Pokémon Mythology RPG
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[Evento]Contos Natalinos

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"A noite de natal trouxe consigo união de muitas pessoas, risadas, festas, presentes e momentos de alegria, mas isso para as famílias que esperaram o ano todo para fortalecer seu laços ou para se reunir após muito tempo longe um do outro. E quanto aos flocos de neve que saem em conjunto e caem solitários na terra? São levados pelo vento e viajam passando por muitas casas e e seres vivos, isso fez o pequeno floco pensar 'Quem é minha família?' Lembrava-se apenas do momento em que saiu com todos os outros sendo puxado pela gravidade indo em direção ao solo sem ao menos ter escolha. O floquinho caía, caía e caía enquanto olhares curiosos o observavam sem ao menos saberem que ele é, eram tão parecidos, ninguém conhecia as origens de nosso floco de neve, muito menos conseguiam diferenciá-lo dos demais, mas uma coisa que nossa pequena partícula notava era o sorriso no rosto de todos aqueles por quem passava. 'Eles estão felizes comigo' pensou, 'Eu ainda não sei quem eu sou, mas sei que quero ver mais sorrisos' e assim ele fez. Caiu, caiu e caiu vendo lá do alto pessoas que olhavam para cima apenas por diversão demonstrando sua face sorridente, era o bastante para aquecer o coração do minúsculo ser que mal sabia que seu momento era curto. Um infortúnio, mas nenhum floco de neve pode viver por mais de alguns minutos, portanto o momento ao qual caiu ao chão finalmente chegou, mas não sem antes ele pensar 'Eu sou quem te fez sorrir', e mesmo com seu legado deixado, ninguém nunca mais ouviu falar naquele herói novamente. E você, já agradeceu às pequenas pessoas que te fazem sorrir?

Como funciona o evento?

• O jogador deverá criar um conto de natal até 25/12/2020. Qualquer conto enviado a partir do dia seguinte será invalidado.
• Os contos devem ser enviados neste tópico.
• Não é obrigado criar um conto no universo de pokémon, o tema pode ser trabalhado em qualquer universo existente.
• Textos que sejam usados para enviar indiretas para outros membros ou sociedades serão invalidados.
• Textos que quebrem as regras do fórum serão invalidados.
• As recompensas do evento só poderão ser resgatadas em um único personagem (principal ou secundário). Os itens serão recolhidos nos correios.
• Não há uma quantidade mínima de caracteres, nem uma quantidade máxima. Escreva o que achar necessário.
• Não. Não haverá premiação para o melhor conto. Todos receberão a mesma coisa.
• Os prêmios serão os seguintes:
[Evento]Contos Natalinos Exp.candys Exp. Candy S x03
[Evento]Contos Natalinos HeE16QN X-Mas Lollipop x03
[Evento]Contos Natalinos 3Q2NE1p Pelúcia do Grinch(Ice-Type)
[Evento]Contos Natalinos Supernova Supernova


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Off: ANTES DE MAISNADAQUERIDA ME DESCULPAR COM OS MEMBROS, ACREDITO QUE O CONTO CAIU DE UMA FORMA BEM RUIM PARA ALGUNS DEVIDO A ACONTECIMENTOS RECENTES, NÃO FOI MINHA INTENÇÃO FERIR OU DEBOCHAR DE ALGUÉM. DITO ISSO, MUDO O CONTO ESCOLHIDO PARA ESSE EVENTO. MAIS UMA VEZ, DESCULPE!

O conto de natal que não tem Pokémon no meio

 As luzes estavam fracas, noite de natal, no criado-mudo ela improvisou uma árvore de natal, na porta do quarto uma guirlanda de natal e na cama, ele, com um gorro de papai Noel.

  Nunca esqueceu a noticia que recebeu por telefone há dois anos atrás, um acidente de carro, a correria, o nervosismo, o hospital público, a dificuldade de fazer o pai dele, ex-marido dela, de custear a transferência do filho deles para o hospital particular, a explicação medica e a tentativa, em vão, de acalmá-la quando soube que seu filho, único, ficaria em coma.

 Sempre passava o natal com ele, esse ano estava sozinha, a família se cansou da cena, um misto de grotesco e pena, de passar o natal em um hospital com uma pessoa em coma que poderia viver assim para sempre. Ela nem se importava, gostava do jargão de mãe abdicadora, sem a intenção de gostar como dizia seu terapeuta.

 - Já está quase na hora filho – disse esperando uma resposta que não viria – preciso fazer sua barba de novo – tocou no rosto dele amorosamente – eu fiz rabanada, sei que você adora – começou a fazer massagem na mão dele – você parece um anjo dormindo, não acha que já dormiu demais? – um sorriso modesto se desenhou em seu rosto.

 Parou de monologar, substituiu as palavras pelo choro, um choro doloroso, choro de mãe!

 - Dona Rebecca – interrompeu a enfermeira – não chora dona Rebecca, ele vai acordar um dia – tentou demonstrar esperança na voz – o pessoal fez uma ceia para comemorar o natal, sabe como é plantão é plantão. Vem? – a segurou pela mão – se despede do Rafael e vamos.

- Vou sim – quebrou o silêncio – deixa eu desejar feliz natal para o meu menino – beijou a testa dele – feliz natal meu amor.

- Dona Rebecca, pega as rabanadas e traz, pode ser?

- Claro, vou levar sim – beijou o filho mais uma vez e saiu com a enfermeira.

- Ele vai acordar – disse a enfermeira tentando animá-la.

- Eu sei, mas está demorando.

 Andaram juntas pelos corredores do hospital indo em direção a sala de funcionários onde a ceia já rolava, com direito a comidas gordurosas e bebida.

 E no escuro do quarto decorado, dois olhos azuis se abrem e mostram que milagres de natal existem.


Última edição por Ancião em Ter 15 Dez 2020, 13:14, editado 1 vez(es)

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Conto de Natal Pokémon - O pequeno gigante!


Há uma época do ano em que pessoas e Pokémon partilham momentos de alegria e amor. Juntos, cada um do seu jeito particular, eles celebram o findar de mais um ano, e se preparam para receber o vindouro. Há muitas tradições e festividades, histórias e contos, lendas e personagens desta festividade tão única, repleta de magia e esperança! E é uma delas que vamos conhecer hoje.

Dizem as tradições orais que existiu um povo nômade muito antigo, que habitava uma região bem ao norte, tocando as planícies e montanhas gélidas do mundo. Era um povo que se orgulhava de suas músicas, poesias, trovas e, é claro, as histórias e contos! Por onde passavam deixavam alegria e esperança, campos nevados pintados com cores vivas, árvores decoradas com esferas cintilantes coloridas e presentes nas portas das casas. Tudo que eles conseguiam era partilhado por onde passavam, e aos poucos as histórias de homens e mulheres envoltos em um manto vermelho presenteando pessoas no final do ano começaram a se espalhar.

No entanto, em um fatídico dia, uma avalanche monstruosa tomou a montanha em que eles estavam alojados, não deixando nenhum sobrevivente. Bem, isso era o que todos acreditavam. Uma talentosa flautista chamada Layka conseguiu salvar a vida de seu pequeno filho, o jogando para dentro de uma caverna antes que a montanha caísse sobre ele. O pequeno garotinho agora estava sozinho, somente acompanhado de sua pequena flauta, a qual aprendeu a tocar desde muito cedo, sendo ela também sua única forma de se comunicar. Sim, o garotinho parte do mitológico povo trovador nômade tinha nascido sem o dom da voz. Mas o que lhe faltava em palavras, sobrava em talento para a música! Todos os sentimentos que a voz sequer poderia alcançar eram expelidos pelo garotinho, que agora se encontrava sozinho, segurando sua flauta com toda a força de seu ser.

Era frio, escuro, amedrontador. O pequenino avançava, mesmo sem saber para onde estava indo, continuava a caminhar. Sentia-se cada vez mais só, mais triste pela perda de toda sua família, amigos e povo. Naquele momento a única coisa que lhe restava era sua música. E assim ele fez, tomando sua flauta nas pequenas mãozinhas trêmulas de frio e entoando uma melodia carregada de emoções. Tristeza, dor, saudades daqueles que recém perdeu. Era uma música que trazia toda a sua dor à tona, assim como lágrimas.

