Capitulo 15 - Onde Está Phillipe Swirller? - "Um Mar de Justiça / Parte 2"

O ataque que o Pelipper usava, era algo bastante poderoso, se parecia muito com o movimento usado pelo Snorlax de Anabel na Battle Tower, mas era um pouco diferente. Por causa da força de impacto do movimento, eu e Nagisa acabamos sendo empurrados morro abaixo, mas Thor e Iwatobi conseguiam nos segurar antes que rolássemos até o chão.

- Nagisa você está bem? – Eu perguntei assim que me coloquei de pé novamente.

- Estou sim, mas pena que Danny não está. – Ele dizia apontando a esfera na direção de sua pokémon derrotada e a recolhia.

A batalha continuava, e depois de receber mais dois ataques, finalmente o pelicano caia. Ele era realmente forte. Nagisa aproveitou o momento de vulnerabilidade do selvagem, e arremessou uma das esferas. O pokémon foi sugado para seu interior e tentou resistir à captura. Nagisa pegou a esfera e observou com bastante expectativa, mas a primeira acabava por falhar. O pokémon novamente estava ao ar livre, e caia no chão junto com a esfera despedaçada.

- Agora vai! – Nagisa lançava a segunda, e cruzava os dedos. Ela se debatia de um lado ao outro por três vezes, antes de finalmente concluir a captura. - Uhuul – Ele dava um salto, enquanto a esfera ia para seu deposito particular.

Era um alivio estarmos bem depois de tudo o que tínhamos passado até o momento, mas nós ainda tínhamos trabalho a fazer, e ainda não era hora de descansar. - Nagisa, vamos voltar ao trabalho. Logo vai escurecer, e pode ficar mais difícil. – Eu o chamava e recolhia Thor. - Obrigado amigão.

- Certo! Vamos logo. Agora estou mais animado. – Ele dizia tentando disfarçar o cansaço. Ele também recolhia Iwatobi, depois de fazer um carinho em sua cabeça. Em seguida voltávamos a subir o morro.

Já estávamos bem próximos da parte rosa do monte, e já quase dava para ver do que realmente se tratava aquilo. Eram flores? Ou eram realmente algodões? Seja lá o que fosse, não parecia ser doce, ou até mesmo comestível. Pelo menos, não para mim. Já Nagisa estava ainda com bastante expectativa, e quase se esquecera de seu próprio cansaço.

Depois da longa subida, estávamos exaustos. O bom é que podíamos descansar um pouco ali em cima enquanto analisávamos o que nos esperava do outro lado. Nagisa foi logo se jogando do chão, nem se preocupando em comer um pouco de grama ao cair com o rosto sobre ela. Eu me sentava a seu lado enquanto controlava aos poucos minha respiração.

As coisas rosadas agora se mostravam ser árvores, mas realmente não pareciam que eram folhas em suas copas. Quando a ficha de Nagisa finalmente caia, ele se jogava em direção a uma das árvores. Ele pegava aquela coisa rosada que não se parecia nenhum pouco com folhas, e colocou na boca sem pensar duas vezes.

- Nagisa! – Eu gritei quando ele ficou paralisado. Sua felicidade ia se esvaindo aos poucos, e me deixava preocupado. Tentei me levantar com cuidado para ir até ele ver se estava tudo bem, mas logo ele voltava a si e cuspia aquela coisa. - O que houve? - Ele disse que eram apenas folhas, e nem eram gostosa. Eu dei uma risadinha disfarçada e fui até ele. - Quem manda sair colocando tudo na boca sem ver o que é antes. Vamos descansar um pouco.

Nos sentamos para descansar debaixo da árvore, peguei o mapa para dar mais uma olhada e ver se estávamos próximos. A localização que procurávamos ficava logo depois da descida que nos esperava em seguida. Mas antes de seguir, decidi verificar o que seria aquela árvore. Era bem estranha, me lembrava algodão doce, mas poderia ser outra coisa. Será que era obra de algum pokémon? Ou seria algum experimento cientifico? Seja lá o que fosse, me fez levantar depois de uns cinco minutos de descanso, para observar aquilo mais de perto.

Peguei um pouco daqueles fios e os aproximei de meu nariz. Queria ver se o cheiro também era doce, e se realmente eram folhas estranhas. Depois disso andei entre algumas daquelas árvores, para ver se havia mais alguma coisa estranha, que pudesse chamar atenção. Se não tivesse nada, apenas iria em direção ao outro lado do monte para observar o caminho à frente.

- Pode ficar aí descansando, qualquer coisa te chamo. – Eu disse enquanto me afastava de Nagisa.

Depois de cheirar as estranhas folhas da árvore, percebi que realmente se parecia com algum tipo de doce. Seu cheiro era bem chamativo, e poderia ser confundido mesmo com algodão doce. Mas como estava excretando seiva, provavelmente deveria ter um fiozinho de amargor, além de repuxar um pouco. Deixei as árvores de lado depois de ver que não havia nenhum pokémon ali, e nem mais nada de estranho. Assim segui até a outra extremidade do topo do monte.

O local não era muito grande, o que era bom, já que não seria vantajoso ficar andando por muito mais tempo. Ao chegar lá, notei que as rochas formavam uma escada. Não era a melhor escada, mas seria bastante útil na descida, além de agilizar um pouco o trajeto. Ao olhar um pouco mais adiante no caminho, percebi que triamos de passar novamente por uma mata, mas o nosso destino não parecia tão distante assim. Em algum lugar no meio da mata, havia uma clareira, com algo que parecia uma cabana. Lá estava o esconderijo.

