Pokémon Mythology RPG
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Ato 03 — Libertação.

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Com uma alternativa pensada e buscando usufruir de suas próprias habilidades, Emma contestava acerca do quanto poderia exaurir Natu. Levemente corada, materializou a criatura psíquica que carregara desde a rota cento e um, sua primeira captura: Ralts. O monstrinho, taciturno, olhava as pessoas ao seu redor, e a sua treinadora, de prontidão, dava mais algumas sugestões de como a psíquica poderia ajudar o pássaro em caso de ser necessário o uso do teletransporte. Com um riso sucinto à beira dos lábios, concordou.

Traçada a estratégia, Mightyena volvia seu focinho no chão, assimilando o odor que sentira ao achegar-se de Sofya. Com o canídeo guiando o trio, volveram a calcorrear, adentrando gradualmente a desconhecida mata fechada.

Como se esperar de uma mata, as copas avantajadas sobre a cabeça do trio bloqueavam grande parte da luz solar, deixando a penumbra dominar boa parte do recinto. Em consequência disso, a vegetação rasteira não se permitia crescer em demasia, afinal, a radiação do astro não incidia sobre sua superfície corpórea em sua totalidade e propiciar o acúmulo de matéria orgânica via fotossíntese. Arbustos eram esparsos em alguns cantos, contudo, nada tão significativo. O vento sibilava suavemente, refrescando os corpos já menos agitados dos aventureiros, farfalhando algumas folhas próximas em sinal de harmonia com o ambiente — ao menos, por enquanto.

Os olhos atentos do pássaro dançavam pela paisagem, sempre buscando algo para fixar suas vistas e manter-se aéreo corriqueiramente. Seu companheiro cinzento não erguia a sua cabeça, restringindo-se a guiar o trio pelo local até chegar ao fim da trilha de odores assimilados outrora. Nicholas, enfim, olhava de relance para todo o seu entorno, aproveitando-se do silêncio sepulcral — quebrado apenas pelo vento assobiando — para aguçar seu sentido auditivo, quase como um sonar, na tentativa de prever movimentos hostis se existissem. Ao menos, até ali, nada detectara.

Seguiram avançando até que, subitamente, o canídeo interrompia seu avanço, latindo para um arbusto. Simultâneo, Natu escancarava suas pálpebras na mesma direção que a hiena, indicando alguma excentricidade, enfim, detectada. A reação de Emma fora rápida, apesar de se manter cautelosa: pousava uma de suas mãos sobre o ombro de Nicholas, irresoluta, também juntando com as falanges exíguas de Sofya. O louro permanecia fitando o arbusto, abrindo os lábios pouco a pouco, ensaiando um comando às suas criaturas.

Descerrava os finos lábios róseos, e o cérebro já emitia as sinapses em velocidade exímia para as suas cordas vocais vibrarem. Em sua mente, viera uma possiblidade de agir diante apenas das suspeitas — a reação inóspita de seus pokémons. Ensaiada a ordem, porém, era inútil.

Quando os lábios se descolaram, uma forma rechonchuda açodava do arbusto que outrora farfalhava incessante. Desconhecida, o treinador processara apenas uma tonalidade rosácea presa “naquilo”. Como um raio, passava por entre suas pernas e pelas demais garotas ali presentes. O avanço súbito ocasionava uma indagação insegura de Emma sobre o que era. Em ímpeto, Sofya apenas bramia de que aquele era o laço de Clefable. Como havia distinguido era, de fato, ainda um mistério — todavia, válido, se partir do pressuposto de que era a dona anterior.

Único dono de uma reação distinta, taciturno, Nicholas começava a arquitetar os passos futuros. O faro do seu canídeo levou-os até aquele recinto, e o treinador matutava a respeito: acreditava que não avançaria mais seguindo os rastros da criança único e apenas. Diante dos orbes cerúleos, uma peça do quebra-cabeça evadia em direções desconhecidas. Ainda assim, o louro conseguia pensar em uma saída naquela situação melindrosa. É válido ressaltar a frieza invejável naquela ocasião, mesmo na frente das reações efervescentes das garotas.

— Mightyena, faça algumas marcações nessas árvores ao nosso redor, e depois assimile o cheiro daquela criatura. Você irá rastreá-la — olhava de relance ao pássaro em seus ombros e no psíquico aos pés de Emma. — Vocês dois reconheçam bem esse lugar, se precisarmos nos teleportar, vai ser pra cá; é o nosso checkpoint a partir de agora. Assim que localizarmos essa coisa, vamos agir com cautela: Natu, você vai fazer um primeiro movimento e depois Ralts prenderá com o Confusion.

Dito os planos, volveria a aguardar os procedimentos requisitados ao seu canídeo. Não obstante, esperava que os psíquicos não apenas acatassem seus pedidos, como também os entendesse. Pragmático como era, Nicholas enxergava em sua mente fria apenas de acordo com o que planejara.

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The undesirable one
Route 115


Nico continuava a ser pego de surpresa, constantemente. Oh, eu certamente não tenho nada ver com isso. E certamente; a forma desordenada e desconexa com a qual o progresso era feito também não era nem um pouco relacionada com minha pessoa.

... Acho que já pedi desculpas, não?

De qualquer forma, Nicholas era interrompido mais uma vez, e novamente tentava manter a calma e pensar friamente. Ah, espere, ele nunca havia sequer perdido as rédeas de sua mente e pensamentos. A frieza continuava sendo a mesma sempre antes vista.

De certa forma, Emma era sortuda em poder sentir o pouco de calor que o treinador emanava. Esse, de fato, era um feitio para poucos. Oh, guerreira, tão brava sua luta. Apenas sua paciência provavelmente já é mais valiosa que a força de um milhar de guerreiros.

Nico tentava observar as entrelinhas, aperceber-se dos detalhes; mas não dava muito certo. Tomou, mais uma vez, as ações que considerava como as mais seguras — ainda que não fossem realmente necessárias. Bem, dizem que cautela nunca é demais, e que a curiosidade matou o gato; então não o julgo de verdade.

Os pokémon pareciam ter entendido bem. Sofya parecia conturbada com a visão do suposto laço, então mantenha-se em silêncio, os olhos cinzentos vidráceos a encarar as copas que cobriam sua cabeça. Emma, contudo, parecia ligeiramente pensativa. Não era apenas um rostinho bonito, afinal, por mais que parecesse.

Ele, supondo que seja um pokémon; parecia estar com pressa. Quase como se não tivesse reparado — ou se importado — com nossa presença — apontou ela. Bem, eu sinceramente, não seria capaz de afirmar tal coisa com segurança, mas quem sou para negar algo, afinal? Talvez ela estivesse correta. Talvez não.

Infelizmente, para alguém que queria testar suas habilidades de detecção, talvez um exímio farejador e um observador nato não deixassem muito trabalho a ser feito. Principalmente quando a artes internas do existir levavam-nos até o desconhecido, o imperfeito — não planejado por Nico.

