04 - Blinding Lights

blinding lights

A barraca escolhida primeiro por Jamie não poderia ser outra, como especialista do tipo Psychic, não havia outra opção para ele senão a tenda de número cinco, que abrigava além do próprio tipo, os fantasmas e fadas; como eu gostava de chamar: a barraca do mistério. Na entrada, o garoto não veria nada de diferente das outras, além do símbolo que era exclusivo de cada uma, para ele e o guia eram apenas mais uma tenda branca, simples e sem nada de especial; contudo, assim que ele entrasse, começaria a notar as especificidades do lugar, que começavam pelo odor forte de incenso e a prenseça de alguns amuletos de sorte já no começo do interior.

O caminho era curto, já que não se tratava de uma tenda grande, mas era bastante decorado, a medida que o garoto ia adentrando mais coisas surgiam e inundavam seus olhos e sua aura com boas energias; tudo de boa sorte, que desejasse paz e que fosse esotérico estava presente ali. Ele poderia identificar diversas coisa familiares a casas de ciganos ou bruxos, e até mesmo um pequeno deck de tarot se punha em cima de uma mesa qualquer. No canto da sala, em uma parte mais escura, várias velas eram posicionadas de maneira estratégia para representarem um ciclo; contudo, uma delas estava estranha, com a chama azulada e... se mexendo? O Pokémon se virou, surpreso e curioso com a dupla humano-pássaro; seus bracinhos surgiram e ele deu alguns passos na direção do jovem, grunhindo seu nome. O que restava era a decisão de Franssoá: lutar ou captura-lo direto?

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Por mais que Jamie não quisesse, tudo ali o remetia a suas crenças, desde os símbolos á Hécate e até outros artefatos representantes da morte; era um possível sinal para ele visitar a parte mais esotérica, não? Uma confirmação para que ele fosse realmente atrás de saber seu destino nas cartas, e tentar encontrar um propósito para sua estadia naquele corpo e naquela vida. Não importava tanto a situação atual, o eu triste que invadia sua mente tempos atrás, mas sim uma pessoa confiante e que deveria seguir o que realmente acreditava; essa era a possível mensagem que ele tanto desejava, e que parecia estar na sua cara todo esse tempo. Só ele mesmo poderia resolver seus próprios problemas, e ninguém mais.

Deixando o papo intelectual de lado, havia a frente um adversário a ser derrotado pelo Especialista e seu Xatu, uma pequena vela fantasma, que evoluía em um poderoso Chandelure, e que apesar de não ser do tipo psíquico como esperado pelo garoto, certamente era uma opção válida dentre as três a serrem escolhidas. Como método de captura, Franssoá escolheu pelo bom e velho combate, que começaria com Aztec já se posicionando (como se ele tivesse alguma posição de ataque, já que expressão faltava bastante por ali) a frente de seu mestre e desafiando o pequenino. Sem dar qualquer sinal, o pássaro disparou uma rajada luminosa e cheia de glitter para cima do foguento, que sofreu grandes danos (-20), e tentou se esconder em meios aos itens dali, diminuindo seu tamanho consideravelmente.

Az, para a tristeza do Litwick, conseguia prever o futuro, e por isso não se afetou com o aumento de evasiva do pequeno; pesquisou o ambiente com seus olhos perfurantes, caçando cada sinal de onde ele pudesse ter se escondido, e quando o encontrou, outra rajada luminosa fora disparada, energia pura comandada pelo bater de asas do psíquico, que demoliu qualquer esperança da vela de sair ilesa (-20). Agora, com a vitória, Jamie poderia capturar o bichinho, e assim que o fizesse, veria que ele deixaria para trás uma caixinha de prêmios, como recompensa secreta do evento; para além disso, em cima de uma das mesas havia uma plaquinha, "pegue-me", com um carretel de linha logo abaixo. Não dava para saber o objetivo de tal item, mas que mal faria pega-lo realmente?

