Pokémon Mythology RPG
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[Pallet] Especial - Como (não) sobreviver a uma inundação.

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Após o desentendimento dos colegas de sociedade, tudo era resolvido de maneira leve com sorrisos e brincadeira. Algo inesperado num cenário como aquele, o que era uma manifestação belíssima de esperança e gozo que chegou até a contaminar por uma fração de segundos os companheiros que seguiriam Raiko e Daisuke pelo setor 8.

Logo que se armaram com baldes, enxadas e arados, o grupo se deslocou para o pedaço de terra demarcado e apontado como setor. Daisuke estava certo no que esperar. Era uma quantidade de terra extensa, quase meio hectare de um solo tão úmida e pesado que mesmo sem os destroços que viram no centro da cidade, ainda era possível ver galhos e pedras espalhadas pelo lugar que impossibilitaria o trabalho estritamente manual. Pensando em facilitar o trabalho de arar o campo, Daisuke reunia mais alguns de seus Pokémon e já começava o trabalho pesado, dando as ordens necessárias para que a terra fosse revirada.

Próximo de onde a turma do ex-lutador trabalhava, Raiko e seus companheiros tinham um desempenho mais contido, sendo acompanhados pelos outros membros que se juntaram a eles. Alguns faziam o trabalho exclusivo de catar o excesso de pedregulhos e as destruir, outros revirava tanto a terra que acabava por afundar na lama, tendo que retirar boa parte para não prejudicar o processo. Os raios do sol não estavam tão fortes, o que a certo ponto era bom, pois não causaria insolação naqueles que não usavam filtro solar ou bonés, mas também não facilitava a secagem no arado.

Passados duas horas, com uma pausa para bebidas e outra para pegar sombra, eles já tinham metade do meio hectare limpo e revirado. Nesse meio tempo eles viam que Gabite era um ótimo trabalhador rural, pois além de não se importar com as condições solares, conseguia revirar com facilidade a área demarcada, quebrando todas as pedras e outros detritos no caminho. Não muito diferente dele, o usava suas pinças das patas dianteiras e cauda para arar enquanto pulverizava os obstáculos. O restante dos gramíneos eram mais cuidadosos e lentos com a terra, tendo uma relação mais particular que não poderia ser apressada pelos treinadores. Alguns deles entendiam isso, mas outros acabavam exigindo demais dos coitados, frustrando-os e os fazendo questionar se deviam ultrapassar seus limites por conta de um fator externo, também importante, que era o mestre humano...

De toda forma, o descanso terminava e era hora de voltar pro trabalho braçal.


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Okay, as coisas iam exatamente como eu esperava. Não quero desanimar meus companheiros, mas vamos combinar, né? Um sapo, uma erva, uma escorpião e um besouro não poderiam, ter, de fato, um desempenho comparável ao de um pseudo-lendário comedor-de-pedras. Aquele tubarão de Raiko era quase que uma máquina, e era bem provável que ele sozinho se equiparava ao rendimento de nossa equipe toda, que, mesmo com as suas eventuais dificuldades, se mantinha firme no trabalho.

Em especial, Zhár e Brave tinham corpos mais frágeis, e seu trabalho tinha um progresso mais lento quando comparado aos demais. Eventualmente, os dois começaram a ficar mais ansiosos, mas, por bem ou por mal, nos faríamos uma pausa para beber água de qualquer forma, então, depois de colocar água em alguns potes para meus Pokémon, eu conversava com eles um pouco.

- Ei, pessoal. Estamos trabalhando muito duro, então, por mais que pareça que nosso rendimento não é tanto quanto com o dos outros aqui, não há problema. - Dizia, e, em seguida, tomava um gole da água enquanto observava meus pequenos, que tinham sua atenção completamente voltada para mim. - Aqui não é um competição, então, dar o nosso melhor já é suficiente. Além do mais, caso nos forcemos a ir além do que suportamos, podemos nos machucar, e, de que ajudaríamos se tivermos que ir as pressas para Hoenn para nos curarmos, não é? - Falava, e, em seguida, sorria para o grupo, que parecia entender a mensagem, assentindo com a cabeça.