Contudo, algo que ele não esperava aconteceu. Das profundezas sombrias da caverna, um grande urro ecoou! A neve tremia, como aos passos de uma criatura monstruosa, uma devoradora de mundos! E de fato, era! Uma colossal criatura surgiu na frente do pequeno garotinho! Será que sua música despertou o gigante? Sua grandiosidade era tanta que uma parte do teto coberta de neve cedeu, e a luz externa pode invadir o lugar, assim revelando a criatura como um gigante Abomasnow! A expressão raivosa da criatura fitou o pequeno garotinho, que estava amedrontado. No entanto, o Pokémon não se moveu. Apenas fitava o garotinho. Ele, por sua vez, sentiu o medo se esvair, e olhou para a criatura. E, novamente, levou sua flauta aos lábios, entoando uma nova melodia. E não é que o Abomasnow gostou da música? Gostou tanto que começou a dançar e a cantarolar! “ABOMASNOW! ABOMASNOW!”, ele saltava de um lado para o outro, fazendo o garotinho cair na risada. Sim! Ali, naquele momento, o garotinho pôde rir, alegremente, como nunca pôde ter feito antes! Acontece que toda essa dança fez com que mais partes da caverna cedesse, e logo uma saída para outro lado da encosta da montanha fora revelada! O garotinho estava a salvo!

A luz do amanhecer invadiu os olhos do pequenino e do gigante. Era o amanhecer do solstício, um dia dito como mágico. E de fato, ali havia surgido uma amizade mágica! O pequenino correu para perto do Abomasnow e o abraçou. Bem, na verdade ele mal conseguiu envolver uma das pernas do gigante! Este, por sua vez, levou suas grandes garras na direção do pequenino e, suavemente, o colocou sobre seus ombros. Ali, ele podia ver o mundo de uma forma nunca antes vista! Em gratidão, o garotinho retirou seu gorro vermelho e colocou sobre a cabeça do gigante, como um presente de amizade bem engraçado, já que ele voltou a rir. Abomasnow, por sua vez, encheu o peito de ar, movimento este que quase fez o pequeno cair de seus ombros! Então, ele assoprou sobre sua própria garra, criando uma grande bola de neve e entregando para o menino! Após essa troca de presentes, menino e monstro nunca mais se separaram.

Até hoje dizem que é possível ouvir as canções alegres da flauta do menino na noite de Natal. Não se sabe, ao certo, seu nome, mas os registros mais antigos o chamam de “Nunou”, que significa “pequeno gigante” em uma língua muito antiga. Nas noites frias de final de ano, Nunou e Abomasnow descem a montanha para presentear as crianças bondosas e acertar uma bela bola de neve na cara das mal criadas! Dizem, também, que na noite de Natal, Abomasnow assopra seu vento gélido nas árvores, congelando parte delas e formando pequenos cristais de neve, que deixam todas elas cintilantes à luz do luar! Para aqueles que querem receber presentes de Nunou, estes devem deixar gorros vermelhos na porta de suas casas, onde estes aparecem repletos de presentes na manhã seguinte! Mas é claro, aqueles que deixam um prato de doces e um copo de leite recebem presentes melhores!

Este, meus amigos, é um dos vários contos que carregam consigo a magia do Natal! Feliz Natal à todas e todos!

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24 de Dezembro. Mais uma vez sendo acordado pela minha mãe porque esqueceu de comprar o bacalhau para céia de natal. Já não basta no dia anterior ter ficado o dia todo em Madureira em busca de uma "lembrancinha" qualquer para aquele parente que sempre tem uma desculpa para não comparecer aqui em casa hoje.

Lá vamos nós para a Adega D'Ouro em busca do melhor bacalhau do subúrbio, mais uma vez encarar a fila de virar a esquina. Pelo menos tem um bolinho para se deliciar na fila, né? Enquanto isso fico ouvindo a minha coroa reclamar que ano que vem não terá mais céia lá em casa, ainda mais que fulano e ciclano não querem fazer nada... Todo aquele papo que o "povo só quer vem a nós e ao nosso reino nada". É engraçado porque no ano que vem ela será a primeira a organizar o natal.

Bacalhau comprado, é hora de fazer junto com umas batatas e também fazer um bolinho para tira gosto. Terminar as preparações ligando para meia dúzia de familiares para confirmar um horário e eles só chegarem uma hora depois. Arrumar a mesa de jantar com uma toalha nova natalina, lembra das compras em Madureira ontem? Então, essa toalha foi comprada no mesmo dia no Mercadão. Montar a árvore, colocar os presentes do amigo oculto em baixo e notar alguns pisca-pisca defeituosos.

O horário chega. Minha mãe reclamando de novo. Dessa vez, do atraso dos nataliantes e novamente falando que será o último natal que ela vai fazer. O primeiro a chegar é o meu pai, sempre tentando reconquistar o coração da minha mãe com algum presente caro que fará ele ir pro SPC em alguns meses. Coitado... Só foi chamado por causa da minha avó e da minha tia.
Falando nelas, elas chegam logo em seguida... Como sempre meu pai com ciúmes da minha avó que chegou junto com minha tia e não com ele. A véia não tem pápas na língua e manda ele tomar no cu, de quebra ainda pede pra ele pegar as comidas e o presente que ela trouxe no carro da minha tia. Sabe o tiozão do pavê? Na minha família é a tiozona do pavê. Assim que meu pai chega com o pavê pra colocar na geladeira, ela solta a famígerada "é pra vê ou pra comê?". Sabe o que é o pior? Eu sempre rio.
Por último chega minha tia por parte de mãe, com seu marido segurando o peru de natal -já que ele não come bacalhau-, que vou chamar de tio pra ser mais fácil de identificar.

Se preparem para a sequência a seguir... A tiozona do pavê solta a seguinte frase: "que isso hein, tá segurando o peru com jeitinho". Em seguida meu tio pega um bolinho de bacalhau e come. Lembra que eu disse que ele não gosta de bacalhau? Segundo ele, bolinho de bacalhau é diferente de bacalhau e a primeira discussão da noite acontece. Vai entender, né.
Tem mais, meu pai e minha tia brigando por causa de terreno da minha vó que nem morreu ainda. Um pedido de dinheiro aqui e ali, cobrança de empréstimo do natal passado. Uma verdadeira confusão, porém todos acabam fazendo as pazes com algumas rodadas de Brahma, jogatina e reclamações do quão merda foi esse ano.

Céia na mesa, Roberto Carlos na TV, presentes do amigo oculto distribuídos -que mais uma ano eu ganhei meias- e abraços de meia noite -incluindo ligar bêbado para a crush desejando feliz natal-. Não existe nada melhor que a nossa família e se chorei ou se sorri, o importante é que emoções eu vivi.

Qualquer semelhança com pessoas ou fatos, foi mera coincidencia.
...Feliz natal a todos!
♥
O melhor Natal é do Brasil


_________________
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De Volta para Minha Terra


25 de dezembro, o dia que marcava uma data muito especial em Opelucid. Era a chegada do inverno, ou Período do Kyurem, o dragão lendário da Região que dizem vir de outro planeta. Era uma época recheada de comidas, festivais e muitos turistas para verem a apresentação dos dragões onde grupos criavam grandes fantasia das 3 lendas de Unova: Reshiram, Zekrom e o já citado Kyurem. Apesar de ninguém nuca tê-los visto, as pessoas criavam as fantasias usando seu imaginário, dando um ar de originalidade a tudo.
 
Dando uma pausa depois de sair do Zoologico de Kanto, Katakuri decidia voltar para sua cidade e comemorar por lá. Fazia pouco tempo que realmente havia deixado o lugar, mas ele sentia como se tivesse ido embora há décadas. A saudade de casa batia forte, principalmente de sua avó. Pegava um avião e decolava em uma longa viagem, aproveitando para refletir sobre os vários acontecimentos. Virou aprendiz, derrotou vários líderes de ginásio, se juntou a uma sociedade e depois trocou por uma que parecia ter uma proposta melhor. Conseguiu seu dragão favorito, o Gible!
 