Sim, de fato. Mightyena não demorou a achar um rastro do tal ser. Aliás, pareceu ter uma facilidade muito maior, cobrindo uma precisa direção em menor tempo; ainda que o passo de Sofya tivesse diminuído um bocado. Não influenciou em muitas coisas.

Alguns instantes depois, chegaram em uma estranha clareira, que parecia ter sido aberta à força, apesar de com bastante rusticidade. As árvores não cresciam na área de uma grande circunferência, ainda que as copas das plantas ao redor continuassem a cobrir a luz diurna. Quer dizer, não completamente.

Um único feixe passava por uma fresta localizada no que parecia a o exato centro de clareira, encontrando um caminho por entre as folhas. Ao mesmo tempo, agora em terra, algo bastante... peculiar, por assim dizer, acontecia. Havia uma depressão gradual; das bordas até o centro.

E bem, exatamente ali, naquele meio, uma pequena comoção parecia acontecer. Algumas formas pequenas, ligeiramente arredondadas e de coloração marrom haviam unido-se em um outro círculo, envolvendo a região na qual o raio de sol unia-se à grama. Elas moviam-se lentamente, e uma aura pesada parecia estar instaurada no ar.

Eram, de fato, pokémon. No centro deles, jazia uma forma muito maior. Folhas amareladas, nas extremidades de um corpo lígneo aparentemente ressecado. Uma penugem branca cobria-na, como um manto protetor, natural do monstrinho. Sofya parecia identificá-lo, em partes.

É um... Shiftry? — perguntou retoricamente, após piscar repetidamente para tentar processar algo que não fosse “oh-não-minha-fadinha-rosada!!!”. — Parece estranho. Muito quieto — concluiu a loura, por fim.

Bem, se aquele era Shiftry, as coisinhas ao lado deveriam ser, de alguma forma, relacionadas ao pokémon, não? Elas moviam-se lentamente, como que desanimadas. Uma delas, inclusive, tinha preso ao topo da cabeça um laço cor-de-rosa. Outras, carregam flores da mesma cor.

Sofya pareceu ficar desesperada ao ver o laço. Os pokémon pareciam não ter notado a presença deles ainda, e parecia que algo estava para acontecer. Eles esperariam? Interromperiam? Fariam qualquer outra coisa? As possibilidades são infinitas.

E também são as formas de realizá-las.





PROGRESSO — NICO :


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Devaneando acerca do recente acontecimento, Emma levantava um ponto importante. Por mais que a silhueta indistinguível nem ao menos demonstrara preocupação acerca do trio de humanos em volta, o louro apenas tinha o plano de recuperar aquele laço e rastrear Clefable com precisão. Por mais que havia traçado um rumo, ainda assim, Nicholas não conseguia ver com clareza quando de fato o adorno fora coletado pela criatura, não lhe restava muitas opções — tudo isso para não andar a esmo na floresta; vai que se deparam com outros bandidos por aí.

Precavendo-se, restava agora à equipe seguir o aguçado olfato do canídeo na direção do monstrinho desconhecido. Volteando seu focinho ao chão, não tardara para que a hiena conseguisse distinguir o odor naquele emaranhado de cheiros na floresta, e não tardou em seguir o rastro olorente da criatura. Em passos vagarosos, o trio seguia Mightyena para os confins da densa mata.

Seguiram, enfim. Dado momento, chegaram a uma clareira rústica em um ponto desconhecido da floresta. Uma área circular com árvores ao redor dava certo destaque ao recinto, enquanto que em seu centro geométrico, um feixe da radiação solar ousava passar pela barreira de folhas erguidas pelas suntuosas árvores da rota cento e quinze. Como uma amostra ínfima de uma falésia, uma depressão se estendia da circunferência até o centro, e justo ao meio, uma forma humanoide amarronzada reunia-se com outras pequenas criaturas. Cerdas brancas se estendiam de sua cabeça às costas, seus membros eram substituídos por algumas folhas verdes, vivas; seu corpo era um tronco ressecado, chamando a atenção da protuberância em seu semblante, o que em humanos seria o nariz. Não tardou em Sofya identificá-lo como um Shiftry.

Os olhos azuis da loura e sua percepção novamente ponderavam outra situação: o silêncio da população silvestre ao centro daquela depressão. Sem alguma agitação aparente ou ação súbita, concluíram de que ainda não haviam lobrigado o trio se esgueirando pela borda daquela circunferência. Shiftry, em sua suntuosa posição, exibia-se como líder e protetor natural da comunidade de monstrinhos naquele redor; uma aproximação poderia causar, quiçá, uma reação hostil da criatura lenhosa.

Em um movimento rápido, o louro arqueava o apetrecho bicolor de seu inseto alado. O feixe alvo enérgico materializava o corpo da criatura, diligente, fixando os orbes carmesins na direção de seu treinador. Volvia seu corpo em seu próprio eixo, rotacionando seus noventa graus, projetando para baixo o tronco ao flexionar o joelho bom; gentilmente, afagava seu canídeo. Este o respondia cerrando suas pálpebras e escancarando um semblante risonho e jocoso.

— Fique aqui com elas e se sentir que eu não dou conta do que acontecer, você vem com elas, tudo bem, meu garoto? — assentia prontamente Mightyena. — Vou tentar uma aproximação amigável deles. Talvez eu recupere o laço de Clefable para rastrearmos melhor. Vou com Ninjask e Natu só pra me precaver.

Assim foi feito. Em passos vagarosos e cuidadosos, o loiro se dirigia na direção da silenciosa — e aparentemente harmoniosa — comunidade. Sua feição séria logo se tornava mansa, afinal, abordar criaturas selvagens inexpressivamente não lhe era propício — não que se mostrar daquele modo fosse uma ótima ideia, afinal. Achegar-se de Shiftry alertava aos sentidos defensivos do treinador, mesmo debilitado; o inseto e o pássaro estariam prontos em caso de hostilidade, contudo, não demonstravam aquilo.

— Olá — apresentava-se Nicholas a Shiftry, um sorriso receptivo tingia os finos lábios do louro. — Aquele laço rosa que está com um dos seus é de alguém que é muito importante para mim, então, eu poderia tê-lo de volta? Eu posso te ajudar com algo em troca, se quiser — aquela mesma feição inocente permanecia em seu semblante. — Eu estou procurando uma Clefable. É um pokémon rosa, gordinha, com orelhas bem pontudas e as pontas são pretas, e... ah! Tem como se fossem asinhas atrás, mas ela não voa — uma gargalhada desajeitada e fingida era entoada por Nico. — Viu por aqui?

Ora, não saberia a reação do lenhoso diante daquelas indagações inúmeras. O louro, apesar de acompanhado de seus monstrinhos, buscava não levantar suspeita alguma para a evolução final de Seedot — mesmo tendo astúcia e perspicácia em demasia por detrás daquela dissimulada feição. Continuava com aquela mesma expressão jubilosa e inocente; estava plantando verde para colher maduro, dizem os ditados populares.

