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When the bonds are good, the rest don't matter

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❁      houses won't fall

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National Park


Dizem que a dor é necessária para que haja o amadurecimento; para que se obtenha maior clareza em relação à vida universal. Mas ainda assim, ninguém nunca falara o quão complicado é passar por isso. Não era a primeira vez que Ren precisava dizer adeus. Houve muitas outras situações, mas nenhuma tão emocionante e complicada — a não ser, certamente, quando o rapaz precisou despedir-se da sua querida avó.

Yoshiro parecia não enteder. Ele não julgava: também não entendia. Aliás, a morena pareceu aceitar o fato com mais velocidade que o próprio especialista em feéricos — embora isso não significasse que fora algo exatamente rápido. O calor entre seus corpos pareceu ajudar. A chuva retratava bem o momento. O dia começara tímido, mas logo o sol brilhara em seu auge. Contudo, as nuvens gélidas não tardaram a fechar o céu, as gotas a interpretarem as próprias lágrimas de um adeus.

A treinadora tremia. Ren também. Parecia impossível, não desfazer-se em pequenos pedaços, perante toda aquela situação. Até mesmo Laylah e Sapphire pareciam estar emocionalmente sobrecarregados. Eles tiveram seus próprios momentos, e dizer adeus assim, tão subitamente, era um pouco assustador. Bem, talvez adeus seja um termo não exatamente adequado aqui.

Yoshiro fez uma pergunta ao rapaz, que mais se assemelhava a um pedido — ainda que nas entrelinhas — que um questionamento, de fato. O coordenador tentou esboçar um sorriso, mas como é de se imaginar, também falhou miseravelmente. — V-vamos sim. Eu prometo — sussurrou, enquanto pedia um momento. Tirou de sua bolsa um pequeno instrumento cilíndrico — uma caneta permanente — e tomou a mão esquerda da amiga. — Aqui. Assim, você vai poder me mandar uma mensagem depois. Eu... Eu já estou sentindo saudades.

Ele conseguiu enunciar uma risada, ainda que esta fosse tímida, entristecida. Uma aura um tanto quanto tensa, mas que de alguma forma, conseguia manter-se relativamente íntima e acolhedora. O que não fazia sentido também — apenas mais uma coisa na enorme lista que eles criaram durante aquele dia. Laylah enrolou o pequeno Mudkip em suas fitas, claramente não querendo separar-se, também. Ah, a monstrinha sempre fora muito apegada àqueles em sua volta.

Assim como seu treinador.

Nem um pouco — respondeu ele, referindo-se à última pergunta da amiga, enquanto apertava firmemente o anfíbio — e posteriormente, a moça também. Laylah era a peça final daquele tão carinhoso embrulho, fechando-os com seus laços. Um presente, literal: a presença um do outro. — Não sei o que penso sobre o Destino, mas... Fico feliz que eu tenha encontrado você, seja por conta Dele ou do próprio acaso. Eu nunca imaginei que seria capaz de... sentir algo tão delicado e desejável, reconfortante, em tão pouco tempo.

Eles enfim se soltaram do abraço, mas Ren parecia não querer deixar por ali. Aproximou-se da morena novamente, encostando sua testa da dela. Fechou os olhos, e sussurrou seus últimos dizeres. — Obrigado... Por ser a irmã, a alma confidente, o reflexo desejável que eu nunca tive. Isso não vai ser um adeus, certo? Apenas um até mais. Além disso, eu vou estar sempre ao seu lado: sempre que eu cerrar minhas pálpebras, haverá você lá, lutando por um espaço em minha mente.

O especialista em feéricos notou que também não estava sendo nem um pouco fácil para a jovem; e que ela estava segurando firmemente suas emoções. Ren não conseguira ser assim, tão polido. Afastara-se, tomando a Sylveon em seu colo, sentindo as lágrimas caírem enquanto acenava para a dupla com a qual passara tão tocantes momentos. — Eu amo vocês... — sussurrara, sem saber se fora escutado ou se suas palavras se perderam ao vento.

...

Era difícil, dar os passos. As pernas pareciam moles, teimosas, como que insistindo a não seguir na direção da saída: queriam correr para a direção oposta, de volta à companhia de Yoshiro. Ren precisara de toda sua força de vontade para não cair de joelhos no chão molhado, perdendo-se em lágrimas. Não ali. Não naquele momento, na frente deles.

Ele beijara a testa de Laylah, tomado por uma tristeza estranha. — O que... O que nós vamos fazer agora, Lay?

~x~

"When the bonds are good, the rest don't matter
Yeah, the paint could peel, the glass could shatter
Let it rain 'cause you and I remain the same
When there ain't a crack in the foundation
Baby, I know any storm we're facing
Will blow right over while we stay put
The house don't fall when the bonds are good"


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when the bonds are good
the rest don't matter
Despedidas são sempre difíceis, não é?

Complicado não se emocionar à necessidade de dizer um breve adeus para uma energia que parece nos completar. Como duas partes de um quebra-cabeça, Ren e Yoshiro complementavam um ao outro, unidos por um destino que, com base em tudo que viveram hoje, parecia ter escolhido perfeitamente a data para unir ambos treinadores e seus pesados corações. Conforme o especialista caminhava dentre o gigante portão abraçado pelas flores que pingavam lágrimas de chuva, a garoa brevemente parava, com um pequeno espaço dentre as nuvens deixando os raios solares da estrela central agraciar todo o parque, mesmo que por segundos; estes poucos, mas certeiros. O céu formava um sucinto arco-íris na direção que o jovem garoto de cabelos cor-de-rosa andava, escondendo sua base por detrás de uma das árvores. Me atrevo a dizer que seja lá a força que rege esse mundo, sem dúvidas estava ali, observando aquela breve despedida de dois corações que de tão machucados, remendaram-se um ao outro.