Dessa forma, terminamos de beber nossa água e voltamos ao trabalho, e, enquanto o fazia, eu não podia deixar de notar o rendimento de Raiko. Quer dizer, ele tava mandando muito bem! O garoto era bem mais novo, mas conseguia manejar o arado e tinha um aliado poderoso para lhe ajudar estando de fora do arado. Não pude deixar de enviar meus cumprimentos.

- Olha, Raiko. Eu tô impressionado. Vocês três estão arrebentando! - Bradava a distância, depois de ter certeza que a enxada estava no chão e não teria perigo de me acertar. - Em especial, o Arlong ali. O cara é quase uma máquina! - Comentava em meio a risadas, enquanto prosseguia com o arado. Juro, fora extremamente cansativo empunhar a enxada e eu podia ter certeza que era muito mais agradável estar em Hoenn agora... Né? Eu adoraria estar, sei lá, revirando Meteor Falls com a Kath uma hora dessas, ou até mesmo treinando em Rinshin com o povo da sociedade. Por falar nisso, uma revanche contra Raiko seria perfeito! Brave estava mais forte, e Arlong também. Como será que estaria aquele Wimpod do menino? Será que evoluiu também? Hmmm... Eu queria perguntar, mas antes de o fazer, esperaria para ouvir suas respostas. É meio chato bombardear alguém de perguntas dessa forma.

Depois, mais um intervalo se sucedeu. E estávamos progredindo bem. Tinhamos metade do Setor 8 limpo e preparado. Eu adoraria investir no plantio uma hora dessas, mas... Será que é realmente uma boa interromper as tarefas no meio? Eu ficava na sombra refletindo sobre a escolha que tomaria, e, por fim, optei por investir um pouco mais no arado. Sem muito mais problemas, eu voltava para o arado, pensando em alguma forma de tentar de inovar e deixar toda aquela atividade menos monótona, ou, ao menos, deixá-la mais rápida. Olhei para a minha direita e vi Maru, que continuava a arar solo da forma que lhe disse.

- Ei, Maru. Vamos tentar algo diferente. Tente canalizar energia do Knock Off enquanto faz o movimento com a garra. Talvez ela fique mais leve. - E parava para observar os demais. Cada um deles tinha alguma particularidade diferente, que, eu tentaria aproveitar, mas realmente, eu não tinha muito como orientar alguns deles com o que tínhamos, então tentei ser o mais criativo que consegui para pensar e algo. - Zhár, vamos fazer um pouco diferente. Tente fincam seus Vine Whip no chão, paralelos um ao outro, e empurrá-los para frente, enquanto bagunça a terra. Acho que podemos conseguir algum resultado satisfatório. - E dizia, levando a mão ao queixo. Em seguida, me virava para Brave e Hope. - Eu quero que vocês dois tentem fazer o mesmo que a Zhár. Mas você, Hope, vai usar sua mandíbula aberta para isso, e, você, Brave, tente fazer esse arado com as mãos. Tô apenas tentando inovar, mudar um pouco essa monotonia... Espero um feedback de vocês também. Tentem por 10 minutos, e, se acharem o rendimento inferior, voltem a seguir as orientações anteriores, certo? - Dizia com um sorriso para encorajá-los, enquanto pensava numa forma de deixar aquele serviço menos chato...

Eu conseguiria?

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E no momento que começara o processo de arar o solo não havia imaginado que aquela atividade seria tão pesada ou desgastante assim. Tudo bem, sabia que não seria das mais divertidas, mas seria demais pedir que fosse fácil? Talvez fosse. O jovem de cabelos verdes era um pouco franzino e talvez isso, em sua mente, dificultasse um pouco as coisas, mas, por outro lado, observava o quanto o seu parceiro draconiano era ótimo em um trabalho como aquele, avançando como um trator e deixando que o gramíneo fosse mais perfeccionista em seu trabalho.

Enfim, quando a pausa fora dada, juntou-se com seus parceiros e lhe ofereceu água, não deixando de bebericar a sua aos poucos.