Bom, restava aguardar que o lígneo não agisse súbito e hostilmente, não é? Apesar de estar preparado para tal, Nicholas não gostaria de um embate naquele momento. Aguardava pacientemente, apenas.

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The undesirable one
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Oops.

Receio que eu não tenha sido exatamente muito claro. Ou talvez, eu de fato haja planejado tudo isso. Ou quem sabe ainda; estou apenas reagindo às suas respostas enquanto tento futilmente desenvolver alguma coisa. É, acho que nunca irá saber.

Nico e Emma pareciam estar indo relativamente bem, naquele até então bosque de contos de fada, quando em comparação com os acontecimentos de alguns dias atrás — claro, havia o ponto negativo de Clefable não estar ali — , mas veja bem: nada de bandidos, armadilhas, pais autoritários. Não, eram apenas eles e a natureza. Quer dizer, ao menos assim eles pensavam, certo?

O treinador optava por deixar suas companheiras para trás, enquanto seguia em frente, sorriso frio estampado no rosto, para tentar uma abordagem mais amistosa. Sofya fez menção de desobedecer e segui-lo, mas a loura acabou por segurá-la. Abraçou a menor e apontou-lhe os pequenos pokémon que lembravam sementes arredondadas; brincando com a forma gozada com a qual moviam-se. A jovenzinha pareceu relaxar um pouco.

Certo, imagino que seja aqui, a parte na qual faltou-me atenção e inserção de mais detalhes. Shiftry mantinha seus olhos cerrados, até então parecendo não notar a aproximação do rapaz. E bem... Eu tenho certeza de que citei uma tal "aura pesada" cercando o ambiente. Esta podia ser notada até mesmo nos pokémon semente. Pareciam, de certa forma, um pouco desanimados.

Além disso, não estou recordando-me da parte na qual anunciei a postura do gramíneo; mas acho que podemos fazer tal afirmativa sem maiores problemas. Ainda assim, a forma com a qual ele mais parecia uma árvore — imóvel, sem reagir — chegava a ser um tanto quanto bizarra. Outro ponto, aliás.

As folhas que se desprendiam de seu corpo não estavam verdes — vivas. Oh não, muito pelo contrário. Como supracitado, elas estavam diferentes. Ressecado e amarelado, sim, são dois qualitativos muito mais adequados. Conforme Nicholas aproximava-se, circuncidado por ambos seus guarda-costas voadores, os Seedot afastavam-se, confusos, alguns até mesmo irritados.

E apesar dos dizeres amigáveis de Nico, Shiftry continuava com as pálpebras cerradas. Sua carranca não havia mudado em nenhum único centímetro; o que poderia ser bastante rude e enervante. Algo aconteceu então. Um dos pequeninos, o que parecia mais agitado entre todos eles, começou a andar até o espécime completamente evoluído. Seedot carregava uma laço róseo na cabeça. Como que ignorando Nicholas mais uma vez, foi até o pokémon noturno.

E sob os pés do maior, deixou o tal laço cair. Pouco tempo depois, outro monstrinho aproximou-se. Este agora trazia consigo uma flor, nas mesmas cores do acessório. E ele repetiu o mesmo movimento feito pelo outro. E assim foi. Castanha por castanha, os pokémon chegavam perto de Shiftry, passando diretamente por Nico, ignorando seus dizeres. O noturno continuava imóvel, calado, cego.

Alguns dos Seedot deixavam mais flores rosas aos pés daquele que parecia ter sido seu líder. Outros, apenas aproximavam-se, tocando o maior de forma sentimental. Mas todos iam até Shiftry, fazendo algo pelo pokémon, e depois afastavam-se, deixando o próximo da fila vir. Eram silenciosos. O que, imagino eu, não era algo comum aos pequeninos.

Uma aura mais que pesada.

O monstrinho que estava, anteriormente, segurando o laço cor-de-rosa, aproximou-se de Nicholas, grudando-se à perna machucada dele. Seus grandes olhos redondos estavam brilhando. Em um sentido um tanto quanto negativo, contudo. Os pokémon haviam terminado, finalmente deixando Shiftry em paz. Agora, o lígneo estava circundado por diversas flores rosadas, e algumas outras brancas.

Aquele único raio de sol avançou, batendo agora sobre a face imóvel do noturno. Os Seedot permaneceram olhando para o maior, incertos. Foi quando Natu pareceu assustar-se com algo. Ele pareceu pressentir algo aproximando-se da imagem de Shiftry. Provavelmente, sem o psíquico, tal fato passaria despercebido. Mas de fato, uma leve sombra passou, veloz e oculta aos olhos comuns.

Ela envolveu-se no solo ao redor do imóvel pokémon, e então esgueirou-se e tocou singelamente o peito deste. Rápido, recôndito; apenas um tremeluzir no ar. E então simplesmente sumiu. Enquanto isso, o corpo de Shiftry começou a brilhar. Os Seedot afastaram-se, atônitos. Emma, que observava ao longe, levou uma mão à boca, enquanto Mightyena tentava distrair a garotinha.

O pokémon reluziu em uma aura de energia branco-esverdeada, e então... Desfez-se em partículas brilhantes da mesma cor. Uma gentil brisa espalhou as partículas pelo ambiente; com algumas a cair sobre as flores despejadas pelos pequeninos. O monstrinho que estava agarrado na perna de Nico lançou uma lamúria de dor, apertando-se contra o rapaz.

Uma partícula de energia caiu sobre o nariz do loiro.

...

Mas o que exatamente havia acontecido ali...?





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off. :


Por Arceus. Acredito que eu deva desculpas não somente ao narrador, mas, se houver algum leitor que acompanha cada trecho dessa aventura, dirijo-me a você também. Sabe como é, né? Às vezes, a burrice, ignorância, chame como bem entender, simplesmente assalta a mente enquanto transcrevo essas palavras e escapa detalhe ou outro; isento o narrador de qualquer erro. Se tem um jumento nessa história, muito prazer. Como narrador onisciente, sou um péssimo jogador de Call of Duty. Ah! Ia me esquecendo; voltemos ao que interessa.

Ingênua, a pequena ousou dar alguns passos à frente; não contava, no entanto, com a cálida mão de Emma em seu ombro impedindo-a. Arguta, a loura de Kalos tratava, em tom galhofeiro, a maneira com as quais as sementes circulares circulavam pelo recinto, de lá para cá. Em meio a risadas inocentes, Sofya perdia-se no meio daquele microuniverso que transbordava — ainda que ínfima — energia positiva. Do outro lado, quiçá inexpressivo, avançava moroso Nicholas na direção daquele emaranhado de Seedots.

Melancólicos, as sementes arredondadas se mexiam ordenadamente. Em suas feições, o louro foi capaz de notar o quão estavam abatidos após as suas palavras, e estes nem ao menos ouviram-nas. De início, ergueu a sua sobrancelha, receoso; ora, sua aproximação fora frontal junto com seus monstrinhos, e aguardava uma reação até mesmo hostil por parte dos mesmos — justificando a escolha de seu inseto e seu psíquico. Precisou achegar-se um pouco mais para vislumbrar Shiftry, e sua feição mudara por completo.

