Pokémon Mythology RPG 13
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Ato 03 — Libertação.

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Ato 03 — Libertação. - Página 7 Empty Re: Ato 03 — Libertação.

Mensagem por Nico' Ter 20 Out - 21:10

off.:

Se dividirmos o embate em duas etapas, com o ataque derradeiro do canídeo, a maior parte do caminho fora percorrida. Utilizando de sua astúcia, o canídeo cinzento atacara o venenoso no momento exato em que o seu oponente dera uma brecha, e nesse instante, exauriu parte de sua energia. Assim que Gengar estatelou contra o chão arenoso, as pálpebras do casal sobressaltaram em empolgação, afinal, o maior perigo havia sido derrubado — mesmo não sendo o único. Apesar do fantasmagórico ser uma criatura muito mais poderosa que o marinho — ainda de pé —, quiçá o loiro conseguiria cuidar do mesmo com um pouco mais de facilidade.

Ao menos, ele achava.

Lidando com um ser sobrenatural, era evidente — ao menos para o treinador — que as coisas demorariam muito para se ajustar. Com um bramido, todos os sentidos do casal foram turvos e a pequena Sofya, adormecida até então, dava alguns espasmos para trás. Um grito de agonia, quiçá não desse plano ao qual a Coisa pertencia — o treinador resumia-a a chamá-la de Morte —, ao ver sua criação sucumbir diante do trio. Emma, mesmo com seus sentidos confusos, recuava para próximo da criança ainda dormindo enquanto o companheiro continuava focado no embate com suas mãos ao ouvido tentando focar no desenvolvimento das ações do derradeiro adversário.

Lépido, arqueou mais dois frascos de medicamento para borrifar no exíguo corpo de seu psíquico. A lesma era dotada de um ataque que poderia causar danos exacerbados sobre ele, afinal, Natu nunca foi uma criatura com grandes dotes defensivos. Com a mestra vigiando Sofya por ínfimos segundos, Ralts recuara um pouco, como se desse o palco para agora a dupla de Nicholas seguir combatendo o robusto Shellos.

Anterior aos comandos, Nico relutara um pouco. Shellos era apenas uma criatura selvagem que outrora estava debilitada e inconsciente. Cercada pela energia negra evocada pela Coisa, volveu à consciência e mesmo contra sua própria vontade, teve de combater os enamorados. Que vil destino que o emaranhado sombrio, ainda flutuando na frente do louro reservara à lesma marinha. Se Nicholas quisesse libertá-la, teria de vencer aquela luta — mesmo sabendo que o aquático lutava à contragosto. Quiçá no futuro ela não o perdoaria, pois de maneira alguma um jovem — apesar de apto fisicamente a não ser sua perna debilitada — seria capaz de vencer um ser sobrenatural dotado de poderes extraordinários.

— Natu, Confuse Ray e repita a dose se errar. Acertando, Peck — começou, logo depois volvendo o seu pescoço minimamente para ordenar o lupino a seguir. — Continue com duplo Assurance.
Nico'
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Ato 03 — Libertação. - Página 7 Empty Re: Ato 03 — Libertação.

Mensagem por Renzinho Qua 21 Out - 15:38



The undesirable one
Route 115


Um feixe de esperança, por fim. Aquilo era de fato inesperado; e abria um vasto e até então desconhecido leque de oportunidades. Muito provavelmente, a simples possibilidade de aquele espectro seria derrotado. Os decorrimentos e consequências daquela batalha existiam. E apesar de, supostamente, o grande chefão ter caído, ainda havia a presença da figura enfumaçada.

Morte e vida. Talvez, fossem como dois países distintos: um que por todos é desejado, em que tudo e perfeito; e outro que todos acabam mudando-se no final. Ou melhor, talvez seja algo mais semelhante a um rio. Um grande e vasto rio, que alimenta a terra e o ecossistema ao seu redor, até desaguar no imenso oceano, onde ninguém tem certeza de até onde os pés chegariam.

...Mas que no fim, apenas resultava em mais existência.

A aparente vitória do grupo poderia não fazer sentido, mas afinal, há algo que nos acomete nesta tão rasa presença que realmente faz? Fosse por detrás de estrelas equidistantes e explosivas; até forças sobrenaturais e inimagináveis, que urram para ter suas vontades atendidas — ou força notada —, há uma linha tênue entre o saber e o não saber.

Nicholas e Emma, por exemplo, sabiam que a Coisa não estava contente. Mas por um acaso, sabiam exatamente todos os motivos? A índole — se é que essa de fato existe — que movia aquilo? Sabiam o que fazia; ou melhor ainda, o que não fazia? O que impedia aquele amontoado de sombras que nem mesmo as palavras são capazes de descrever, de simplesmente... manipular —  ou ainda — deletar a existência deles?

Existem tantos questionamentos válidos a serem perguntados que eu poderia ficar aqui por horas, apenas citando e citando. Ainda assim não haveria resposta para sequer um deles. De fato, a única coisa que a mente dos humanos — e até mesmo dos pokémon — era capaz de compreender era que a batalha não havia terminado, além de que havia uma força superior (ou quem sabe, mais de uma) agindo ali.

À batalha, então. De nada adianta gastar palavras dizendo algo que não faz sentido algum. Diferentemente do anterior, não irei demorar-me muito aqui. Apenas... citar, mais uma vez. A começar, Mightyena. Desta vez, fora o canídeo quem fizera a primeira movimentação, espalmando rapidamente seu alvo (-17). Seguido deste, veio o Natu, recuperado pelo uso das poções que alegremente deixaram Ralts de lado.

Enquanto o feérico voltava para perto das vestes de seu anjo delicado, o pássaro jogava contra a lesma algumas esferas amareladas, de aspecto sombrio. Finalmente, Shellos dispunha-se a mover mais uma vez. As sombras negras que cercavam seu corpo pareciam ter intensificado com a queda de Gengar, como se agora, a Coisa estivesse centrando mais de seu poder no aquático.