- Eu... Sinceramente... Achei que isso fosse ser mais fácil. – Lançou para seus parceiros rindo ao final enquanto enxugava gotas de suor com as costas das mãos. De todo, enquanto o Ivysaur compartilhava de sua opinião soltando um grunhido cansado, o Gabite apenas grunhia animado como se tentasse mostrar que poderia continuar naquilo por um bom tempo. – Kiko, acho que o Arlong está mais do que animado com isso, né? Que tal deixarmos ele fazendo o trabalho sozinho enquanto ficamos na sombra fresca e água boa? – Brincou o treinador, sendo acompanhado do gramíneo na sugestão em meio as reclamações da criatura dragão. – Enfim, vamos continuar dando nosso melhor, tá? Apenas tenham cuidado para não se forçarem de mais e acabarem se machucando, tudo bem? – Aconselhou antes de retornarem as atividades.

De início o jovem Sabazura começara apenas focado em seu trabalho sem dar muita atenção ao trabalho dos demais, perdendo-se um pouco em seus pensamentos até observar o trabalho de Daisuke e seus parceiros. Ao seu ver o amigo de sociedade tinha criaturas bastantes interessantes além de Brave e Zhár, como observava no besouro intimidador e na outra pequena criatura venenosa. Além disso, ao seu ver, ele pedia a algum deles que trabalhassem de forma criativa. Será que não deveria pedir ajuda a outros dos seus também? Talvez facilitasse o trabalho. Logo, seus pensamentos eram interrompidos.

- Que nada! Ha! Ha! – Respondeu ao elogio de Daisuke com uma leve risada. – Basicamente o Arlong tá querendo fazer o trabalho todo só! – Brincou, não tardando em escutar o grunhido animado do Gabite mais a frente. – E vocês estão indo muito bem também!

Logo mais uma pausa se iniciava, deixando que o jovem apreciasse uma leve sombra em conjunto de seus parceiros, onde o gramíneo mais do que apreciava esse momento de pausa. Não que Kiko fosse preguiçoso, pelo contrário, só compartilhava dos sentimentos do seu treinador sobre o trabalho de arar. Talvez fosse mais divertido na parte do plantio.

- Não vejo a hora de ver tudo isso aqui florido e radiante, hein Kiko? Cheio de vida e gente pra lá e para cá novamente. Já pensou na gente tendo nossas aventuras na Rota 01 de novo? E enfrentando alguns Rocket’s malvados de novo? – Brincou enquanto relembrava os episódios e fazia carinho no seu primeiro parceiro. – Tudo vai voltar a ser tão normal e lindo quanto era. E você vai gostar de conhecer melhor aqui quando tudo estiver pronto, Arlong! Agora vamos voltar ao serviço porque já estamos finalmente na metade dele!

Terminada a pausa, o jovem de cabelos verdes se levantou batendo em suas calças e retirando um pouco da poeira, algo talvez inútil pelo trabalho que fazia, mas mesmo assim o fez. Então, pensando em facilitar seu trabalho e o dos demais, decidiu trazer outra de suas criaturas para aquele cenário, Nina, a Nidoqueen.

- Tudo bem, Nina? – Começou. – Então. Estamos precisando de uma ajudinha sua aqui. Queríamos que usasse suas garras para revolver o solo, tá bom? Meio que misturá-lo trazendo de baixo para cima. – Após dar suas orientações, tornou sua atenção para os demais. – Arlong, continue com o ótimo trabalho do mesmo jeito! E, Kiko, você continua comigo, certo? Que tal usar um pouco suas vinhas para ajudar a revolver o solo? Quer testar para ver se dá certo? Se não a gente continua como antes.

Dito isso, o jovem parou por um instante, suspirou e tornou a pegar o arador manual, ficando-o no solo, acionando seu mecanismo e tornando a repetir aquele processo naquele trabalho nada divertido, mas imensamente recompensador para o futuro. Ao menos era assim que pensava.

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Encorajando os Pokémon para continuar no serviço bruto de revirar a terra que faltava, Daisuke planejava algo diferente para o restante do hectare restante. Raiko, vendo que mais mãos poderiam acelerar o processo do arado, convocava sua Nidoqueen, uma espécie natural de Kanto. A matriarca terrestre aceitava a missão, querendo ajudar não só seu treinador, mas também o solo que estava muito prejudicado.

