[Missão de Sociedade] Forina Floresce! Festival da Colheita!

Tentava não pensar em todos os motivos de não receber uma mensagem de volta por parte de Natalie, enquanto minha mente tentava me convencer de que nossos... Três dias de contato TOTAL, não foram apenas uma situação passageira. Bem, talvez tenha sido meu desespero interno, constantemente suprimido na aparência externa, que tenha me feito "desligar-se" da situação desgastante de apenas esperar e esperar, sem uma perspectiva de ser atendido - afinal, que horas eram? Será que haveria pausa de almoço? Se sim, eu seria atendido antes?. De todo modo, minha mente só voltou ao normal da situação quando um novo funcionário começou a chamar insistentemente o Número 4, que depois do terceiro chamado provavelmente não se encontrava mais lá. Ou então era surdo e realmente não adiantaria continuar insistindo nesse tipo de "contato". Só então que eu notei que também havia uma guarda no local e ela ficava o tempo todo conferindo seu PokéNav entre um ou outro sorrisinho. Foram necessários ainda mais segundos para eu me tocar de que Haruki não estava ali ainda e pensar em abrir novamente o Nav. O que não foi exatamente necessário... — Ah! Aí está você... Acredito que muito em breve seremos atendidos, afinal somos o... Sete! Olha só.  — Ri com o comentário, tentando me manter "para cima". Em seguida, cheguei para o lado e cedi o espaço para Haruki sentar-se também — Mas e aí, conseguiu fazer tudo o que queria? Eu meio que me desliguei aqui com a espera, minha mente foi para "outra dimensão", mas voltei. Não foi tão ruim, porque odeio esperar. Odeio... — Comentei novamente, esboçando mais um sorriso, apesar de deixar bastante claro a minha insatisfação com toda a situação. Restava apenas esperar o que viria. Se não houvessem mais contra-tempos seríamos atendidos em breve.

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Com o reencontro dos criadores, o que restava agora era esperar. Havia ali três guichês, numerados de 1 a 3. O guichê número 3 era o que estava funcionando desde o começo, por um funcionário que era bem lento, ou que pegava casos bem difíceis, que pedia mais tempo. O guichê número 2 tinha sido ocupado por um funcionário que chegara só depois das 9h30, e este parecia mais ágil e resolvia mais os problemas dos funcionários. Agora com Haruki podendo compartilhar o monótono momento com Luch, o tempo parecia percorrer de forma mais veloz.

O guichê número 2 liberava a pessoa de número 5, chamando o número 6, que de forma apressada se levantava e ia até lá correndo. Algumas pessoas começavam a comentar sobre o serviço e sobre o quanto queriam ser atendidos pelo guichê número 2, que desde que chegara parecia já ter atendido mais pessoas que o lento guichê 3. Será possível que que iam pro guichê número 3 eram lentos?

O número na mão de Luch tremia. O número 7 parecia ser o próximo. Restava saber se era no guichê número 3 ou 2. Claro que eu não ia deixar serem atendidos no guichê número 2! O monitor na parede chamava o Número 7 para o guichê número 3, o mesmo que estava demorando de ser atendido...

Enquanto conversávamos, notei um burburinho entre o público aguardando atendimento. Esse tipo de coisa acontecia com frequência, mas era importante ficar atento e pegar umas dicas, pois nada melhor do que populares cansados e entristecidos para conhecerem os "atalhos" do atendimento público — Olá só, estão falando sobre um dos guichês, parece ser o mais lento...  — Comentei com Haruki, tentando manter a discrição para não acabar chamando a atenção de todos e puxar um papo que não teria paciência de ouvir — O Guichê 3 ao que parece, é o mais lento. Ou será que entendi errado? Enfim... Pode ser porque o funcionário é mais atencioso, mas duvido muito que seja por causa disso...  — Complementei, dando um sorrisinho sarcástico ao fim e observando novamente o número estampado na Senha: 7. O mesmo número que segundos depois surgiu piscante no telão, indicando que eu seria sim atendido pelo guichê mais lento de Forina.

