Pokémon Mythology RPG
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[01] Após a tormenta

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O primeiro turno foi bem favorável para nós, estava na cara que aquela bolinha verde não estava com a menor força de vontade. Tanto que bastou Arbok desviar os olhos um pouquinho para que soltasse um grande bocejo, a falta de entusiasmo dele era contagiante. De fato… tão contagiante que até me deixou meio sonolento. Aquilo seria fácil, então eu podia relaxar, não é? Quem sabe até tirar um cochilo…

- Muito bem, Sapphire! Agora use seu Water Gun mais duas vezes, tente manter distância para ele não te acertar tão facilmente. - A voz de Yoshiro me fez despertar um pouco. No que raios estava pensando?? Aquela com certeza não era hora de dormir! Eu tinha que terminar aquilo rápido e nos tirar da mira daquela cobra tenebrosa. Não podia ter chegado até ali para virar almoço. Ou lanche da tarde. Ou jantar. Já nem sabia que parte do dia era, ou se sequer ainda estávamos no mesmo dia. Não é fácil medir o tempo quando você não para de ser levado para os extremos da Terra. - Sapphire, tudo bem?

Tão perdido em pensamentos, nem tinha notado que meus olhos estavam ameaçando fechar de novo. A menina teve que me chamar outra vez antes de eu voltar a mim. A voz dela estava rouca, com certeza estava com dor de garganta, mas ela estava se esforçando para ser forte. Se até alguém frágil e mimada como a minha dona estava tentando tanto aguentar a situação, seria uma vergonha se eu me deixasse abater só por um bocejo. Repassei os comandos dela na minha mente, para garantir que cumpriria direito.

Water Gun… duas vezes… ok. Por que meu raciocínio estava ficando mais lento? Que sensação esquisita… e começou depois daquele bocejo do Gulpin. Será que ele fez alguma coisa comigo? Bem, eu não tinha tempo para pensar sobre isso agora. Balancei a cabeça bem rápido e dei uns saltinhos, para tentar me manter desperto. Eu tinha ordens para seguir, e não podia vacilar.

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A waterful start
Route 110


O anfíbio mantinha-se forte, em nome do bem-estar de sua treinadora e dele mesmo. Ainda assim, parecia de fato mais lento. Tanto que Gulpin pôde agir antes deste, apesar da tão próxima velocidade de ambos. Chegou até Sapphire na maior preguiça, dando-lhe um tapa na cara (-2). Talvez ajudasse a manter o aquático acordado, quem sabe.

Pareceu funcionar, até então. Ele seguiu a ordem de sua treinadora, fiel e leal, usando um outro jato de alta pressão. Sua dedicação era tanta que até mesmo conseguira dar um dano crítico (-5), inclusive assustando o venenoso com tamanha força. Entretanto, esta parecera ser uma última medida desesperada, uma vez que Sapphire perdera sua batalha interna, caindo no sono. Ops...

Agora tendo todo o tempo do mundo para si só, Gulpin resolveu abusar mais uma vez de sua característica preguiçosa. Não queria sair de seu lugar para estapear seu adversário. Não. Deu apenas uma golada do líquido na poça, limitando-se a arrotar depois. Um modo um tanto quanto perigoso de liberar gases. Ou deveria dizer tóxico? Por que mesmo adormecido, Sapphire respirava. E respirou o gás.

Pobre Mudkip. Adormecido e envenenado. Conseguiria virar o jogo? Talvez... Ao final de tudo, o veneno que aspirara causava danos em seu corpo (-2). Preocupante, no mínimo. Arbok continuava vigilante, não se preocupando tanto com os métodos de seu servo. Desde que ele ganhasse, é claro. Dizem que os fins justificam os meios, certo?





Gulpin:
-1 Attack
Hold Item:
~x~
Trait:
Sticky Hold

lv08 Gulpin


20/29
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[01] Após a tormenta - Página 6 Mudkip
lv08 Sapphire


12/26
Trait:
Torrent
Hold Item:
~x~
Sapphire:
Asleep 1/?
Poisoned


Campo: Um espaço um tanto quanto apertado no meio de um labirinto de cerca viva. Há uma poça com algum tipo de ácido ou veneno nos fundos. Uma grande cobra vigia a batalha.


