Pokémon Mythology RPG
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[Pallet] Especial - Como (não) sobreviver a uma inundação.

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OFF: Olá, narrador! Essa rota será comigo e com o Sajin. Vou estar utilizando minha NPC durante a rota também, e, caso não queira narrá-la, eu posso fazer isso. Tô apenas usando ela para resolver umas tretas entre ela e o Daisuke já que o Raiko não tem que ficar vendo lavação de roupa suja :slow:

Aliás, lhe deixei a liberdade de descrever o ambiente da forma que preferir, para tornar mais claras as suas intenções com as missões e tal. Enfim, no mais é isso! Espero que a gente se divita. o/


Eu soube que estava na merda assim que vi a mensagem de Lisanna dizendo que já me esperava na zona embarque. Ela não costuma fazer tanta questão de chegar mais cedo, então, quando o faz, é porque quer resolver algo antes. Engoli seco. Quando entrei na zona de embarque, eu juro que fiquei feliz em vê-la. Sério. Até quis abraçá-la, e fui o mais rápido que consegui enquanto fingia não correr para tal, e, assim que me via chegando perto, a garota simplesmente se levantou da onde estava, o olhar frio como pedra, caminhou dois passos e me deu um belo tapa na cara. Assim, não que eu soubesse que ela não o faria, e não que eu achasse que não merecia...

... Mas fazer isso na zona de embarque foi sacanagem.

- Ai, porra. Ficou doida? Em plena zona de embarque? - Lhe questionava, e, em resposta, a garota revirou os olhos e se sentou onde estava anteriormente, em seguida, eu me sentava do seu lado e via ela pegar um livro. - ... Suponho que prefira conversar no avião.

- E eu suponho que seja isso que prefira, não é? Afinal, não da pra falar muito aqui. - Dizia, fria, enquanto olhava fixamente sobre o livro. Era um livro diferente... "Modernidade Líquida"...

Apenas assenti com a cabeça. Se fosse para ter uma conversa tão aberta num local daqueles, seria constrangedor. Quer dizer, ainda que no avião não teríamos muita privacidade, mas não dava para ficar adiando a nossa conversa, então... Peguei uma revista. "Manual do novato #01 - Como treinar seu Bulbasaur". Para mim, uma atitude normal, para ela, um belo motivo de risadas. Tanto que mal pode conter uma, e deixou escapar um riso abafado, enquanto eu me mantinha quieto, mas constrangido.

... Não tardou para entrarmos no avião. Lá, sentamos mais atrás, onde poderíamos conversar mais a vontade. Felizmente, o avião era organizado em duas fileiras, mas só haviam duas poltronas de cada lado de um extenso corredor, o que facilitava o processo. Me sentava na poltrona mais próxima do corredor enquanto a garota observava a janela e guardava seu livro na mochila, ambos sentados ao fundo do avião. Eu queria começar a falar, mas ela acabou fazendo-o primeiro.

- Daisuke... Eu larguei tudo. Tudo mesmo. Que diabos... Que diabos você tinha na cabeça? - Perguntava cabisbaixa enquanto olhava para baixo, ainda desviando o olhar para a visão na janela.

- Eu... Só não sabia como lidar com tudo aquilo... - Dizia enquanto olhava para ela. Não fugiria de suas expressões ou olhares, mas será que ela estava disposta, de verdade, a me repreender? Ou estaria só me testando? - Eu acabei largando tudo também...

- É, tudo mesmo. Você tinha ficado sem nem falar comigo durante dois meses. Porra, eu morava do seu lado. - Dizia, me enviando um olhar de repressão.

- Nunca tive a intenção de te fazer mal, Lis. Sei que não foi fácil para você ver eu... Bem, largando tudo por simplesmente surtar. E teve o Elfman também... - Dizia, cabisbaixo.

- Eu ainda não achei ele... A Mira não fala comigo sobre e sempre me deixa no escuro... Acho que não quer me preocupar. - Falava a garota, agora ainda mais cabisbaixa. Em seguida, ela se endireitava na cadeira e me olhava nos olhos, mais animada. - Mas não acho que ele esteja mal... E pelo menos, com tudo isso... Começo a me questionar se a Faculdade teria sido a escolha correta.

- Sério? Por que? Você não disse que não pretendia virar treinadora. - Dizia, questionando-a curioso.