A imensidão gris que recobria o festival logo tornava a sobrepor os raios solares, trazendo consigo a chuva novamente, agora em pequenos e leves chuviscos, quase que imperceptíveis. Alguns funcionários se atreviam a puxar a água das poças que se formaram, acreditando que o borriço que há pouco lhes afligiu não cairia novamente; não poderiam estar mais enganados, mas isso somente aquáticos poderiam saber. Ambulantes credenciados saíam das barracas que serviam de abrigo, oferecendo os mais diversos tipos de doces, dentre eles algodão-doce, barras de chocolate e pacotes de bala de menta. Atrás de Yoshiro, somente o caminho para retornar por onde vieram, dessa vez ao lado somente de seu fiel escudeiro.

E agora?



Progresso da Rota :




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Bônus:
- Especialista II Psychic;
- Gestora Rocket:
- Skill Rocket: Queimando a Largada! (+3 Atk; +3 Sp. Atk para Pokémon em batalhas);
- Skill Rocket: Aprendizado Prático. (20% a mais de EXP em batalhas durante uma Missão Rocket);




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Tudo aconteceu tão rápido. Há poucos minutos, estávamos todos andando pelo parque sem um rumo certo, apenas aproveitando a companhia um do outro e torcendo para que aquele dia pudesse ser tão duradouro quanto o laço que nos unia. Não notamos que eternidade poderia desmanchar-se em um único instante. Deveríamos ter visto isso vindo… se nem o sol, majestoso como era, conseguiu resistir às nuvens gélidas que teimavam em encobri-lo, como eu poderia esperar que nossa pequena bolha de calmaria e felicidade durasse muito mais?

As palavras de Ren ecoavam em minha mente, desnorteantes, porém carregadas de um carinho que tornava aquela despedida um pouco mais suportável. Yoshiro ainda tremia, e ouvir os dizeres gentis do coordenador fez a garota apertá-lo ainda mais naquele abraço, escondendo seu rosto no ombro dele. Vi que ela queria respondê-lo. Queria, de alguma forma, também confessar tudo o que o rapaz significava para ela, e o quanto conseguiu cativá-la naquelas últimas horas. No entanto, sua voz parecia não querer sair. A garganta da menina apenas emitiu algo entre um choro e um lamento, abafado pelas vestes do rapaz. Se tentasse dizer qualquer coisa, acabaria implorando para que Ren ficasse ali com ela.

Não foi fácil para a menina soltá-lo. Mesmo após recuar alguns passos, sua mão ainda agarrava firmemente a manga da blusa dele. Acabou não sendo um problema, pois Ren se aproximou outra vez, encostando sua testa na dela e dizendo-lhe o que, muito provavelmente, eram as palavras mais doces e amorosas que a garota já ouviu na vida. Ver aquilo fez-me arregalar os olhos, surpreso. Não pelo carinho que os humanos tinham desenvolvido um pelo outro, mas pela certeza de que eu já tinha visto essa cena antes.

No lago… não foi? Quando a Yoshiro menor despediu-se da mais velha, ela fez a mesma coisa… notei, com certa tristeza, que minha dona estava novamente tendo que dar adeus a uma parte dela. Pois Ren era isso, embora de um modo menos literal. Surgiu em nosso caminho quando ela mais precisou, e trouxe à minha humana uma completude que ela nunca teve antes. Nesse momento, entendi porque eu nunca consegui preencher, sozinho, o vazio que ainda existia na garota. Ele era a peça que faltava.

Lembrei-me de Yoshiro prometendo à sua versão menor que teria amigos incríveis um dia, que não estaria mais só. E, apesar dos pesares, abri um sorriso ao notar o quão certa minha treinadora estava. Ela, vendo meu gesto, conseguiu sorrir também para o amigo que partia, tentando trazer-lhe algum conforto. Murmurou, com a voz embargada, um último agradecimento, mas não sei se Ren conseguiu ouvir.

Os céus abriram-se por um momento, e as nuvens cinzentas deram espaço a um belíssimo arco-íris. Alguns vendedores saíram de suas tendas, preenchendo o ar com o aroma adocicado das guloseimas que vendiam. Yoshiro ama doces… talvez comprar um a deixe um pouquinho mais alegre? Esperançoso, tentei atrair a atenção da menina para os ambulantes. No entanto, ela nem pareceu reparar.

Yo…?”  Embora Ren já tivesse saído da nossa vista, a humana continuava parada em frente ao portão. Mantinha a cabeça baixa, e suas mechas negras impediam-me de ver seu rosto. As mãos estavam fechadas em punhos e, de tão trêmula, temi que suas pernas derrubassem-na no chão molhado. Não ergueu os olhos, ou tampouco me disse qualquer palavra. Continuou ali por uns minutos, estática defronte um passado que ela não queria abandonar. “Yo, nós temos que ir… ele não vai voltar.

Toquei com gentileza a perna da garota, incentivando-a a seguir em frente. Não havia mais sentido em continuarmos ali. Ela assentiu, como se tivesse entendido. Então, em um movimento tão repentino que me assustou, deu as costas ao portão e correu de volta para dentro do parque, sumindo em meio aos demais humanos. “E-ei! Yoshiro!” Olhei aquilo, abismado, e logo fui atrás dela.

Por sorte, não foi difícil alcançá-la. A menina deixou-se cair sobre o primeiro banco vazio que encontrou, abraçando os próprios joelhos e mantendo seu rosto escondido. Sem mais forças - e tampouco razões - para continuar reprimindo a lamúria que sentia, Yoshiro não tentou resistir às lágrimas que agora transbordavam de seus olhos,  ainda mais frequentes e incessantes que as gotas de chuva. Seu corpo era sacudido por soluços e lamentos os quais ela não conseguia conter. Já havia se esforçado demais. Ela tinha seu limite.