Por falar nele, ali estava! Deitado em seu colo, encostando a cabeça em sua barriga enquanto dormia. Katakuri passava a mão de leve pelo pokemon, fazendo carinho devagar. Aquele momento poderia durar para sempre. Nunca imaginou que um dia teria aquele pokemon. Ainda não acreditava. Apesar das turbulências, achando que iria ter que doa-lo, no final tudo deu certo. Os olhos de Katakuri começavam a se encher, pronto para chorar...mas ele se segurava bem...já estava bom de choro. Aproveitando o travesseiro da poltrona ao lado que a pessoa dormia sem estar usando, o jovem pegava e colocava para Gible apoiar a cabeça. Quem via ele assim não imaginava que era um carnívoro nato!
 
Enfim, aterrissava no aeroporto da megalópole. Como ela era grande e complexa, cheia de prédios, carros e afins...comparado a Opelucid, Hoen inteira parecia uma grande fazenda. Como era bom estar em casa! Quando saia da área de desembarque, sua avó e avô já estavam esperando. Abraçou os dois fortemente, contente demais por finalmente vê-los – Nossa...como eu amo vocês!! Estava com tanta saudade! – não iria perguntar de seus pais...eles nunca vinham nesse feriado. Era uma data que trabalhavam bastante. Sempre foi assim.
 
Abraçado com os dois, entrava no carro e ia notando as mudanças na cidade – O velho Hax fechou? Não acredito! Poh, amava esse local – felizmente, não havia fechado, apenas mudado de endereço. Enquanto conversava sobre a vida, suas conquistas e afins, digitava para rever seus amigos da cidade. Eram apenas 4, mas gostava muito deles. Seus avós lhe deixaram no novo Velho Hax que estava bem moderno, até com uma estátua móvel de um Haxorus na porta, bem temático.
 
Entrando lá, respirava fundo, com uma imensa alegria de estar de volta. Enquanto esperava seus amigos, experimentou o Axew Burger, as French Fraxures, famosas batatas fritas da cidade e o Draco Refri. Não eram muito saudáveis...mas uma vez na vida não ia matar ninguém! Estavam deliciosos como sempre, fazendo Katakuri ficar conversando com o dono que o conhecia, afinal o treinador de dragões sempre ia nas festinhas lá ao som de muito Punk, Rock and Roll e até uma Eletrônica. Bons tempos.
 
Finalmente, seus amigos chegaram! Peros, amigo de infância, Oven, brother da escola e a Smoothie, sua ex namorada e melhor amiga. Katakuri os abraçava com força, feliz de revê-los assim como eles também estavam. Conversavam sobre as mudanças na cidade, deixando Katakuri surpreso com Iris ter assumido o Gym interino enquanto Drayden cuidava da saúde. Ela era tão nova e líder de ginásio...deixava Katakuri com inveja! O ruivo comentava sobre suas conquistas, fazendo seus amigos tirarem sarro dele, achando que era mentira até ele mostrar as insígnias, dando seu sorriso confiante, saindo por cima antes das gargalhadas gerais. Estavam combinando de ver o festival juntos no outro dia, depois que Katakuri ficar um tempo com seus avós.
 
Enquanto combinavam horários e tudo, um trio que o jovem conhecia bem entrava no local, apontando para ele de cara. Eram os riquinhos da cidade que zombavam dele por seus pais trabalharem no Circo, dizendo que eram palhaços de beira de estrada e que odiavam o filho inútil deles...antes, Katakuri partia pra cima...mas sempre apanhava. Eles eram ricos, com pokemons já e o rapaz não tinha nenhum. Seus amigos se levantavam antes dele e a troca de farpas começava, passando para xingamentos até que o maromba se levantava – Obrigado gente, de verdade...vocês sempre estiveram ao meu lado...mas agora eu vou ensinar uma lição para esse pessoal – apontava para o mais velho – Pound, vamos para uma batalha pokemon, o que acha? Vou te derrotar e encher tua cara de soco – aquela declaração fazia os ânimos se exaltarem e o bullyneiro não iria deixar passar no meio de tanta gente.
 
Do lado de fora, eles puxavam seus pokemons, o mesmo Fraxure de sempre, com uma Altaria e um Alola Exegutor que era novo...mas nada demais. O trio se achava por ter aquilo. – Vocês não evoluem mesmo, não é...os mesmos pokemons, só mudou um coqueiro. Ainda bem que fui em busca de novos ares, me fez perceber como o povo daqui é acomodado, se achando por serem uma cidade de dragões. Não merecem os pokemons que tem! – com o semblante clássico de sua confiança ao extremo, chamava Haxorus, Kingdra e Noivern, até assustando os desafiantes. Não deu outro, foram estraçalhados pelo trio de Katakuri que batia até nos treinadores, não os deixando fugir. No fim, os três levaram fortes cuecões, com o jovem os deixando pendurado pela cueca em galhos de árvores próximas. Só de ter conseguido sua vingança, já valeu a pena aquela viagem! Katakuri e seus amigos iam rindo do feito e conversando durante todo o trajeto até a casa do aprendiz de Carlos.
 
Sua casa? A mesma de sempre. Seus avós eram do tipo que não gostavam de mudanças de jeito nenhum...na verdade era algo quase cultural. Se achavam a maior e mais importante cidade de Unova, se desligando dos novos tempos e vivendo em sua bolha. Katakuri nunca ia crescer ali, isso era certo...talvez se tivesse conseguido entrar na Academia, mas não conseguiu os pontos suficientes para se classificar para ser bolsista. Não tinha grana para pagar a anuidade. Em verdade, até tinham, mas seria com dificuldade e Katakuri não achava que sua formação naquele lugar fosse tão importante assim.
 
O aprendiz passava o dia com seus avós: lavava as louças, preparava os pratos com sua avó, ajudava a aparar a grama com seu avô. Pintava o muro com seus pokemonse desemperrava a porta do deposito. Mais pela noite, sentava no sofá e ia ver novela com sua avó enquanto seu avô lia livros de lendas antigas...parece que tinha chegado uma nova revista que ele assinava. Não haviam mudado nada, fazendo Katakuri esbanjar um leve sorriso. Quando seus avós iam dormir, o rapaz voltava ao seu quarto, deitando em sua cama.
 
Ali era seu santuário. Cheio de posters de Lance, Clair, Drayden e pokemons dragão, principalmente o Garchomp que era sua coxa de cama e forro do travesseiro. So quem estava com ele era o pequeno Gible que havia passeado pela rua e se divertido com as atividades de seu treinador. Estava acordado e observava tudo ali: os brinquedos de dragões, a televisão na parede onde Katakuri assistia aos torneios de batalhas. O guarda roupa planejado e de madeira. Gible vasculhava tudo e Katakuri fechava os olhos, se lembrando dos bons tempos que passou ali. Quanto aos seus outros pokemons, estavam deitados do lado de fora: Noivern, como sempre, pendurado de ponta cabeça e suas asas o revestindo quase, em um poste de luz. Haxorus, Flygon e Druddigon deitavam no quintal, com Malygos dormindo na piscina.
 
Pegando o Gible, deitava com ele na cama e tentavam dormir...mas Katakuri já havia deitado muito durante o voo de 15 horas para la e o Gible também não parecia querer. Observando o pokemon, o treinador teve uma ideia que lhe vinha à memória. Durante essa época do ano, por conta dos turistas e alta visitação, a Grande biblioteca da Academia ficava aberta 24h para qualquer pessoa. Katakuri já passou muito tempo ali lendo sobre dragões ou mesmo ouvindo as palestras gratuitas. Decidiu ir lá novamente, junto com o tubarãozinho.
 
Já era quase 01h quando decidiu sair, se arrumando e fugindo de casa, como nos velhos tempos, sem acordar ninguém. As ruas estavam não tão vazias quanto ele esperava, com bêbados andando e bem mais viaturas policiais do que ele se lembrava. Por ser uma cidade grande e a Biblioteca ficar em uma área nobre, era tudo bem iluminado e com policiais passando constantemente. Katakuri até pegava umas frutinhas para dar ao seu pokemon...mas ele apenas gostava de carne! Passou em uma lanchonete 24h e comprou um hamburguer para ele, devorando feliz e arrotando por fim...parece que somente arrotava quando a comida estava deliciosa, que safado!
 