- É, mas eles acabaram me abrindo novas possibilidades e... - Nesse momento ela parava de falar e me olhava nos olhos. - Ah, nem ferrando. Eu não vou mudar de assunto assim, eu deveria estar super zangada com você. Perdi dois anos da minha vida tentando cuidar dessa sua cabeça, seu idiota. - E me dava um empurrão, em queixa, o que acabava por me fazer gargalhar. - Você tem é muita sorte! Eu não deveria nem olhar na sua cara!

- Ah sai dessa. Você não conseguiria ficar com raiva de mim nem se quisesse. - Dizia sorrindo, enquanto ela desviava o olhar novamente para a janela, dessa vez, mais séria e menos melancólica. - Não vai ser fácil lá... Pelo menos, vou visitar a vovó.

Sabia que ela pretendia visitar o túmulo da vó desde o início, mas eu jamais saberia dizer em que estado a lápide estaria. Muito menos se ela ainda estaria onde a casa da Lis ficava antes de desabar, dito isso, passamos a viagem toda tranquilos até onde chegamos em Sienna e ouvimos aquele discurso bonito sobre a reconstrução e tudo o mais. Prometi para mim que passaria mais tarde para resgatar o meu TR, mas, a princípio, a prioridade maior seria ajudar, e, assim sendo, prosseguimos até Pallet de helicóptero, onde, lá mesmo, eu podia reconhecer Raiko, um dos garotos da minah sociedade, mais ao fundo. Acenava para ele enquanto aguardava a chegada até a cidade, da qual eu não sabia exatamente o que esperar além de uma grande terra molhada e hiper salinizada.

Isso me faz pensar, será que a agricultura em Tohjo poderia ser reestabelecida um dia? Tem alguma coisa em Pallet, uma cidade pequena e pouco estruturada, que estava inteira? Ainda não sabia dizer, e, via da janela um cenário desastroso...

No que diabos eu fui me meter...


Última edição por LCunha em Ter 2 Jun - 2:03, editado 1 vez(es)

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off :


Era estranho como sempre lhe vinham borboletas no estômago antes de algo tão importante quanto aquilo, deixando-o um tanto desconcertado e sem saber o que fazer, receoso de que a qualquer momento pudesse fazer algum tipo de besteira. Inicialmente começava o nervosismo com o fato de saber se estava levando tudo o que precisava, algo que nem fazia tão sentido já que vivia viajando de um lado para o outro, então, em teoria, não precisava se preocupar, pois só tinha aquilo consigo. Embora, fosse necessário se preocupar com os parceiros que levaria. Escolheu os mais fortes que tinha, exceto pelo pequeno e sinistro Teach, que apesar de não ser tão forte, o gostava de manter por perto pela aura interessante que esse carregava. Uma segunda coisa que sempre lhe trazia ansiedade era a questão dos horários, fazendo-o ficar imaginando se não estaria atrasado ou se não ocorreria algum problema que faria um com o voo que o faria decolar mais cedo. E a terceira era o fato de não saber muito bem como se portar, infinitas coisas passavam na sua cabeça antes que pudesse fazer qualquer coisa ou tomar uma decisão, como se quisesse conferir cem por cento que nada pudesse dar errado, até mesmo em coisas pequenas como beber água e recear que pudesse se molhar enquanto os outros lhe observavam. Era insanamente estranho o quanto viagens como aquela poderiam causar tamanha ansiedade no jovem Sabazura.

Assim, com seu nervosismo, o jovem de cabelos verdes seguia para a pista de embarque com suas mãos nos bolsos, vez ou outra verificando as horas para constar se não havia perdido o embarque. Continuo, então, da mesma maneira, sempre com os ingressos a mão e verificando não somente uma, mas cinco ou seis vezes se estava na fila correta para o voo, não tardando a embarcar e assim chegando ao seu assento, no qual se acomodou e passou a olhar a janela enquanto deixava seus pensamentos voarem. A primeira parte estava concluída, então poderia deixar se tranquilizar um pouco mais.