Assim sendo, o pokémon róseo molhou a areia sob si novamente, jogando um pouco de areia contra o rosto do noturno, causando poucos danos (-2). Mightyena não pareceu contente com isso, voltando a atacar seu alvo (-17). Natu saltou e bicou rapidamente a lesma (-4); enquanto esta, ainda sem se mostrar afligida pela confusão, jogou outro tapa enlameado sobre o canídeo.

Bem, seria agora o momento em que as possibilidades voltariam a volver-se contra Nicholas? Ele prosseguiria com aquilo? O que faria depois da batalha? Afinal de contas, Shellos era apenas mais uma vítima nisso tudo... Talvez ainda mais do que se possa imaginar. Contudo, ao contrário das últimas; estas perguntas possuem sim respostas.

Só não sou eu quem irá dá-las.





 
Gengar:
Fainted
Shellos:
+1 Defense
-1 Attack
Confused (2/?)

Hold Item 1:
~x~
Hold Item 2:
~x~
Trait 1:
Cursed Body
Trait 2:
Storm Drain

lv43 Gengar


00/104
lv24 Shellos


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lv20 Natu


42/46
lv16 Ralts


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lv26 Mightyena


68/72
Trait 1:
Synchronize
Trait 2:
Cursed Body
Trait 3:
Intimidate
Hold Item 1:
~x~
Hold Item 2:
~x~
Hold Item 3:
~x~
Natu:
Night Shade Disabled (2/4)
Ralts:
-1 Accuracy
-1 Sp. Attack

Mightyena:
-2 Accuracy

Campo: Uma ilha de pequeno-médio porte, cercada pelo oceano por todos os lados. Uma árvore partida ocupa o centro do lugar, soltando um pouco de fumaça.

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Ato 03 — Libertação. - Página 7 Empty Re: Ato 03 — Libertação.

Mensagem por Nico' Qui 22 Out - 1:21

off.:

Maldita seja aquela sombra flutuante e sua energia enegrecida, cuja manipulava a outrora debilitada lesma aquática. Era com pesar que o louro seguia combatendo: como a Coisa a manejava como um titereiro, não havia outra saída a não ser esgotar as “armas” que ela possuía. Com a queda de seu fantasma, o emaranhado de energias tétricas e sombrias focalizavam seu exíguo corpo, bebendo da fonte de suas habilidades para tentar contornar aquela situação tão melindrosa.

O adversário: uma aparente entidade. Poderes infindáveis: evocara uma tempestade, controlava pokémons selvagens e até mesmo recuperava feridas. Era medonho. Diante da figura exotérica à sua frente, mescla-se aos ditos populares, nada tirava da cabeça do treinador que estava face a face com a própria morte. Mesmo estando próximo à mesma, não conseguira captar algum devaneio em que conversava cara a cara com ela, deixando apenas uma interrogação pairando sobre sua mente.

Sim, Shellos era apenas uma vítima daquela sádica natureza que a titereava. Esfíngica, suntuosa, veemente. Avançar em ímpeto dependendo de suas próprias mãos era um erro do treinador de douradas madeixas, então, o plano de deixá-lo sem arma alguma para continuar a combater. Ora, Nicholas não se esqueceu da vez em que nocauteara Gengar: um grito aflito tal as almas do Tártaro recebendo suas punições por suas vidas de pecado.

Após tudo aquilo passar, o louro acreditava que o aquático o perdoaria. Fora necessário avançar com força máxima para que protegesse a si próprio, Emma e Sofya. Ademais, quiçá com a vitória — apenas aparente —, a criança não acordasse e então mirasse àquela silhueta enigmática flutuando em sua frente. Se com o primeiro bramido tivera espasmos, com seu desaparecimento por completo ou qualquer ação súbita das trevas, as coisas se encaixassem. Era no que podia acreditar, ao menos, até aquele ínfimo momento.

Sofya agora repousara tranquilamente. Gentil, Emma apoiara sua cabeça sobre o solo arenoso gentilmente, volvendo à linha de combatentes próxima ao companheiro. Engolira em seco, novamente, preocupada com o que aconteceria com a terna criança atrás de seu angelical corpo. Nicholas mantinha sua calma corriqueira para analisar a situação. Bom, o pedido da garota é uma ordem, não é mesmo?

— Ralts, Disarming Voice duplo!

— Peck e Assurance, em sequência.

E, assim, o combate volveria ao seu estado normal de temperatura e pressão. Assim que o turno seguinte se acabasse, o louro interpunha seu braço à frente da companheira, que olhava, com discrição e as pálpebras escancaradas para o enamorado. Nico dava alguns passos à frente, bloqueando com o membro canhoto qualquer tipo de interação da Coisa com a treinadora. Protegê-la era fundamental, e não só isso, se pudéssemos atribuir um número à confiança do kantoniano naquela situação, com certeza seria negativa.

Interpondo-se — literal e figuradamente — à Coisa, as pálpebras se semicerravam, estreitando a visão na direção daquele ser tão misterioso.

— Quem é você e o que quer da gente? — indagou Nicholas, desconfortável e com uma pontada de cólera, afinal, a maquiavélica entidade titereava a pobre lesma marinha mesmo que à contragosto. Seu tom de voz era grave, podendo intimidar qualquer desavisado à sua frente. Ao lançar os questionamentos, era hora de recarregar sua munição para então volver à guerra.
Nico'
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Mensagem por Renzinho Qui 22 Out - 17:29



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Talvez eu tenha dito anteriormente, mas corrija-me se eu estiver errado: não haveria sequer uma resposta para indagações como aquela. A Coisa simplesmente ignorou Nicholas, assim como sua pergunta, controlando-se totalmente em Shellos. Movia as mãos negras como se estivesse a brincar com um marionete, deslizando-as pelo ar habilmente, como que de fato controlando as cordas que moviam as coisas ao seu redor.