Atônito, sentiu o seu ar esvair rapidamente em surpresa. As pálpebras escancaravam, tal como uma pessoa comum abre sua janela em um ensolarado dia, recebendo os cumprimentos da estrela com sua radiação em sua face. Tardou para que suas retinas focalizassem a silhueta em sua frente, já inerte. Os orbes, cerrados, com toda e qualquer energia exaurida do corpo lenhoso. O caule ressecado e suas folhas, que, em tese, deveriam ser verdes e vivas tal a relva ao receber o orvalho da manhã já não eram assim; como as folhas no outono, ressequida e sem resquício algum do sopro milagroso de vida que tanto as crendices espalham.

A semente buscada pelo louro, portadora do laço rosa, dirigia-se à inerte silhueta estática no centro geométrico daquela área circular. Sorumbático, posicionava carinhosamente o laço rosáceo diante do lenho já seu o seu sopro divino correndo por seu corpo. Um por um, cada uma das sementes ofertava ao Shiftry — sem vida — uma flor rosa, com a mesma tonalidade do adorno outrora utilizado por Clefable; a movimentação repetia-se, incessante. A atmosfera mórbida perpetuava-se, deixando intacto apenas aquele cubículo, onde o canídeo cinzento distraía a inocente Sofya; mantinha-a alheia ao funeral de quem outrora fora um líder daqueles pequenos.

Um único feixe de luz solar descia aos céus, iluminando o rosto inexpressivo e sem vida do lígneo. A comunidade de sementes passava a fixar suas vistas, alertas, na silhueta suntuosa diante dos mesmos. Sentindo a melancolia daquelas pequenas sementes, o louro resumia-se apenas a semicerrar suas pálpebras e desfazer aquele ilusório rosto alegre; como tintas desordenadas, sua frieza alinhava-se com a compaixão pelos Seedots. Ousou arriscar a matutar se os mesmos não se sentiam impotentes ao ver, diante de seus próprios olhinhos, a figura de quem, por muito tempo, fora um líder natural.

Nicholas desviava o olhar lepidamente. As pálpebras semicerradas e sua feição — desta vez, por completo — trazia consigo todas os dramas e melancolias que vivera naquele último ano; e, não obstante, há poucos dias.

Incapaz; era o que achava de si mesmo. Ora, não era como se o mesmo fosse o real culpado de todos os seus agouros e pensamentos, todavia, como não os trazer à tona diante de um funeral? E pior ainda: buscou uma abordagem corriqueira, simplória, como se nada houvesse acontecido. Seria sua frieza tão vasta a ponto de suprimir a compaixão daquele Nico que, enquanto criança, desenvolvera um laço tão profundo com seu único amigo, Henderson, e sempre fora tão vívido e de semblante jubiloso? Teriam morridos naquela viagem a Hoenn?

Por falar em James, sabe-se lá onde ele está agora. Ainda criança, mudou-se para Saffron com seus pais e afastou-se naturalmente do círculo pessoal do louro. Kanto, ao menos até pouco, fora devastada pelas águas coléricas de Kyogre, acabando com quase toda a vida existente na terra natal do treinador; e onde Hendo estaria nesse momento? Morrera, sem nem ao menos se despedir? E quanto aos pais de Nicholas? Sim, ele havia feito de tudo para mandá-los para as tropicais plagas de Hoenn, privilegiando a vida de seus progenitores diante da sua ainda jovem; contudo, também não sabia onde esses jaziam: mortos, vivos na penúria ou prosperando naquele território que os acolheu após uma calamidade de grau inimaginável?

Dúvidas permeavam a mente do loiro, e a cada centímetro que percorriam de seu cérebro, deixavam as sementes de interrogação; estas, no entanto, eram apenas retóricas, e ao fixarem-se — figuradamente — na carne do treinador, macerava seu consciente. E como não esquecer do resgate frenético de Emma.

Havia resgatado a garota, quiçá, da maneira mais heroica possível. No entanto, nos dois embates travados contra a gangue, acabara saindo derrotado no momento mais crucial, em que mais Emma havia dependido dele, perdera. Da primeira vez, viu-a esvair e esfacelar diante de suas mãos; fora necessária a mesma abster de sua própria segurança para que vivesse. Na segunda... ah, Natu. O psíquico perseguira-o por cada centímetro quadrado que percorrera da magnânima metrópole em busca da garota de Kalos. Percebeu o sopro de vida desvanecendo de seu corpo, lentamente, entregando-se à morte e aos julgamentos divinos com o peito aberto, afinal, cumprira a sua missão... pagando um custo deveras alto.

Seja por ser fraco, por julgar-se um completo idiota, suas memórias eram lancinadas pouco a pouco, bem como sua sanidade. E bastou um ínfimo momento encarando a figura do finado lenho.

Para sua alegria — ou não —, uma reação inesperada de Natu despertava-o daquele mundo onírico e — paradoxalmente — infernal. Uma sombra desconhecida mostrava-se, lépida como as ondas eletromagnéticas percorrem o vácuo, cercando o redor do lenho desfalecido. O peito de Shiftry era tateado por aquela misteriosa existência, e subitamente, seu corpo iniciava a cintilar. Atônito, Nico recuara dois passos, passando a fitar aquele momento crucial agora com os globos oculares completamente abertos; inusitado. A energia alva contornava cada traça do lenho, expandindo-se no inerte corpo lígneo do noturno. E naquele mesmo brilho que reluzia outrora, desvanecia.

Apenas alguns pequenos focos de luz existiam de onde estava o corpo do noturno, sendo esparsos pelo redor por um singelo sibilo do vento. Quiçá, os céus também choravam mais uma vida que se esvaía naquele tão cruel e imperfeito mundo. Uma daquelas partículas, tão simplória, repousava sobre o fino nariz do louro. Vagarosa, a mão destra viajou até sua face, tomando em sua palma aquele foco de luz tão ínfimo. Respirou fundo, semicerrando suas pálpebras, deixando suas memórias ominosas afogar sua já lancinada alma.

Sem mais nem menos, Shiftry partira. Deixara um legado, incógnito ao louro. Contudo, diante da comoção daqueles Seedots, era inegável a sua importância e o quão era querido. Por ironia das forças que alguns chama de destino ou sorte, Nicholas entendia um pouco da dor que eles sentiam: de ter alguém querido tirado de seu lado — ora, não era tão melancólico quanto à morte, contudo, aquela incerteza açoitava o frágil âmago do jovem treinador; como não dizer se não era, ao menos, semelhante?

Encarou aquele foco de luz. Erguia sua mão na altura de seu peito, deixando o vento, sereno, carregá-lo pela floresta: aquela ínfima partícula poderia crescer e prosperar, quiçá inspirar, qualquer outra alma ao redor. Os orbes cerúleos acompanhavam o movimento desta, e mesmo diante daquele desalento, deixou um sorriso raso adornar o melancólico semblante do louro; e perdurou até pelo sucinto caminho que este percorrera, até onde os nervos ópticos não processavam mais aquele corpúsculo luminoso.