Em seu cerne tinha certo receio de como poderiam estar as coisas por Pallet. Sua consciência nitidamente lhe mostrava que destruição imperava por todo local, talvez não deixando que reconhecesse mais os pequenos pontos que fizeram parte de sua infância, como: O parquinho onde brincava com as outas crianças, a escola onde estudou, os pequenos restaurantes locais que gostava de ir com Matsumo e, bom, a própria casa de Matsumo, um lugar que, apesar de o jovem as vezes ser um pouco desligado para as coisas, guardava com muito carinho em seu coração. Ele devia muita coisa a aquela mulher, se não tudo, se não a própria vida e quem havia se tornado hoje. No dia anterior havia aproveitado para ligar para ela e contar sua decisão de se juntar ao grupo de voluntários que seguia para ajudar na reconstrução do continente, ela ficara feliz por isso, mas igualmente preocupada com isso. Aquele era um local que havia fica abandonado por dois anos apenas a mercê das forças da natureza, seria de estranhar se perigos não houvessem surgido por ali. Deixando as preocupações de lado, Matsumo também lhe aproveitara para lhe fazer um pedido: Que verificasse se ainda tinha alguma possibilidade de voltarem a sua antiga casa...

Enquanto seus pensamentos viajam, o de cabelos verdes se deixando encostar na cadeira acabara por cochilar, tardando a despertar somente quando o avião pousava, abrindo os olhos de sobressalto e limpando com as costas da mão a baba do seu rosto enquanto sentia seu rosto como se estivesse esmago e mãos formigando. Assim, quando foi tida a permissão para sair da aeronave, Raiko levantou de sua cadeira e saiu com a mochila nas costas enquanto balançava suas mãos tentando se livrar da chata sensação de formigamento.

Enfim, chegado em Sienna, se permitiu recuperar do sono enquanto escutava as orientações da instituição, não tardando em receber os equipamentos e seguir para o local onde o destinariam para Pallet. Em dado momento conseguira observar Daisuke de longe, um conhecido da época de Battle Tower e da sociedade na qual ambos estavam, passando acenar para ele de longe.

De fato, infelizmente, tinha o receio de ver apenas destruição através do continente, algo que sabia que iria ver muito ali, só tinha esperança que ainda houvesse resquícios de que as coisas poderiam seriamente mudar e que, no futuro, graças ao esforço de todos os treinadores pudessem voltar a povoar Tohjo de novo.

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OFF: Olá rapazes, espero que seja uma rota proveitosa para ambos. Cunha, fica a vontade pra narrar a NPC, vou apenas guiar as tarefas.


Numa tarde quase milagrosa para a região de Kanto, o calor do sol abençoava em especial a pequena cidade de Pallet. Depois de quase dois anos sofrendo com as chuvas incessantes manifestadas por Kyogre sobre Tohjo, Pallet sorria com o dia ensolarado. As folhas, já verdes, brotavam nas matas ao redor da cidade, verdinhas como se fosse a primeira de um ciclo totalmente novo. Infelizmente as árvores não tinham a mesma força. Muitas foram arrancadas do solo e estava no meio de estradas e encostadas em construções que antes eram casas. Poucas construções tinham suportado as enchentes.

Bem, a aventura de hoje seria focada na nos heróis Daisuke Fernandez e Raiko Sabazura. O primeiro era natural de Hoenn, mas tinha uma história conturbada com memórias não muito agradáveis da região tropical. Por essa mesma lembrança sua família mudou para Pallet e agora teria a chance de provar seu valor como bom filho que para casa retornava e também um momento para remembers. Já o segundo personagem principal tinha uma história ainsa mais confusa e misteriosa. Raiko não era natural de Pallet, e se fosse, como saber? Foi abandonado ainda pequeno, mas acolhido por uma mulher - diga-se também sozinha no mundo - naquela pacata cidade.

Por motivos similares, apesar de particular, os treinadores retornavam a Pallet mas a primeira visão que tiveram os fez duvidar se aquela era realmente a terra que abandonaram ao iniciar a jornada. Havia mais lama que vegetação. Mais escombros que construções. Mais materiais enferrujados e envelhecidos que chapas brilhantes dos campos além. No entanto, ainda havia esperança. Ao menos eles estavam ali com grupos e mais grupos de treinadores para ajudar a reconstruir a cidadela, não?

Ao desembarcar do helicóptero em um campo aberto, algumas pessoas se amontoavam ao redor de uma mulher com uma prancheta e fone de ouvido. As roupas dela indicavam que trabalhava na Sienna Co. pois eram as mesmas que as das outras senhores que apresentaram a companhia logo após as notícias do recuo do mar e o cessar das chuvas. Ela usava um megafone e chamava a atenção dos demais para organizar os voluntários por tarefas.