O universo não pode simplesmente sair revelando seus segredos assim, certo?

Por mais que as coisas parecessem encaminhar-se lentamente para um fim, ainda não havia acabado. E não, o loiro não descobriria nada. Era quase como se aquela criatura quisesse vê-lo corroendo-se por dentro, sem nunca saber o motivo ou permeares, assistindo de longe; até o dia em que chegasse a vez de mais uma visita ser feita.

À batalha então, por favor. Estou um tanto quanto cansado no momento; e assim sendo, perdão pela ignorância, mas espero que seja compreensível a má qualidade e péssimo desenvolvimento das coisas. Natu foi o primeiro a agir. Bicou a parte traseira da lesma, causando danos (-4). E com isso, Mightyena prosseguiu espalmando o adversário com bastante força (-34), acabando com quaisquer chances que Shellos tivesse.

Talvez, ter dependido da sorte — assim como Nicholas fizera — não era a alternativa mais segura. Mas talvez, só talvez, o aquático não quisesse de fato uma vitória. Quem sabe, ele não estivesse exibindo um frágil sorriso enquanto caía ao chão, contente por ter frustrado os planos de uma criatura como aquela que exercia sua força contra a lesma?

E é claro que a Coisa não gostou daquilo. Tremeluziu, realizando um chiado de estourar os tímpanos, e voltou a misturar-se novamente em uma confusão indistinguível de sombras. Logo, era mais uma vez, apenas uma impressão negra sobre o ar. Uma bastante agitada, aliás. Começou a movimentar-se, rodopiando a ilha da mesma forma que Gengar fizera anteriormente.

Apesar de tudo indicar uma vitória, Natu parecia incomodado com algo. Talvez, tivesse a ver com o fato de que aquele amontoado tenebroso de escuridão estava mais uma vez aproximando-se de Shellos, agora mais lentamente; como alguém que espera meticulosamente para comer a melhor parte do jantar. O pássaro estava um tanto quanto cansado com a luta, mas tentou alertar seu treinador.

Aparentemente, o psíquico não seria capaz de realizar o mesmo truque de outrora, visto que, quando tentara teleportar o aquático, uma sombra simplesmente surgiu do chão e pareceu impedir a canalização. Sem mais truques de mágica. Sofya continuava em estado de dormência, alheia a tudo em sua volta, apesar de tremer um pouco.

...Bem, era apenas um selvagem qualquer, não? Além disso, eles tinham ganhado. Mesmo assim, por que... Por que aquela vitória tinha um gosto tão amargo? Era quase como se tivessem ganhado por conta da boa vontade de um outro alguém. Não que os treinadores soubessem disso, mas...

Mas...

...Mas o que?






Gengar:
Fainted
Shellos:
Fainted
Hold Item 1:
~x~
Hold Item 2:
~x~
Trait 1:
Cursed Body
Trait 2:
Storm Drain

lv43 Gengar


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lv24 Shellos


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lv20 Natu


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Trait 1:
Synchronize
Trait 2:
Cursed Body
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Hold Item 1:
~x~
Hold Item 2:
~x~
Hold Item 3:
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Natu:
Night Shade Disabled (2/4)
Ralts:
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-1 Sp. Attack

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Ato 03 — Libertação. - Página 7 Empty Re: Ato 03 — Libertação.

Mensagem por Nico' Qui 22 Out - 20:46

off.:

E não tardou para que o combate tivesse o seu fim — que já estava anunciado, convenhamos. No momento em que Gengar sucumbia aos ataques do noturno, Shellos estava sozinho contra três criaturas. Aquele final, contudo, era insólito e enigmático.

No momento em que a lesma marinha se estatelara contra o chão arenoso, um sorriso tingia os seus lábios; estaria satisfeita por ser derrotada, mesmo sentido atingido por inúmeros golpes veementes? Assim que sua energia se exauria, a aura negra que contornava o aquático desvanecia. Possivelmente, os invisíveis fios tecidos pela aura sombria se rompiam no momento em que a marionete do titereiro caía, e o mestre, por sua vez, mostrava claro desgosto com o ocorrido.

Tremeluzira, volvendo a bramir com a mesma intensidade da primeira vez em que derrotaram o fantasma venenoso. A dupla, de imediato, levava suas mãos aos ouvidos, em barreira de carne para que os sons não chegassem aos tímpanos; entre caretas de dor e alguns erguimentos da pálpebra para ver o que acontecia, o louro vislumbrava o emaranhado de trevas agora disforme. Sua forma sinistra se desfazia em uma nuvem sombria, tornando a volutear ao redor da ilhota.

Mesmo com a vitória, a energia de Natu se esvaía gradualmente. Esteve à beira do nocaute, sendo necessário o uso de poções algumas vezes para que seus machucados não incomodassem como outrora. Quiçá por isso, ofegando, apenas piava ao seu mestre de que aquele ser estava à espreita de Shellos, achegando-se morosamente. Lépido e espalhafatoso, o louro projetava o seu corpo para cima, ainda atordoado com aquele bramido anterior. Em passos rápidos, se dirigia na direção do aquático, arqueando durante o caminho mais um frasco de seu remédio comprado ainda em Rustboro.

Enquanto calcorreava até o exaurido Shellos, um fenômeno sem-par agraciava a treinadora mais atrás. Ralts, que outrora se mostrava muito receoso ao combater a Coisa, dava alguns passos ao seu lado; sua mestra, claro, não entendia. Súbito, como um Wailord indo à superfície para respirar, o corpo do psíquico cintilava, radiante, como um único foco de luz no meio da escuridão causada pelo acúmulo das nuvens negras no céu. Erguia seus curtos braços aos céus, como se pedisse as bênçãos aos seres celestiais para que concluísse uma etapa na vida de um monstrinho, e ainda mais em um momento tão melindroso como aquele.