PROGRESSO — HANAKKO :

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Off :




Ainda na metade do turno, Mudkip caiu no sono, confundindo sua treinadora. O que havia acontecido com Sapphire? Aquele era um péssimo momento para tirar um cochilo. A garota, tão inexperiente em batalhas, não entendia o que tinha feito seu Pokémon adormecer. E, pior, não fazia ideia de como acordá-lo, pois nem sequer gritar o nome dele foi capaz de causar qualquer reação. Mesmo assim, continuou chamando-o (afinal, o que mais poderia fazer?), na esperança de que despertasse.

- Sapphire! Por favor, levante! Sapphire… - Não era fácil gritar com a garganta inflamada, mas ela fez o que pôde. E estava tão empenhada nessa tarefa que percebeu tardiamente a nuvem de gás venenoso que Gulpin havia expelido contra o Mudkip, não havia mais tempo para retorná-lo à Pokébola. O máximo que a jovem conseguiu fazer foi segurar Poochyena nos braços e tampar o nariz do cachorrinho, escondendo seu próprio rosto no pelo dele. Não sabia o quanto a nuvem de veneno se espalharia, e era melhor se prevenir.

Sapphire, por outro lado, nem pôde se proteger. Sua pele azul ganhou, por alguns instantes, um leve contorno arroxeado, anunciando que a toxina estava fazendo efeito. Dormindo e, agora, envenenado… é, as coisas não estavam nada boas para ele, e tampouco para sua treinadora. Como Yoshiro tinha deixado a batalha tomar esse rumo? Era seu dever prevenir situações assim, guiar seu companheiro à vitória, e tudo o que ela fez foi colocar a vida de ambos em risco. Talvez o Mudkip tivesse mais chances de ganhar sem a intromissão dela. Se acordasse a tempo, é claro…

Yoshiro sentia seu corpo tremer e, dessa vez, não era de frio. Estava tão frustrada consigo mesma por ter colocado Sapphire naquela situação, nada daquilo teria acontecido se não tivesse feito escolhas tão tolas desde que se conheceram. Se não fosse tão irresponsável, à essa hora os dois estariam descansando tranquilamente em Slateport, e não sob o olhar assustador de uma cobra que havia jurado devorá-los. Com certeza Sapphire não estaria envenenado e à mercê de uma bola venenosa ambulante.

- Sapphire... - O som saiu mais como uma súplica do que como um chamado. A garota nunca tinha se sentido tão impotente. Se pelo menos… pudesse fazer algo. Mas que algo? Hórus provavelmente não iria aparecer de novo para salvá-los. Espera aí… Hórus! A lembrança da estátua fez a garota perceber que havia, sim, uma forma de livrar Mudkip daquela situação. Correu para o meio do campo de combate e ajoelhou-se ao lado do seu inicial, com uma certa guloseima em mãos. Despedaçou o Lumiose Galette e colocou-o na boca do aquático. - Ei, acorde! Tem biscoito!

Como não pensou nisso antes? A pressão do momento deve tê-la deixada lerda - não que ela já não seja normalmente. Contudo, havia conseguido solucionar os dois problemas de uma única vez, graças aos efeitos quase milagrosos do Lumiose Galette. E agora? Já tinha perdido tempo usando o item, não havia como pensar em uma boa estratégia no momento. Então, por hora, melhor insistir no Water Gun e tentar deixar Gulpin bem longe daquela poça de veneno. Sapphire já tinha caído no truque do bocejo uma vez, então Yoshiro torcia para que o Mudkip conseguisse se proteger na próxima.

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OFF :




A waterful start
Route 110


Uma tacada de gênio, realmente. Yoshiro podia não entender completamente tudo que havia acontecido, mas nem precisava. Dera conta de tudo, sozinha, após pensar um pouco. Conseguira salvar-se, o veneno não chegara a atingi-la, diferentemente de Sapphire. As condições do aquático não estavam nada boas.

Entretanto, nada que um biscoito não resolvesse. Assim que Gulpin terminara de dar mais um de seus tapas (-2), a treinadora correu até seu pokémon, despedaçando-o na boca do pequenino. Foi instantâneo. Aqueles biscoitos realmente eram bons, fosse pelo sabor ou característico odor, Sapphire estava curado de todas suas condições, como num passo de mágica.

O venenoso, irritado, partiu para cima com mais um de seus tapas, mas agora o aquático podia responder novamente: Water Gun. E este parecia ser o mais forte que já havia usado em toda sua vida. Fosse pela motivação ou pelo simples fato de estar defendendo-se em uma situação crítica, Sapphire propulsionou seu jato com força na bolinha verde, que até ficou tonta com o impacto (-7).