- Vamos montar uma equipe para limpar as estradas que dão acessos às principais rotas de conexão com Pallet. Quem tiver força para ajudar a carregar os destroços e materiais no bloqueio, siga por gentileza o grupo 1. Quem quiser ajudar na reconstrução de moradias, o engenheiro Gregório está com a equipe 2 logo ali explicando o projeto. Os demais que desejam ajudar com tarefas de botânica, para fertilizarem o solo e tratar da vegetação da cidade, fiquem comigo.

E assim parte dos ouvintes seguia o grupo 1 para os acessos de Pallet. Esses formavam o grupo com porte físico grande e alguns revelavam Machopes e Granbulls. Os que se juntavam ao grupo 2 parecia mais preparados com equipamentos próprios, apesar de não precisar, tento também voadores e normais com habilidades de construção e urbanismo. Os que ficavam tinham cara de mafioso criador ou fazendeiro, carregando sua maletinha com os artigos que costumavam usar nas hortas e afins. Provavelmente também tinham bons pokémon para cuidar da terra.

Os rapazes tinham que decidir por onde começar. Lisanna, ao contrário deles, parecia um pouco perdida. Talvez procurando o cemitério, quem sabe?

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Doeu. Doeu muito ver a cidade que cresci estar completamente devastada. Minhas lembranças me atormentavam me lembrando que aquela não foi a cidade que abandonei. Quis fugir, lamentar, mas não o fiz. Me mantive firme enquanto me aproximava do cenário a apocalíptico, e pude ver que as memórias que havia construído por lá, não passariam de quadro pendurados em minha mente, me lembrando usualmente de como as coisas deveriam ser.

Quando nos aproximamos, Lis apertava minha mão forte, aflita com o que nos deparamos, e eu retribuí o gesto. Estava ali com ela, mas, tudo ficou pior quando o helicóptero pousou. Perdida e sem rumo, minha amiga de infância buscava desesperadamente pela lápide de sua vó, que não encontrava de jeito nenhum. Ela se arriscava a olhar por alguns cantos da cidade antes de se aglomerar junto da funcionária da Sienna Co., enquanto eu cumprimentava Raiko.

- E ai, cara. Quanto tempo. Como tem passado? - Perguntava, um sorriso tímido no rosto enquanto tentava me manter empolgado. Ver a cidade que você cresceu estar completamente devastada não era muito fácil, e manter a empolgação viva dentro de mim se tornava uma tarefa complicada.

Depois de sua resposta, o chamaria para junto de mim enquanto ouviria as orientações da mesma. Ainda introvertida, Lisanna mantinha a pose durona enquanto engolia seco e tentava não chorar por não conseguir encontrar a lapide de sua vó. Eu tentei me aproximar, mas, quando tentei, Lis simplesmente fora junto da funcionário, provavelmente visando usar sua Butterfree para polinizar o solo e algo do tipo. Suspirei, ela não falaria sobre isso tão cedo, então teria me contentar com uma Lisanna mais distante. Dito isso, me virava para Raiko.

- Amigo, acho que focar, primeiro na reconstrução do solo. Eu tô com dois tipo grama comigo, pode ser mais fácil. - Dizia enquanto me aproximava da funcionária da Sienna Co., em seguida, a abordava. - E então, como começamos?

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Certamente aquela seria uma das cenas que guardaria consigo para sempre na sua mente: A visão de seu antigo lar completamente destruído. O jovem poderia se um pouco menos emotivo, mas de nenhuma forma era insensível. Naquele momento sentia como se qualquer esperança que tinha em seu peito de encontrar resquícios das lembranças daquele ambiente haviam sido simplesmente destruídas. Era complicado ter seu lar tomado de si e logo mais ser devastado daquela forma. Engoliu em seco e deixou que seu punho se formasse de forma incomodada nos bolsos, demonstrando certa frustração.

Contudo, não podia se desanimar, afinal de contas se encontrava ali com o objetivo de retomar uma pouco das coisas sobre aquele lugar era, dar vida uma Pallet destroçada. Era sobre isso que se tratava seu trabalho voluntário tinha de cumpri-lo bem. Sendo assim, tratou de dar alguns passos para próximo da multidão que ouvia as orientações, não tardando a ter sua atenção chamada por Daisuke.