Abençoando mais uma vez aos viajantes, Arceus presenteara Emma com a evolução de Ralts.

O corpo do psíquico dobrava as suas dimensões. Aqueles “chifres” no centro de sua cabeça desapareciam, dando lugar a dois novos, um em cada lado de sua cabeça. Seu corpo lembrava um vestido, e agora, conforme aumentava o seu tamanho ainda tremeluzindo, essa peça de roupa tinha alguns “retoques” — se é que posso metaforizar desse modo. Suas mãos agora se uniam, e os orbes, até então aprisionados por suas pálpebras fechadas, descerravam rapidamente. Um olhar agora mais confiante, e um aumento de poder ímpar.

Era o despertar de Kirlia — e imagino eu que sua treinadora estivesse surpresa com tal, se desconcentrando por ínfimos segundos.

Mais à frente, Nicholas posicionava a lesma aquática gentilmente sobre suas pernas, borrifando aquele remédio no corpo da criatura, torcendo para uma resposta rápida do monstrinho; tenso, temendo por mais um assalto súbito daquele ser enigmático. Engolia a seco, sentindo-se impotente, “o que poderia fazer para detê-lo?”, pensara. Sua mente, labiríntica, apenas lançava mais perguntas a ele, emaranhando-se como cerdas em desorganização sem-par; a sua fortaleza, seu maior trunfo, já não lhe servia tão bem. Por outro lado, era coberto de tensões. O coração palpitando, a mil, o suor escorrendo por sua testa, gélido; sua respiração era descompassada e espalhafatosa, com o movimento periódico da caixa torácica em velocidade excelsa.

Sentia que seu corpo poderia colapsar a qualquer instante.

— Não baixem a guarda ainda — bramiu, esbaforido. Sua reserva energética estava se esvaindo conforme seu corpo trabalhava naquela tensão. Imaginando que Emma estivesse aérea com a evolução de seu primeiro selvagem capturado, alertava-a, tal como os seus monstrinhos. — Natu, Mightyena, me dêem cobertura; se aquela coisa tentar tomar Shellos, ataque com o máximo de força que vocês têm. Emma, proteja Sofya não importe o que aconteça.

Volvia a olhar para frente, aflito, sentindo que o seu destino estava nas mãos daquela criatura sobrenatural. Diante da força que mostrara naquele combate, Nico acreditava piamente que ela poderia ceifar sua respiraçãol a qualquer instante. Tomando a linha de frente para proteger a lesma e aos demais, assim como em Rustboro, o louro estava determinado a entregar seu sopro divino para que os demais escapassem.

Se está vigiando estes acontecimentos, Arceus, mande mais uma luz além de Kirlia para estas pobres almas.

Nico'
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Mensagem por Renzinho Seg 26 Out - 12:09



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O terror não era incessante — ou ao menos, era isso que se esperava. Por mais duradouro que o sentimento fosse, uma hora haveria de parar, dar lugar às outras sensações, mesmo que viesse a tomar conta novamente. Nenhum monopólio durou para sempre, certo? Era uma boa notícia, saber que este também não duraria, mesmo que fosse constante.

Por mais confuso — e talvez ainda, aterrorizante — que a situação fosse, ela também carregava consigo alguns poucos pontos positivos. Talvez o importante fosse deixar o lado bom tomar conta de si, para então enfrentar aquilo que lhe aflige, não acha? Enquanto Nicholas prostrava-se à frente, em desafio à Coisa; determinado a proteger aquela suposta inocente criatura marinha...

...Emma era agraciada por um milagre. Uma estrela radiante, que após tanto iluminar os céus, resolveu cair à terra, fazendo-se a brilhar em meio às águas azuis e sobre o chão terroso. O corpo do psíquico que acompanhara a moça até ali começara a brilhar, subitamente. Bem, talvez não tão súbito assim; afinal, ele havia acabado de sentir as influências da presença da humana dentro de um embate, após tanto apreciar o carinho da mesma.

A evolução é, de fato, uma realização maravilhosa.

A loura parecia não estar entendendo muito bem. Deixou o avanço de seu namorado — assim como a movimentação sombria daquele tão cruel ser — passar em branco. Tudo que ela mirava era seu pokémon, a luz que ele irradiava, a forma com a qual transformava-se. Estendendo a mão, ela tocou a cabeça do mesmo, finalmente conseguindo ver com clareza os resultados daquilo tudo.

Era como se, pela primeira vez, ela enxergasse luz do farol que Nicholas tanto dizia ver nela. Ela já havia encontrado refúgio dentro do louro, mas fora apenas com esta ocasião que ela pôde perceber a vida podia, literalmente, brilhar. As oportunidades não se resumiam apenas àquilo que lhe era apresentado. Se Emma tivesse seguido seu pai, por exemplo, talvez nunca tivesse presenciado tão tocante cena.

Enquanto Nicholas preparava-se para o encerramento de um dia, aceitando as trevas; Emma via a luz. O desespero racional do rapaz tomava conta, nem exclusivamente emocional e tampouco apenas lógico. Ele apenas fazia o que achava ser correto, para garantir então o bem-estar daqueles que lhe importam. Um anti-herói, que ainda assim, pratica a consoada, reflexivo, pensando em seu destino.

"Quando a Indesejada das gentes chegar
(Não sei se dura ou caroável),
talvez eu tenha medo.
Talvez sorria, ou diga:
— Alô, iniludível!
O meu dia foi bom, pode a noite descer.
(A noite com os seus sortilégios.)
Encontrará lavrado o campo, a casa limpa,
A mesa posta,
Com cada coisa em seu lugar."