Se as coisas continuassem assim, a vitória era uma possibilidade próxima. Próxima até demais. A atitude no olhar de Arbok pareceu mudar. Estava... Preocupada? Vai saber... Mas quem diria que um aperitivo poderia fazer tanta diferença?





Gulpin:
-1 Attack
Hold Item:
~x~
Trait:
Sticky Hold

lv08 Gulpin


13/29
[01] Após a tormenta - Página 6 Gulpin
[01] Após a tormenta - Página 6 Mudkip
lv08 Sapphire


08/26
Trait:
Torrent
Hold Item:
~x~
Sapphire:
~x~

Campo: Um espaço um tanto quanto apertado no meio de um labirinto de cerca viva. Há uma poça com algum tipo de ácido ou veneno nos fundos. Uma grande cobra vigia a batalha.


PROGRESSO — HANAKKO :

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Eu… perdi? Tudo escureceu tão rápido… antes de cair, um último pensamento percorreu minha consciência: eu tinha falhado. Não pude proteger Yoshiro, como jurei que faria. Raios, não tinha protegido nem a mim mesmo! Estávamos os dois condenados, e tudo porque meu corpo não resistiu a um bocejo. Que fim humilhante… o olhar frio da Arbok foi a última coisa que vi antes de apagar. O grito de Yoshiro, chamando meu nome, não era mais do que um eco distante - quase irreconhecível para a minha mente em seus momentos finais de consciência. Será que morrer era assim também? Tão vazio e escuro? Eu provavelmente descobriria logo...

… Por que a morte cheira a biscoitos?

Não sei quanto tempo passei dormindo, para mim pareceram apenas alguns instantes. Acordei com um sabor adocicado em minha boca - revigorante e deliciosamente familiar. Ele espantou todo o sono que eu estava sentindo, e neutralizou uma dor estranha que percorria meu corpo - algo que eu nem tinha reparado que estava sentindo até acordar. Yoshiro estava na minha frente, com um sorriso aliviado. Eu não sabia ao certo o que ela tinha feito, mas de alguma forma tinha me salvado.

- Eu te disse que era bom guardar os biscoitos. - Ela tentou soltar uma risadinha, mas soou meio rouca, provavelmente pela garganta da menina não estar nas melhores condições. Não tivemos tempo de conversar mais, Gulpin avançou para cima de mim, visivelmente irritado. Eu sentia meu corpo todo cansado e dolorido (nem parecia que tinha acabado de cochilar), no entanto, nunca tinha me sentido tão forte. O Water Gun que lancei contra ele saiu com um poder que eu nem sabia que tinha. Talvez fosse a adrenalina do momento? Não sei, mas estava gostando daquela sensação. Sentia que agora podia arrancar a vitória das mãos (mãos?) daquela Arbok. - Sapphire, não deixe o Gulpin chegar perto daquela poça de ácido.

Não entendi a razão, mas era melhor ouvir, Yoshiro estava muito mais a par da situação. A única coisa que ainda me preocupava era aquele bocejo… e se Gulpin fizesse de novo? O jeito era derrotá-lo antes que isso acontecesse. Entretanto, seria muito bom ter uma garantia… olhei para minha treinadora, e ela estava bem pensativa, eu quase conseguia ver as engrenagens girando dentro da sua cabeça. Após alguns instantes, ela arregalou os olhos, como se tivesse acabado de perceber algo.

- Foi o bocejo… - A voz dela não saiu mais que um sussurro, contudo, deu para ouvir. Era algo meio óbvio, foi a única coisa que aquela bola verde fez além de me estapear, não tinha como ter sido outra coisa. Porém, eu tinha que levar em consideração que Yoshiro não sabia muito sobre batalhas, então nem tudo era tão óbvio assim para ela. Minha dona andou por alguns metros antes de parar e (para a surpresa geral) começar a falar diretamente com nossa assassina em potencial. - Arbok, quando isso tudo acabar, pode ensinar o Sapphire a falar minha língua também? Seria muito legal entendê-lo.

Do que raios aquela tonta estava falando…? É claro que ela não poderia. Já tentei pra caramba fazer os humanos me entenderem, e nunca consegui, não seria uma cobra que seria capaz de me ensinar. E eu tinha certeza de que Yoshiro sabia que aquele pedido era absurdo. Então, por quê...?

