Começamos o tour e, ainda pelo lado de fora, Cindy começa a me apresentar as construções: a torre, a mansão e até mesmo o próprio restaurante da sociedade. Também me fala um pouco sobre a estrutura das coisas, incluindo sobre a preocupação ambiental da A.V.E.N.G.E.R.S. ao utilizar, principalmente, a energia solar. Não queria interrompê-la, então os comentários ficavam somente em minha cabeça, enquanto eu prestava atenção.
"MEU DEUS! Eles possuem até mesmo seu próprio restaurante! : o" Pensava impressionado com o "poderio" do grupo. "Qualquer dia tenho que passar lá para experimentar a comida!"
Passamos direto pelo escritório — afinal eu já o conhecia — e ela me mostrou a biblioteca, logo ao lado. Com o seu distintivo, ela abriu a porta automática e indicou para que eu entrasse, fazendo o mesmo em seguida.
"Caramba, é tudo tão tecnológico!"
A porta fechou algum tempo após entrarmos, o que me levou à hipótese que o mecanismo era por tempo, e não por um sensor de movimento. Talvez uma mistura dos dois, como uma porta de elevador. Me perguntava se eu já seria capaz de acessar aquele local com o meu distintivo.
A biblioteca não era gigante, mas seu tamanho era considerável. Cindy me fala que ali poderia encontrar tanto livros didáticos quanto de entretenimento.
— Caramba! Que incrível! .....Capitã Cindy, será que eu conseguiria encontrar algum livro por aqui em que eu possa estudar as relações básicas entre os tipos dos pokémons e seus golpes? É que eu ainda to meio perdido quanto a maioria, pensei que talvez fosse útil ter algum material pelo qual eu pudesse me guiar... Mas nada de trambolhos, tá? Não tem espaço para nenhuma bíblia na minha mochila! hahaha — Caso Cindy já tivesse um livro específico em mente e fosse buscar naquele momento, eu aproveitaria e o guardaria comigo (se fosse permitido). Senão, eu deixaria para resolver isso em um outro momento, quem sabe após o fim da tour.
Após deixar a biblioteca, seria vez do refeitório. Passamos pelos banheiros e, enquanto caminhávamos pelo corredor de acesso, ela me fala um pouco sobre ele e também sobre o restaurante.
— Quantos membros mais ou menos tem a organização hoje, capitã? — Perguntava após ouvir seu comentário sobre as reuniões no refeitório. — HAHAHA Parece que você adivinhou o que estava pensando... Quero mesmo ir conhecer o Senkyo Cabaret!
Ela também comenta que coordenadores poderiam se apresentar remuneradamente lá, mas assim como ela, eu também não sabia muito bem do que se tratava. De qualquer jeito, aquilo não era do meu interesse naquele momento, embora tivesse despertado minha curiosidade.
Chegando ao refeitório, pude observar várias comidas que pareciam deliciosas. Gostaria de provar cada um dos pratos, e também oferecê-las aos meus pokémons, mas eu não sabia se podia e havia ficado com vergonha de perguntar. O momento provavelmente não seria propício e eu preferi engolir a vontade. Minha barriguinha teria que esperar até a próxima.
Na sequência, saímos do refeitório e, de volta ao saguão, ela me apresenta duas salas com conceitos relativamente parecidos: A primeira, na entrada, seria a sala de espera, destinada aos clientes; A segunda, nos fundos, se tratava de uma sala de recriação para os membros. Ambas as salas possuíam sofás, televisões e alguns livros; sua função era proporcionar conforto e entretenimento.
A próxima parada do tour nos levaria a 3 portas fechadas, quase como em um RPG de videogame. Fomos pela da direita primeiro, a sala de vigilância, onde pude conhecer um novo pokémon, que ouvi Cindy chamar por Electivire.
— Ohhh! — Reagia ao ver o grande pokémon amarelo. Pegava minha pokedex e, com um movimento de cabeça, eu pedia — através do olhar — permissão para Cindy para analisá-lo. — Este é seu também? Posso? — Analisaria-o com a pokedex, se ela permitisse.
A sala de vigilância realmente fazia jus ao nome, pois eu conseguia ver dezenas de cômodos da A.V.E.N.G.E.R.S. sendo monitorados por câmeras ali nas telas do local. Curioso, tentava tirar alguns spoilers sobre as salas as quais ainda não havia passado. Em uma delas, uma linda moça loira chama minha atenção.
Cindy me apresenta o chefia do local e este parecia bastante simpático ao me cumprimentar. Não sabia se era a anatomia dele ou algo assim, mas o amarelão sorria o tempo todo.
— Prazer em conhecê-lo também, Electivire!
Nos despedimos do pokémon em trabalho e saímos da sala, voltando a encarar as 3 portas e, dessa vez, entrando na da ponta esquerda. Reconheço a sala que acabara de visualizar via câmera. Era uma sala high-tech e logo Cindy começa a me contar mais sobre o local. Quando ela menciona o termo "TM", algo logo me vêm a cabeça.