...

Mas não desta vez. O dia ainda não havia acabado. Por mais iniludível que seja, a Indesejada, não era o momento de ela agir. Tendo Nicholas sobre seu alvo, em postura defensiva, aquela sombra sinuosa aproximou-se com velocidade impressionante. Impôs-se em frente ao jovem, como se encarasse fixamente o rosto do mesmo (o que era impossível de se saber, visto que bem... era uma sombra).

Antes que esta pudesse fazer qualquer outra coisa, no entanto, a estrela brilhou.

E deu um fim — ainda que temporário — à noite. Tomando Kirlia em seus braços, Emma finalmente notou o que estava a acontecer. Ela gritou; um som agudo e relativamente alto, que cortou todo o ar próximo. Olhou para os cachos dourados que uma vez a salvara, em choque, e apenas deixou o ar projetar-se por entre as cordas vocais.

E ela teve uma resposta.

"O corpo do psíquico dobrava as suas dimensões." Sim, esta é de fato uma excelente descrição. Sentindo com tanta intensidade a aflição de sua treinadora, cujos braços jaziam aterrorizados em seu próprio corpo, Kirlia arregalou os olhos, revirando os seus orbes de tal forma que apenas uma massa branca pôde ser vista. Com um único movimento — a projeção do braço direito em sua frente —, ele fez a Coisa parar.

Bem, não foi exatamente parar. Era mais como se aquele espaço entre Ela e Nicholas tivesse aumentado, ainda que parecessem ser apenas alguns centímetros. O ar entre eles distorceu-se, como que criando uma bolha visível de vácuo. E então, com uma inclinação na mão do feérico... Aquela sombra simplesmente desapareceu. Em um piscar de olhos, não havia mais nenhum sinal da coisa que há pouco assombrava todos os presentes.

...Uma estrela, que tinha o poder de controlar o espaço do qual viera, além do casual iluminar.

Com isso, outra peculiaridades aconteceram. Foi tudo muito rápido: Sofya levantara-se em um salto, tossindo muito, e claramente muito confusa. Enquanto isso, a energia negra que outrora cobria o corpo de Shellos — inclusive impedindo a ação da poção de Nico, que acabara sendo devolvida à mochila — sumira, e o pokémon pareceu conseguir mover-se também.

Havia de certo, muitas outras coisas a serem consideradas, assim como processadas, então imagino que seja interessante dar algum tempo para Nicholas. Afinal de contas... o incomum acabara por acertá-lo com força, durante esse seu percurso na Rota Cento e Quinze.





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Mensagem por Nico' Seg 26 Out - 15:20

O garoto que desafiou a Morte. Não apenas uma, mas duas vezes. A primeira, aceitara seu gélido abraço e esperava que esta o guiasse até o barqueiro do rio Aqueronte, para que o guiasse ao mundo dos mortos. Uma perfuração em sua artéria femoral, o oceano carmim jorrando de sua perna enquanto seu sopro de vida se esvaía de seu corpo; a respiração, pouco a pouco mais fraca, seguido da fraqueza e perca de consciência. Apenas recostara sua cabeça sobre uma pedra evocada pela toupeira de Unova do Rocket, aguardando pelo seu chamado dos planos celestes.

Contrariando os chamados da entidade, jazeu na terra, a troco de sua mobilidade e singela cicatriz em sua perna. Agora, era o seu segundo encontro.

Açodou. Lépida, exímia e mortal. A Coisa brandia sua sinistra foice, pronta para ceifar a alma de suas vítimas. Intrépido, o louro desafiava a sua autoridade perante as vidas humanas; fitava-a, sisudo, não movendo um músculo sequer do caminho. Sabia que era impossível desviar diante da agilidade da Coisa, e isso era evidenciado com um leve movimento de sua sobrancelha: a ardência de seu ferimento ainda não curado. Ainda assim, o semblante teso, aguardando pelo balançar da arma celeste levar seu sopro. Colocava a lesma marinha fora da rota que projetava com os orbes cerúleos, em proteção à inocente criatura ainda envolta pela energia sombria.

Um bramido rasgava os ares tensos do redor. Vibrando suas cordas vocais na mais alta frequência, mais atrás daquele combate único, uma espectadora recebia uma tensão excêntrica. Era o medo de perder o seu salvador, aquele em quem projetara todas as suas fantasias de “o companheiro ideal”; quem dera sua vida para que vivesse. Emma apertava a criatura recém evoluída em seus braços, temendo o único ataque necessário para que a Coisa levasse Nicholas ao mundo dos mortos. Os olhos cerúleos da garota começavam a marejar, e, sorumbática, ensaiava o mais agourento choro.

Dizem que os psíquicos têm não apenas um sexto sentido aguçado, como também podem sentir as emoções de outrem de maneira ímpar. Quiçá por isso, o agora Kirlia prenunciou o acontecimento através daqueles lampejos de lamúria de sua mestra. Concentrando energia, a Coisa parava subitamente. Aquela troca de olhares entre Ela e Nicholas se intensificava ainda mais. Sem pestanejar, o treinador continuava a não mover um único músculo, deixando apenas um sorriso convencido tingir os seus lábios. Relaxou a postura infimamente, os dedos não seguravam o aquático com tanta força como outrora; já imaginava o que estaria ocorrendo, afinal.

Com um único movimento de sua mão, Kirlia fora capaz de cessar todo aquele combate. A sombra desaparecia da frente do louro, e os ventos sibilavam depois de tanto se calarem diante daquela força da natureza. As madeixas desgrenhadas do treinador e suas vestimentas tremulavam conforme o ar soprava por aquele trecho da praia da rota cento e quinze. Ao menos, por enquanto, as coisas estavam volvendo à harmonia cotidiana.