A hora seguinte seguia de maneira mais lenta que as horas passadas. O cansaço já atingia o corpo de todos, mesmo com algumas pausas para descanso. O corpo de muitos deles não estava preparado para o trabalho bruto do campo. Raiko que o diga. Seu corpo franzino sofria com os equipamentos. Além de pesados eram difíceis de manusear e com o tempo calos surgiam em suas mãos, suadas dentro daquelas luvas nem um pouco confortáveis. Num momento de confiança, Raiko não calculou uma pedra no caminho e caiu igual nanab podre. Por sorte não se machucou, mas chamou uma certa atenção. Quando seus pokémon viram que não foi nada sério, apenas um arranhão, alguns deram risadinhas por ele ter se sujado.

Da parte de Daisuke, apenas Hope tinha alguma dificuldade com a terra. A lama que acumulou no seu corpo durante o trabalho de "mergulho" começava a secar e endurecer próximo das asas. Ele já não parecia muito mais contente cuidando do solo... Parecia estar fazendo aquilo forçado. Diferente de Zhár, que se aproximava de Kiko, reviravam a terra com calma e carinho, numa velocidade mediana para lenta, usando as vinhas. O Ivysaur era um incentivo quase de irmão mais velho para o pequeno pokémon bulbo. Brave tentava acompanhar, mas estava tão mole naquele trabalho que parecia se arrastar e querer mergulhar na lama para ver se resolvia alguma coisa por decomposição. Será que Daisuke esperaria por isso?

Enquanto o restante da equipe estava com corpo mole - justo pelo esforço -, Arlong, Nina e Maru trabalhavam como máquinas. Parecia que aquela tarefa eram especial para o trio, que seguia bem adiante no terreno. Era óbvio que a Nidoqueen tinha um desempenho melhor pela vitalidade fresca, liderando a equipe, mais isso não deixava o Gabite para trás, tão pouco o Skorupi, que seguia bem atrás deles, tentando se equiparar.

Precisaram fazer um outro descanso para recuperar as energias para então voltar e terminar de revirar o setor 8.

Quando o grupo todo terminou o serviço do arado já estava tarde. Eles viam o sol querendo se pôr e já não daria mais para cuidar de outro setor no escuro. Voltaram todos para onde Dora havia marcado o ponto de encontro e eles viam pequenas barracas armadas numa enorme tenda que serviria de abrigo para os voluntários passarem a noite. Havia uma equipe distribuindo sopa de legumes, pão e bolinhos de arroz recheados com carne ou liechi berry para os vegetarianos. No final da mesa da refeição, haviam sacos de ração pokémon e caixas de água.

Lisanna aguardava Daisuke em frente a uma barraca que já tinha reservado para eles. Lá dentro cabiam ainda mais três pessoas, então caso Raiko quisesse dormir com eles, poderia.


OFF: Se quiserem interagir podem, caso não é só dormir que inicio a missão do próximo dia.

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Okay... A última tarefa, fora, de fato, complicada. Tendo apenas meio hectare restante, eu imaginava que conseguiríamos terminar tudo aquilo rapidamente... Uma pena que eu fui tão juvenil. Com o corpo cansado, meus pequenos davam o seu melhor para continuar com o trabalho, ainda que extremamente cansados. Veja bem, para a minha dupla mais forte, Brave e Hope, aquele trabalho era especialmente cansativo. Eu via o besouro ficar quase que da cor da terra enquanto o Gloom praticamente se jogava no chão enquanto continuava a arar, vendo aquilo, eu me sentia obrigado a gritar algumas palavras de motivação.

- Vamos, pessoal! Não desanimem! Só falta meio hectare! - Bradava, com visível empolgação enquanto me mantinha atento ao movimento da enxada, visando evitar acidentes.

Ainda que eu me mantivesse no pique, mesmo Raiko sentia dificuldade, e, quando ele caiu, eu ficava preocupado, chegando até a lhe perguntar se havia se machucado.