- Nagisa! Acho que encontrei o local! – Eu gritava chamando a atenção de meu amigo que estava ainda sentado debaixo da árvore.

- Ótimo! – Ele dizia se levantando. - Acho que já podemos continuar então. Ou vamos acabar dormindo aqui. – Ele se espreguiçava e seguia em minha direção.

Era nítido que ainda não tínhamos descansado o suficiente, e precisávamos de mais alguns minutos. Mas se ficássemos ali por mais tempo, logo anoiteceria.

- Certo, vamos voltar a andar, mas como é uma decida, é melhor irmos devagar. Tem uma escada de pedra, então não vai ser tão difícil descer. Fique alerta, se aparecer algum pokémon, vamos tentar fugir sem lutar. – Eu dizia indicando o caminho.

- Tá bom. – Nagisa novamente pegava a esfera de seu Taillow e o liberava mais uma vez. - Olá de novo amiguinho. Pode voar um pouco, e nos diga se vir algo interessante.

Assim bebemos um pouco de água em nossos cantis, e seguimos para a base do monte. Descíamos com bastante cuidado para não despencarmos morro abaixo. Com Taillow de vigia, podíamos prestar mais atenção no caminho, mas eu não deixava de sempre observar o caminho. Eu descia na frente, e Nagisa vinha em seguida a uma distância segura.

A descida acabou sendo bastante fácil mesmo com alguns sustos por causa de pedras meio soltas e desequilíbrios. Depois de alguns minutos finalmente estávamos lá embaixo. Com as mãos doloridas é claro.

Seguimos o caminho pela mata, com a mesma cautela em que déssemos o monte. Mas também não demorou muito para atravessarmos mais aquele obstáculo e chegarmos a nosso destino. A cabana de madeira.

O local parecia vazio e abandonado. Esperamos um pouco por trás das árvores e não víamos nenhum movimento vindo do local. Então, depois de poucos minutos de espera, nos aproximamos com cautela. Nagisa ia na frente, já que era mais curioso do que eu. Ele abria a porta e fazia uma observação mostrando que o local estava realmente abandonado.

- Que bom que não tem ninguém. – Eu dizia pensando que podíamos estar seguros, mas por outro lado podia não ser o lugar certo. Não tinha muito a vasculhar por ali, mas Nagisa logo disse que iria para o quarto, que era o único outro cômodo da cabana. - Certo, vou ver se encontro algo no meio dessa sujeira.

Enquanto ele seguia em direção ao quarto, fui para a área da cozinha. Estava muito sujo, e fedia muito ali. Tampava minha boca e nariz com o antebraço, para tentar aliviar um pouco, e começava a mexer nas coisas. Eu abriria os armários e procuraria por alguma coisa. Mas antes que eu pudesse encontrar qualquer coisa relevante, Nagisa gritou que tinha encontrado algo, o problema era que seu grito tinha sido interrompido, e um som nada agradável indicava que ele poderia estar em perigo.

- O que!? – Eu disse assim que cheguei na porta do quarto. Nagisa não estava só, um buraco na parede mostrava um mulher bastante forte e robusta. Um Hariyama a seu lado deixava sua presença ainda mais assustadora do que já era. Ela vinha se aproximando pelo buraco. - Você está bem? – Eu perguntei ao meu amigo, ele estava bastante assustado.

Provavelmente não nos livraríamos de mais uma batalha naquele longo dia. Mas o fato daquela mulher suspeita estar ali, já mostrava que podíamos estar no lugar certo. Peguei a esfera de Spartos, e já me preparei para a batalha, apesar de não querer tentar outro dialogo inútil, eu tinha que tentar mais uma vez.

- Moça, calma! Somos apenas caçadores de tesouros. Não está vendo nossa roupa? Encontramos um mapa e achamos que podia haver algum tesouro aqui. – Eu dizia preparado para batalhar a qualquer momento. - Não é Nagisa?

- Sim, sim. É isso mesmo. – Ele pegava o mapa e o estendia para a mulher, tentando ficar um pouco mais calmo. Mas assim como eu, já começava a se preparar para uma provável batalha. A esfera de Slow já ficava preparada. O pequeno Taillow continuava a voar sobre sua cabeça, esperando ordens para atacar, o pequenino também parecia assustado.

A mulher nos ouviu e concluiu que éramos ladrões. Apesar de a cabana estar nitidamente abandonada, ela dizia que era sua casa, e não tínhamos como questionar já que apesar das aparências não tínhamos mais nada que provasse o contrário. Assim ela se preparava para lutar, já que Nagisa se recusava a devolver o que havia encontrado e tentava esconder o objeto.

- Não pense que vai acabar com a gente facilmente. – Eu dizia liberando meu Charizard de sua esfera. - Spartos, atenção, esse Hariyama parece ser bem forte. Ataque-o com Air Slash, depois se coloque entre nós e eles. – O primeiro comando era para deixar tempo para que Nagisa saísse dali, e eu poderia me aproximar mais para ajudá-lo. - Ataque em seguida com outro Air Slash.

Nagisa também liberava seu pokémon, e tentava se levantar enquanto dava os comandos. - Slow, ajude o Spartos. Primeiro use Yawn, em seguida ataque com Confusion! - Em seguida ele se virava para o Taillow e o pedia para ajudar também. - Se mantenha afastado e use Growl duas vezes. - O pássaro finalmente se sentia um pouco mais útil, e se mantinha atrás dos maiores, enquanto se preparava para dar suporte.

Assim que a batalha se iniciasse, com os pokémon fazendo uma barreira entre nós e eles, Nagisa se levantaria e recuaria. Eu me aproximaria para ajudá-lo a se levantar mais rapidamente.