- Opa, tudo bem? Já faz um tempo, né? Desde Mu? - Respondeu deixando que em sua voz escapasse um pouco da frustração. – Mais ou menos, na verdade. – Soltou por fim enquanto se juntava ao grupo do jovem mais velho.

Ali, continuara um pouco mais, parado em seu espaço, e pensativo nas orientações que escutava, perguntando-se o que poderia fazer trabalhando em alguma daquelas situações... Até que Daisuke sugeriu que continuassem por ali para ajudar na reconstrução do solo.

- Pode ser uma boa. Hmm... – Respondeu enquanto buscava a esfera de seu parceiro gramíneo e começava a brincar com ela entre seus dedos. – Eu tenho o Kiko aqui comigo, um Ivysaur, então podemos usar alguns dos de grama para ajudar com isso. Mas será que eles não têm algum material para a gente usar? Quem sabe algumas sementes ou mudas? Sei lá. Qualquer coisa assim. – Confessou um tanto envergonhado por não estar devidamente preparado para esse tipo de atividade enquanto outros tantos treinadores traziam seus equipamentos consigo. – Já volto.

Apesar da vergonha, o jovem Sabazura tentou se aproximar da funcionária da Sienna Co. da melhor maneira que poderia, afinal de contas era melhor sentir um pouco de vergonha ali do que simplesmente não contribuir o máximo que poderia.

- Opa, tudo bem? Sou o Raiko. – Tentou abordar a mulher. – Vocês teriam alguma coisa sobrando que pudéssemos usar com nossos parceiros de grama? Digo, para ajudar nas atividades de botânica.

Feito o pedido, ficou esperando por uma resposta positiva antes de retornar até Daisuke.

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Era realmente triste voltar para uma cidade que marcava boa parte de sua história e encontrá-la arrasada. Lisanna podia bem dizer, caso conseguisse abrir a boca sem deixar a lágrima escorrer pelo rosto. Talvez nem tinha percebido que, buscando solidariedade, apertava forte a mão do grande amigo que a acompanhava por aquela emotiva trajetória. Mas... Bem, ao menos haviam sinais de esperança! Todos aqueles jovens treinadores reunidos ali tinham em seus corações histórias parecidas com as dos jovens. Família, amigos, conhecidos, amores ou memórias motivavam aquela corrente de voluntários que tornariam possível o retorno de Pallet.

A mulher da prancheta que atendia por Dora já conseguia fazer a contagem dos que estavam interessados em ajudar com uma das partes mais importantes da cidade. A vida verde! Lisanna já tinha se decidido. Não que não pudesse levantar peso ou ajudar na urbanização, mas suas habilidades a chamavam para cuidar da vegetação. Raiko também topava a atividade proposta por Daisuke, que tinha a ideia de usar a força dos seus Grass para ter uma maior resposta da terra. E ele estava certo em pensar assim. Contudo o menino de madeixas esverdeadas tinha dúvidas enquanto ao material, pois via muitos dos voluntários carregando seu próprio equipamento. Percebendo que a dúvida era pertinente, Dora respondia para todo o grupo que deviam ser cerca de 60 cabeças.

- Temos alguns equipamentos sim, principalmente luvas e botas de proteção para quem precisar trocar. Vamos cuidar das áreas que já estão limpas de destroços. Nossa primeira tarefa é lavrar o solo. Temos arados manuais que vão nos ajudar a revolver a terra com o objetivo de descompactá-la e, assim, viabilizar um melhor desenvolvimento das raízes das mudas que iremos replantar para devolver a vegetação natural de Pallet, resgatados pelas ações da Sienna Co. - A mulher que coordenava a equipe responsável pela vida verde do lugar aproveitava para fazer uma publi rápida da corporação a qual pertencia. - Quero que tenham em mente que cuidar da terra não é uma atividade que dê para terminar em um único dia. Apesar de Pallet ser uma cidade pequena, comparada com outros centros urbanos, temos campos e mais campos para recuperar a vida original. Sendo assim, vamos nos dividir em grupos de 6 pessoas. Cada grupo ficará responsável por um setor da cidade.