Projetou seu corpo para baixo, sorumbático. A mão direita buscava a pequena semente de noz agarrada em sua perna, vivendo o auge de seu agouro, entoando aquele cântico sepulcral digno das almas do Tártaro. Afagava Seedot, sereno. As narinas expeliam um ar claramente triste conforme os agouros externados pelo bramido do monstrinho de grama.

— Eu... sinto muito — soprava, mansa e pausadamente. Seguia afagando a frágil figura sorumbática próxima dele. — O que aconteceu, pequeno? Claro, se quiser realmente falar sobre... Eu sei como você se sente, e entendo sua dor melhor como ninguém.

Por Arceus. Seria Nicholas um ímã de morte e destruição? Quiçá, o panteão das divindades observava-o; estavam apenas zombando de sua insignificante existência ou o testando? Mesmo não tendo conhecido Shiftry, reviver suas lamúrias sempre era desgastante à volátil alma de Nico; e bastou perceber mais uma atitude errônea para que viessem à tona.

E naquele momento, seriam agora duas almas que dependiam dele; se for possível fazer uma analogia à uma figura mítica, era como se o treinador se assemelhasse a Atlas, o titã responsável por carregar o firmamento em suas costas; contudo, para Nicholas, era uma responsabilidade maior: contando com Emma, três vidas, conscientes e racionais, estavam diante dele. Não esqueceu-se de Sofya, mas, como retirar aquele laço, deixando como um monumento em memória de Shiftry? A menos que Seedot conseguisse ajudá-lo ao comunicar-se com o mesmo após aquelas palavras que tentavam acalentá-lo.

Depois do ocorrido, nem mesmo a mais otimista das almas existentes esperariam algum desfecho feliz.

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Não era culpa dele. Afinal, como poderia? Nem mesmo o maior dos super heróis pode salvar as almas do fatídico destino. Somos invocados ao mundo com uma sentença pré-determinada, um prazo de validade. Nem mesmo Orfeu, cuja música retumbou por entre os reinados de Hades e Perséfone, guardados pelo temível Cérbero, foi capaz de vencer a barreira natural e trazer sua amada de volta ao país da vida.

Nico apenas tivera o infortúnio de estar no lugar e na hora errada.

De fato, lamentável. Contudo, como o jovem poderia saber os fatos que antecederam tudo aquilo? Talvez Shiftry tivesse perecido após salvar sua comunidade de um ataque inimigo, permanecendo como eterno herói de guerra. Ou talvez, tivesse se tornado um mártir depois de enfrentar forças terríveis. Quem sabe ainda, ele não fosse ela, uma mãe de todos aqueles pequenos, a quem morrera dando luz ao último de seus filhos?

Não havia como adivinhar. De qualquer forma, o importante era que o pokémon moraria sempre na memória dos gramíneos de menor porte. E claro, apenas quem já esteve ao lado do leito de morte sabe o quão emotivo, tristonho e estressante tais lugares podem ser. Memórias vêm à tona, sem requerirem segundos pensamentos. Lembranças; arrependimentos. Saudades. As emoções são capazes de tomarem conta mesmo da mais gélida das mentes. Até mesmo Loki, sempre tão frívolo e malicioso, rendeu-se para o amor e os sentimentos, uma vez.

Nicholas não podia se culpar por hora ou outra, sentir-se assim também. Por mais estranho que soe, as incertezas são os únicos fatos, apesar de não concretos. Mortas, desaparecidas, miseráveis. Certamente, independentemente de como estivessem, todas aquelas pessoas não gostariam de vê-lo naquele estado. A vida não é singular. Não, toda existência está ligada em uma pluralidade de tramas; como bem fora visto com a comunidade da selva.

Se uma borboleta é capaz de causar um furacão devastador... Então o que impede alguém de determinar o rumo de toda uma outra imensa cadeia de seres? E até então, Nico vinha desempenhando papel semelhante. Quantas vidas não foram mudadas pelo rapaz, desde então? A família poderia muito bem ter morrido nas tempestades. James, talvez tenha resistido tudo, com o pensamento de ver seu amigo novamente. Sofya depositava duas confianças no loiro naquele exato momento. Até o Seedot, buscava conforto no rapaz.

E céus, o que seria de Emma sem a interferência dele?! Atlas carregava desejos. Ódio. Vingança misturada com a possibilidade de prazer, a vontade dos céus de unirem-se à terra. Nico, no entanto, tinha nas costas corações. Eram tão pesados quanto todo o firmamento, mas eram mais que isso, pesos. Cada um deles bombeava pelo rapaz. Estavam ali, em alma, prontos para fazer o que fosse necessário. Talvez o loiro precisasse apenas piscar algumas vezes e olhar para o lado...

Amor, amigos, confiança, refúgio. Não eram todas estas qualidades ambicionadas por toda a existência? E apesar de complicadas de se reparar, estavam presentes na vida de Nicholas. Enlaçado pelas memórias, sufocado pelo aperto constante que ele mesmo sobrepunha ao seu próprio pulmão. Talvez, fosse tudo uma questão de levantar-se do sono mascarado em que estivera, e viver a vida ao lado de tudo aquilo que já tinha. O passado era uma âncora pesada, que podia ser levantada apenas pela tripulação de uma alma amada.

E bem, a alma do jovem certamente tinha este benefício. Restava-lhe apenas sentir.

Seedot parara de choramingar após ouvir os ditos de Nicholas. Não, não era isso... Ele olhava para trás do rapaz. Para uma sombra que aproximava-se, sutil e vagarosa. Com um suspiro, Emma abraçou o namorado com força, limpando o canto dos olhos. — Ei. Eu te amo — foram seus únicos dizeres, em voz baixa e calma. Mas que pareceram tranquilizar os presentes. O monstrinho que estava agarrado às pernas do rapaz enfim soltara o tal, aquietara-se, e permanecera a observar a jovem. Sofya estava atrás, segurando com força as roupas da loira, enquanto Mightyena tentava dar algum apoio emocional.

Os Seedot começaram então a ir embora, ignorando completamente a presença dos forasteiros. Ninjask, Natu, quem ligava para isso tudo? Certamente, não eles. Quer dizer, todos menos um. Aquele um, que permanecera junto de Nicholas enquanto o jovem assoprava as fagulhas de vids ao ar, o um que choramingava pela perda do ente querido, o um que acalmara-se sob a presença de Emma. Ele parecia querer continuar ali. E dependia apenas dos humanos, decidir o que fazer.

Quando desce a escuridão, mas tem-se a expectativa racional de um novo amanhecer; o que fazer?





