Quando saíram do café, puderam perceber que o sol estava pertinho de se por, o gradiente celeste que passava do azul para uma espécie de amálgama entre o roxo escuro da entrada da noite e o alaranjado característico do contato solar em contraste com as coisas, aquele clima bom de fim de tarde que aquece o coração. Era bonito de se ver e ilustrava muito bem os últimos momentos da dupla.
Enquanto passavam pelas ruas de Goldenrod e um grande fluxo de pessoas fazia os seus trajetos naquele horário de pico, Madeline percebeu que Connor estava um pouco aéreo, pensando em algo... Imaginou o que pudesse ser, e mesmo se tinha alguma relação com ela, mas rejeitou a teoria. Se fosse qualquer coisa do tipo, seria como ela pareceu esquisita antes ou coisa assim.
Olhava para Lulu, que parecia feliz com seus dois novos amigos ígneos. De certa forma, eles pareciam complementar sua a pequena muito bem, o suficiente para que a Aron até tirasse os olhos da sua dona um pouquinho. Sabe, a metálica sempre foi ultra grudenta com Madeline, então fazer novas amizades parecia bom.
Ainda andava de forma casual, quando Connor resolveu aproximar uma das mãos novamente, encostou primeiro as costas da mão, foi até o lado oposto da mão de Madeline e os dedos formaram um mosaico por entre os nós e falanges, entrelaçados. Coisa de... encontro? Madeline não resistiu, mas não podia negar que era um movimento que sempre trazia uma sensação esquisita no coração.
- Ah, tipo... Eu costumava jogar aquele de luta, o Road Brawler, sabe? - Mencionou, olhando para os olhos do rapaz, o olhar baixando rapidinho para as mãos entrelaçadas por reflexo, mas nem fazia força com o gesto - Meus primos gostam bastante, então toda vez que eles viajavam pra cá a gente jogava junto. Faz um tempo já porque... Você sabe, né - Fez um sinal com a mão oposta levantada, os dedos para baixo balançando, como se simulasse chuva, forma deveras casual de representar as inundações em Tohjo.
- Além disso, nem teria como... Eles hoje são treinadores, também - A voz titubeou um pouco ao mencionar Yuri e Timothy, quase como se servissem de curiosos espelhos para o seu desejo de seguir como treinadora. Claro que não estava fazendo nenhum progresso nesse sentido naquela noite, mas se sentia bem e agora poderiam jogar alguma coisa, se divertir um pouco. Tudo bem.