Então ela conduzia os voluntários até a área com os materiais. Quando prontos, ela designava o setor para onde deveriam seguir e quando terminassem, que reportassem a ela par poder seguir para os locais restantes. Restava saber se os três permaneceriam juntos e se teriam preferências entre os membros ali presentes. Haviam treinadores com parceiros do tipo Ground; Fire; Water; Flying; Grass e Normal próximo a eles. A verdade eram tantos que provavelmente conseguiriam encontrar até 3 de cada tipo.


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Assim que me aproximava de Raiko e lhe fazia uma pergunta simples, eu me arrependia de fazê-la. Quer dizer, é claro que ele não estaria bem, se ele escolheu vir para cá, é porque também passou uma parte significativa da sua vida aqui... Não é? Quer dizer, Pallet é, literalmente, um fim de mundo! A única coisa que tinha aqui era o centro de descanso, que te fazia umas massagens top, e o laboratório do Professor Oak. Dei um suspiro.

- Sim. - E dava algumas risadas, me lembrando sobre minha performance ridícula. Só fiz ganhar de uma criança de quatorze anos... Logo antes de ser massacrado por uma de treze. A vida não é mole não. - Ai droga. É claro que não estaria, desculpa. - Respondia sua afirmação seguinte.

Depois de nos juntarmos com a moça da Sienna Co., a qual acabava lendo seu crachá e a identificando como Dora, a aventureira, eu ouvia os apontamentos do jovem de cabelo verde e o via se afastar conduzindo algumas perguntas para a Dora, e, logo em seguida, sendo respondido. Antes mesmo que eu pudesse me aproximar dos equipamentos, pude ver Lisanna pegando luvas, pás, e todo o material que precisaria. Em seguida, me aproximei dela antes que ela pudesse se afastar de novo.

- Calma. Eu sei que é difícil, mas... A gente vai dar um jeito. - Dizia para a garota tentando tranquilizá-la.

- Daisuke... Pallet foi onde eu fui criada. Eu sei que você entende que é difícil, mas, por agora, eu só quero... Ficar bem no meu tempo. Vou com o grupo que estão usando os Pokémon normal, acho que vai ser bom se a Lis estiver comigo. - Dizia e se afastava.  Em seguida, eu suspirava. Pegava os materiais, e, caso Raiko se aproximasse de mim enquanto eu os pegava, puxaria conversa com ele.

- Juro que minha amiga é mais simpática. Uma hora ou outra ela vai se envergonhar por não ter se apresentado e o fazer. Fica vendo. - Dizia tentando "limpar a barra" de Lisanna. - Enfim, eu tenho uma Bulbasaur e um Gloom, vou me juntar com o povo que tá com o tipo grama. Você vem? - Perguntava pro garoto enquanto retirava meus parceiros de suas respectivas esferas bicolores e me juntava dos outros treinadores.

Brave parecia estar confortável próximo de mim. Apesar de ter passado uns maus bocados, o Pokémon saia da esfera e levantava a mão para mim positivamente, quase como um aceno, em seguida, eu agachava e batia em sua mão, deixando o Pokémon aparentemente contente. Já Zhár, ela simplesmente olhava a volta tentando reconhecer o local, em seguida, ficava meio cabisbaixa. Aparentemente, ela reconhecia Pallet, mas estava triste com a situação do local. Em seguida, a acariciei.

- Vai ficar tudo bem, calma... - Dizia para ela, fazendo carinho em sua cabeça. - Aliás, estamos aqui para mudar a situação desse lugar, então precise que você dê 300% de si aqui. Okay? - Perguntava para ela, que assentia com a cabeça, aparentemente contente e se sentava no chão, esperando algum próximo comando. Eu me levantava, e, assim que Gloom via Raiko se aproximando, ele ia até o jovem de cabelos verdes cumprimentá-lo, de forma bem amistosa, enquanto liberava um aroma mais doce de sua flor. - Ah, olha. Ele te reconheceu. - Constatava o óbvio enquanto Brave estendia a mão direita para o jovem Sabazura, num sinal amistoso.

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Enquanto Raiko pensava e pensava sobre o que fazer e quais ferramentas pegar, Daisuke se adiantava escolhendo apenas treinadores com Grass-Type para fazer parte do seu grupo de restauração do solo, convidando também o rapaz de madeixas verdes para vir com ele, aguardando resposta.