Ela me olhou pelo canto do olho, como se estivesse me apressando. Só então reparei o que minha humana estava tentando fazer: impedir o Gulpin de bocejar. Da última vez, ele só tinha se atrevido a fazer isso quando Arbok desviou os olhos, provavelmente não queria dar uma prova tão descarada de falta de vontade na frente dela. E Yoshiro estava posicionada de forma que a cobra não poderia olhar para ela sem olhar também para o seu servo. A menina estava tentando puxar assunto para manter os olhos de Arbok na direção dela e, consequentemente, na de Gulpin. Eu tinha que admitir… essa garota não é tão tola quanto parece.

É claro, aquilo não duraria por muito tempo, Arbok logo a mandaria se calar. E insistir demais em falar com uma cobra que não queria conversa não era uma boa ideia. Yoshiro me arranjou algum tempo, preciso aproveitar… resolvi continuar com o Water Gun e aproveitar ao máximo a nova força que tinha conseguido, torcendo para conseguir acabar aquilo rápido. Iria insistir nesse ataque até que Gulpin fosse derrotado. Afinal, não tenho muitas opções de ataque, e eu é que não vou cabecear uma bola de veneno ambulante.

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A waterful start
Route 110


Biscoitos, biscoitos e mais biscoitos. Biscoitos para todos! Assim que foi curado de todas suas condições com uma dessas maravilhas culinárias, Sapphire foi capaz de virar o jogo. Com um fortíssimo Water Gun, estava mais perto da vitória que nunca. Ainda assim, poderia se dar mal, caso não tomasse cuidado...

Não era o caso, felizmente. Yoshiro parecia bastante atenta, contente consigo mesma, apesar de rouca. Droga... Será que conseguiriam sair dali logo? Não seria bonito ver a garota chegar em uma condição ruim... De qualquer forma, esta era uma preocupação para depois. Não podiam deixar-se distrair e cair no sono.

...Cair no sono?

É, isso mesmo. Perceberam as intenções e estratégias de Gulpin, seu destruidor bocejo. Não poderiam dar outra brecha. Assim sendo, a garota posicionou-se estrategicamente, e tentou chamar a atenção de Arbok. Deu certo, até. Confusa, a cobra olhou para a treinadora, expelindo um sibilar expressivo de quem diz "Ficou louca, garota?".

Como que frustrado, o adversário do trio atacou, com um outro tapa (-2), debilitando Sapphire ainda mais. Não que importasse. O aquático, apesar de já mais fraco, lançou outro jato d'água (-7), deixando a bolinha tão cansada quanto ele. Aproveitando o embalo, deu seu ataque final. Encerrou a batalha com estilo, propulsionando um último Water Gun do âmago de seu ser, nocauteando Gulpin.

Era isso, então.

Arbok olhou para a garota com um certo desprezo. Aparentemente, as coisas não se saíram como a reptiliana esperava. — Poisssss bem. Cumpriram vosssssa parte da propossssta. — começou ela, com sua voz irritante. — Honrarei meu acordo. Qual pergunta queressss que eu ressssponda?


Sem tempo para pensar, parecia. Era pegar ou largar. Como Yoshiro e sua trupe lidariam com mais esse fato? Deveriam escolher sabiamente, não?






Gulpin:
Fainted
Hold Item:
~x~
Trait:
Sticky Hold

lv08 Gulpin


00/29
[01] Após a tormenta - Página 6 Gulpin
[01] Após a tormenta - Página 6 Mudkip
lv08 Sapphire


06/26
Trait:
Torrent
Hold Item:
~x~
Sapphire:
~x~

Campo: Um espaço um tanto quanto apertado no meio de um labirinto de cerca viva. Há uma poça com algum tipo de ácido ou veneno nos fundos. Uma grande cobra vigia a batalha.


PROGRESSO — HANAKKO :

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Por pouco não ri ao ver a forma que Arbok encarou Yoshiro, como se estivesse questionando a sanidade da garota. Eu conhecia tão bem aquela expressão - era a mesma que eu vivia usando quando minha treinadora fazia alguma trapalhada. Queria saber o que a cobra faria se tivesse visto Yoshiro brigar com um minotauro, ou perseguir risadas macabras, ou correr para ver a invasão dos Aquas mais de perto ao invés de fugir dela. Essa menina era, definitivamente, a humana mais sem senso de perigo que conheci em toda a minha vida, e eu já conheci muitos humanos!