Sem saber o que fazer, mas sentindo meu peito pesar por vê-la daquela forma, sentei ao seu lado e tentei confortá-la. Ela me abraçou com força, contudo, ainda demorou alguns minutos até que conseguisse dizer qualquer coisa. Quando os soluços diminuíram, anunciou em um cálido suspiro as palavras que tanto pesavam em seu coração. Não para mim, ou para qualquer outro ali próximo - simplesmente deixou que sua voz se perdesse no vento. Quem sabe, ele pudesse levá-la até um certo coordenador que, mesmo distante, seria sempre lembrado por nós com muito carinho.

- Eu também te amo, Ren...



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when the bonds are good
the rest don't matter
As lágrimas escorriam pelo pálido rosto de Yoshiro, mesclando-se aos pingos de chuva que corriam em horizontal graças à gélida brisa passageira, ultrapassando a barreira física da proteção de outrora. O peso no âmago de se despedir de um grande amigo após vivenciar uma experiência como a que passaram estava longe de ser fácil. Um laço criado tão forte que parecia tomar forma física, invisível e arrancando gradualmente pedaços do íntimo da treinadora a cada quilômetro que a separava de Ren. Pobre Yoshiro, sei que é difícil, mas me responda: existe algo mais forte que o coração, que se despedaça por inteiro e ainda assim continua vivendo? Vai passar. Lidar com a distância de quem amamos é um processo doloroso e um dia perceberá que faz parte do grande aprendizado que existe diante de si; não será hoje, nem amanhã, mas quiçá em breve.

Talvez estável pela primeira vez em alguns minutos, a garoa manteve-se em finos e diagonais pingos de chuva, gelados o suficiente para incomodar um pouco quando encontravam em surpresa a alva pele de Yoshiro. Para Sapphire isso não era um problema, claro, anfíbios possuem grande facilidade em adaptar-se por conta de sua ectotermia — quando não é extrema; oras, estamos falando de Pokémon, não é? não me surpreenderia um Mudkip se aclimar à uma nevasca, por exemplo — mas se o temporal resolvesse cair de fato, poderia trazer um resfriado para sua humana. Independente disso, o clima e sua imprevisibilidade estava longe de ser o que mais chamava atenção na área onde nossa heroína estava sentada: um simples banco de madeira, maltratado pelo tempo, certamente mobília própria do National Park. Com a cabeça abaixada e encostada contra o corpo de seu fiel escudeiro, Yoshiro e Sapphire não veriam algo se aproximando deles...

Se não fosse por um certo barulho que sucedeu a chegada do terceiro elemento em cena.

O anfíbio certamente seria o primeiro a perceber um leve penduricalho cor-de-rosa balançando de um lado para o outro, na altura dos joelhos de Yoshiro. Mordiscando alguns musgos e líquens que cresciam na base do banco estava um pequenino Shinx, com a ponta do seu rabo... Cor de rosa? Quando viu que perceberam sua presença, o pequeno diminuiu o ritmo com que tentava arrancar o vegetal da madeira, voltando seu olhar para a treinadora, somente para revelar íris tão rosáceas quanto a estrela em sua cauda. Mas, ha, isso não impediu que o felino continuasse arrastando suas presas contra o banco, como se pedisse permissão para continuar fazendo-o. O pequeno não parecia incomodado com a treinadora e seu Pokémon, mas suas orelhas captaram antecipadamente um leve grito que segundos depois ecoou por todo Doll Fanfest: um bradado fino e que até chamou atenção dos transeuntes, que simplesmente ignoraram-no como se fosse obra de alguma maquinaria.

Shinx estremeceu todo seu corpo, mas seu olhar voltou-se diretamente para o céu, sendo possível ver uma única nuvem diferenciar-se das demais, com a coloração levemente mais fraca, modificando em segundos para um tom arroxeado que permaneceu brevemente antes de desafazer-se em ar. Talvez o senso de direção de Yoshiro e Sapphire não fosse aguçado, mas aquilo não poderia ser coincidência, principalmente se reparassem a região onde estava: bem em cima de Dreamy Lake.

— Ha! Então aí está você! — uma voz masculina ecoou por detrás de uma barraca próxima, revelando ser de um jovem-adulto vestido em sobretudo, direcionando as palavras ao pequeno elétrico; este, por sua vez, pulou no colo de Yoshiro, escondendo-se dentre o casaco da treinadora — Para de brincadeira, vem, vamos embora logo. — o tom brincalhão do homem quebrava, dando lugar a uma tonalidade mais séria, quase nervosa — Esse Pokémon é meu, você pode me devolver? P-Por favor.



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Não sei ao certo quanto tempo passamos ali. Poderia ter sido minutos ou horas, eu não conseguiria dizer a diferença. Permaneci quieto, abraçado à minha treinadora, enquanto ela se recompunha. Aos poucos seu choro diminuiu e, embora a garota ainda tremesse um pouco, notei que agora era devido às gotas de chuva que acertavam-lhe o corpo. O tempo estava outra vez esfriando… embora não me incomodasse, poderia fazer mal a um humano. É uma espécie bem frágil, afinal.

Melhor irmos atrás de um lugar mais protegido, Yo.”  Com delicadeza, desvencilhei-me dos seus braços e virei-me para procurar por algum abrigo. No entanto, a primeira coisa que meus olhos encontraram foi uma estrela cor-de-rosa balançando de um lado ao outro bem na nossa frente. Pisquei, só pra garantir que estava vendo direito. Acho que aquele Power Gem acertou minha cabeça com mais força do que pensei…

Pela primeira vez desde que se sentara ali, Yoshiro ergueu os olhos, atraída por aquele tão curioso penduricalho. Ficou encarando, confusa, aquele pequeno felino azul e preto o qual, por alguma razão, havia decidido que os musgos do banco dariam uma bela salada. Não me parece tão apetitoso assim, mas quem sou eu para julgar? Só sei que a presença daquele leãozinho ali conseguiu, surpreendentemente, trazer um pequeno sorriso ao rosto da minha treinadora.