— AH! Eu tenho um TM aqui comigo, senhorita Cindy! Será que eu poderia armazená-lo aqui? É que eu já gostaria de poder contribuir para a sociedade! Digo, eu ainda não sei muito bem como usá-lo, ou se devo, mas penso que talvez os outros membros possam tirar mais proveito dele do que eu nesse momento...
Logo somos interrompidos pela bela moça loira, que não só em aparência, mas em sua postura também era bastante sedutora. Entretanto, ela era bem mais velha que eu, já era uma mulher adulta, então jamais cogitaria algo além de apenas admirar sua beleza. Cindy, então nos apresenta um ao outro.
— Prazer em conhecê-la, Patrice! Prazer pra você também, Sponk! — Me curvava levemente em sinal de respeito à minha veterana. Ainda curvado, sacava minha pokedex, e apontava para o pokemon mola porquinho ao seu lado. — EHE, tudo bem se...? — virava apenas a cabeça e pedia permissão para Patrice com um sorrisinho meio sem graça. Utilizaria a pokedex para ter o registro do "Sponk", como havia entendido Cindy chamar.
Após me encarar por alguns segundos, Patrice analisava minha aparência e fazia um comentário, atitude reprovada por Cindy. Por ela ser bem mais velha, eu entendi mais como um elogio de mãe ou irmã do que como um "flerte" de verdade ou qualquer coisa nessa linha, e somente por isso eu continuava tranquilo ou indiferente. Se nossa diferença de idade fosse menor, entretanto, eu teria sido pego de surpresa e ficado bastante envergonhado com aquilo.
Aquele breve encontro havia me passado a impressão de Patrice ser uma mulher "perigosa", uma espécie de "femme fatale" que falava e fazia o que lhe vinha na cabeça. Teria que tomar cuidado para não ser facilmente manipulado por ela dali a alguns, quando ficasse mais velho. Se bem que... pensar tão adiante assim sobre alguém que havia acabado de conhecer, era um grande de um exagero.
Cindy parecia ter ficado desconcertada com a atitude da agente de copas.
— Não se preocupe, senhorita Cindy! Eu não levei pro lado pessoal nem nada assim! hahaha
Após retomar a linha de raciocínio, Cindy nos leva a sala da última das 3 portas restantes: a do meio. Ao entrar no local, me deparo com um belo e diferente saguão que levava aos dormitórios da A.V.E.N.G.E.R.S. Eram divididos em quatro setores, um para cada uma das divisões: ouros, copas, paus e espadas.
"WOW! Isso é como uma festa do pijama do grupo, sempre!" Pensava na possibilidade de dividir o local com os outros membros da organização. Estava acostumado, durante minha vida, a ser somente eu, meu pai e Wolf em casa. Entretanto, vez ou outra algum amigo dormia na minha antiga casa e eram noites muito divertidas.
Cindy pede para que eu a acompanhe pela escada que dava acesso aos dormitórios individuais dos membros de copas, e eu prontamente o faço, ouvindo ela me explicar a quais membros pertenciam cada um dos quartos. Minha única dúvida era se a sociedade tinha um número limitado de integrantes, ou como fariam conforme novos membros fossem entrando, talvez quartos duplos? Entretanto, a duvida logo se esvai quando Cindy me explica que os outros quartos não tinham donos fixos, já que a maioria dos membros estava sempre viajando pelo mundo, tornando o uso dos quartos bem esporádico.
— Hahah realmente, acho que eu nunca mais vou dormir no centro pokémon de Slateport! — Dizia quando Cindy abria a porta de uma das suítes para me mostrar, comentando sobre suas instalações.
Nesse momento, vejo mais um pokémon que nunca havia visto antes. Como achei que começaria a ser chato eu perguntar toda vez, apenas peguei minha pokedex para registrá-lo. Após Cindy cumprimentá-lo, ele acena de volta e, educadamente, vem me cumprimentar pessoalmente.
— Ó! prazer, Hari! — Dizia esticando a mão direita e apertando a mãozona dele.
"Nossa, mais delicado do que esperava!" Penso ao sentir o gentil aperto do pokémon "sumô".
Hariyama então sai do quarto, e Cindy declara a tour como encerrada, perguntando se eu tinha alguma dúvida.
— Hmmm... Na verdade tenho sim... Será que você me esperaria tomar um banhozinho rapidinho antes de irmos no CP? hehe — Perguntava com um sorriso "por favorzinho".
— Mas tirando isso, nenhuma dúvida, muito obrigado por essa tour, capitã! E devo admitir que estou muito impressionado! A A.V.E.N.G.E.R.S. e todas suas instalações... bem, elas são ainda mais do que eu esperava!
Caso permitido pela capitã, após tomar o banho, estaria pronto e a postos para a ida ao CP. o>