Enquanto isso, Dora chamava atenção mais uma vez:

- Lembre-se, nossa primeira atividade do dia é arar o solo e deixar que ele respire com a ação natural do sol. Quando terminarem o seu setor de terra, me contatem que eu indico o próximo! - Ela dava as instruções antes de designar o setor para cada grupo já pré-definido.

Como Lisanna queria um tempo para si - e talvez uma distância de Daisuke - acabou se juntando com um grupo que portava apenas tipo Normal. Uma escolha interessante, visto que são o tipo mais bem versátil, podendo compor um set de movimentos diverso.

Bom, talvez Daisuke não achasse tão interessante, mas ele agora estava afastado da melhor amiga pelo resto do dia de serviço. Restava apenas carregar as ferramentas que julgava necessário para a missão passada no setor 8.


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De forma um tanto curiosa, após obter a repostas para suas dúvidas de Dora, o jovem de cabelos verdes começava a pegar as ferramentas que lhe seriam úteis naquele cenário enquanto observava as interações entre Daisuke e alguém que de inicio lhe parecia ser um interesse amoroso do jovem mais velho. Dessa maneira, logo o Sabazura estava com suas luvas calçadas e com um arado manual em mãos, se mostrando disposto a começar seu trabalho.

- Ah... É sua amiga? – Soltou para Daisuke sem pensar muito no que estava dizendo, mas logo completou com um sorriso sem graça na face. – Sem problemas. Não estamos num dos melhores momentos... Então pode ficar tranquilo quanto a isso. – Disse tentando minimizar a situação. – Vamos sim.

Logo o jovem observava o companheiro humano trazer à tona dois de seus parceiros gramíneos, uma criatura bem conhecida por Raiko, já que também já havia tido um Bulbasaur contigo, e o outro um Gloom que outrora havia enfrentado Teach e Arlong num combate. Sendo assim, não tardou em liberar de suas esferas o gramíneo Kiko e Arlong, que por ser uma criatura do tipo terrestre provavelmente também conseguisse ajudar com aquele trabalho no solo.

Assim como esperava, infelizmente, a reação do valente Ivysaur não foi das melhores, apresentando uma leve melancolia nos olhos enquanto avançava alguns passos para olhar melhor ao redor. Por outro lado, o recém evoluído Gabite se mantinha próximo ao treinador de maneira um tanto agitada enquanto balançava suas barbatanas.

- Kiko... Eu sei que estamos um pouco triste pela maneira como Pallet ficou... Mas a gente está aqui justamente para isso, certo? Trabalhar 100% para fazer com que ela volte a ser viva novamente! – Começou tentando animá-lo. – Então, vamos lá? – Enquanto o Ivysaur retornava, o jovem percebeu que o Gloom vinha para cumprimentá-lo, fazendo com que se abaixasse e pegasse na sua mão. – Oi, tudo bem? – Disparou para o pequeno, depois retornando sua atenção para Daisuke. – Vocês lembram do Arlong? Ele está um pouco diferente agora, mas se mantém o agitado e guloso de sempre. – Finalizou com uma leve risada. – Então... Vamos lá trabalhar?

Dito isso, o jovem pegou o arador manual e seguiu em direção ao pedaço de terra que deveria ser trabalho. Então, fincou o equipamento no chão e tentou utilizá-lo da melhor maneira que podia, mesmo que fosse a primeira vez dele usando tal tipo de material.

- Arlong? Será que você consegue arar o solo com suas garras e barbatanas também? – Indagou. – Vamos tentar? E Kiko, quer me ajudar com esse equipamento aqui?

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Raiko parecia surpreso ao descobrir que Lisanna era só minha amiga, quer dizer, ele esperava mais? Eu daria risada da confusão, não fosse o fato de eu estar concentrado na escolha das ferramentas. Cara, aquilo tudo para mim era muito novo, eu não tinha muita de ideia de como arar o solo, mas, como havia descrito, eu provavelmente só tinha que revirar a terra, e já que eu não tinha nenhuma familiaridade com as ferramentas disponíveis, me arrisquei com a enxada, da qual eu acho que não teria muito problema para usar. Enxada, baldes, botas e luvas foram as minhas escolhas anteriores a me juntar ao grupo, não tinha muito certeza para que usaria o balde, mas é sempre útil ter um meio de carregar alguma coisa para lá e para cá.