- Você é uma gracinha… - Comentou, com uma voz ainda meio embargada, embora já não estivesse falhando como antes. O felino, aliás, não parecia incomodado com a nossa presença ali, apenas continuou mordiscando os musgos enquanto lançava um olhar curioso à Yoshiro, quase como se pedisse permissão. Aquelas orbes róseas eram muito chamativas… fizeram-me lembrar das águas de mesma tonalidade sobre as quais navegamos, no que parece ter sido muito tempo atrás. - Fique à vontade, pequeno. - Assentiu, deixando escapar um “awn” pela fofura daquele Pokémon.

Ótimo, agora como vou arrastar ela pra longe daqui? Balancei a cabeça em negação, sabendo que Yoshiro se recusaria a sair daquele banco enquanto o leãozinho estivesse por perto. A atenção da garota estava fixa no pequeno, parecia encantada por ele. Isso frustra um pouco meus planos de tirá-la da chuva… no entanto, pelo menos deu a ela algo para se distrair, então acho que não posso reclamar.

Tudo parecia tranquilo, até que um grito agudo ecoou pelo parque, fazendo-me levantar num pulo. Yoshiro me olhou, também sobressaltada, mas as outras pessoas por ali mal pareceram notar. Talvez aquela loira só tenha derrubado mais um azarado no lago… será que estamos tão perto assim da casa dos espelhos? Meu senso de localização não é dos melhores, pra ser honesto.

Fiquei ainda mais confuso quando o felino encarou os céus, onde pude perceber que havia algo  estranho nas nuvens. Uma delas estava mudando de cor, até ficar… roxa? Ou tem alguma tempestade muito bizarra a caminho daqui, ou há algo maior acontecendo. Preferi optar pela última opção. Primeiro um Pokémon com partes do corpo de um intenso cor-de-rosa, agora isso? Só existe um lugar em que tais fatos fariam sentido…

- Eu não estou imaginando coisas, né…? - Murmurou a garota, e eu apenas balancei a cabeça negativamente. Yoshiro parecia prestes a dizer mais algo, todavia, uma voz desconhecida se sobrepôs à dela. Um outro humano surgiu na nossa frente, parecendo falar com o felino que encontramos.

Assim que viu o rapaz, a menina limpou o rosto com o antebraço, tentando esconder qualquer sinal de fragilidade. O leão em miniatura, por sua vez, pulou para o colo da menina e tentou se esconder dentro do casaco dela. Não é uma reação muito normal, principalmente diante daquele que se auto intitula como o treinador dele… esse cara com certeza aprontou alguma coisa, não fui com a cara dele.

- Desculpe, moço… mas se é seu Pokémon, por que está se escondendo de você? - Yoshiro abraçou-o protetoramente, também parecendo desconfiada. Dei um olhar aprovador para ela, e depois direcionei minha atenção para o recém-chegado, colocando no rosto minha melhor expressão de “se você chegar mais perto da minha humana, eu te meto um Water Gun na cara”. - Sapphire, não encare ele desse jeito! - Raios, Yoshiro, me deixa parecer durão! -  Desculpe por isso… e-enfim… não posso lhe devolver o que não me pertence, moço. É ele quem deve querer ir. - Balançou a cabeça, negando o pedido do rapaz, porém seu tom de voz era bem pacífico e mostrava que ela não queria briga. - Se este pequeno veio me pedir proteção, não posso negar. Espero que entenda…

E baixou a cabeça, em um claro pedido de desculpas. Eu preferi virar a cara, frustrado pela atitude dela. Puxa, Yoshiro… não é desse jeito que você vai conseguir impor moral algum dia, sabe?  


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Quais são as chances da treinadora, após uma despedida dolorosa, encontrar diante de si um desafio complicado? Era quase como se o destino estivesse tentando ocupar sua cabeça, obrigando-a a deixar a lamúria de lado, entregando para si um pequeno monstrinho que, segundo a própria, precisava de proteção. Sua suspeita não era para menos, na realidade: com somente um de seus olhinhos para fora das vestes de Yoshiro, era evidente que Shinx não queria ir embora com o homem.

Mas a resposta de Yoshiro parecia não agradar muito o rapaz, que mudou completamente de expressão, principalmente após o pequeno anfíbio encará-lo com certa agressividade. O jovem-adulto rangeu os dentes, buscando um Dusk Ball na base de seu cinto, erguendo-a no ar sem dizer uma única palavra. Antes que pudesse lançá-la no ar ou apertar o botão em seu centro, ele parou, focando seu olhar em algo que estava atrás da treinadora, paralisando-o de boca aberta.

— ... Estão te incomodando? — a sedutora voz já conhecida por Yoshiro ecoava por suas costas, com uma das mãos da mulher segurando no ombro direito da treinadora — Pense bem no que vai fazer com essa Pokéball, mocinho. — apesar da chuva, a dona da atração dos espelhos vestia o mesmo conjunto anterior, com exceção de seus cabelos, que estavam um pouco molhados por conta da garoa; pela umidade do fio de suas madeixas, parecia estar caminhando há um tempo embaixo da chuva — Alias, nunca tivemos a chance de nos apresentar. Me chamo Naomi e preciso de sua ajud- — ao ver o pequenino Shinx escondido dentro das roupas de Yoshiro, a loira abriu um leve sorriso — É... Agora mesmo que preciso de vocês.