Todavia, eu estava começando a notar que Yoshiro não era apenas a garotinha boba e ingênua que achei a princípio. No deserto, ela conseguiu contornar o problema do clima árido. Também foi capaz de interpretar bem os cogumelos, e, agora, sua estranha obsessão por biscoitos tinha salvado nossas vidas. Chega a ser engraçado como o mundo gira… passei o dia criticando minha treinadora por dar tanto valor a esses doces, e no fim foi um deles que nos impediu de virar petisco de cobra. Ao seu próprio modo (um modo bem estranho, de fato), ela sempre dava um jeitinho de nos livrar de situações difíceis. Seria algo realmente admirável… se a própria humana não fosse a responsável por nos meter em todos esses problemas, é claro.

Assim que Gulpin caiu, minha treinadora correu até mim e me abraçou. Eu nunca tinha me sentido tão esgotado… assim que seus braços cercaram meu corpo, senti minhas pernas falharem, só não caí porque a humana estava me segurando. Ela sussurrou um agradecimento para mim e disse que estava orgulhosa, que eu tinha salvado o dia de novo. Eu não estava mais com energia para continuar andando, sentia meu corpo todo doer tanto pelos tapas de Gulpin quanto pelos ainda recentes arranhões de Diglett. Então, apenas aproveitei o colo da humana e me aninhei ali mesmo, era tão confortável que poderia tirar um cochilo… não, não, não. Definitivamente, sem mais cochilos.

Dessa vez, não fiz isso sozinho. Você agiu muito bem.” Por mais que meu orgulho doesse um pouco em admitir isso, eu não teria tido a menor chance sem Yoshiro. Acho que estou devendo um pedido de desculpas à minha treinadora por ter condenado tanto o cuidado que ela teve com biscoitos, desde os que estragaram no mar até os que achamos no deserto. Quem poderia imaginar que eles seriam tão úteis?

- Ah, a pergunta… - A garota já estava com a atenção voltada de novo a Arbok. Por estar tão perto, notei que ela franziu um pouco a testa diante da fala da serpente. Acho que Yoshiro estava tão absorta com a batalha que nem parou para pensar em qual pergunta faria. Era melhor eu fazer isso por ela antes que acabasse desperdiçando nossa chance com alguma pergunta boba… - Desses dois caminhos, qual leva para o coração do labirinto?

Ela nem me deu chance de intervir, questionou mais rapidamente do que eu esperava. E o que exatamente Yoshiro queria dizer com coração do labirinto? Bem, eu tinha notado uma região que ainda não conseguimos acessar, na qual a umidade é mais alta do que no resto do labirinto… mas o que será que tinha feito Yoshiro presumir que seria o coração? Se ela estivesse errada, teríamos perdido nossa recompensa. Eu só podia torcer para que a humana soubesse o que estava dizendo.

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A waterful start
Route 110


Pobre Arbok. Mal sabia tudo que Sapphire precisava experienciar nas mãos de Yoshiro. Se a cobra estava confusa, pois então o aquático era o próprio move Confusion, e com cem por cento de chances de ativar seu efeito secundário. Não são apenas jogos mentais que mexem com nossas mentes.

Ainda assim, o anfíbio sentia-se... Surpreso com a treinadora. Apesar de um tanto quanto avoada e cabeça-dura, a garota também era muito inteligente, e sua inocência para com a vida chegava a ser encantadora (desde que tal inocência não estivesse custando-lhes suas próprias vidas). Um mundo a ser descoberto.

Uma paixão. Talvez Yoshiro não sentisse aquele ardor dentro de si quando pensava em batalhas e desafios, mas aparentemente sentia-o em relação aos monstrinhos que a cercavam. Abraçava Sapphire como irmãos há muito distantes faziam, e o próprio Poochyena parecia cativado pela jovenzinha. Amor é uma palavra difícil de ser definida, mas talvez...

Bem, por mais que quisessem ficar ali, abraçados por todo o sempre, não podiam. Precisavam sair dali. E Arbok poderia ter a resposta. Mas é claro, a resposta da pergunta correta. Talvez devessem pensar cuidadosamente, ou algo do tipo... Não? Tudo bem, então. A treinadora quase que instantaneamente proferiu suas palavras, aguardando pelo retorno da grande cobra violácea.