E de repente, próxima a Emma, Sofya recobrava sua consciência e em tosses. Projetou seu pequeno corpo para cima, sentando-se, ainda confusa com tudo o que aconteceu — isto é, se de alguma maneira misteriosa a criança soubesse da luta anterior. Os resquícios da energia negra da Coisa finalmente desvaneciam de Shellos, que, gradualmente, recuperava os seus movimentos sem que fosse necessário o uso da poção do treinador. Nicholas posicionava gentilmente a lesma no chão, volvendo a se erguer.

Deu poucos passos para frente, morosos, esquecendo-se daquela dor ínfima que vez ou outra assaltava os nervos. Encarava o horizonte de onde o emaranhado sombrio viera outrora. Os ventos lhe faziam companhia, brandindo suas madeixas e blazer verde. A gravata volvia a serpentear conforme o ar tremulava o ambiente. Respirou fundo. Mesmo com os poderes de Kirlia, Nicholas — seria paranoia? — desconfiava de que ainda não havia acabado. Levava como uma premonição: em algum momento, cruzaria com a entidade novamente, sendo necessário novo combate.

Todavia, se ocorresse, seria um problema do futuro. Outrora, Nico se posicionara em posição de igualdade para enfrentar um ser que jamais teria chance de vencer devido sua natureza humana apenas para proteger as pessoas mais próximas de si. Seu objetivo fora alcançado, mesmo que momentaneamente.

Virou o pescoço para o lado em um pequeno ângulo. Dirigiu-se, então, a todos que estavam pouco distantes dele — incluindo Shellos, Seedot e as humanas:

— Estão todos bem?
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Mensagem por Renzinho Seg 26 Out - 18:34



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De fato, era importante ter a noção de que aquela batalha não acabava ali, não de verdade. Ela voltaria a ser travada novamente, talvez muito tempo depois, talvez no dia seguinte. Ou quem sabe então, nunca fosse travada. Se Nicholas bem aproveitasse o dia que tem a sorrir-lhe, quiçá não se assuste mais com a noite, e então recebe-a de braços abertos.

Ao passo que as coisas pareciam estar melhorando de face; os presentes puderam finalmente respirar um pouco — alguns deles, literalmente. Enquanto Emma abraçava Kirlia novamente, agradecendo pela interferência do feérico (ainda que um tanto quanto assustada com tamanha demonstração de poder), Shellos simplesmente deixava o ar entrar por sua pele, como se não sentisse a sensação já há algum tempo.

O monstrinho então ergueu os olhos para fitar a face do louro, aquele que muito provavelmente, tivera uma enorme influência no que se diz à respeito da vida do aquático. Ele inclinou a cabeça, em sinal de respeito. Isso fez com que Seedot — que em algum momento, voltara a estar novamente sobre as costas do treinador, quieto e silencioso — finalmente deixar Nicholas.

A noz caiu na areia, jogando-se, e chegou até Shellos. Eles pareceram discutir algo, em seu idioma inteligível, e vez ou outra o gramíneo apontava para o louro com a cabeça. Enquanto isso, Sofya levantava e ia para perto de Emma. — Ei... O que aconteceu? — perguntou, esfregando as mãos por sobre as pálpebras, como se tivesse acabado de acordar; o que de fato fizera.

Ela passara seus orbes sonolentos por sobre Kirlia, visivelmente confusa. — Ralts...? — questionou ela, querendo ter certeza de que aquele era o mesmo monstrinho com o qual ela brincava ainda há pouco. A loira sorriu-lhe, passando os dedos por entre os longos cabelos da morena. — Sim. Ele acabou evoluindo após... após alguns pequenos contratempos.

A menina assentiu, como se não precisasse de outra explicação. Bem, se ela havia conhecido a Clefable quanto esta ainda era uma pequena Cleffa, então certamente tinha conhecimento do fenômeno da evolução. Então, Sofya levantou o olhar, à procura de Nicholas. Um sorriso terno abriu-se em sua face. Era ela aquela mesma garota que haviam encontrado aos prantos, anteriormente...?

Por que definitivamente não parecia.

Ela correu até o louro, os cachos castanhos a balançarem com o vento que finalmente começava a acalmar-se. E então, enlaçou o treinador em um forte abraço, enquanto ria bastante; até mesmo conseguindo derrubá-lo na areia molhada. — Obrigada — sussurrou ela, o que provavelmente não fazia sentido algum para o jovem.

Antes que ele pudesse refletir nas palavras daquela pequena moça, no entanto, sua visão foi obstruída por duas formas; uma rósea e a outra em tons de marrom. Olhavam para ele de cima, uma vez que estava caído na areia. Eles balançaram a cabeça, olhando um para o outro como se estivessem fechando um acordo. Seedot segurou a testa de Nicholas da melhor forma que pôde, tentando impedi-lo de levantar, enquanto Shellos ia fuçar dentro da bolsa do humano.

Saíam de lá com duas esferas bicolores. Seedot finalmente soltou o rapaz, foi até onde a lesma marinha estava; junta das cápsulas, e então jogou uma delas contra o louro. Pareciam tentar passar algum tipo de mensagem — isto é, além da que fazia Sofya rir muito. Bem, até que fazia sentido. Por mais frio que parecesse ser, Nico tinha também um certo calor, uma vontade dentro de si.

Ele protegera, salvara, consolara. E os pokémon agora queriam tentar retribuir de alguma forma.





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Mensagem por Nico' Seg 26 Out - 21:45

Inquiriu, apenas para depois tornar a observar o horizonte. Pouco a pouco, os ventos amansavam. Brandiam não apenas os lisos cabelos do louro como também suas roupas, e estas, agora, tendiam a ficar mais presas ao seu corpo. Cautela, paranoia ou afins: a linha entre essas definições é muito tênue, ainda mais para alguém que vivera tantas experiências que muito desgastam alguém. Veja bem: passar por uma experiência de quase morte na cidade de Rustboro, e pouco tempo depois de sua recuperação, tinha um encontro com alguma força misteriosa semelhante à silhueta espalhada por crendices populares. Em devaneio momentâneo, viu sua alma ser ceifada pela horrenda foice que a entidade carregava consigo.