Cumprimentando o guardinha que até reconhecia Katakuri, o jovem adentrava aquele enorme lugar que possuía os dizerem no alto, escrito na língua antiga: “um dragão somente atinge seu máximo nas mãos de alguém preparado”. Aquela frase sempre guiou o aprendiz de Carlos a dar o seu melhor para cumprir o que essas palavras diziam. Lembrou-se da primeira vez que sua avó traduziu os dizerem para ele...parecia que tinha aberto sua mente para sempre.
 
3 andares de livros, diversas mesas de leitura, áreas com computadores para poder assistir vídeos...e agora tinham bota uma área de realidade virtual! Que maravilha...mas infelizmente ela estava fechada já. Katakuri pegou alguns livros, seus favoritos e provavelmente únicos que conseguia ler facilmente dali! Com Gible em cima da mesa, ainda comendo seu sanduiche, o treinador lia para o pokemon que parecia prestar bastante atenção, dando mastigadas mais devagar. A história era sobre a princesa Alextrasza que comandou Opelucid e parte de Unova com mãos de ferro, mantendo a paz e derrubando os bárbaros. Fez grandes conquistas e um reinado longo e próspero. Depois, mudava para o nome que originou o apelido de Gible, Balerion. O dragão que habitava as montanhas próximas da cidade, protegendo sua prole e os pokemons outros que por ali viviam de humanos que vinham os capturar para usar em seus exércitos. Ele era tão forte que derrubava legiões de soldados e treinadores. Era um Haxorus Shiny na história e agora era o seu Gible! Como seu pai dizia, dar nome aos pokemons é importante, os diferencia do resto e os tornam únicos. Dar ao seu tubarão um nome icônico desses mostrava que ele poderia ser tão poderoso quanto! O dragão, por sua vez, até tinha parado de mastigar de tão atento que estava.
 
Ao final, depois de ouvir os grandes relatos de Balerion, Gible ficava animado, pulando e rugindo ali, fazendo com que Katakuri fosse chamado a atenção e quase expulso. Deu trabalho controlar o tubarãozinho...mas mostrar as gravuras do livro ajudou. Viu vários dragões, ilustrações no caso, e pessoas que sempre estavam com eles. Como afirmava o ditado, um dragão somente conseguia alcançar seu máximo ao lado de um bom parceiro!
 
Começando a bocejar e vendo que Balerion já tinha até dormido, era a deixa para irem. Voltava caminhando pela cidade, aproveitando tudo aquilo. Ela era linda, bem iluminada e cuidada. No Velho Hax tava até rolando um showzinho, mas não tinha tempo nem disposição para aquilo no momento. Ao chegar, perto das 4h, via Haxorus e Flygon “mandando ver” enquanto Druddigon olhava...Katakuri se espantava e saia dali na hora...mas o barulho de Visenya gemendo ficava em sua cabeça até o momento que entrava na casa, quando  sua avó ligava a lâmpada, dando um susto grande no jovem enquanto a velha ria – Eu já te disse, Kata...sempre sei quando você sai da casa... estou muito feliz que veio para o festival. É um momento de reflexão, união e amor, anunciando a chegada do frio com as famílias ficando mais próximas. Faça um bom desejo amanhã viu! – ela apagava a luz e ia para o seu quarto, se levantando do sofá.
 
O desejo...quase se esquecia. Os festivais davam todos no centro da cidade onde havia uma grande fonte e vários dragões da Região esculpidos ao redor. Segundo a cultura, ao final do desfile, chegando na fonte, a pessoa pegava uma moeda e realizava um desejo, jogando-a na fonte e os dragões lendários iriam atender. Uma superstição que o jovem quase nunca se importava...mas iria tentar dessa vez. Desde que passara a aceitar Rayquaza com o deus dos dragões e seu padroeiro, passava a ser um crente em coisas místicas...espero que o trio de Unova não se zangue com ele!
 
No outro dia, de manhã cedo, Katakuri era acordado por seu avô. O velho era desgraçado, da turma do 5 AM...o fuso horário diferente confundia o rapaz pra caralho! Acordou puto...mas nada que o café maravilhoso de sua avó não resolvesse! Estava novo em folha ou quase isso. Os cafés de Hoen eram uma bosta, nem se comparavam com os de Opelucid... na real, nada em Hoen se comparava a sua cidade natal a não ser para quem quisesse ser um fazendeiro!
 
A família terminava de fazer os pratos e deixar guardados para o almoço. Visenya, sua avó, havia dado a ideia de chamar os amigos de Katakuri para irem lá almoçar e ir todos juntos para o festival Tomando um belo banho e se arrumando, alimentando também seus pokemons antes de volta-los para as pokebolas, exceto Balerion, a família Dawn entrava no carro e ia até o festival que mais gostavam, do Kyuren. Encontrava seus amigos por lá e passavam horas passeando!
 
Brincavam nos estandes que iam desde tiro ao alvo até um parecido com o teste de força do Doll Fanfest. Um trem em formato de Kyurem levava crianças e seus responsáveis pela larga rua. “Cartomantes” também tinham suas barracas para ler a “sorte”...como dava pra ver, era uma cidade que acreditava bastante em coisas místicas e sobrenaturais. Dessa vez, ia lá com os amigos e a moça dizia que ele logo iria ter uma conquista enorme, um grande dragão estava em seu futuro. Enfim, ainda haviam outras brincadeiras, mais voltadas para crianças como pula-pula, piscina de bolinha, futebol de sabão e afins. O grupo, na real, estava afim era das guloseimas, comendo de tudo um pouco e tirando fotos...por falar nisso, iam até as cabines de fotos para se divertirem lá, fazendo várias poses e caretas. Katakuri guardava o resultado em sua carteira, amando muito tudo aquilo.
 
Se divertindo a beça, logo chegava o grande Kyurem, um dragão branco com azul, parecendo o gelo em forma de pokemon! Era uma grande fantasia onde muitas pessoas estavam dentro, fazendo o bicho se mover. Da cabeça do bicho ficava saindo um ar gélido e as pessoas iam até lá, ficar com os cabelos cheios de cristais de gelo. Como não poderia deixar de ir, se jogava com tudo, ficando com a face e os cabelos congelados. Tirava mais fotos com os amigos e seus avós, unidos pelo gelo na cabeça! Acompanhando o festival e o dragão de rua, chegavam até o centro da cidade, na fonte, junto com o desfile do Reshiram e o do Zekrom.
 
Pegando sua moedinha, fechava os olhos e a lançava, desejando ser um treinador bom o suficiente para poder preparar o Gible o melhor que ele podia e um dia ter um Garchomp, seu pokemon favorito! Queria forças e pedia para Rayquaza, não para Kyurem! Por falar no tubarão, ele também aproveitava tudo, inclusive nadando na piscina de bolinhas e indo no pula-pula. Comeu de tudo, participou das fotos. Enfim, o serviço completo!
 
Já perto das 17h, o grupo voltava para sua casa e terem uma refeição decente, vindo também os outros parentes seus como tios, primos...quase todo mundo morava ali! Não era muito próximo de nenhum deles, era verdade...mas gostava deles, afinal, eram família. O banquete era servido, tendo cada vez mais comida trazida por seus parentes. Seus amigos se deliciavam mais uma vez...se tinha uma coisa que acontecia muito nesse dia, era comilança! Katakuri ia sair dali com 5kgs a mais no bucho!
 
Todo mundo se divertia, conversava...aquele era o real significado do festival, unir as pessoas, celebrar a vida e a chegada de uma nova estação com todos bem e esperançosos para com o futuro. Porém, nessa hora, o jovem se retirava um pouco, indo para a rua e aproveitar um cigarrinho de maconha que Oven tinha trazido. Era dos bons e ajudava a relaxar...precisava, pois pensava em seus pais que nunca estavam presentes nessa data. Era pra celebrar em família e eles não vinham...quanto ironia.
 