Respirei fundo e então dei de ombros, olhando para Haruki e indicando com os olhos que deveríamos ir logo. De uma vez, levantei-me apoiando nos joelhos e caminhei até o guichê de atendimento, tentando manter uma expressão otimista em meu rosto e um sorriso amigável. Apesar de estarmos em dupla, arrisquei tomar a iniciativa — Bom dia! Meu nome é Luch e esse é meu amigo e companheiro de Sociedade, o Haruki. Estamos aqui para conseguir um Alvará para a Realização do Festival da Colheita e também anunciar um Processo Seletivo para Artistas que quiserem participar do Festival! — Expliquei, sempre mantendo um jeito positivo, pelo menos na medida do possível, deixando em aberto um espaço para que Haruki complementasse minhas frases se achasse necessário, é claro.

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Os criadores conseguiam sair daquele momento monótono para finalmente conhecerem o Flash, o funcionário mais dedicado dali, com certeza, pois não fazia sentido demorar tanto e ainda ter um trabalho ruim. Os dois se posicionavam naquele guichê 3, que só tinha uma cadeira, e faziam as primeiras apresentações. Flash, um caucasiano de tamanho mediano, bochechas salientes e olhar de quem acabara de receber um Yawn, assentia positivamente com a cabeça.


Aquele bom dia arrastado e face de sono parecia propício para levar qualquer um que atendesse o pedido a um desmaio forçado. O Flash era o típico rapaz que vivia no seu tempo e os outros que se virem e lutem para acompanhar. Ter que reduzir a velocidade naquele momento era algo que muitos não estavam acostumados no século do tudo instantâneo.

O mesmo parecia feliz por ter alguém representante do evento para poder continua-lo. Com grande alegria, pegava a Pokédex dos meninos com suas principais informações, assim como o documento que comprovavam ser da Virtuum. Começou a acessar o sistema em seu computador branco antigo, cuja tela era daquelas que tinha um fundo volumoso. Enquanto isso, parecia mexer nos documentos... Mas cada movimento parecia ser uma eternidade, em que Flash levantava e abaixava, carimbava... Era até um pouco de teste de paciente, podendo despertar vários TOCs que ninguém sabia.

Os minutos se passavam e durante o atendimento Flash pedia licença para ir ao banheiro. Mais alguns minutos para a conta dos meninos. Ele felizmente voltava ao tempo de pegar a Alvará na máquina e deixar na mesa para eles.

- Por favor, assinem em cada página. Uma cópia é minha e a outra é de vocês... Importante deixar no Ginásio da cidade ao fim do evento... Mais alguma coisa?

Ainda com esperanças em nossos corações, havíamos nos aproximado do Guichê 3 para atendimento. Talvez movido pela apreensão e ansiedade, acabei já me aproximando e comentando nossas inteções e necessidades, sem ao menos prestar atenção nos detalhes daquele atendente. Entretanto, assim que despejei as informações de uma só vez sobre o homem, pude calmamente observar suas características, finalmente compreendendo o motivo de tanta demora. Ele era um Slakoth humano! Em uma movimentação digna de câmera-lenta, o rapaz pegou nossas Pokédex e começou todo um procedimento detalhado e minucioso, mas que não possuía exatamente necessidade de ser assim. Era tão devagar, que apenas observá-lo parecia retirar alguns anos de vida da nossa existência. Mantive-me paralisado, apoiado no braço da cadeira, ainda de pé, até que finalmente ele retornou para próximo de nós dois com papeis para assinarmos e também orientações sobre o que deveríamos fazer com o Alvará ao término do Evento em si.

— Certo! — Comentei, tentando esboçar um sorriso e já pegando o quanto antes a caneta para assinarmos — Ern... Você parece gostar do Evento, certo? Espero então te ver por lá no dia. Prometemos que vai ser inesquecível esse ano! — Comentei, já que o funcionário pareceu interessado no Festival e contente por estarmos organizando. Coitado... Apesar de lento ele era realmente um bom funcionário, pelo menos aparentemente. O homem então nos questionou se tinha alguma coisa a mais para fazer e eu prontamente respondi — Sim, precisamos deixar um anúncio no Site da Prefeitura para Artisas que queiram participar. É com você mesmo que a gente fala sobre isso? Ou temos que ir a um outro setor? O quanto mais cedo conseguirmos, mais bons artistas vamos conseguir para se apresentarem lá no Evento! — Expliquei, rindo em seguida e deixando a caneta sobre o Balcão, esperando apenas o desfecho da conversa para sairmos de lá ou terminarmos nossas obrigações com o Site e os Anúncios.