Talvez embasbacado pela beleza da mulher, o garoto até que tentava falar alguma coisa, mas gaguejava como uma criança envergonhada. Abaixou a esfera tricolor que segurava, guardando-a de volta em seu cinto. Suspirou, cruzando os braços em seguida e com o pé direito inquieto batendo no chão repetidamente.

— E-eu pre-preciso levar ele comigo. — o rapaz dizia, mas o olhar furioso que Naomi lançou em sua direção o deixou amedrontado — Por favor, é uma questão de vida ou morte! — juntou ambas as mãos na frente do corpo como em prece, abaixando a cabeça brevemente; quando a ergueu novamente, seus olhos estavam marejados, por mais que tentasse esconder — É para minha irmãzinha.

Naomi balançou sua cabeça negativamente algumas vezes, tomando as rédeas da situação e parando na frente de Yoshiro. Apontou com o braço direito na direção da nuvem colorida que a treinadora havia visto anteriormente, bem acima de Dreamy Lake:

— Então foi você que causou tudo isso. — a voz da mulher estava irritada, sua linguagem corporal parecia que controlava seu corpo com muita força de vontade para não voar em cima do garoto — Pois você vai lá resolver isso agora, porra. — engoliu seco, voltando sua atenção para a treinadora — Yoshiro, a Sra. Lee foi levar sua oferenda diária para o lago e está desaparecida. O Dreamy Lake está interditado, parece que uma grande barreira tomou conta da água e ninguém consegue passar. O que quer que rege aquele lugar mágico parece estar furioso... Mas algo me diz que isso não é tudo. Nunca vi o monstrinho que dizem cuidar de lá, mas as lendas dizem que é adorável. — voltou seu olhar para Shinx — Mas se está, não é para menos... Se esse Pokémon está aqui é porque alguém o ROUBOU. — bufou, apontando o dedo na cara do garoto, que se recolhia todo com medo da mulher; apesar de não ser musculosa ou algo do tipo, Naomi sabia intimidar como ninguém — Se o lago não te ofertar, jamais deve-se tirar dele o que lhe pertence. Resolva isso ou você vai se ver comigo, principalmente se Sra. Lee não aparecer. — Yoshiro, encontrarei vocês na beirada da barreira, preciso buscar meus fantasmas. Por favor, leve o bichinho de volta para o seu lar.

Com uma leve carícia na cabeça de Sapphire, Naomi se despedia brevemente, mas não sem antes esbarrar no ombro do garoto e quase derrubá-lo no chão. Inclusive, pela linguagem corporal dele, não parecia que fugiria daquela situação, parecendo levemente arrependido pelo que fez.

— De-desculpa. — ajeitou o cabelo e suas vestes, coçando a garganta — Eu vou com vocês até lá. Peço desculpas para quem que seja, só... — apontou na direção de uma barraca de pesca infantil à distância — Podemos passar ali antes? É no caminho.



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Se a minha primeira impressão sobre aquele humano já não tinha sido das melhores, sua reação quando Yoshiro recusou o pedido tornou-a ainda pior. Ele ergueu uma Pokébola de coloração estranha, ameaçando tomar o felino à força dos braços da menina. Os tons peculiares daquela esfera lançaram um alerta sobre a minha mente - se o Pokémon lá dentro era forte demais para ser pego por uma comum, então eu definitivamente não queria conhecê-lo. Reuni toda a água que pude em minha garganta, decidido a lançar um Water Gun antes que o menino tivesse a chance de liberar seu parceiro, mas uma voz atrás de mim quase me fez engasgar.

Virei-me, surpreso, e dei de cara com a mesma mulher que conhecemos na casa dos espelhos. Ela estava com uma mão sobre o ombro da minha treinadora e encarava o rapaz de uma forma não muito amigável, deixando-o paralisado no lugar. Era estranho vê-la ali, longe da sua atração e sem nada para se proteger da chuva, porém eu não poderia estar mais aliviado. Sorri para ela - um agradecimento velado - quando, com um único olhar, fez o menino desistir de atacar-nos. Está vendo, Yoshiro? É assim que você tem que fazer!

Crente de que não havia mais ameaça, sentei-me sobre as patas traseiras, apenas querendo ver como aquela situação iria se desenrolar. De tão estonteado pela aparição da mulher, o humano atrapalhava-se nas palavras e mal conseguia formar qualquer sentença coerente. Eu queria poder rir da cara dele, mas minha treinadora não estava muito melhor. Yoshiro estremecera - pela surpresa, imagino - ao ouvir aquela familiar voz pronunciar-se, e agora tentava lutar contra o rubor que lhe tomou o rosto.

- E-eu… sou Yoshiro… - A resposta não saiu muito mais que um murmuro, porém ainda audível. Minha dona baixou a cabeça, envergonhada, e aconchegou melhor o leãozinho em seu colo enquanto a loira - que havia acabado de se apresentar como Naomi - tomava as rédeas da situação. Achei engraçado, aliás, quando ela disse que “não tivemos a chance” de nos apresentar antes. Teríamos tido, se a própria tivesse pelo menos hesitado um pouco antes de nos derrubar naquele alçapão! …Mas tá ok, sem ressentimentos.

Não fizemos muito além de ouvir, estupefatos, enquanto a mulher nos contava o que tinha acontecido e acusava o rapaz de ter causado aquilo tudo. Ora, eu sabia que ele tinha aprontado alguma coisa! Só não podia esperar que fosse algo tão sério… se a Sra. Lee acabar se machucando pela burrice que esse cara fez, pode ter certeza de que ele vai desejar que Naomi o encontre antes de mim. Não sei quantos Waterfalls o corpo de um humano aguenta, mas adoraria descobrir.