- Ei, cara. Ta tudo bem? - Gritava de longe, enquanto aguardava uma resposta. Caso ele não tivesse se machucado, eu gritaria de novo. - Toma cuidado aí! Não se force demais. - Dizia, esboçando ainda a visível preocupação.

Ainda que em ritmo lento, nós conseguíamos prosseguir para o fim da atividade, no entanto, isso só vinha a acontecer quase que no fim do dia. Com o sol se pondo, nós chegávamos a conclusão de que era melhor encerrar o expediente por hoje, e, assim, eu reuni os equipamentos e os carregava comigo de volta para onde viemos, mas... Olha, veja bem. Tudo aquilo pareceu um inferno lamacento! A única coisa que estava limpa eram o baldes que não havia utilizado, sendo assim, eu os coloquei no seu devido lugar, mas o estado da enxada não foi muito animador, por isso, eu procurei uma árvore e fiquei batendo o lado oposto ao da lâmina no tronco até que toda a terra estivesse solta, e, ao terminar, batia as luvas e botas tirando o excesso de terra.

A grande desgraça ainda estava por vir. Minha roupa, felizmente, não havia ficado tão suja. Mas eu não podia dizer o mesmo de meus 4 companheiros. Zhár estava tão suja que parecia um daqueles Pokémon de coloração diferente, quase que uma Bulbasaur marrom mesmo! Brave se encontrava do mesmo jeito, parecia que ele até tinha rolado na terra, enquanto Maru tinha toda a sua cabeça limpa, mas todo o corpo completamente de baixo de lama e... O pobre Vikavolt... Coitado, ele havia ficado com as asas tão sujas que preferiu ir andando de volta durante todo o caminho. Eu mal havia percebido aquilo!

- Que droga! Desculpa gente, eu devia ter retornado vocês para a Pokéball e não ter lhes feito carregar essa lama por todo o percurso. - Dizia meio envergonhado enquanto o grupo fazia sinal para eu não me preocupar, exceto Maru, que bufou para mim em resposta. - Dessa vez, eu até te dou razão para isso. - Suspirava.

Em seguida, eu caminhava até o acampamento e me deparava com Lis, já limpa e de roupa trocada, me aguardando na frente de uma barraca. Quando se viu, ela se levantou, aparentemente um pouco mais animada, mas quando viu a cena em que eu e meus quatro parceiros estávamos, ela arregalou os olhos e me direcionou uma fala.

- Se quiser dormir na mesma barraca que eu, é bom tomar um banho, e dar um banho neles também. Trouxe toalha? - Ri e assenti com a cabeça em resposta, em seguida, eu me virava para Raiko, caso estivesse por perto. - Aí, precisa de ajuda pra limpar a Nidoqueen e o Gabite? Posso te ajudar com eles se me ajudar com os meus. O Vikavolt não ta na melhor situação do mundo. - Falava com o garoto de cabelos verdes enquanto o besouro tentava levantar voo balançando as asas, mas sem sucesso.

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Foi justamente em um momento como aquele que o jovem de cabelos verdes percebeu que não servia de maneira alguma para trabalhos braçais, tampouco para trabalhos que envolviam agricultura. Estava se esforçando, é claro, se empenhando o máximo que podia em atividades como aquela, mas certamente não era o tipo de coisa que poderia executar bem somente com força de vontade. Àquela altura já sentia suas mãos doerem dentro daquelas luvas pesadas e se esforçar de maneira desajeitada para trabalhar sem “magoar” os novos machucados, o que não parecia também dar muito certo.

Foi então que o momento fatídico aconteceu. Quando menos esperou estava indo de encontro ao chão, soltando um leve chiado por entre os dentes, como se sentisse o ardor, enquanto se arranhava. De todo, por sorte achava, não havia se machucado, mas arranhões sempre lhe eram chatos, ainda mais quando ardiam ao se movimentar.

- Tô bem, tô bem... – Respondeu ao demais envergonhado pela cena que havia acabado de passar. – Podeixar. – Disse por fim as preocupações do jovem mais velho.