Enquanto refletia, não sabendo se ficava puto com seus pais ou feliz por estar ali aproveitando, Smoothie se aproximava, dando um esbarrão em Katakuri que sorria e abraçava a jovem – Muito bom de verdade estar aqui de volta, Smoo. Estava com saudades de todos – a garota, assim como sua avó, parecia lê-lo como um livro aberto...seria esse um poder das mulheres? Ela colocava a mão no ombro dele, como se solidarizando com a situação – Sei que não gosta de admitir, Kata...mas sente falta dos seus pais bastante. Eu creio que eles queriam estar aqui, ma – Katakuri a interrompia e mostrava seu celular: uma mensagem dos dois dizendo que sentiam muito por não poder ir, mas era uma época de muito movimento para o Circo, principalmente agora que estavam por Sinnoh.
 
Smoothie demonstrava um sorriso meio sem graça, mas voltava a tentar conversar com seu melhor amigo – Eu sei que eles te amam...mesmo que seja difícil às vezes você ver isso. Quando a gente namorava e eu vivia mais aqui, percebia claramente o quanto eles se preocupavam. Sua avó até me contou que seu pai não te tirava dos braços durante os 3 primeiros dias de você nascido! Passava o dia te olhando e cantando. Sua mãe te pegava pra dormir com ela todo dia...sei que tu sabe disso. Não pense como se eles não estivessem aqui, pois eles estão.  Esse momento com os amigos e a família, conversando, brincando, se divertindo e aproveitando a vida...tudo isso é o que eles sempre quiseram pra você. Não fica pra baixo, enterra esse cigarro ai e vamos voltar – as palavras de Smoothie ajudavam a consolar um pouco Katakuri que se virava e a abraçava com força, agradecendo.
 
Era hora de agradecer por tudo, mais uma pagina se completando e outra perto de aparecer. Tantas alegrias, conquistas, dificuldades...tudo havia levado Katakuri até aquele momento. Hoje, tinha tantas pessoas que haviam deixado um pouco delas com ele e outras que iriam deixar com certeza, pensava em Lukas, Nicolas, Kathryne, Winnie...todas excelentes pessoas que havia tido o prazer de conhecer. Por enquanto, iria aproveitar ali, com sua família e amigos de infância, celebrando! Antes de entrar, agradecia também a Rayquaza, seu padroeiro.
Valeu Ranzito!

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Nota :



永き日やあくびうつして分れ行く


"No fundo mesmo, não havia mudado com o tempo, sempre prezou pelo brilho nos olhares de quem se importava."





Um ano longe, Connor suspirava, sentado em uma das mesinhas postas naquele local, em frente em um dos restaurantes de rua em Goldenrod, algo bem tradicional, vozes de conversas, pessoas, o choque entre o calor de aglomeração, da cozinha, das comidas e o frio da rua naquela noite. As luzes fortes em meio a noite, seja do pequeno estabelecimento, da grande metrópole.

Logo seria Natal, não é? Repousava o queixo na mão apoiada pelo o cotovelo na mesa, olhava o movimento nas ruas. Estava sozinho naquele dia, o cheiro dos espetinhos de legumes empanados fritos ao molho local, quentinho numa média tábua em sua mesa, havia devorado poucos, estranhamente pensativo.

O telemóvel que possuía estava guardado em algum bolso do casaco aconchegante e folgado. Poderia haver mensagens, mas viajava. Pegou um dos espetinhos com a mão, comendo um segmento, sentindo os vários sabores contrastantes. Era bom, mas faltava algo.

Lembranças de um passado, claramente...

Voltamos à Ecruteak, uns bons anos atrás... bons anos mesmo! A imagem dum pequeno Connor, mais arrumadinho, uns oito ou sete anos. Os cabelos negros, curtos. Comia um espetinho daqueles, igual ao que o Connor do futuro saboreava. Assistia ao lado de seu avô, também comendo espetinho, os ensaios do teatro Kabuki que a companhia da família geria. O velho estava com um olho em três coisas, espetinho, tentando não fazer sujeira, escutar o ensaio e o mais importante… preste atenção! O mais importante! A papelada da famosa exposição de bonsais com a competição do bonsai mais bonito e natalino!

Pois é! As memórias refrescavam sobre a competição mais badalada entre os velhinhos da vizinhança! Qual seria o bonsai mais boa pinta, bem cuidado?! Tim Flanagan, pai de Connor, tentava auxiliar o sogro com seus famigerados segredos da botânica de campo e acadêmica, mas não! Vovô Okabe prezava a tradição. Bonsie-chan, seu mais novo bonsai tinha que seguir aquela experiência de anos! De mãe, pai para filho!

O velho assinava a papelada em meio a sua ambição de Bonsie-chan dar aquela brilhada, causando o recalque na velharada. Já havia alguns anos que não ganhava. Ano passado, ele nem havia participado do concurso e da feira, pois a trupe Kabuki iria participar numa ação com a secretaria da cultura com a prefeitura de peças infantis de comédia. E o velho manjava bem de roteiro de comédias.

Era um tempo duro de trabalho cuidando da sua jóia, evitando Connor e a trupe de derrubá-lo no quintal. Sonhava acordado, ao ponto do Farfetch’d selvagem que acompanhava o neto pra cima e pra baixo, apelidado de Musashi deu uma leve beliscada num segmento de seu espetinho, por moscar! O jovem Flanagan riu com aquilo.

— Pato maldito! — Praguejou o velho Okabe, acordando pra vida naquele momento, Musashi grunhiu, fingindo que não era com ele. O pokémon sempre mantinha a pose de samurai! A mãe de Connor e filha do velho, chamada Yukino, fuzilava o pai com o olhar por estragar a encenação que ela assistia por dirigir, meio que desconcentrando o músico também. A Umbreon parceira dela apenas bocejou de leve e olhou para a direção que a mulher olhava. — Olha esse pato, menino, você sabe que eu tenho que preencher bem a papelada do Bonsie-chan. Esse ano vamos mostrar para os vizinhos qual é o maior artista da vizinhança, além de mago do mahjong.

Connor sempre achou aquilo deveras engraçado à altura do natal, pois bonsais, pelo que seu pai dizia e seu avô materno vivia repetindo eram frutos da paciência de anos! Um trabalho de criação, cuidado, o verdadeiro triunfo da botânica, apesar de seu pai negar, por não ter tido paciência de criar um para participar da tal competição de final de ano com o sogro.

Tim, àquela altura, provavelmente estava comemorando o recesso de tarefas com Ernesto Urbina no pub, com mais membros de sua pequena turma. O filho, Connor, se perguntava o que raios tinha de tão importante num pub naquela época que não conhecia os mistérios do etílico mais petisquinho.

— Estou pensando em te dar um bonsai de natal, Connor. É arte, é divertido, aí no final do ano podemos tomar os prêmios da associação. Vai te ensinar à ter mais modos que esse… pato. — Continuava o velho, mais baixo, claro que o Farfetch’d grunhiu, desgostoso. Connor folgou na cadeira, esticando o braço para passar o resto do seu espetinho para o glutão Musashi. — A juventude renovaria a associação, além de aprenderem a arte, a beleza, a gentileza. Isso é bom, ter a paciência e alegria para compor as peças, ou suportar um embate em dominó. Melhor que se render à uma caneca de alco… voltando aos bonsais… — Lembrava que havia prometido ser mais puritano sobre o que era álcool ou fumo com o menino, havia prometido a Yukino, sua filha.

Enquanto ele falava dos bonsais, seus olhos brilhavam. Lembrava que também brilhavam quando falava uns bagulhos esquisitos para a vovó. Os olhos de sua mãe, Yukino, brilhavam em conjunto com os de seu pai, Tim, e ambos também tinham seus hobbies e trabalhos.