Enquanto eu fuzilava o garoto com os olhos, Yoshiro parecia ainda estar processando o que tinha ouvido. Ela tinha até levantado para acompanhar Naomi, contudo, voltou a sentar-se e levou uma mão à cabeça. Quanto tempo se passou desde que saímos da barraca de pinturas? Uns quinze, vinte minutos? É surreal pensar em quantas vezes o rumo desse dia mudou totalmente dentro de um intervalo tão curto. Ser lançada de uma profunda lamúria a uma missão de resgate talvez fosse meio desnorteante, contudo, eu sabia que ela só precisava de uns minutinhos pra se situar.

- Certo, nos encontraremos lá. Vou devolver este pequeno aqui pra casa, e trazer tudo de volta ao normal. - Quando os outros dois humanos terminaram de falar, Yoshiro se ergueu e deu alguns passos até a loira. Ainda parecia meio confusa, mas seu olhar carregava tanta determinação que até a mim surpreendeu. Acho que, depois de tudo que aconteceu, ela se sente responsável por eles. Tanto pela Sra. Lee quanto pelo Dreamy Lake. Corrigir os erros de um ladrão tolo é o mínimo que devemos fazer, após todas as experiências únicas que eles nos deram naquele dia.

Os olhos da garota, então, recaíram-se sobre o guarda-chuva que tínhamos comprado na saída da casa dos espelhos. Yoshiro tinha deixado-o cair ao lado do banco, e eu já tinha até esquecido dele. Assim que a mulher fez menção de se despedir, Yoshiro correu até o objeto e sacudiu-o para livrá-lo de qualquer água acumulada. Então, estendeu-o para a loira.

- Por favor, leve. É melhor se proteger, se a chuva ficar mais forte de novo… - Pediu, um tanto sem jeito, mas sorrindo docemente para ela. Isso até que foi legal da sua parte, Yo… no entanto, me diga: o que é que nós vamos fazer se a chuva resolver aumentar? Eu não estou nem um pouco a fim de subir na sua cabeça e me fingir de chapéu, sabe?

Bem, a menina não parecia muito preocupada com isso. Insistiu para que Naomi levasse o guarda-chuva consigo, e apenas depois voltou sua atenção para o rapaz que causara aquilo tudo. Cruzou os braços e lançou a ele uma expressão não muito contente, batendo o pé no chão com força antes de dizer-lhe qualquer palavra.

- Por isso ele estava com medo de ti… você o roubou! Como pôde fazer isso? - Puxa, acho que é a primeira vez que a ouço usar um tom acusador assim com alguém. Andou na direção do rapaz, passando direto por ele e apenas fazendo um leve gesto para pedir que a seguisse. - Ok, podemos passar lá primeiro. Mas nem pense em tentar qualquer gracinha só porque a Naomi não está aqui! Meu Mudkip pode te transformar em um cubo de gelo antes que você consiga sacar outra Pokébola, então é bom se comportar. Estamos entendidos? - Parou por um instante e, embora ainda estivesse visivelmente irritada, estendeu a mão para o jovem em um cumprimento bem formal. Não estava oferecendo-lhe paz, mas sim uma trégua até tudo estar consertado. Infelizmente, não tínhamos tempo a perder com discussões fúteis agora.


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A notícia do desaparecimento de Sra. Lee somado a fúria de Dreamy Lake fora o suficiente para aflorar uma parte da personalidade de Yoshiro que ninguém vira florescer até o momento. Com o nervosismo iminente, as cordas vocais emitiram uma forte voz, imponente e segura de si, com a treinadora fazendo questão de avisar ao garoto que não hesitaria em atacá-lo caso decidisse atrapalhar o plano criado por Naomi. Ver a adolescente se impor daquela maneira deixava Sapphire um pouco assustado, mas feliz por saber que a garota estava crescendo para além da timidez que tanto nutriu dentro de si, consequência da forma como fora tratada por toda sua infância. Shinx permanecia agarrado junto à Yoshiro, ficando de leve suas garras na blusa da garota para manter o equilíbrio em seu colo.

Caminhando em lentos passos ao lado da morena, o jovem-adulto deu uma leve risada sem graça, passando os dedos sobre seus fios de cabelo morenos, dando um longo suspiro em seguida. Ao se aproximarem bastante da barraca que havia mencionado anteriormente, o garoto parou abruptamente, voltando seu olhar para Yoshiro com um semblante amedrontado.

— Por favor, não fale para ela qu-

O rapaz interrompeu sua própria fala, acenando para a lateral da atração de pesca infantil. Auxiliada pelo que parecia ser uma funcionária, saiu uma criança com bastante dificuldade de locomoção e carregando um pequenino tanque de oxigênio em um carrinho. Em seu rosto um aparelho respiratório e em mãos um nebulizador, ambos ligados à máquina, provavelmente o que ajudava a pequena a respirar corretamente. Seu semblante era fraco e sua pele pálida como gelo, mas estava bem agasalhada e arrumada, o que indicava um bom cuidado de quem se responsabilizava por ela. Seus longos cabelos negros não tinham muito brilho, com algumas falhas ao redor do couro cabeludo da criança, mas lembravam bastante o penteado e as madeixas de Yoshiro; vestia um casaco cor-de-rosa e luvas coloridas que escondiam seus dedinhos.

— Onii-san! — como se já não bastasse, a voz da pequenina também era fraca; devido seu esforço para gritar, acabou tendo que respirar um pouco em sua máquina, mas parecia já estar acostumada com a situação — Que demora! — voltou seu olhar para a nossa heroína e Sapphire; inclusive tentando abaixar para fazer carinho no aquático, mas não conseguiu já que estava bem fraca, então acabou somente acenando para ele — Ela é sua amiga, Koji? Você não tem muitos. É muito bonita, poderia ser sua namorada! — deu uma gargalhada, abraçando o seu irmão e enterrando o rosto nas vestes do menino; este, por sua vez, fitava Yoshiro sem graça e com o rosto enrubescido, quase que pedindo desculpa somente com o olhar — Oi... — agora acenou para Yoshiro, tornando a respirar em seu aparelho — Eu sou a irmãzinha do Koji, Yuki.