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Refém de seus próprios pensamentos e questionamentos. Afinal, quem de fato era Nicholas? Intrépido, iniciou sua cruzada com o pequeno lagarto alaranjado, escolhido a dedo pelo próprio ao sentir o encontro de almas com sinergia ímpar. E sem delongar, encontrara uma garota, outrora desconhecida, que revelaria suas facetas e quem de fato era — ou, ao menos, uma dualidade. De um típico nerd do extremo de Kanto, sairia o salvador daquela vida sem-par, que iluminava todos os arredores com o seu sincero e inocente sorriso; tal uma estrela, com brilho próprio quiçá maior que o próprio sol, enlaçando-o aquela singela alma com o fresco ar que Vênus deixava infiltrar pelas narinas daquele jovem que tanto relutou contra seu emocional. Mas, oh, aquela casca de carne, esguia e alva, ainda escondia tantos segredos e decepções.

Sabia, que dentro de seu interior, dormia a reencarnação de um ódio fruto de suas próprias decepções. Alimentados por sua amargura de matutar que jamais seria capaz de proteger seus queridos, o imaterial personificava-se em um emaranhado de sombras, disformes e estranhas àquela eterna criança cuja ainda gostaria de ser. Ícelo e Fântaso, dos Elíseos, tinham olhares fixos naquela silhueta loura e alva, lançando, dia após dia, suas perversas ilusões ao rapaz.

E mais uma vez, o onírico chamava ao garoto à maldita cena em que se vira com um sádico sorriso, desferindo golpes, um atrás do outro, naquele filho da puta. Impossível pensar que ele não merecesse cada segundo daquela agonia de sentir sua carne ser lancinada pelos punhos da justiça encarnados no louro, contudo, e Jigglypuff? Sempre serena e cândida, enfrentou o titã colérico que se impunha diante daquele pecador hediondo, pedindo para que se acalmasse; por sorte, assim o fizera.

Quem, de fato era Nicholas? Abençoado pelos deuses para resguardar os entes queridos, ou a materialização do ódio que bramia do Hades? Indagação deveras complicada, que não cabe discutir; profundo, como o vasto oceano, e levaria tempos e tempos até ser, de fato, esclarecida.

Suave como a brisa matutina, Emma aproximava-se da semente e de seu companheiro. Plácida, com o ar bendito pela própria Irene, puxava o treinador por seu blazer verde. Envolvia-o em seus braços, sempre tão ternos e aconchegantes, dissipando todos aqueles questionamentos e agouros da mente do louro. Pressionava Nicholas contra seu ombro: sua mão destra afagava os dourados e lisos fios do treinador, terminando de contornar seu corpo com o braço livre. Mansa, soprava as palavras ditas em uma carta dita há semanas atrás, escrita como uma fúnebre despedida, e agora, eram lhe ditas frente a frente. O poder que um “eu te amo” não faz, ainda mais a uma alma que condenava a si próprios aos agouros eternos do destino. E não tardava para vir a resposta por parte de Nico.

Súbito, os membros superiores enlaçavam-na em forte abraço. Envolvendo sua cintura, as mãos, trôpegas, pressionavam suavemente contra a derme do escultural corpo da jovem — ora, partimos do pressuposto que a própria Vênus a invejava. O tórax de Nicholas fazia movimentos lépidos de ir e vir, impulsionado pelo descompassado do diafragma — fruto daquela adrenalina lançada outrora. Sua respiração, quente, abafava seu próprio rosto, que jazia repousado sobre os ternos ombros da treinadora. Suavemente, erguia a sua fronte, buscando as bochechas de Emma, um pouco trêmulo; desfazia toda aquela agitação em um longo contato contra a face da treinadora; em longo beijo, cálido, buscando dar fim às peças que seu próprio consciente pregava sobre si.

— Eu vou te proteger, custe o que custar, nem que para isso eu tenha de morrer — murmurava pausadamente, ainda com as mãos grudadas à cintura da loura. — Por favor, não me deixe sozinho... em hipótese alguma... — malditos lamentos, nunca deixando-o são. Sua mão destra erguia-se e retesava sua fronte, encostando testa com testa à da treinadora. A respiração de Nicholas, enfim, retornava ao padrão; o anjo da guarda enviado pelo próprio Deus para acalentar a pobre e confusa alma desempenhava sua função de maneira ímpar. — Depois que tudo isso passar, lá em Johto, podemos ir a um fliperama?

A última indagação, desconexa com as lamúrias proferidas pelo mesmo, buscavam tornar àquela invejável frieza com a qual agia corriqueiramente; e precisaria da mesma agora mais do que nunca. Tinha medo de que o destino de Clefable fosse o mesmo de Shiftry, e ter mais uma vida desgraçada pelas ações desmedidas de Tânatos; o que seria de Sofya soterrada pela profunda tristeza e ódio? Nicholas evitaria isso — ou, ao menos, estava determinado a tal.

Um breve roçagar entre os lábios, em cálido e sucinto beijo, selava o retorno da fronte sisuda característica do treinador. Agora com controle sobre seu emocional, olhou de relance para o seu redor, percebendo apenas as companhias humanas posteriores e, curiosamente, o Seedot que afagara continuava por ali — possivelmente, acalentado pela presença angelical de Emma. As vistas voltavam-se para o dócil quadrúpede cinzento, que permitiu ficar aéreo durante aqueles longos segundos em que Nicholas perdia-se nas graças da garota de Kalos.

— Tente rastreá-lo agora, Mightyena — lançava um olhar de relance para o laço, acenando suavemente ao canídeo. Abaixou seu tronco, moroso; a essa altura, já conseguia suportar a ardência de fazer alguns movimentos que exigissem mais de sua perna direita. — Nós temos que fazer algo bem importante, mas se quiser vir conosco, venha.

O convite era afável, e para completar, mais um chamego singelo sobre a cabeça da semente de noz. Enquanto o canídeo dirigia-se ao memorial para farejar o laço rosa — sem destruí-lo, claro —, seguiriam a partir dali. Torcia, com certeza, para que Seedot os acompanhasse e seu monstrinho dessa alguma resposta positiva.

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Como já disse, palavras têm poder. Elas transmitem mais do que aparentam. Além de informação, muitas vezes carregam também sentimentos. E inclusive, de forma muito mais eficiente que várias ações. Assim sendo, não acho exagerado comentar que os dizeres aqui citados foram capazes de acometer-me.

Em uma delicada trama, linhas de pensamento e sensações tremem, carregando dados consigo. Levando-os até o centro, onde a aranha pode sentir, pensar, agir. As mentes são mais complicadas. Emaranham a si mesmas. São parciais, conflituosas, incapazes. Em suma, extremamente desordenadas.

Às vezes, enquanto perdidos em nosso mar de Caos, precisamos apenas esperar um pouco, manter a atenção. Nunca se sabe quando seu Maat surgirá, seja em forma de obelisco ou qualquer outra. No caso de Nicholas, vinha incorporador na imagem da jovem Emma.

Vênus... Sempre tão poética e metafórica. Imagino que "Afrodite" não fique tão legal para uma pintura da donzela nascida rm conchas. Venusto, afrodisíaco. Às vezes, o semelhante acaba por ser bastante diferente. Mas mesmo elas são incapazes de descrever em totalidade a magnificência de algumas figuras femininas.