Estranho pensar em como as pessoas costumam gaguejar quando nervosas, ou em como uma entonação ligeiramente diferente mudava o completo sentido de uma sentença. Um vibrar de cordas vocais, a entrada e saída de ar. Um som a se ouvir, uma melodia a se escutar. Ainda assim, Yoshiro não hesitou. Disse em alto e bom som. A maneira com a qual fala, tão determinada, chegava a ser assustadora.

E claro, Arbok percebeu isso. Se répteis dispusessem de sobrancelhas, a cobra definitivamente estaria arqueando uma delas. — Éssss muito assssstuta e perceptiva, criança. Fico impressssssionada com tamanha esssperteza. — sibilou a cobra, naquilo que lembrava um elogio. — Terássss vosssssa ressssspossssta.

Então ela começou a sibilar ainda mais, mostrando a língua e balançando seu corpo. Por fim, apontou com sua cauda para o lado esquerdo, que aparentemente ia para o lado oposto ao que Yoshiro desejava. — Caminharássss até que encontressss a cerca rejeitada. Em baixa esssscala e grande essssforço, terásss vossssssa entrada.

Em meio a caminhossss enlameadossss, ssonssss entrelaçadossss, a luz sssssserá achada. — certo, isso era mais que uma simples resposta. E ao mesmo tempo, também era mais do que poderia se esperar que a cobra diria. Aparentemente, ela estava dando para a treinadora uma bela de uma colher de chá. Talvez realmente tivesse sido impressionada pela garota.

Encontresss o farssssante zombador, o espelho azul encantador. — disse então, olhando fixamente para os olhos da jovem. Parecia... Incompleto. Mas ainda assim, era bastante informação. O que será que tudo aquilo significaria? Um tipo de enigma... Antes que pudessem indagar ou fazer qualquer outra coisa, no entanto, Arbok afastou-se, rastejando.

E conforme a cobra ía embora, silenciosa, sumindo em meio à escuridão e a poça ácida, Yoshiro ficava para trás, com seus pensamentos. A poça estava secando, até que não havia mais nenhum resquício desta. Pois bem...

O que fariam?





PROGRESSO — HANAKKO :

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Um enigma. Arriscamos nossas vidas por essa resposta, e o que ganhamos é um enigma? O que custava dar uma resposta direta? Nada do que aquela cobra disse fazia sentido! Eu estava prestes a tirar satisfações com ela, mas assim que terminou de falar, Arbok virou-se e começou a rastejar para longe dali. Preferi acreditar que ela estava fugindo da minha bronca, embora no fundo eu soubesse que aquilo não tinha nada a ver comigo. Na verdade, durante todo o tempo, Arbok nem sequer olhou para mim. A atenção dela estava totalmente voltada para Yoshiro, parecia de fato impressionada com a minha treinadora. Eu também me impressiono muito com Yoshiro, o tempo todo. Infelizmente, na maioria das vezes não é em um bom sentido.

- Sons entrelaçados… como exatamente se entrelaça um som? Isso até soa como sinestesia. - Minha humana franziu a testa, confusa. Estava murmurando para si mesma os versos que Arbok dissera, provavelmente tentando decifrar a linguagem nada direta ou específica da reptiliana. Eu nem me surpreendi quando Yoshiro riu baixinho, parecendo se divertir com aquele enigma. Francamente, já esperava que ela fosse gostar - assim como gostou de encontrar as primeiras encruzilhadas do labirinto. Aquela garota tinha um conceito muito estranho da palavra “diversão”. Para mim, seguir pistas tão vagas em meio a um labirinto potencialmente mortífero não era nada divertido. Mas, para ela, parecia ser muito. - Meninos, como vamos saber que encontramos uma cerca rejeitada?

Deve estar separada das outras, eu acho.” Murmurei sem grande empolgação, sabendo que só estava gastando meu fôlego. Por alguma razão, Yoshiro gosta bastante de nos fazer perguntas, apesar de claramente não entender nossas respostas. Talvez ela só queira ouvir outra voz além da dela? Não, não acho que seja só isso - a garota parecia estar de fato tentando estabelecer alguma comunicação. É quase engraçada a forma como ela me encara quando estou falando, tentando inutilmente decifrar qualquer coisa. “Melhor irmos andando, não vamos achar parados aqui.

