永き日やあくびうつして分れ行く
炎 の 舞
"Se eu transpareço vagar, estar perdido, lembre-se que as verdadeiras histórias raramente seguem uma ordem específica."
Cidade de Goldenrod, Região de Johto
Período da Tarde;
Aquele tipo de música era familiar à ele, parecia ter escutado em algum lugar. Sua expressão seguinte ao som que saía alto dos fones de ouvido da garota, o fez primeiramente levantar as sobrancelhas e depois sorrir com o canto dos lábios, um tanto animado. O problema era que sua memória estava lhe falhando. Se Ignace falasse, talvez ajudaria a lembrar. Mas ambos os Pokémon que o acompanhavam naquele momento pareciam mais entretidos interagindo com a Lulu de Madeline. Talvez de curiosidade por não ser do mesmo tipo de habitat que eles provavelmente viveriam.
— Parece uma coisa que minha mãe colocaria para tocar, de preferência em uma daquelas vitrolas mais modernas. — Brincou, lembrando da história sobre comprar discos de vinil e vitrolas mais modernas para tal. Sua mãe amava essas coisas de choque entre o moderno e o tradicional, apesar de não abordá-los no teatro clássico dos Okabe de Ecruteak, agora em Sootopolis. Estavam ainda muito na onda da tradição familiar de escolas de atores daquela cultura apresentada na velha cidade, em Johto. Passado por gerações, seja de pai pra filho, como de mestre à aprendiz. — Ela gosta dessas coisas híbridas, inovadoras, por mais que aplique muito pouco na escola de teatro kabuki clássico. É meio que um negócio de passar a tocha e não deixar apagar, mas as vezes ela adora cantarolar ou atuar em outros lugares. Assim como meu pai gosta de transportar sementes e plantá-las em outros lugares, se for necessário pro lugar. Aqui em Johto precisou um pouco, uns tempos atrás...
Mas de qualquer forma, é natural de pacientemente escutar as frases ditas em seguida pela jovem, sobre sua vida. Bem, concordava que era um tanto... tediosa. Tinha de dizer algo. Meio que uma obrigação surgia, isso era esquisito, pois não era a melhor pessoa para isso. Superficialmente era despreocupado até o talo, e tinham um pouco de razão em opinarem isso, por mais que se preocupasse com vários valores, filosofias próprias, e claro, pessoas, lugares e Pokémon.
Inclinou a cabeça para frente, fixando o olhar nela.
— Pensa por um lado, algo positivo. O tédio ficou para trás. — Folgou novamente na cadeira, mostrando um sorriso tranquilo e sincero, esboçado em sua face preguiçosa. — Há um mundo além dessas calçadas, e está aí para se ver, lugares, histórias, pessoas e claro... mais louquinhos fofinhos iguais nossos amigos aqui. — Apontou para os Pokémon, entretidos ali do lado. — Se bem que só aqui nessa cidade, há bons picos para se ver, até apelar para o cliché de caminhar na praia no final da tarde, sabe? Já sei! — Bateu com a mão fechada na palma da outra, como se tivesse uma ideia genial, e sério, aquela gesticulação toda, expressões preguiçosas. Soava infantil, inocente.
Respirou fundo, e apontou, naquela distância que estava, para Madeline.
— Se eu não provar que podemos nos divertir só aqui em Goldenrod como nunca fizemos antes... eu... — Pausou, malandro. — Eu te pago um Bayleef Summer bem gelado na Taberna do Meowth Errante e ainda canto num karaokê um ode à minha falha como companheiro. — Agora tinha que torcer que Minerva fizesse um descontinho no cítrico drink Bayleef Summer que ele amava, assim como no Jumping Bellsprout. Seus favoritos que ela fizera na outra noite, já que ele dissera que adorava frutas cítricas. Mas não... não poderia perder! Não mesmo, era um desafio!
Quanto aos treinadores fabricados, sabia dessa história muito bem, ficando um tanto sério em expressão ao tocar no assunto. Talvez Ignace pudesse contar a história melhor, mas não iria, pois não sabe falar. Sacanagem lembrar disso toda hora, Connor, mas é pela piada ruim, sempre tocando nisso pela piada ruim.
— Os treinadores pré-fabricados, ou as vezes, selecionados. É o melhor dos casos, para não ser triste ao extremo. — Coçou o cabelo, meio sem jeito. — Tinha um tópico desses nos fóruns, eles possuem um cartão corporativo e descontos preferenciais em alguns tipos de loja. Alguns recebem Pokémons condicionados. Topei com um almofadinha desses em Sootopolis. Mas era iniciante, carregava um Pokémon leonino de fogo, era Litleo, Ignace? — Virou o olhar lentamente ao Cyndaquil, que deu um pulo com isso ser tão de repente. Confirmou com a cabecinha e um grunhido. Fortune estava em cima da mesa soltando grunhidos discretos como declamasse algo para Lulu enquanto Ignace parecia bater as patas como se fossem palmas. Esquisitos! Connor achava fofinho também, voltando sua atenção para Madeline. — Ignace os botou para correr com minha ajuda, estava enchendo o saco duma vendedora local para ter todos os Doces Fogaréu da venda. Ignace ama isso como todo Pokémon de Fogo ama, eu peguei um, só tinha dois, e segundo a vendedora, ele queria dez caixas e não tinha dinheiro vivo, só o lendário cartão. Ele pirou feio, mas demos uma coça nele. No outro dia, do evento lá que citei, ele foi apresentado como selecionado da região para o Cosmo Z Ace Trainer Project...
Pegou o celular para ver onde achava o flyer online, trombando com um tópico que havia escalado fortemente em Slateport os protestos contra a Vanillite Ice. #AbaixoVanilliteIce por toda rede, eles falavam nos fóruns árcades, além de apontarem que o negócio tava tão louco que havia menores no meio. Geração tá precoce, hein, pensou. Pelo menos para uma boa causa dessa vez.
— Mandei o flyer de recrutamento, tipo, meio do ano passado. Queriam treinadores iniciantes ou intermediários para a criação duma geração campeã, patrocinada e condicionada, mostrar o calibre da empresa. — Guardou o celular. — Falando nisso, tão descendo o cacete na Vanillite Ice em Hoenn. Eu li rumores de sujeira sobre nos fóruns, mas não sabia que escalaria tão cedo assim!
CONNOR veste uma simples camiseta branca e preta de listras não tão grossas, um cardigã preto aberto, calça jeans cinzenta escura e um tênis-bota escuro e discreto. Possui pulseiras de artesanato dito como nativo de algum continente dadas à ele por seu pai e alguns anéis de metal quase negro. Seu fone de ouvido com abafador, não muito grande, de cor preta com detalhes em verde neon repousa em volta do pescoço, o que combina com alguns bottoms nessa tonalidade em sua bolsa. Carrega consigo uma bolsa de alça um pouco longa de couro sintético escura.
Mencionando Madeline, Ignace e Fortune;
Nota: Começando os trabalhos :B
Nota: Começando os trabalhos :B