Da maneira que podia, o jovem se levantou tentando se limpar e logo tentou retomar ao trabalho pegando mais leve e indo no seu próprio ritmo. Assim o dia trabalho árduo fui se passando entre as pausas, tendo o jovem a observar o quanto Nina e Arlong realmente pareciam ter sido feitos para aquele tipo de trabalho. No fim, totalmente exaustos, o grupo estava repleto de terra seca e lama, uma visão que provavelmente deixaria Matsumo um tanto quanto histérica se tentassem entrar em casa daquela maneira. Até mesmo as madeixas verdes de Raiko detinham alguns torrões de lama.

Logo, vendo que Daisuke também já começava a partir junto dos seus, o jovem o foi seguindo de perto, vez ou outra tirando alguns torrões de lama de seus parceiros. Enfim, quando chegara no acampamento, observara mais uma vez as interações entre Lis e Daisuke. Sério que não havia nada ali.

- Seria uma boa. Como eles são grandes vão dar um pouquinho de trabalho. – Respondeu por fim um tanto sem jeito. – Enfim, vou pegar um balde ali.

Dito isso, tratou de buscar um balde com algo e procurar por algum pano, iniciando seus trabalhos de limpeza primeiramente na Nidoqueen. Lavava o pano na água e logo tornava a tentar limpar a venenosa.

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Assim que Raiko aceitou minha ajuda, eu o acompanhei indo pegar um balde e um pano enquanto meus Pokémon tentavam se limpar da forma que podiam, e, bem... Só conseguiam fazê-lo de forma cômica. Hope batia suas asas incansavelmente tentando retirar a lama de seu corpo, enquanto Maru tentava tirar algo arrastando seu rabo pelo corpo, já Zhár... Ela insistiu em brincar de jogar terra em Brave, que, de forma muito fofa, topou, então ambos acabavam só ficando mais sujos do que estavam inicialmente, jogando bolas de lama uns nos outros. Eu tive vontade de rir e de chorar vendo aquilo. Ri porque acabava sendo realmente engraçado, mas a vontade de chorar porque percebia que teria ainda mais trabalho para limpá-los.

Suspirei, em seguida, enchi o balde com água da torneira e fui até a Nidoqueen com o balde. Molhei o pano e fui cumprimentá-la antes de simplesmente lavá-la.

- Ei. Você... É a Nina, não é? Muito prazer, sou o Daisuke. - Dizia, carinhosamente, enquanto me aproximava. - Escuta, você ta meio suja, se importaria se eu te limpasse? - Falava ainda com certeza serenidade, me aproximando aos poucos. Se a resposta da Pokémon fosse positiva, eu me aproximaria para limpá-la, começando pelo braço direito, limpando as mãos e subindo aos poucos, mas, honestamente? Foi um inferno. Assim que tirei a terra dos dedos e unhas da Nidoqueen, eu vi que a água estava completamente imunda, então, logo em seguida, eu fui até onde peguei a água, joguei fora e lavei o pano. Em dois minutos, voltei com o mesmo pano já limpo e uma água completamente nova. Mas... Não demorou muito para a água do balde voltar a ser lama. - Honestamente, eu não acho que isso esteja funcionando. Não prefere levar eles até o armazém e pegar uma mangueira por lá? Tenho certeza que vi algo assim. - Falava para o garoto enquanto jogava a água lamacenta na direção oposta de nossos Pokémon e me certificando que não sujaria nada e nem ninguém.

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E quando viu a brincadeira que as criaturas de Daisuke faziam, o jovem de cabelos verdes não deixou de abrir um sorriso, achando um tanto quanto fofa a brincadeira que era feita ali. Por outro lado, seus parceiros se mantinham um tanto quanto reclusos, distantes da brincadeira e esperando sua vez de serem limpos. Arlong realmente havia mudado em questão de aparência, ficando maior e mais forte, fazendo o jovem se perguntar por alguns instantes se realmente a rivalidade que era construída entre ele e Teach era algo saudável. Pobre Teach. Se antes já não tinha chances, imagine agora? Já Kiko olhava curioso para a guerra de lama, como se quisesse participar da brincadeira com os demais, mas apresentando certo receio.

- Vai lá. Vai demorar um pouquinho ainda para sua vez. – Soltou Raiko para o Ivysaur, que não tardou em tentar se divertir com os demais na brincadeira com lama.