Irônico e contraditório, digamos. As aventuras de um treinador nunca foram um conto de fadas, como romantizam em livros, desenhos animados e afins. Têm seus perigos, e muitos — sejam novatos ou veteranos — que tentaram seguir por esse caminho divergente das demais carreiras, encontram a Morte mais cedo. Ataques de criaturas selvagens, organizações criminosas e encontros com o sobrenatural encurtavam a promissora vida desses desbravadores.

Curioso era que Nicholas havia enfrentado esses três fenômenos em pouco tempo de sua aventura. Jornada esta iniciada não apenas por um sonho de criança, mas por necessidade: sua terra natal sucumbiu perante as águas suntuosas do oceano que a cercavam, e então, teve de reiniciar sua vida, sozinho, tendo como companhia apenas o Charmander entregue por Birch para ajudá-lo em suas pesquisas com a pokédex. Desde então, as terras tropicais de Hoenn reservavam acontecimentos tão únicos à vida do louro, mudando-a em um lampejo.

A vida e suas incertezas. Arrisco a dizer que ainda reservariam mais acontecimentos à vida de Nicholas, sejam bons ou ruins; resta ao garoto degluti-los e refletir diante dos mesmos.

E tão incerto quanto os caminhos que o destino poderia reservar no futuro, por mais labiríntico que as veredas sejam, foi assaltado subitamente pelos braços de Sofya envolvendo-o em forte abraço, jogando-o contra o chão arenoso. Por não esperar aquilo, não fora capaz de manter a rigidez necessária para segurar a garota, e apenas estatelou. Já no solo, enlaçou-a em terno abraço, apesar de não esconder sua confusão diante dos agradecimentos da criança. Mesmo assim, era notório a mudança drástica na personalidade e no modo em que encarava os fatos: quando a viram, estava sentada sobre a sombra de uma suntuosa e magistral árvore, mergulhada em suas lamúrias e perdida nestas; agora, risonha e jocosa, alheia em sua alegria.

Nicholas passou levemente a mão sobre as madeixas castanhas, erguendo sua sobrancelha.

— Mas... obrigado pelo o quê? — inquiriu, e nem ao menos tivera tempo o suficiente para matutar acerca daquilo, afinal, sua visão fora obstruída pelos dois monstrinhos que, curiosamente, observavam-no ao longo de todo o caminho.

A seguir, Nicholas ficava ainda mais confuso.

Seedot segurava a cabeça do louro. O treinador nem ao menos relutara diante da força contrária feita pela noz, restando apenas a mover os olhos na direção do aquático revirando as suas coisas. Erguia as suas sobrancelhas ainda mais, afinal, os monstrinhos mexerem em seus apetrechos era deveras excêntrico. E não tardou para que Shellos retirasse duas das esferas metálicas de sua mochila, fator que levou o gramíneo a dirigir-se até o róseo. E mais estranho ainda: a dupla arremessou contra o rapaz uma de suas pokébolas, arrancando risadas de Sofya.

Projetou o seu tronco para cima. Afastou gentilmente o corpo da criança próximo de si para que se levantasse. Em pé, respirou fundo, deixando um leve sorriso tingir os finos lábios. Vagaroso, caminhou até as duas esferas bicolores no chão, recolhendo-as. Agachou, próximo aos monstrinhos que se reuniam. Aparentemente, os dois gostariam de seguir viagem junto a Nicholas.

Entretanto, estariam eles prontos? Estariam alinhados exatamente com tudo o que Nicholas faria? O caminho que este escolhera para si estaria de acordo com as índoles de Shellos e Seedot?

Quem responderá essa pergunta não será eu, e sim os dois monstrinhos.

— Antes de que eu leve vocês comigo, preciso alertá-los — sussurrou o treinador, audível apenas aos dois. — O mundo não é essas mil maravilhas, e vocês viram isso agora. Vamos dar de cara com tudo: injustiça, tristezas, corrupção, e tudo o que há de mais podre. Mas, podemos ter bons momentos, como as risadas da Sofya. O que eu quero dizer é: o caminho pelo qual ando, para muitos, é loucura. É como se eu andasse nas trevas, e ainda assim, servisse a luz. Os pequeninos que andam comigo não estão por medo ou qualquer outra coisa, estão porque acreditam e confiam e mim. E se quiserem seguir, deverão fazer o mesmo — suspirou, por fim. — Estão avisados. Agora, basta aceitarem a captura. Sejam bem vindos.

Pressionou gentilmente os botões no centro das duas esferas bicolores. Essa pressão ocasionou a ativação do mecanismo das pokébolas, evocando um feixe de luz vermelho-sangue, rapidamente envolvendo o corpo dos dois monstrinhos. Suas silhuetas desvaneciam em energia carmesim, rapidamente recolhendo-os aos apetrechos. O utensílio, por fim, cerrava-se, dando início aos lampejos ínfimos — os contadores de captura.
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Mensagem por Renzinho Ter 27 Out - 13:34



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Surpresas nem sempre são sinônimos de coisas positivas. Mas naquele momento, elas conseguiam todas trazer à tona algo bom. Uma sensação, uma vontade, ou então, simplesmente... Um sorriso. É curioso, pensar que um forçar de músculos faciais pode representar tanta coisa. Sorrir é algo natural. Os dentes são exibidos cotidianamente, mesmo que contra a vontade momentânea.

É quase que uma lei.

