa que falasse seria inconveniente e machucaria a senhora, mas quando esta começou a falar, Kath a ouvia atentamente, virando o olhar para ela.

Margaretha a ouvia, balançava a cabeça enquanto falava e estava com os olhos "brilhando", realmente estava gostando de ouvi-la e acenava para Nutrix quando o viu.--Bom, agora os tempos estão melhores e tenho certeza que é por causa de você e muitas outras pessoas que enfrentaram dificuldades.- Margaretha tirava uuma pokébola de sua bolsa: -A propósito, somos monotreinadoras também. Eu treino tipos grama e Kath psíquicos.

Marg liberava seu Deerling, que rapidamente subia no seu colo. -Ainda não conheço muito esse pequeno, mas a Kath já tem uma relação melhor com o pokémon delam Hey Kath, mostra o seu Kadabra para ela.

-C-claro.- Estava meio desajeitada e deixou a pokébola cair, o que acabou liberando o pokémon acidentalmente. Então Kathryne dava leves afagos, coisa que ele gostava desde quando era um Abra. -Não temos muito tempo juntos, mas ele já salvou as nossas vidas.- Dizia Kath.

Margaretha dava um risinho e então começava a sussurrar para a senhora: -Na verdade eu saí em jornada por causa dela, quero protegê-la, embora eu sei que ela pode fazer isso sozinha com um pouco mais de e periência. Ela é como um pequeno Bagon querendo voar, hehe.

Conversa ia e vinha, estava um clima bem calmo entre as mulheres. As jovens então liberavam seus pokémon, o que fazia a senhora lembrar de algo, principalmente o pokémon de Margaretha, que a lembrava do filho. As meninas acabaram por ficar desconfortáveis ao vê-la triste e pensavam no que poderiam fazer antes que a conversa ficasse pesada.

Kath, que se encontrava em pé, com seu Kadabra ao lado se aproximava da senhora, ela tentava ficar de cabeça erguida e manter contato visual com ela: -Sinto muito por isso, mas não chore. Você não está sozinha, não é possível que não tenha nenhum amigo.- Ela finalizava mais timidamente: -Hey, acho que Marg e eu podemos ser suas amigas, sabe, estamos gostando de conversar com você.- Então ela virava o rosto para baixo: -M-me desculpe, acho que falei besteira. Fui insensível.

Margaretha abria os braços para abraçar a senhora, ela sempre mantinha um sorriso no rosto e então falava: -Kath, conta um pouco sobre você para ela. Vamos mudar um pouco o foco da conversa.

-Ok.- Dava longos suspiros e falava pausadamente para ver se ela não estava desconfortável ao ouví-la -Minha mãe se foi faz uns oito anos e com isso passei a ficar muito sozinha em casa pois meu pai trabalha muito. Eu ficava muito mal e deprimida. Meu pai e eu então decidimos que eu deveria ser uma treinadora, afinal minha mãe queria que eu fosse uma.- Ela então parava mais uma vez para pedir desculpas, temia estar incomodando a senhora.

Kathryne contava sua história o que aparentemente deixava a senhora emocionada, abraçando a garota. De começo Kath ficou um pouco incomodada, pois não estava esperando isso, mas depois se soltava e lágrimas saiam de seu rosto, mas eram de felicidade e acompanhadas por risos.

Margaretha ao ouvir o nome da senhora, falava: -Aprile? Belo nome. Enfim, prazer em conhecê-la, hehe.

Enquanto a senhora pedia desculpas, Kath respondia com: -Não se preocupe comigo, estou bem.- Continuava dando risinhos, Kath estava adorando conversar com Aprile, mas então isso foi interrompido.

Um dos idosos estava sofrendo uma parada cardíaca. O clima de desespero começava a pairar, com Nutrix ao celular gritando e as garotas também acabavam por ficar assustadas, principalmente Kath que não aguentaria ver mais ninguém morrendo. Margaretha voltava o seu Deerling que estava em seu colo para a pokébola: -Vou ver se tem algo que posso fazer pra ajudar, Kath vem comigo.

-C-claro.- Kath seguia sua amiga, mas não voltava seu Kadabra para a pokébola, ele preferia ficar fora dela enquanto estivesse na praça. Então as meninas se aproximavam de Nutrix, não sabiam o que poderiam fazer naquela situação, então perguntariam para ele.

-Tem algo que podemos fazer para ajudar?- Perguntava Margaretha quando Nutrix saia do celular. Enquanto isso Kath olhava para o idoso caído no chão, ver uma pessoa quase que a beira da morte à lembrava de sua mãe, embora essa tenha morrido jovem e então se virava, não aguentava mais olhar.

Margaretha foi ignorada, Nutrix estava muito desesperaado para prestar atenção nela. Em um ato inesperado, um dos idosos libera o seu pokémon, um Alakazam, pronto para se teleportar e Nutrix ia correndo para ir junto deles. Aquela cena deixava Kath otimista, se ela já teve sua vida salva uma vez pelo seu Kadabra, um Alakazam os levariam para o hospital sem problemas.

Kathryne afagava a testa de Zen, o seu Kadabra, que estava maravilhado com o Alakazam, dizendo: -Igualzinho da vez que você me salvou hehe.

Kath voltava a conversar mais um pouco com Aprille: -Não se preocupe com eles, já devem estar no hospital, pokémons psíquicos são maravilhosos.- Olhava sorrindo para Zen, que estava ao seu lado.

Mas então perceberam que teriam que ficar de olho nos idosos. Kath estava completamente perdida, olhando para os lados até Marg chamá-la. -Vocês precisam de alguma coisa? Estamos aqui para ajudá-los enquanto Nutrix está fora.- As meninas olhavam ansiosas, e se pedissem algo que não conseguissem fazer?

Kathryne começava a roer as unhas e Margaretha ficava alternando seu olhar em cada um deles. Esperavam que não precisassem fazer nada muito complicado.