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O teste de paciência parecia mexer com a ansiedade dos criadores. Na verdade, Flash era o tipo de pessoa que mexeria com a paciência de qualquer um, até o mais controlado, que tinha 1000 horas de terapia, iria querer se matar ao ver aquele homem trabalhando... No entanto, o que tinha de demora, tinha também de detalhe. A alvará tinha algo em torno de 6 páginas, com quadrados específicos de cada serviço que poderia ser executado na cidade, inclusive segurança policial. Era bem detalhado e até objetivo, ao mesmo tempo.

No entanto, alguns questionamentos eram feitos ao Flash, que era prestativo, coitado, mas ao ser perguntando ele expressou um “humm”, abaixou levemente a cabeça, sua mão direita moveu-se vagarosamente até o queixo e ele parecia pensar antes de falar. Aquilo demorava segundos, que talvez se tornaram minutos. O tempo da Pokémon Mythology já era abstrato, mas diante daquele homem, o que durou poucos minutos, virou horas tenebrosas para os dois, que aguardavam a resposta. Era o poder especial de Flash: jogar todo mundo em um genjutsu e fazer parecer que estavam em uma dimensão onde o tempo era o algoz.

- O que eu gosto?- começou o homem, dando mais um tempo para pensar, ou formular suas frases. - O algodão-doce é muito bom... - a resposta simples e direta não era o que poderia se esperar após tanto tempo pensando. - Talvez música... Eu gosto de música... Vocês podem falar com Ediane, a secretária de cultura, no primeiro andar... Ela pode cuidar dos artistas e sua seleção, além de conseguir colocar um bom aparelho de som, além da gráfica de divulgação... A Alvará irá liberar as principais atividades do evento...

O homem pareceu dar uma boa direção, o que parecia levar a um outro setor da prefeitura. Mas a agonia causada pela resposta ainda corroía o coração dos jovens ali...

Tinha medo de "bugar" nosso digníssimo funcionário apeliado de Flash quando Haruki e eu lhe fizemos perguntas quase ao mesmo tempo. Contudo, apenas presenciamos a lerdeza padrão mesmo ao fazê-lo pensar demais. Enquanto isso, me revezava com Haru em observar os papeis do Alvará, que surpreendentemente continha uma infinidade de informações extremamente úteis para os passos seguintes do Evento - e outras nem tanto... - e que certamente nos pouparia de mais questionamentos, que consequentemente trariam mais tempo de espera por uma resposta. Entretanto, no meio disso tudo, uma pergunta e sua respectiva resposta haviam me trazido bastante "estranheza", mas de uma forma divertida. Flash gostava de algodão-doce... Ele talvez precisasse mesmo de açúcar para ter energia de viver. Dei um sorrisinho meio sutil com a sua resposta, mas logo me recompus, pois sua dica sobre a "próxima etapa" foi extremamente útil — Há! Excelente! Esse Evento vai sair e vai ser perfeito por causa da sua ajuda! — Comentei com Flash, agradecendo sua competência, enquanto pegava a pilha de papeis - após nós dois darmos uma boa lida - e dava uma batidinha com eles na mesa para organizá-los todos juntos. Sem mais o que fazer ali, simplesmente partimos adiante para a tal "Secretária de Cultura".

— Gostei do Flash, vamos guardar um grande Algodão-Doce pra ele! Espero que essa tal... Como é mesmo? Ediane, seja tão eficaz quanto ele — Comentei com Haruki, enquanto caminhávamos até o andar inferior — Acho que mais dias é melhor. Eles não estão tão felizes assim com a falta de Apresentações do ano passado, então seria melhor dar mais tempo para eles se prepararem, como um pedido de desculpas. Mesmo não tendo sido culpa nossa... — Comentei, sorrindo — A construção das coisas, como o palco, será na quinta-feira... Nós iremos decorar nesse dia e pedir ajuda ao pessoal da Prefeitura. Então, acho que sexta é um bom dia para a Seleção. Eles já vão ter tido tempo de se prepararem até a Seleção, é só todos considerarem que já vão ser aceitos e se prepararem desde já para o Grande Dia — Dei minha opinião, rindo em seguida — Mas... você queria saber da decoração para decidir um tema mais específico? Porque eu acho que "Desabrochar" é um bom tema mesmo, podemos trabalhar com isso junto dessa Ediane e já fazer uns anúncios com essa pegada... — Detalhei, por fim, parando na frente da sala da Ediane e me preparando para entrar com Haruki — Então, lá vamos nós para mais uma etapa!