Enquanto imerso na lamentável escuridão que continha dentro de si, o treinador fora interrompido fisicamente pelos cachos dourados que emolduravam uma das tais figuras. Tão doce quanto o sabor de chocolate em uma noite florida e animada, ela tentava praticar tal verbo também. Animar. Feminino. Verbo transitivo direto.

E enquanto transitava diretamente aos inanimados braços de seu companheiro, Emma surpreendeu-se com o desenrolar dócil da coisas. Uma confissão; embora mais temerosa que ardente. De fato, longe de como um conto ideal; mas ei... Aqui nós temos fadas.

Deixe de dizer besteiras, Nico. Não que que eu te deixe sozinho, mas você poderia morrer por mim à vontade? — questionou ela, apertando-o mais ainda em seu abraço. — Você é meu raio de sol. Nunca de esquecia disso. — concluiu ela por fim, deixando uma lágrima escorrer for sua face.

... Apenas para cair em risos logo em seguida. — Um... fliperama? Parece ótimo. Só terá que ganhar para mim. Nunca fui em um, mas de uma coisa eu sei: quero uma pelúcia de Jigglypuff! — finalizou ela, engolindo uma outra risada nervosa, pensando em seu pokémon inicial. Ela foi ficando mais tranquila aos poucos, conforme via que Nico estava melhorando.

Ainda assim, provavelmente era bom saber que ele tinha mais sentimentos, vez ou outra. O treinador de madeixas de capim logo tornou a preocupar-se com o que fazer. A visão de Shiftry acendeu uma lanterna que provavelmente seria apagada em breve. Clefable. Se algo semelhante houvesse ocorrido... Como a pequena Sofya reagiria?

E por falar nesta, ela parecia um tanto quanto incomodada. Ela aproximou-se, assistindo a cena no casal, mas ainda não tirando os olhos da "mortalha" florida feita pelos Seedot. Parecia pronta para seguir em frente, mas quando a semente grunhiu, agarrando-se à perna de Nico e olhando para Emma atenciosamente. Então, a pequena pareceu se dar conta do que fariam.

Ei. O laço de Clefable. Eu... eu preciso dele — murmurou ela, em metade lamúria; metade manha. Sua face retratava um certo desespero, como se ela não aguentasse ficar ali, esperando, e precisasse ter o item em mãos. Mightyena parecia ter captado algum odor, mas talvez eles quisessem um breve tempo para discutir alguns últimos assuntos...





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Diante de seu anjo da guarda, era impossível de que a humanidade no louro não despertasse enfim. Isaac Newton diz que dois corpos não podem coexistir no mesmo espaço, e fisicamente, está completamente correto; mas, estamos no universo das palavras. Sim, estas que por sua vez têm seu próprio universo e regras, um paraíso para onde todos querem migrar. Nesse universo, tão vasto e infinito quanto o que existimos, que é possível ressignificar cada sentença dada como exata por teóricos e inúmeros estudos. As palavras que nos fazem sentir na pele cada agouro, melancolia, alegria a um ser inanimado que jamais veremos na realidade. As palavras que podem reinventar os Elíseos, fazê-lo real, e não mais uma mitologia ou crendice. E é por meio destas que, mesmo não tendo gabarito algum, reinventarei essa sentença verdadeira escrita por um dos maiores — quiçá, o maior — gênio da humanidade: sir Isaac Newton.

Aqueles dois corpos são, sim, capazes de ressignificar o mantra físico provado pelo cientista. Mesmo separados, por aquela distância tão ínfima de ordens métricas, eram uma unidade. Ela, o anjo, o ser celestial, enviado por Deus para acalentar aquela alma tão amolgada por seus próprios pensamentos. Ele, o escudeiro, oferecendo sua própria vida à vontade celeste manifestada ao seu lado; angelical, capaz de salvar qualquer pecador de suas próprias trevas. Ora, Emma o fazia, afastando aquelas sombras que, pouco a pouco, nublavam o receoso coração de Nicholas.

O mesmo espaço, apesar de vontades diferentes. Ainda assim, o mesmo sentimento, emanando o mesmo calor, tão afável e prazeroso. Uma única prisão, cuja os dois jamais queriam sair. Os toques e os dizeres tão ternos e acalentadores; aquela energia, simples e, paradoxalmente, complexa. Bastou se conhecerem em um único dia para se enlaçarem um ao outro; a ponto de se entregarem aos agouros e lamúrias do mundo sempre tão atroz e sádico para que o outro vivesse.

Não apenas existiam: eles coexistiam. Em unidade, o pecador e seu querubim.

E como resistir aquele desafio que saía, tão quente, da boca de Emma? Não era o lugar mais ideal que um casal pensaria em se encontrar, contudo, aqueles dois... fizeram de uma inóspita floresta um micro espaço fechado hermeticamente e exclusivo a eles, criado apenas para aquela manifestação tão nobre e terna. Agora, já em risos, os enamorados mostravam mais união do que nunca. Nesse caso exclusivo, a dor e o sentimento — aparente — de perda os enlaçou. As bênçãos de Eros aos treinadores eram exclusivas, especiais.

Volveu a beijá-la. O caudaloso rio que outrora lamentava suas emoções e amaldiçoava a própria existência e fraqueza encontrava o oceano, tão brando, alimentado por correntes quentes e tendo como sua fonte a metafórica Ilha dos Amores de Camões. Ao fim daquele derradeiro beijo, em meio a carícias nas longas madeixas douradas de Emma, afastou pouco sua fronte da mesma; ainda sentia sua respiração, cálida. Os lábios do louro desenhavam um sorriso jocoso, como poucas vezes fizera em sua vida.

— Eu era o rei dos fliperamas em Viridian. King of Fighters, Street Fighter, Mortal Kombat... Ninguém nunca me venceu. E o recorde de Pacman também era o meu — murmurava em meio a sorrisos e respirações pouco nervosas. Talvez a essa altura, já havia se entregado aquele tão sublime sentimento, que ainda relutava a aceitar (ou, apenas, saber quem era: com ela, escolhia ser Amor). — Não vou só te dar uma pelúcia de Jigglypuff. Vou te dar o mundo, tá ouvindo?

Em meio a risos tão sinceros e jubilosos, pode finalmente prestar atenção em seu canídeo cinzento farejando. Agora, distanciava seu corpo da semideusa filha de Vênus — estou no universo das palavras; aqui, como explicado, é o meu mundo, exclusivo a mim e a estas, tão cheias de vida; e não é absurdo algum comparar essas duas figuras emblemáticas —, o louro sentira um toque fraco em suas pernas, chegando aos seus tímpanos um grunhido, vinha de Seedot. Volvia seu pescoço na direção da criança, lamuriosa, encarando a oferenda pelas sementes ao falecido líder dos gramíneos.

Estática, encarava o laço róseo perdido em meio das flores. Ponderava, também, de que precisava do mesmo. Seria uma lembrança de sua fada? Nico não conseguia pensar acerca. A única coisa que viera em sua cabeça era: deixar aquela lembrança em homenagem a Shiftry. Entendia, em partes, a dor e o agouro que passava Sofya, ainda imatura para acontecimentos daquela magnitude. Tingia um sorriso brando nos lábios finos e rosáceos do treinador, aproximando-se da mesma. Projetou seu corpo para baixo, mantendo os olhos na mesma linha imaginária de nível.