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Mesmo bastante interessado no Litwick, Jamie sabia que ainda não poderia descartar as outras barracas, apesar da quantidade de psíquicos ser mil vezes menor nestas, ainda havia a chance de vir algum Pokémon muito raro ou muito forte, mesmo que não fosse o tipo do Especialista, e ainda assim poderia ser treinado. Esse já era mais ou menos o caso da vela, Chandelure era um monstrinho bastante poderoso, se treinado corretamente, e valeria a pena para o rapaz dedicar algum tempo a ele, mas ainda decidiria quanto a isso. E se viesse algum pseudo-lendário? Um dragão raro ou coisa do tipo. Ninguém havia negado a possibilidade de haver algum lendário ali ainda, mas não fora confirmado também; apesar da expectativa, o rapaz escolheu a próxima tenda, e o guia levou-lhe até lá, aguardando na porta como da primeira vez.

A sorte fora lançada, e não demorou muito para Franssoá adentrar sua segunda barraca; a princípio ele estranhou o conflito de temperatura, mas era bem óbvio o porque de tal coisa estar acontecendo. Se notasse, veria que metade da sala era decorada para água e gelo, com pequenas fontes termais de decoração, alguns colares de Mystic Water e Nevermelt Ice, e outros itens que remetiam ao azul-branco; do outro lado, contudo, tudo esbanjava cores quentes. Vermelho, laranja e amarelo eram predominantes ali, com algumas folhas secas, papéis de parede que remetiam a vulcões e outras coisinhas a mais. Independendo do lado que ela "escolhera", o Pokémon apareceu; um pequeno lagarto de fogo, do lado vermelho, com a cauda flamejante e bem conhecido por treinadores de Kanto. Ela lutaria, ou capturaria direto?

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Apesar de conhecido, a decepção era o maior sentimento presente no rosto de Jamie, ele claramente detestava o lagartinho, e nem mesmo se deu ao trabalho de pensar na possibilidade dele ter algo em especial; afinal, os Pokémon dali tinham chances de vir com Egg Moves ou Hidden Abilities, e isso não era algo que se descobria apenas olhando para eles. Mas, indeferente a situação, o rapaz apenas atirou a esfera contra o corpo do monstrinho, que não teve forças para lutar contra a porcentagem de captura, e desapareceu, deixando para trás um gosto amargo na boca de nosso protagonista: o gosto do azar. Mesmo que ele tivesse tirado um Pokémon bom na primeira tenda, ainda não era o que queria, e agora com esse Charmander, ele tinha certeza que não era isso que o destino o reservava.

Talvez ele precisasse passar por uma maré de azar para se desenvolver como pessoa, aprender a lidar com pouco, fazer muito com o que a vida lhe entrega, ou simplesmente estava sendo sacaneado pelo destino; qualquer que fosse a opção, ele não teria uma resposta, e a única coisa que ele poderia fazer por agora era seguir em frente. Sendo assim, foi isso que ele fez, deixou a tenda de número cinco para partir ao seu último sorteio, que também definiria qual seria sua escolha; ao sair da cabana, contudo, ele vira outro item que pedia para ser pego. Também era de costura, e também fora carregado pelo rapaz para a próxima sala, sendo este um saco com tecidos de cores variadas; na última aventura com a sorte de Franssoá, ele teria de ser mais sortudo, não é?

Bem, essa resposta era relativa, mas ele com certeza tivera um pouco mais de raridade com seu último Pokémon; a tenda de número três abrigava tipos distintos e que não conversavam tanto entre si, mas que com certeza tinham bons monstrinhos a oferecer. Novamente, ele só veria diferença das outras quando adentrasse ao assentamento, e quando ele o fez, as descobriu como sendo bem mais diferentes que a sala água-fogo; era basicamente uma divisão tripla, onde uma fatia do cômodo tinha máquinas e pedras preciosas, enquanto o outro trazia máquinas luminosas e brilhantes, e a última parte sendo mais obscura, com símbolos de caça e outras coisas que remetessem a lutas e combates. Do canto elétrico, surgiu um cachorrinho animado que correu na direção do garoto e subiu em suas pernas, latindo e até causando um pequeno arrepio em seus pelos, por conta da quantidade de eletricidade que ele carregava. Era bastante raro em Tohjo, e com certeza seria uma ótima moeda de troca, se assim Jamie desejasse.