Uns dias atrás tinha ido ao Rancho Moo Moo com seu pai e uns caras da Associação de Criadores para negociar uma conciliação entre o pasto e a mata. Os olhos do grandalhão ruivo Tim Flanagan brilhava em proteger a gigantesca árvore que segundo ele, tinha anos, assim como a vegetação. A solução? Plantar frutos, e aquilo havia feito um trabalhão favorável para Associação de Criadores, pensava o Connor de hoje em dia, venda de irrigação mecanizada, tecnologia, né!

O pequeno Connor parecia adorar conviver, aqueles pedacinhos, fragmentos da felicidade alheia que se intensificavam todo final do ano. Observava junto de Musashi o sopão que vovó ajudava em Goldenrod. Via também lá Ernesto Urbina com sua filha, coordenando o fluxo de matéria prima para a alimentação de moradores de rua e também de quem quisesse almoçar ou jantar ali. O brilho no olhar.

Voltando às memórias de vovô, lembrava de Bonsie-chan. O cuidado para não tremerem seu “pedestal”. Bonsais são delicados até mais que uma donzela, Connor, ecoava a voz do velho em sua cabeça, nos dias de hoje. Tão poético, brega e antiquado, mas era vovô, deixava um riso escapar, tímido.

Suas memórias antes daquela exposição de bonsais da velharada era de ir ao templo com sua mãe e seu tio Mamoru, o rapaz alto, mais novo que sua mãe pendurava um pedido para passar numas provas que o ajudaria a se tornar um detetive de sucesso no futuro.

— Tome, Connie. — Dizia Yukino, dando uma plaquinha ao filho naquela ocasião. O pequeno olhou a mãe e então para Musashi, que grunhiu de volta. Seu tio Mamoru levantou as sobrancelhas e antes de que a mãe do garoto o desse uma canetinha para por o pedido, o homem lhe deu sua caneta da sorte do vestibular para anotar. Yukino soltou um risinho gracioso, como de costume. — Dobrando as chances graças com um pouco da sorte do tio. É para fazer um pedido e amarrar ali… — Apontou para o jardim de natal onde o tio Mamoru havia pendurado o dele, tinha até pensado em comprar mais plaquinhas, mas sua mãe supersticiosa bateu na mão do irmão falando que desejos para o destino não era a loteca. — Mas não nos mostre, viu? Combine aí com o Musashi!

O pequeno Connor olhou para o Farfetch’d, que olhou para ele e soltou um grunhido, movendo a asa, como se gesticulava, igual à um humano. O garotinho olhou bem para a plaquinha, levantando as sobrancelhas, parecia tranquilo, como sempre.

Já sabia!

Escreveu pedindo que Bonsie-chan fosse o melhor na feira. Isso iria somar duas pessoas fazendo pedido pelo bonsai, né? Como não podia acumular placas igual bilhetes de loteca! Vovô iria amar… como o jovenzinho era inocente naquela idade. Andou em direção dos galhos mais baixos onde crianças ou gente baixinha amarravam e eram respeitados pelos mais altos, sempre acompanhado por Musashi. Passou acenando para a sacerdotisa gentil que queria lhe mostrar um lugar ótimo. Vai Bonsie-chan, pensava consigo mesmo ao amarrar.

— Feito? — Sua mãe lhe fez um cafuné, sorrindo. Seu tio Mamoru parecia mexer no celular, mas lhe sorriu com o canto dos lábios.  — Seu tio vai encontrar a Pidovinha dele agora… — Mamoru corou e protestou, meio perdendo o jeito enquanto Yukino debochava e claro, Connor perguntava se seu tio iria adotar um Pokémon exótico? Por falar aquilo alto, Mamoru suspirou sem jeito e sua mãe riu graciosamente.

Se separaram pois sua mãe havia ficado de ver no lugar do marido, se as roupas tradicionais feitas à medida dele haviam sido reforçadas no alfaiate para as festividades do templo.

Connor lembrava que seu pai por ser grandalhão sempre num intervalo de três anos acabava colecionando rasgos que nem os conhecimentos de figurinos da trupe auxiliavam. Lembrava que o conjunto que ele havia ganhado dos sogros havia desgastado completamente no ano passado, precisando comprar um novo. Era engraçado ver o gigante pedindo desculpas todo sem jeito mesmo não precisando.  

Quanto a Bonsie-chan… bem… a história se resumia que Connor acompanhou seu avô e o tio Mamoru na tal feira e torneio. Lembrava da rivalidade cordial dos velhos e de seu tio brincando para ele e Musashi que saíam faíscas dos olhos da turma lá igual nos quadrinhos que ele havia doado ao sobrinho.

A feira era divertida por alguns motivos, tio Mamoru parava com os estudos totalmente no Natal, isso era fato. Enquanto o vovô Okabe ficava trocando farpas igual um cavalheiro com seus amigos do bairro, ele, o tio e Musashi iam numa barraquinha próxima comer ramén. Não tardava nem alguns minutos, o velho Okabe enchia para voltarem e cuidarem de Bonsie-chan e seus “irmãozinhos”.

Tio Mamoru, sem papas na língua falava algo como “do jeito que esses velhos tratam esses bonsais parecem até vendedores desses cogumelos esquisitos”, Connor também era meio sem papas na língua e havia ido à biblioteca municipal procurar por cogumelos loucos e levou aquela desconversa da bibliotecária. Lembrava depois de ter perguntado ao tio o que era, com seu pai, botânico, do lado. Tim Flanagan deu só dois tapinhas vigorosos no ombro do cunhado, que riu sem jeito, falando de jogos de videogame que cogumelos faziam algum tiozão dobrar o tamanho.  

Enfim, Bonsie-chan não venceu aquele ano, para a tristeza do velho Okabe.

Entretanto, era o bonsai que mais havia chamado a atenção da imprensa local. Lembrava de seu avô todo pomposo, por dar relatos ao jornal sem ser sobre o teatro ou festividades, dando suas lições sobre bonsais. Vendeu os irmãos de Bonsie-chan, certamente. Um ele doou para um rapaz da Universidade de Criação interessado em praticar.

Aquilo causou a inveja na velharada, fazendo com que no ano seguinte, inteiro mesmo, pudesse ver seu avô indo nos torneios de jogos de tabuleiro da cidade com o peito estufado refletindo como um move de Pokémon alfinetadas de seus vizinhos. Era engraçado.

Voltamos agora à Connor nos tempos atuais, bebendo um chá em temperatura ambiente enquanto comia, disperso nessas memórias. Suspirou, deveria ver o celular, certamente. Não havia ficado de combinar com o tio Mamoru para irem à Sootopolis? Pois é, talvez veria Athina e Lamre também por lá.

Prezava pelos brilhos nos olhares até hoje, apesar da superfície preguiçosa, calma até demais. Se levantou, mexendo no celular. Amanhã não teria o famoso karaokê no Meowth Errante dos Urbina? Precisava se adiantar e combinar de encontrar Tee e Maddy por lá. Simplesmente não poderia deixar Minerva garfar todos os prêmios. Irônico no fundo, ser meio parecido com seu velho avô.







Mencionando muitos nomes;
Nota: Connor de Natal, ou não.




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Havia uma senhora, uma senhora de característica mesquinha e ignorante. Cresceu na vida não se importando com ninguém a não ser a si mesma ou o que condiz.
Em época de fim de ano você sabe como são as propagandas: "faça o bem a alguém" ,"seja fraterno", "ajude uma criança". Mas para alguém assim, a pessoa só ignorava.
Terminou seus afazeres e pegou estrada para ir embora para casa, e o clima não estava bom. A chuva vinha acompanhado de uma forte ventania e pingos pesados e gelados. No caminho, uma moça mais jovem, negra, humilde de vestido bordado. Lutava tentando carregar uma sacola de alimentos e ao mesmo tempo um guarda chuva que a puxava para outra direção.
A senhora em si, pensou em ignorar, mas por algum sinal divino em sua cabeça a fez ficar com pena assim que aquele guarda chuva se contorceu, virando ao contrário e quebrando no processo.
Ela parou seu carro e deu sinal para que a moça entrasse. "Onde você mora" ela perguntou. "Muito obrigada. Moro não muito longe, na comunidade do paz."
A senhora logo se arrependeu. A comunidade da paz era nada mais que uma favela local muito conhecida pela sua violência. Ela poderia ter expulso a mulher do seu carro, mas logo do outro lado havia um outdoor reforçando mais mensagens de positivismo "Que nesse natal acenda as luzes do seu coração".
Sem muito alarde, mas não conseguindo esconder a repulsa, resolveu levar a mulher até a porta da sua casa. Com medo e nojo de cada olhar de alguém pobre sobre o carro caro.
"Muito obrigada pela carona. Que Deus lhe abençoe." disse a moça, feliz de estar de volta ao seu lar, onde uma idosa na cadeira de rodas esperava na porta, aliviada pelo de sua filha estar sã e salva daquela tempestade.
Por outro lado a senhora voltou para casa revoltada por ter feito tal ação. Deixar uma estranha entrar em seu veículo, entrar numa favela e ainda sujar as rodas do seu carro já que não havia asfalto em um lugar tão pobre.