Ao ver o pequenino Shinx, os olhos da menina brilharam, com um sorriso abrindo de orelha à orelha em seu rosto. Apesar disso, como não conhecia Yoshiro, ficou um pouco receosa, olhando timidamente de cabeça abaixada, como se pedisse autorização sem precisar vocalizar o que queria. O pequeno elétrico olhou para Yoshiro, consentindo que poderia deixar a Yuki acariciá-lo.

— E-ela é uma amiga do irmãozão, Yuki. — sorriu, sem graça, ajeitando o agasalho da pequena que caía pelos seus ombros — Sei que te prometi um desses, mas esse pequeno é de uma outra família. Aí precisamos devolvê-lo e prometi à Yoshiro que ajudaria. — suspirou, agachando para ver algo no tanque da irmã; muito provavelmente ouviu o nome da nossa heroína quando ela se apresentou para Naomi — Vamos ajudar? Eu juro que encontro outro pra você. — Koji abriu um sorriso para Yuki — Só precisa ter paciência.



Progresso da Rota :




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Bônus:
- Especialista II Psychic;
- Gestora Rocket:
- Skill Rocket: Queimando a Largada! (+3 Atk; +3 Sp. Atk para Pokémon em batalhas);
- Skill Rocket: Aprendizado Prático. (20% a mais de EXP em batalhas durante uma Missão Rocket);




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Apesar da situação controversa, o percurso até a barraca de pesca foi tranquilo. O humano fora sábio ao dar apenas algumas risadas constrangidas em resposta, pois minha treinadora continuava com uma cara emburrada e não parecia muito a fim de conversa. Sua expressão só se amenizava ao olhar para o leãozinho em seus braços, dando-lhe alguns afagos e querendo garantir que ele estivesse confortável. O pequeno, aliás, continuava agarrado a Yoshiro como se sua vida dependesse disso - o que talvez não estivesse longe de ser verdade.

Pouco antes de chegarmos ao fim do trajeto, a menina distraiu-se com algo em sua mão esquerda. Uma melancolia já conhecida tomou suas orbes marinhas, e Yoshiro suspirou pesadamente enquanto fitava os números gravados na pele.  - Será que eu deveria avisar a ele…? - Foi um comentário perdido, mais direcionado a si mesma do que a mim. No entanto, balancei a cabeça em resposta, indicando-lhe que não era uma boa ideia. Ren tinha outros deveres a cumprir, e uma notícia como essa seria só um peso a mais na mente dele. - Você está certo... melhor não preocupá-lo.

À essa altura, já tínhamos chegado. O rapaz de cabelos castanhos até começou a dizer algo, contudo, interrompeu-se ao ver uma garotinha saindo da barraca com a ajuda de uma funcionária. E não à toa: ela parecia tão frágil, era pequena e pálida como um floco de neve. Andava com dificuldade, presa a equipamentos que nunca vi na vida, mas pelo visto dependia deles para respirar direito. Um filhote que não pode correr ou brincar, e até forçar sua voz a sair lhe consome todo o fôlego…

Não consegui desviar meus olhos da menina nem por um único momento. Embora não a conhecesse, sentia uma agonia estranha por vê-la naquele estado. Aquilo apenas… parecia tão errado. Criança nenhuma deveria ser condenada a isso. E o fato de ela parecer tanto com a minha treinadora me deixava ainda mais perturbado… tirando a postura enfraquecida e os olhos castanhos, era quase um reflexo da garotinha que conheci no Dreamy Lake.

Ao meu lado, Yoshiro observava a cena, igualmente atônita. Toda a raiva que demonstrara antes havia se desmanchado, agora suas orbes não mostravam nada além de pesar pela criança e uma forte surpresa. Olhou brevemente para o rapaz, e logo em seguida de volta para a pequena. Antes que pudesse dizer algo, esta emitiu um grito fraco ao ver o humano, suas feições se iluminando de alegria. Apesar de tudo,  aproximou-se de nós com um sorriso no rosto e nem sequer o fraquejar da sua voz foi capaz de tirar-lhe a aura de contentamento.

Enquanto eu retribuía o aceno, minha dona embaralhou-se toda diante do comentário da menor, ela definitivamente não estava esperando por aquilo. Mesmo assim, conseguiu dar uma risadinha fraca e agradecer pelo elogio, concordando com o rapaz - Koji, é? - quando ele disse os dois eram só amigos. Na verdade, isso é uma baita mentira: eles nem se conheciam até uns minutos atrás, e os únicos contatos que tiveram foi com um ameaçando o outro. Todavia, esse é um detalhe que aquela menininha não precisa descobrir. Yoshiro fez como o pedido: em momento algum denunciou que ele era um sequestrador de filhotes de leão indefesos.

Falando no gatinho, os olhos de Yuki - um belo nome, aliás - brilharam ao vê-lo. A doçura e inocência da menina fizeram-me sorrir como bobo, e até o pequeno morador do Dreamy Lake caiu no seu encanto. Ele olhou para Yoshiro e consentiu, mostrando que ela podia deixar a outra humana tocá-lo. Minha treinadora pareceu contente com isso e, segurando-o com cuidado em suas mãos, levou-o até Yuki.

- É um prazer conhecê-la, Yuki. Me chamo Yoshiro. -  Falou com toda gentileza do mundo, sorrindo de forma bem amigável. - Seu irmão está certo, este neném aqui precisa voltar para casa. E eu também tenho que procurar por uma amiga que acabou se perdendo… - Sua voz vacilou nesse ponto, e a menina precisou respirar fundo antes de continuar. Não queria alarmar a criança, mas era difícil esconder o quão preocupada ela estava com a Sra. Lee. O quanto nós dois estávamos. - Mas depois disso, vou ajudar o Koji a encontrar um gatinho desses para você, prometo. Nem que precisemos virar o parque todo de cabeça pra baixo! - Conseguiu forçar um riso breve e deu uma piscadela para a menina.