Depois que Brave foi cumprimentado por Raiko, ele ia até Arlong e repetia a mesma saudação, enquanto eu o cumprimentava de longe.

- É claro que eu lembro do Arlong. Você tem cuidado muito bem dele, né? - Dizia, dando um mérito para o garoto de cabelos verdes. - Nem imagino o quão forte ele pode ter ficado desde que evoluiu. - Dizia em certo tom de curiosidade.

Depois da breve conversa, eu pegava as ferramentas descritas acima e ia até o Setor 8, onde eu podia já imaginar a cena quase que calamitosa e desesperadora que eu me encontraria: Um solo híper molhado e pesado, com alguns destroços e entulho ao meio dele. Suspirei. Aquilo não seria fácil, e acho que seria praticamente impossível remover toda a sujeira do local, além do que, no fim das contas, tudo aquilo pode ajudar a fertilizar o solo... Não é? Bem, ao menos, eu quis acreditar naquilo.

Antes de coordenar meu grupo de Pokémon, acabei liberando Maru e Hope de suas esferas também, já que tinha certa ideia de como eles poderiam me ajudar. Delimitei uma parte do setor para começar os trabalhos e me assegurei que a Skorupi não ficasse tão próxima dos demais treinadores, ficando até meio distante do restante do grupo, enquanto me mantinha mais ou menos próximo de Raiko, para comentar sobre o arado eventualmente.

- Certo, pessoal. Nossa primeira tarefa aqui vai ser arar esse solo. Como fazemos isso?[ Bem, não é muito simples, mas eu vou mostrar. - Nesse momento, eu tomava cuidado e fincava a enxada no chão, a certa distância do meu corpo, e puxava a terra para cima, em seguida, a empurrava para o buraco da qual a retirava. - É assim que se ara. Hope, eu quero que faça isso com sua... Mandíbula? É, essas coisas grandes na frente da sua boca. Feche elas e as finque no solo, enquanto mantém o voo, e tente repetir o movimento para revirar o solo. - Dizia enquanto o Vikavolt assentia com a cabeça. - Você vai fazer isso em linha reta, indo de trás para frente até ali. - Dizia apontando de uma extremidade até a outra do Setor 8. - Do seu lado vai estar a Zhár. - Em seguida, me virava para a Bulbasaur que se mostrava concentrada.

Eu sabia que ela tinha certa familiaridade com Pallet, mas vê-la focada e inspirada, fora, de fato, meio comovente. Até porque a Bulbasaur, usualmente é mais brincalhona mas eu torcia para que dessa vez, sua personalidade boa e extrovertida não tomasse frente. Eu mantinha os olhos nela enquanto lhe dava as instruções.

- Quero que você faça isso com o seu Vine Whip. Finque a ponta dos seus chicotes no chão e repita o movimento da enxada. Do seu lado, vai estar o Brave, que, inclusive, vai fazer o mesmo movimento, mas com as mãos, certo? - Dizia enquanto me virava para o Gloom que assentia afirmativamente com a cabeça, e, em seguida, se colocava em posição junto de Zhár e Hope para iniciarem. Em seguida, eu me virava. - Do lado de Brave, vou eu, e do meu lado, é você, Maru. - Em seguida, a Pokémon antissocial que se mantinha a relativa distância, se aproximou mais, meio hesitante, mas o fez. - Já você, quero que preste muita atenção. Você vai fazer o mesmo movimento que eu com a enxada, mas irá fazê-lo com o rabo. Finque-o no solo e arraste a terra para a direção do seu corpo, em seguida, tente trazê-lo de volta de forma que "bagunce" a terra, e, depois disso, quero que empurre de volta para o lugar inicial e repita até o fim do setor oito, okay? - Dizia e observava a reação da Pokémon, que assentia meio contida para mim, em seguida, eu chamava sua atenção para algo. - Ah, e tome cuidado para não liberar o veneno da ponta da sua cauda no solo. Não queremos detonar ainda mais isso aqui. - Chamava sua atenção, que, quase que instantaneamente, a fazia revirar os olhos. Dei alguns risos e me coloquei em posição para começar as atividades.

description[Pallet] Especial - Como (não) sobreviver a uma inundação. EmptyRe: [Pallet] Especial - Como (não) sobreviver a uma inundação.

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