Apontei para o caminho que Arbok indicara, só para garantir que Yoshiro entenderia o recado. A menina assentiu e começou a andar naquela direção, ainda me carregando no colo. Eu não reclamei - ainda estava tão cansado da batalha, era um alívio não ter que caminhar. Até que minha treinadora é um travesseiro bom… me ajeitou da forma mais confortável que conseguiu, com a minha cabeça apoiada sobre o seu ombro, embalava-me como se eu fosse um filhote. Normalmente eu ficaria envergonhado, mas estava tão bom que nem me importei. Poochyena foi quem não gostou - ficou rosnando pra mim e tentando chamar a atenção de Yoshiro com seus latidos.

- Desculpa, Poochy, eu não consigo levar os dois… - O cãozinho ganiu, infeliz, e minha treinadora se abaixou para fazer cafuné nele. - Depois que Sapphire melhorar, vai ser sua vez, ok?

Ele latiu em concordância, abanando o rabo alegremente. Eu não consigo entender como Yoshiro consegue interagir com um Pokémon selvagem com tanta naturalidade… ela não demonstrou nenhum medo, desconfiança, nada - apenas a mais legítima vontade de brincar e fazer amizade com o cachorrinho. Embora já seja quase adulta para os padrões humanos, minha treinadora mais parece uma criança: é ingênua, muda de humor rápido, impressiona-se com qualquer coisa e não tem noção de perigo. Seria fofo se não fosse tão preocupante. Como alguém assim sobreviveria no mundo lá fora?

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A waterful start
Route 110


Frustrante, de fato. Mas normalmente era assim mesmo. Nunca dão respostas completas ou simples. Ainda assim, havia a sensação de que Arbok acabara por ajudá-los... Ela poderia simplesmente ter apontado o caminho e ido embora, sem mais nem menos. Para que se dar o trabalho de "enigmatizar" tudo? Talvez fosse uma armadilha...

De qualquer forma, eles seguiram por lá, ainda um pouco confusos com a mini profecia que receberam. Aquelas figuras de linguagem... Ainda bem que tinham Yoshiro ao seu lado. Se alguém pudesse descobrir o significado de tudo aquilo, certamente seria a treinadora, que parecia entretida com tudo. Honestamente, o que passava pela cabeça dela?!

Bem, mas não posso negar que de fato era interessante. Apesar de exaustiva, aquela experiência estava sendo legal, até. Provavelmente, eu também iria gostar. Aliás, já estou. Bem, seguiram em frente, pelo caminho indicado, até então sem sinais de Minotauro, risadas ou cobras falantes. Isso é bom? Provavelmente.

Discutiam em um aparente monólogo as possibilidades, refletindo sobre as rimas. Sapphire era o único que não andava, sendo carregado no colo, por conta do cansaço da última batalha. Poochyena não gostou muito disso, mas contentou-se com a promessa de Yoshiro. O cãozinho parecia bem à vontade ao lado da treinadora, era quase surreal, apesar de não gostar muito do aquático.

Bem, dizem que não se pode agradar a todos, certo? Ainda assim, a jovem de longos cabelos negros tentava. Apesar dos possíveis riscos, ela tomou cada uma de suas decisões até ali de forma inteligente e que buscasse causar o menor prejuízo possível. Não era apenas um rostinho bonito, mesmo que tivesse uma alma pura e inocente, uma mente esperta porém volátil. Talvez o treinador ali fosse Sapphire, todo responsável, e Yoshiro a pokémon desastrada.

...

Ok, realmente não faz sentido, mas tudo bem. Eles andaram pelo que parecia ser muito tempo. Apesar de fazer curvas, subir e descer, virar e desvirar, o caminho não se ramificara mais nenhuma vez. Poderia ser bizarro, caso eles não soubessem que nada ali fazia o menor sentido. E de fato não fazia.

Incluído nisso o fato de o caminho não ter saída. Pois é. Depois de tanto caminharem (você não, Sapphire), descobriram que o caminho que percorriam estava fadado a acabar com uma das paredes verdes do labirinto. Aquela cobra maldita, mentindo para eles...!

Espere, eu disse verde? Engano o meu. Aquela parte do labirinto não estava verde. Estava vermelha, quase que alaranjada. E justamente quando convergia para aquela parede que dava fim ao caminho em que percorriam. Curioso. Mas provavelmente não significava nada demais, certo? Não sei. Talvez Yoshiro pensasse em alguma coisa.





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