— Escute... A Clefable pediu para mim, aqui na minha cabeça, para que deixássemos aquele laço ali. Ela entregou de presente para alguém que foi muito forte durante a vida inteira, e por isso, não devemos tocar nele. Veja, Mightyena já detectou o cheiro e podemos ir até ela finalmente — manso, sua mão direita aproximava-se da nuca da criança. Ao tocá-la, aproximou-se de sua testa, os lábios de Nicholas encontravam a testa da garota de madeixas castanhas, em beijo sucinto e terno, acalentando-a. — Nós vamos trazê-la de volta, e eu posso te entregar quantos laços quiser, tudo bem?

Quem diria, aquele garoto sempre tão austero inexpressivo parecia mais... quente? Arceus, Deus, Zeus, chame como a divindade que bem entender. O fato é que essa força maior que rege o universo e suas tramas havia colocado alguém perfeito para que o louro derrubasse, pouco a pouco, aquele muro tão concreto e resistente diante de suas próprias emoções. As flores de cerejeira derrubavam suas lindas pétalas róseas em um terreno pedregoso, sem vida e enfadonho. Milagrosamente, germinavam algumas flores em um solo tão ácido e improvável de existir qualquer forma de vida.

Ainda era instável, volátil até demais. Todavia, ao menos naquele momento, o ácido solo se tornava tão fértil quanto às terras de derramamento basáltico — ou também conhecido como “terra roxa”.

— Certo, todos vocês, vamos seguindo, então? — erguera sua vez, os orbes cerúleos ziguezagueando por cada ser vivo naquele recinto. — Mightyena conseguiu detectar algum cheiro, então vamos segui-lo. Natu, Ninjask, olhos abertos. Vamos.

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Receios podem ser tomados como agouros. Bem; na verdade qualquer coisa pode. Rumores dizem que, na Antiguíssima Roma, uma galinha roubar suas roupas íntimas e sair correndo era sinal de boa sorte e sucesso na carreira médica. De fato, alguns pontos podem ser bastante... exóticos. Mas não é disso que venho falar hoje.

Sabe, às vezes não é nada simples; o ato de levantar os pés da cama, movendo-os um por um, na tentativa de sair do lugar. Quando não apenas o mundo; mas também sua você mesmo conspira contra sua própria pessoa. Olhos cegos, que mais sentem do que enxergam. Uma audição tátil; próxima, apenas física; que ouve apenas o que está à mostra.

Turbulências ensurdecedoras, tremem à nossas mentes, que já sendo um labirinto infinito de ideias e conexões; transformam-se em uma confusão de cabeça-para-baixo de sinapses. Até que ponto isso é compreensível, e corretamente transmitido? Onde está o limiar para o onírico, tão fabulosamente materializado pelo subconsciente; tão indiscernível que nem mesmo nós sabemos o que é real e o que criamos?

Talvez esteja materializado em algo — ou alguém — que inconscientemente despejamos todo nosso senso de realidade, tranquilidade e sobriedade. Uma necessidade inexplicável de tê-lo por perto, a fim de aplacar a gutural força sombria que corrói cada gota de sangue. E quem sabe, talvez até eliminá-la... Para Nico, tal coisa não era uma coisa. Era uma Emma.

Impressionante, a forma com a qual a jovem, com suas realmente angelicais madeixas douradas, mudava completamente a forma com a qual o treinador encarava toda uma realidade. Ele ria, conversava, sonhava com um futuro — quiçá próximo. Ele amava. Era improvável; mas novamente, o mundo revelava ter sim uma parte romantizada de si mesmo. Uma caneta que tracejava as histórias, ligando linhas para formar as palavras da vida.

Uma paixão que fazia todo o resto desaparecer. Que mostrava um caminho. Possibilidades. Um toque; o ofegar. O simples ato de tocar nos cabelos enquanto as duas almas faziam questão de demonstrar sua tão forte união, fisicamente. A turbulência das cataratas que, posteriormente, dariam lugar à imensidão azul e plena de uma grande lagoa; ainda maior que o oceano.

Puxa vida... Quer dizer então que eu estou a namorar uma estrela no mundo dos jogos? — perguntou a garota, sorridente, brincando um pouco com Nicholas. Ela tinha se mantido quieta até então, apenas aproveitando o momento; mas o clima das coisas havia mudado brevemente. — Além disso, acho difícil você me dar o mundo...

As últimas palavras foram proferidas lentamente, e ela exibiu um rosto manhoso; apenas para voltar a sorrir travessamente logo depois. — Eu já tenho ele. Você é meu mundo, Nico — completou a jovem, dando um último abraço no louro.

...

Bem, imagino que não seja muito compreensível; aquilo tudo que se passava, na mente de uma pequena garota. Em verdade, ela provavelmente entedia as coisas que diziam, até certo ponto, mas por conta do estado deteriorado no qual ela estava, permanecia um tanto quanto confusa mesmo assim. Quer dizer; talvez estivesse; se tivesse sua atenção no casal.

Mas não, seus olhos eram incapazes de deixar o monumento feito no interior da floresta. Coisa que foi notada. Em um avanço terno, calmo e repleto de compaixão — apesar da ínfima frieza que era necessária para pedir tal coisa —, Nico foi conversar com a pequena Sofya. A garota pestanejou, como se quisesse discutir, mas hesitou com a demonstração de empatia vinda do treinador.

... Quem diria que; ao simplesmente deixar os sentimentos fluírem, com carinho e emoção, as coisas dariam certo também? A garotinha assentiu com a cabeça, esforçando-se ao máximo para não se permitir voltar a produzir as lamúrias incessantes de outrora. Emma aproximou-se, abraçando a pequenina com força. — Vai dar tudo certo, meu anjinho.

E com isso, o grupo resolveu voltar a andar; rumo desconhecido. Guiados por um exímio faro, uma alma em dois corpos; uma garota vazia; guarda costas e claro, a pequena semente intrometida. Sim, Seedot foi com eles. O gramíneo subiu nas costas de Emma enquanto observava Nico, como se quisesse observar um pouco mais o rapaz.

Mightyena guiou o grupo por alguns metros, até enfim parar. Não pareciam estar em nenhum lugar específico; apenas algum ponto aleatório na mata. O canino voltou-se para seu treinador, confuso, como que indicando que havia perdido o rastro. Ah, claro, tudo que eles precisavam no momento: ficarem presos numa densa floresta quase que infindável.

... Por que tudo tinha que dar errado quando finalmente parecia estar dando certo? Bem; talvez eles encontrassem uma outra saída para isso tudo. Provavelmente, a melhor coisa a se fazer no momento era encontrar uma forma segura a se localizar ali dentro, tal como locomover-se, uma vez que a tática nariz infalível não era assim tão infalível. Agora, como eles fariam, eu já não sei.





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