005 - ADIRE AD ALTER

Adire ad Alter

Decididos em aproveitar a maior atração do parque, Tyrant e Karen saíam do restaurante direto para a roda-gigante. Não é preciso falar sobre seu tamanho monumental, mas o mais interessante ali eram as paletas de iluminação e as cabines. Divididas e feitas somente para aguentar de duas em duas pessoas, eram completamente de metais, acolchoadas e num tom pastel cor-de-rosa por dentro. Não era lá o lugar mais higiênico do mundo, ainda mais porque assim que foram recepcionados e furaram a fila — novamente —, quando o funcionário abriu a porta para que entrassem, um dos bancos estava sujo com alguma coisa branca, possivelmente sorvete derretido. Se decidissem continuar, é, teriam que sentar um ao lado do outro.

— Aproveitem bastante. E não se preocupe, ela geralmente para quando algumas das cabines estão no alto para que as pessoas possam tirar fotos. — o funcionário fechou a portinha, seguindo para o controle maquinário da atração — À todo vapor, vamos!

Outra curiosidade eram duas pequenas caixinhas de som que estavam grudadas na base dos bancos, que emitiam uma música relaxante e, porque não, bem romântica. A base de metal da cabine com diversos furinhos deixava a constante brisa passar, cada vez mais rápida conforme nossos heróis iam subindo, mas não ao ponto de ser incômodo. Lá do alto, talvez a cabine mais alta de todas, a atração parava e a paisagem era de tirar o ar de qualquer um: diversos Pokémon voadores dançavam acima do movimentado festival, bem como ao horizonte era possível ver parte das outras cidades de Johto. Era isso, Tyrant e Karen eram gigantes apreciando do alto a vida movimentada que levam e que trás tantas bençãos mas também tantas maldições...

Do alto e do lado de quem a gente ama o mundo nem parece tão perverso, né?

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Acredito que não é necessário comentar sobre como até mesmo as nuvens dançavam no céu quando aqueles lábios finalmente se encontraram, dessa vez sem qualquer interferência externa para que acontecesse; não que na primeira vez em Saffron não fosse genuíno, mas agora a iniciativa partia de ambos, apaixonados não só pelo que sentem um pelo outro como também pela sensação que é de se libertar das amarras que os seguravam para dizer com gestos como se sentiam.

Os fogos de artifício não duravam muito, sinto dizer. Talvez por não estar exatamente na hora de serem soltos e por provavelmente ter sido algum erro de um funcionário que provavelmente será demitido em breve. Encerrando aquele momento magnífico e que a fanbase esperava há tanto tempo, Finn evoluía para Sylveon, acredito que pela força do amor que residia em meio aquela pequena cabine — quer dizer, é o que se imaginaria até Tyrant ver a mochila dele e dar falta de todos os docinhos.

Por fim, a roda-gigante tornava a descer. Não demorou muito para saírem da atração após a troca de beijos e carícias ali dentro, talvez sendo o suficiente para que finalmente parassem com a vergonha de demonstrar carinho um pelo outro (ouviram, né?).

— Nossa, seu pequeno entrou um Eevee e saiu um Sylveon? Me pergunto o quanto de amor que ele viu lá em cima, hein. — o funcionário brincava com Tyrant, ainda mais depois de certamente o rapaz ter ajudado o casal parando a cabine deles o mais alto possível — Obrigado por virem na nossa atração, casal bonito. Sintam-se livres para ver o restante do parque!

Com o fim da atração, para onde Tyrant e Karen seguiriam agora? Talvez para a misteriosa porta que o garçom indicou?

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Após a evolução e o momento romântico que todos esperavam finalmente acontecer, não havia muito o que fazer ainda na roda-gigante. Karen parecia estar nas nuvens, tonta muito provavelmente por não precisar mais esconder tudo aquilo que sentia dentro do próprio peito; Tyrant, por outro lado, já se prontificava a ensinar um novo ataque ao recém-evoluído Finn, o qual tentava colocar seu chapéu de explorador de volta mas não conseguia por não ter espaço. Por fim, o feérico decidiu carregá-lo na boca, segurando-o pelo barbante como se fosse uma trouxinha. Aproveitou também para sair trotando na frente, mostrando seus diversos lacinhos que balançavam no ar para seu treinador que comentava sobre a evolução.

A porta era bem simples, mas ao adentrá-la com as chaves que foram fornecidas, dava lugar a um lugar extenso e escuro, iluminado somente pelo que parecia ser um pentagrama no chão, que piscava em luzes neon e tons púrpuros. No alto da tenda, por mais que não desse para ver direito, haviam diversos penduricalhos, semelhantes aos utilizados por mágicos em seus famosos truques. Aliás, não era para menos: dois holofotes acenderam, iluminando do chão para o alto, o que não clareava lá muita coisa mas servia para ver que era uma tenda como outra qualquer, com o pentagrama indicando o que parecia ser um campo de batalha Pokémon.

— Bem-vindos. — uma voz suave emergia do escuro e, junto com ela, uma belíssima mulher adulta, vestindo roupas de mágico e com uma cartola na cabeça — Não se assustem, estamos aqui para ajudá-los a encontrar o grande potencial que existe em vocês. Me chamo Zatanna. — jogava seus negros e longos cabelos para trás dos ombros, caminhando na direção de Tyrant e Karen; em sua mão segurava uma espécie de bengala com a ponta branca, mas parecia ser somente um adereço já que não a utilizava para andar — Lúcifer e Hades, mostrem os baús a eles! — com a mão livre, a mágica sinalizou para que Tyrant e Karen se afastassem — É melhor ficarem na outra ponta do pentagrama... — colocou a mão rente ao rosto, sussurrando logo em seguida — Eles ainda estão praticando.

Um único segundo depois era possível ver duas enormes jóias caindo do alto no centro do pentagrama, uma ao lado da outra. Duas sombras roxas dançavam pelo chão, até emergirem atrás dos grandes rubis, se revelando dois Mega-Sableye. Não demorou muito e dois baús abriram em lados opostos da tenda, com um holofote iluminando cada um. Dentro havia o que parecia ouro e, no topo, diversos e diversos itens valiosos, com uma tampinha dourada acima de todos eles.

— Para ganhar todos aqueles prêmios, com exceção do ouro é claro, é necessário vencer um dos meus fantasmas em uma corrida contra o relógio. — Zatanna sorria, tirando sua cartola e posicionando-se no lado oposto ao de nossos heróis — Quem vai primeiro? — enfiou a mão dentro da cartola retirando um relógio de bolso — Escolherei Hades para enfrentar o primeiro adversário.