Contudo, existem também os sorrisos espontâneos, verdadeiros. Uma risada alegre, que corta o ar e alegra todo um ambiente. Um outro nome para... felicidade. Estes são mais raros, de fato, dadas as circunstâncias de um mundo cruel no qual nossa presença habita — mas não significa que não existem. Pelo contrário, são precioso tesouro para guardar-se em nossos baús de memórias.

Como, por exemplo, os que Sofya exibia. A jovem estava tão radiante que Emma até mesmo pareceu deixar de lado toda aquela situação de como-assim-você-controlou-o-espaço para apreciar o momento. A pequenina soltou Nicholas, afastando-se com alguns pequenos saltos; a fim de deixá-lo lidar com os monstrinhos selvagens primeiro.

Sentou-se na areia, e então deu o palco para os pokémon; por mais que, talvez, responder a pergunta de Nico fosse mais importante. E por falar no louro, pobrezinho. Certamente, não era nem um pouco fácil; ser derrubado ao chão com uma perna ainda quebrada. Seedot tentou, de sua forma nada eficiente, ajudá-lo e erguer-se e fazer o que precisava, mas acabou não ajudando muito.

De qualquer forma, os monstrinhos assentiram após ouvir o rapaz. A pequena noz parecia um pouco impaciente até, e demorou um pouco para assentir, como se não estivesse de fato prestando muita atenção. Era quase como se dissesse "okay, mas quando você vai calar a boca trouxa?", ou algo do tipo. Não sei, infelizmente, não falo seedotês.

Shellos era mais sensato. Ele de imediato balançara a cabeça afirmativamente, sem hesitar. Ele havia conhecido as trevas de perto, e tivera Nicholas a iluminar seu caminho. Talvez, ajudar o loiro a prosseguir assim fosse o que realmente motivasse o monstrinho. Uma vez capturados com sucesso — as esferas ricochetearam ao solo depois de absorvê-los, balançando e então piscando —, Sofya aproximou-se.

Parecia ter se acalmado um pouco, não estando mais tão enérgica quanto há pouco. Ela estava com a cabeça baixa, e então voltou a sentar-se, agora ao lado do treinador. — Eu queria agradecer por ter cumprido sua promessa... — proferiu ela, bem baixinho, audível o bastante para que apenas Nico ouvisse. — Você a encontrou para mim e...

Ela soluçou brevemente, interrompendo a si mesma. — Eu finalmente pude ouvir suas risadas novamente. Era quase como se eu conseguisse senti-la aqui, brincando comigo enquanto corria em círculos por esta ilha... — ela passava as costas das mãos nas bochechas, provavelmente secando quaisquer evidências de lágrimas.

Então, levantou-se, volvendo seu rosto para cima — na direção de Nicholas. Apesar de uma única lágrima ter passado-lhe despercebida, insistindo em rolar por sobre sua face, a menina sorria mais uma vez. Ao mesmo tempo, as nuvens pareciam finalmente deixar o sol respirar um pouco mais; ainda presentes, mas afastando-se o suficiente para que o astro voltasse a brilhar.

Brilho este, que inclusive, iluminou o rosto da pequenina. Aquela única gota d'água refletia a luz, fazendo com que seu rosto parecesse cintilar. — Você me deixou dizer adeus.

E com estas palavras, a jovenzinha voltava a abraçá-lo. Fechou os olhinhos e apertou com força o corpo do rapaz. Uma sensação de calor, de tranquilidade. Um toque que, por si só, passava toda a felicidade que alguém almejaria ter — ainda que momentânea. Começou onde a garota encostava o treinador — aquela sensação —; e foi espalhando-se por todo o seu ser, envolvendo-o como um casulo.

Como, enfim, uma proteção ao mal.

Foi com um engasgar de Emma que Nicholas pôde notar que algo estava acontecendo. Era quase como se... aquele calor estivesse começando a manifestar-se em forma de energia luminosa. Curioso, não? Normalmente é o contrário — a luz que gera o calor. Mas talvez fosse como em uma multiplicação, a ordem dos fatores não altera o produto.

Sim, o corpo da pequena Sofya brilhava. Como se aquele único cintilar; puramente de reflexo para com o sol, tivesse inundado toda sua pessoa. Ainda sorrindo, passou a mão por detrás dos longos cabelos castanhos, até alcançar seu pescoço. De lá, tirou uma delicada corrente de ouro rosê, a qual esticou os pés para colocar sobre as palmas do louro. — Aqui. Para que você veja a luz, mesmo quando se sentir dentro das trevas.

E com isso, a luz que iluminava a garota aumentou. Tornou-se ofuscante, radiante. Mal era possível olhar para a mesma. — Obrigada... mais uma vez — sussurrou, sorrindo; por mais que não se pudesse ver. E nesse exato instante, uma forte brisa marinha passou por sobre aquele pequeno trecho arenoso e...

Levou Sofya consigo.

A garota se desfez em cintilantes dourados, que foram carregados acima pelo vento; fazendo com que finalmente fosse possível ver novamente. No lugar em que a pequena estava, milésimos atrás, havia apenas dois pequenos cubos azulados, jogados contra a areia. Uma voz sussurrou no ouvido de Nicholas, conforme a brisa ainda passava. — Eram os favoritos dela.

E se foi.

Emma simplesmente se jogou contra o chão, perplexa, e derramou-se em lágrimas. Talvez Sofya tivesse deixado de chorar... Mas apenas para fazer com que os outros deixassem-nas escorrer pela face, por si. Como alma perdida em escuridão, foi levada por anjos até a luz. Com uma segunda chance, finalmente teve como ascender.

E deixou de herança a luz que encontrara. Manifestada na forma de uma corrente dourada-rósea, um pingente que lembrava uma cruz arredondada cercada por asas — ou quem sabe ainda, uma pessoa envolta pelas tais. Ankh. A chave da vida.

Um legado.

Uma proteção.

Mais que tudo, um agradecimento.





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