Quanto a Nina, apenas olhava tudo pacientemente e apreciava o momento e a vantagem de ser a primeira a ficar limpa. Então, quando o jovem mais velho se aproximara tratou de sorrir e grunhir carinhosamente, fechando os olhos e permitindo que ele se aproximasse.

Voltando a limpeza, da maneira que podia, o jovem Sabazura seguia com a limpeza de sua parceira, mas assim como acontecia com Daisuke, não tinha muita facilidade com aquele, levando alguns outros baldes até a ideia do amigo surgir e de imediato acatá-la.

- É... Na minha cabeça não demoraria tanto assim. – Confessou sem graça. – Mas vamos procurar essa mangueira no armazém, vai ser melhor. – Então, virou-se para os demais ali. – Então, galera, vamos? O Daisuke viu uma mangueira para lavarmos vocês mais rápido. E quanto mais rápido tomarmos banho mais rápido comemos.

Num piscar de olhos, logo o draconiano se prostrou ao seu lado pronto para ir e demonstrando certa ansiedade. Comer certamente era o fraco do Gabite.

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Assim que Kiko recebia o aval de Raiko para se misturar com os outros gramíneos, os olhos de Brave e Zhár brilharam e não tardaram em arremessar lama no Ivysaur, enquanto corriam das possíveis boladas de lama que levariam do Pokémon mais experiente. Enquanto isso, eu percebia o quanto Nina era cortes a presença humana, permitindo, sem maiores problemas, que eu a limpasse. Foi uma experiência realmente diferente.

- Olha, ela é bem dócil. Imagino que vem cuidando muito bem dela. - Dizia enquanto ainda a limpava, e, depois de Raiko acatar minha sugestão, fomos todos até o armazém onde eu pegava uma mangueira e colocava na torneira, abrindo o registro para liberar um pouco de água enquanto tornava a esfregar a venenosa com o pano para limpá-la. - Ah, você prefere jogar a água nela enquanto esfrega ou prefere que eu o faça? - Perguntava ao garoto, e, se preferisse jogar a água na Nidoqueen, passaria a mangueira para ele, do contrário continuaria com ela em mãos. - E então... O que tem achado da sociedade? - Perguntava para Raiko, tentando quebrar o gelo, enquanto, de perfil, eu assistia Hope desistindo de se limpar e simplesmente se acertava no chão, e, Maru, zangada com tudo, se zangava consigo mesmo e começava a se debater, aparentemente tentando brigar com seu próprio corpo por estar sujo (?).

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[Pallet] Especial - Como (não) sobreviver a uma inundação. - Página 2 Daisuk14
By: KB lindo & perfeito <3


Virtuum :

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- A Nina sempre foi assim, bem dócil. Praticamente uma mãezona com a gente. – Começou o jovem com um sorriso na face. – Principalmente com a Bells, a Sudowoodo. Elas são muito próximas há muito tempo, muito antes de me conhecerem.

Logo então o grupo se encontrava no armazém, mas no caminho o jovem as vezes balançava um pouco suas pernas como se quisesse espantar a dor. No calor do momento não havia percebido, mas agora que estava mais calmo sentia as solas de seus pés e as batatas de suas pernas doerem pelo esforço do dia, sem contar, é claro, as mãos e braços. Não estava acostumado com trabalhos pesados assim.

- Pode ficar com a mangueira. Seria muito da minha parte pedir que a esfregasse enquanto só jogo água. Já tá me ajudando e muito. - Respondeu enquanto já se preparava para tornar a esfregar a sua parceira venenosa. – Bom... Pra ser sincero, eu ainda não me envolvi muito com a sociedade. Logo depois da Battle Tower fui para Galar e depois que voltamos pra Hoenn, bom, tudo isso começou. Quando voltarmos, farei uma coisa em Rustboro e logo logo estarei indo para Rinshin pra de fato conhecer mais dela... E você? Como tem sido tua convivência com ela?

Enquanto dizia tais palavras, o de cabelos verdes não parava de retirar a lama que recobria a venenosa, agora partindo para limpar suas pernas e cauda.

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