Ei, eu ajudo também!” Subi no ombro da minha humana, tentando chamar um pouco de atenção para mim e, quem sabe, dar um pouco mais de veracidade ao juramento dela. Eu pareço um anfíbio bem confiável, não?

- Ah sim, este aqui é o Sapphire. Parece que ele gostou de você. - Sorri para a mais nova e consenti, só pra ela ter certeza. Se trazer um leão é o que precisamos fazer para deixar aquela pobre criança feliz, então daremos um jeito. No entanto, ao contrário de um certo alguém, vamos fazer as coisas direito. Sem roubar bebês, colocar velhinhas em perigo e nem enfurecer seres mitológicos. - Não se preocupe, ok? Vamos achar um que queira ir com você… só precisa me prometer que vai cuidar muito bem dele, sempre.


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— Sapphire, que nome lindo! E-eu acho que não tenho força para te pegar no colo, mas, se eu pudesse, te apertaria muitão! — Yuki deu um meio sorriso, um tanto quanto agridoce, mas se reservou a puxar seu carrinho, caminhando na direção apontada por seu irmão — Tudo bem, Yo-Y...— gaguejou, tentando pronunciar corretamente o nome que escutou — Yoshiro! Vamos procurar um juntas depois! Talvez a gente encontre junto com sua amiga!

A expressão no olhar de Koji dizia tudo: não havia um segundo sequer que o garoto tirasse seu triste olhar de Yoshiro, suplicando às suas janelas d'alma para que a garota não contasse à criança o que seu havia feito. Suas pálpebras, pesadas, lutavam para sequer piscarem, amedrontadas de que seu segredo fosse exposto quando estivessem cerradas. A pequena Yuki, felizmente, não percebia nada do que estava escancarado nas entrelinhas dos olhares de Mudkip, que volta e meia fitava o jovem-adulto em julgamento. Shinx pulava do colo da treinadora, caminhando na frente e sinalizando com seu rabinho cor-de-rosa para que Sapphire o acompanhasse.

Koji suspirou, mexendo em suas madeixas uma vez mais. À frente, os pequenos caminhavam acompanhados da debilitada criança, a qual dava gostosas gargalhadas, principalmente após pedir para que Sapphire congelasse no ar algumas das gotas d'água que caíam da leve garoa. Não havia uma única vez que Yuki não batesse palmas para o aquático, que não acho necessário dizer o quão gostava de toda paparicação.

— ... Obrigado. — finalmente o rapaz piscava, abaixando sua cabeça e iniciando uma caminhada um pouco distante do restante; a criança não ouviria o que conversavam, mas os Pokémon talvez conseguissem por conta de sua audição aguçada — Sabe, Yoshiro. — engoliu seco, voltando seu olhar para o céu, deixando que as gotículas caíssem em seu rosto — Há três semanas Yuki não precisava do tanque. — deu uma leve risada, balançando a cabeça negativamente uma única vez — E faltam só duas para extrapolar o prazo que o médico deu a ela. — seus olhos lacrimejaram, mas Koji sequer fez questão de tentar escondê-los — Nunca roubei nada de ninguém. Mas quando sua irmã de seis anos de idade está prestes a morrer e você não pode fazer nada para salvá-la... — voltou seu olhar para a morena — Me diz como dizer a ela que não vou conseguir o gatinho que sempre quis? — respirou fundo, limpando as lágrimas que decidiam escapar de seus olhos e escorrerem até seu queixo — Me desculpa pela ameaça... É- Só é frustrante demais.

Mais adiante Yuki continuava rindo das brincadeiras dos pequenos, agora com Shinx parando momentaneamente e cutucando Sapphire para que não deixasse que o que ouviu o abalasse. Em seu idioma ininteligível, sugeriu para que continuassem entretendo a pequena. Atrás, Koji ajeitava seu casaco, tornando a olhar para o céu, indicando com o queixo para que Yoshiro também o fizesse.

— Você acredita em Arceus, Yoshiro? — cerrou os olhos, sentindo a água recobrir seu rosto — Será que ele vê uma criança pedindo tanto para viver e ainda assim quer levá-la embora? — uma das risadas de Yuki podia ser ouvida, assim como outros elogios que a pequena dizia para Shinx e Mudkip — ... — a expressão de Koji quase quebrou, mordendo seu próprio lábio inferior e lutando contra as sobrancelhas que indicavam um choro que talvez estivesse preso há muito tempo — Huh. — abriu os olhos, que permaneceram fixos sobre as nuvens acinzentadas que recobriam o céu de Johto — Meus pais rezam todo dia pra ele antes de dormir. E Yuki só fica mais fraca a cada dia que passa. — cruzou os braços — Talvez sejam só preces vazias, não é?

Não demorou muito para que adentrassem o corredor de árvores cor-de-rosa que antes Yoshiro e Sapphire passaram para encontrar Dreamy Lake. Infelizmente, ele pouco se parecia com o que viram anteriormente, agora com suas folhas murchas e as árvores com uma péssima aparência, cansadas... Tristes. Difícil atribuir uma emoção a um vegetal séssil mas, se possuíssem rosto, certamente todas estariam se debulhando em lágrimas. As folhas espalhavam-se com uma forte brisa que vinha do portal de pedras, o qual sequer escondia seu conteúdo com as vinhas voando para o alto, também fracas e em um tom rosáceo tímido, quase sucinto.

E então, Yoshiro?

Será que os fins justificam os meios?



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