Os dias passaram, e era véspera de natal. A senhora esperava a vinda de sua filha para comemorar o feriado, mas o telefone toca e notícia de que a filha havia sofrido um acidente na estrada e que estava em estado crítico no hospital.
Desesperada fostes ver a situação da filha, segundo os médicos, elas precisava de um doador de sangue urgente, mas seu sangue era do tipo raro, e os bancos de sangue não havia nada disponível. A senhora chorou por não ser compatível, era viúva e aquela sua única filha. Se não conseguisse um doador, sua filha poderia morrer.
Percebendo o desespero da senhora, uma faxineira do hospital decide se aproximar. "Qual o tipo sanguíneo da sua filha?". "O negativo" respondeu a senhora.
Ao enxugar as lágrimas e olhar pra cima se depara com um rosto conhecido. "Esse é meu tipo sanguíneo também, posso ser voluntária para a doação de sangue?".
Era a mesma moça que ela resolveu abrir as portas do seu carro naquele dia. Sem pensar, a senhora apenas se levantou e abraçou a moça com força, agradecendo pelo ato de bondade.
E deu certo. É muito raro alguém que não compartilha parentesco ser compatível assim, mas por um milagre a transfusão foi bem sucedida, e a filha pôde viver.

A moral dessa história é que devemos fazer nossa parte para ajudar o próximo, sem olhar raça, gênero, status social. Pequenos gestos podem se transformar em algo maior.



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Frio



[Evento]Contos Natalinos 220px-Lake_Acuity_winter_anime

Snowpoint, Sinnoh, 24 de dezembro, seis anos atrás.

Assim que os primeiros raios de sol entravam pela janela da casa, a garotinha abria seus olhos devagar. Ela ainda estava meio sonolenta, mas estava ansiosa para o que poderia acontecer naquele dia. Esfregou os olhos, e ajeitou o cabelo antes de se levantar da cama num salto. Soltou um longo bocejo, daqueles que dava até um calafrio gostoso, e depois saiu de seu quarto descendo as escadas correndo.

Era a manhã da véspera de natal, e apesar de não ser um dia tão importante, para aquela garotinha era o melhor dia do ano. Seus pais não entendiam o motivo de tanta felicidade naquele dia em especial, já que ela sempre ficava o ano inteiro isolada, amuada e triste. Sempre sozinha, já que não tinha amigos, ela se acostumou a ficar dentro de casa apenas olhando pela janela, enquanto as outras crianças brincavam.

Melissa escovou os dentes, tomou seu café da manhã, e somente depois disso tudo, é que tirou o pijama, trocando para uma blusinha de manga fina, e um short confortável. Sua mãe lhe lançou um olhar surpreso, já que lá fora estava com dez centímetros de neve. A garota então lhe deu um sorriso e colocou uma touca de lã, depois disso saiu correndo pela porta da frente.

Por onde passava as pessoas lhe lançavam olhares de desaprovação. Mães seguravam seus filhos perto de si, e algumas crianças corriam na direção dos pais. Mas Melissa não se importava, não naquele dia. Desde que saíra de casa pela primeira vez sem vestir um agasalho, percebeu que era diferente das outras pessoas, mas para ela, era muito mais confortável estar em contato com o frio, do que se vestir com aquele mundo de roupas. Mas aquilo acabou trazendo estranheza para todos que a conheciam. E mais tarde, para todos da cidade.

Depois de atravessar a cidade correndo a garota finalmente chegava à sua extremidade. A montanha coberta de gelo à sua frente, era o seu destino final. Então, depois de pegar mais um pouco de fôlego, ela tirava a touca e jogava em um arbusto para depois seguir correndo em direção ao lago congelado que ficava localizado em algum lugar no meio daquelas montanhas.

Quando tinha seis anos, Melissa tinha fugido de casa na manhã do dia 24 de dezembro, e acabou chegando naquele local isolado que muitos tinham dificuldades para chegar. Por ser uma pessoa com extrema resistência ao frio, ela não tinha nenhum problema para andar por ali, nem mesmo no inverno rigoroso. Na primeira vez que esteve por ali, acabou se encontrando com um grupo de pokémon locais, que aproveitavam a superfície do lago congelado, para se divertirem.

Então, assim que chegou ao Lake Acuity novamente, pelo terceiro ano consecutivo, lá estavam eles, seus únicos amigos. Sneasel, Snorunt, Swinub e Snover. Estavam todos a esperando, como sempre faziam. Ao vê-los, a garotinha finalmente sorria, um sorriso tão lindo que era capaz de aquecer seu frio coração.

O dia passava rapidamente, enquanto eles se divertiam correndo, brincando e patinando no lago congelado. Mais tarde, como todo ano, Delibird passava por ali como sempre fazia, para poder deixar um agradinho para o grupo. Melissa adorava esse momento, já que a ave sempre levava deliciosas frutas para que eles comecem.

No fim do dia, a garota se despedia de seus amigos, e seguia de volta para a cidade, já pensando em voltar no ano seguinte. Mas enquanto descia a encosta da montanha, acabou se deparando com um estranho pokémon. Seu corpo era pequeno e cinza, com a parte de cima de sua cabeça tendo o formato de um capacete amarelo. Além disso, uma bela gema vermelha se acomodava em sua testa, e seus olhos permaneciam sempre fechados. Melissa ficou apenas parada o observando passar, mas guardou aquela lembrança com bastante afinco.

Slateport, Hoenn, 24 de dezembro, hoje

Glace acordava cedo como sempre fazia, e depois de se arrumar descia para o saguão principal da Mansão Avengers. Era um dia bem especial para ela, então, com um sorriso no rosto, ela seguia em direção ao jardim e liberava seus amados pokémon. Sneasel, Snorunt, Piloswine e Snover. Ela os abraçava e os agradecia por estarem sempre com ela. Depois ela se sentava na grama, e os deixava se divertirem um pouco, enquanto pensava em quanto sua vida havia mudado. Seu rosto agora já estava se acostumando a manter um sorriso. Amigos, agora ela tinha amigos. E muitos companheiros. Estava feliz, finalmente feliz de verdade.


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ivy
1993. Branca era a incomum neve que caía sobre a pequena cobertura da simpática casa nos arredores de Olivine City, forte como o cheiro do cozido tradicional que fugia pela janela entre-aberta na residência das Bley. Ivy fazia dezessete anos junto ao nascimento de Cristo, mas isso jamais fora um problema para a jovem mulher, tão religiosa por influência de sua mãe, apegada ao celeste Arceus de forma como nenhuma garota de sua idade era. A matriarca estava atrasada para o jantar de Natal, provavelmente por conta de suas peripécias como treinadora por toda Kanto-Johto, que tornavam viagens curtas em meses e mais meses sem notícias; a loira já estava acostumada, tendo para si que muito provavelmente teria que cear sozinha. Não que isto incomodasse Ivy, filha e mãe eram tão apegadas que entediam todo e qualquer possível problema que poderia surgir dentre seu relacionamento antes que se tornasse de fato uma adversidade. Seu pequeno porém aconchegante quarto era decorado com os mais clichês formatos de coração: Ivy era uma sonhadora e acreditava que um dia encontraria seu príncipe encantado. Em sua escrivaninha bagunçada, uma dobrada carta de aceitação na Universidade de Kalos, tão prestigiada e concorrida por todos ao redor do mundo, dobrada perfeitamente embaixo do pequeno e apagado abajur dourado que ali havia.

Bley deixava o banheiro já vestida em sua típica roupa de Natal: um vermelho vestido de alças grossas, com altura até o joelho e um belo laço esmeralda de cetim em seu centro. As longas madeixas loiras presas em dois coques perfeitamente iguais, presos por dois elásticos, também esverdeados. Um ultrapassado penteado para a época, mas o favorito de Ivy. Suas castanhas janelas reluziam os coloridos pisca-pisca gentilmente colocados ao lado de fora de sua janela de vidro, iluminando a simples porém bem cuidada casa. Seu semblante era animado, por mais que estivesse sozinha. Aproximou-se do telefone que possuíam no corredor que levava à cozinha, hesitando por um momento a tentativa de ligar para sua mãe, com medo de que a atrapalhasse caso estivesse em algum lugar não muito amigável. Seus dígitos soltaram a enrolada corda do telefone, somente para dar um leve tapinha sobre a parede de concreto, aceitando o fatídico destino que a aguardava: jantar sozinha. Seus pés, descalços, adentravam a simpática cozinha e sentiam o frio da brisa que aprofundava-se pela fresta da janela entre-aberta, arrancando alguns arrepios em sua espinha. Por único momento seu coração sentiu: algo estava estranho.

Algo estava para mudar.

Um leve motor poderia ser escutado à distância, o que fez Ivy caminhar até a janela antes mencionada, debruçando-se sobre o branco balcão e quase derrubando o faqueiro ali presente. Gargalhou de sua própria trapalhada e um sorriso de orelha à orelha enfeitou seu rosto: era ela, sua mãe havia voltado para o Natal. Os olhos cerraram-se quase que por completo na esperança de enxergar melhor o interior do carro que se aproximava, já que parecia que Olivia não estava sozinha. E de fato não estava.

O carro diminuiu sua velocidade e da porta do carona uma loira senhora por volta de seus quarenta e cinco anos saía com seus braços abertos para receber Ivy, que sorria e quase se emocionava de felicidade. Apesar de feliz em reencontrar sua mãe após meses fora, os acastanhados olhos da loira voltaram-se diretamente para a entre-aberta porta do motorista, que revelava um alto moreno de vinte e cinco anos, trajando um enorme sobretudo azul marinho e roupas brancas que iluminavam ainda mais seus cerúleos olhos. Olivia explicava, apressada para deixar a nevasca e entrar em sua casa, que seu carro havia quebrado no caminho e que James ali presente fora o responsável por ajudá-la a chegar em casa à tempo para o Natal.

Sentaram-se a mesa alguns minutos depois, com a senhora contando os mais extensos e detalhados detalhes de suas aventuras pelo mundo. Seu Kadabra, já liberado de sua Pokéball, ajudava Ivy a colocar o cozidos nos pratos, certificando-se de que nada caísse ou sujasse a branca toalha de mesa de crochê feito pela loira mais nova. Olhares entre os mais novos eram trocados quase que por toda hora, onde após Olivia se cansar de tanto falar, James explicava sobre sua vida em Cianwood e como era bom viver às margens do enorme oceano que abraçava a cidade litorânea. "Aventureiro" adjetivava a si mesmo com sua grossa e profunda voz, marcante pelo belíssimo sorriso que enganaria qualquer tola adolescente. Cansada, Olivia decidia ir se deitar, deixando Ivy e James à lareira, onde criavam uma conexão tão grande que para os físicos era forte o suficiente para existir por si só.

Horas se passavam e promessas foram feitas, seladas por um único beijo que encerrou a noite. Cronicamente enamorada, Ivy parecia ter encontrado o que há tanto procurava e somente encontrava em seus livros de fantasia: amor. Fechara a porta de seu quarto com borboletas no estômago, devaneante sobre o que o futuro poderia reservar caso continuasse apaixonada. Os olhos castanhos voltaram-se diretamente para a carta de aceitação da Universidade e os dígitos, apressados, seguraram o papel contra seu peito. Estava dividida, mas no fundo, sabia exatamente em qual direção seguir. Ambas mãos seguraram a singela carta, rasgando-a no meio e arremessando-a, em pedaços, dentro do lixo de seu banheiro. Ali, naquele exato momento, a loira selara seu destino e escolhera deixar Kalos para trás, seguindo seu instantâneo amor por onde quer que ele fosse.

Oh, pobre Ivy Bley, em alguns anos o destino há de lhe mostrar que fizera a escolha errada.

Enquanto isso não acontece,

Sentada sobre a janela com pequenas e brancas luzes piscantes,

Deixando a neve cair sobre seu alvo e inocente rosto,

Fantasiando sobre um futuro que nunca há de vir,

Feliz Natal.

life was a willow and it bent right to your wind

_________________
Bônus:
- Especialista II Psychic;
- Gestora Rocket:
- Skill Rocket: Queimando a Largada! (+3 Atk; +3 Sp. Atk para Pokémon em batalhas);
- Skill Rocket: Aprendizado Prático. (20% a mais de EXP em batalhas durante uma Missão Rocket);




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Awards :

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Um retrato seu?

Uma caixa de chocolate!

Esses caras da sua idade só querem ver sacanagem, compra uma revista daquelas que...

N-não diga isso, Jake!

Era mais um final de ano para a grande família Okido. Todos os seis filhos tinham voltado para Hoenn, para a fazenda da família, como costumavam fazer em todo Natal.

Desta vez, pela primeira vez, Karemachena também estava em uma jornada e tinha voltado para ver a família. Em todos seus outros dezessete natais, a garota já estava em casa sem fazer nada, mesmo...

Eu não sei, gente... Eu não acho que chocolate seria apropriado nessa data, e eu não vou comprar revista nenhuma, Jake.  — Disse de forma ríspida uma bela jovem de feições perfeitas, esculpidas com o único intuito de serem elogiadas... E aí de mim se não descrevesse Karemachena assim!

E o retrato? — Indagou um rapaz loiro de olhos azuis e corpo musculoso. Bem, será difícil você se lembrar dele apenas por essa descrição, porque ela se aplica a todos os irmãos, na verdade... Façamos assim, então:

Tonchenko, o irmão bonito.
Giomorjeno, o irmão animado.
Jakemanticis, o irmão preguiçoso.
Dimanuctiu, o irmão nervosinho.
E Matecalut, o irmão esperto.

Quem fez a pergunta foi Tonchenko, o Tom, inclusive. Rapaz de uma beleza singular, perdendo apenas para sua massiva vaidade. Enquanto sugeriu aquilo, mexia em seu cabelo e ajeitava sua blusa, sentado no sofá da sala da família Okido.

Bem... Eu sei que sou linda, mas você não acha que ele vai enjoar de olhar pro meu rosto se eu desse um retrato meu...? — Indagou a jovem de cabelos rosas, apreensiva, enquanto enrolava uma mecha de cabelo em seus dedos. — O Ty é estranho. Ele nunca me elogiou muito, sabe...

Essa afirmação é meio presunçosa da sua parte, Karen. — Disse Matecalut, o Matt. Ajeitou seus óculos no rosto e em seguida suspirou, se deitando de maneira desleixada em um outro sofá. — Eu acho que vocês perdem muito tempo pensando no que vão dar. Seria mais lógico dar a primeira coisa que veio na sua mente.

Afinal de contas, é Natal, cacete. Qualquer coisa esse pivete vai aceitar, oras. — Disse Jakemanticis, o Jake, bocejando em seguida. — Vocês tão ligados que a ideia do Natal é só arrecadar mais dinheiro, né? Compra algo caro e pronto. Aproveita e deixa a etiqueta que daí ele não tem nem coragem de falar mal.

Que horror, Jake... — Disse Karen, se ajeitando em sua cadeira. — Espera... Por que vocês cinco estão no sofás e eu tô nessa cadeirinha de madeira desconfortável?!

É Natal, Karen! — Exclamou Gio, sorrindo e se levantando do sofá. — Vem cá! — O rapaz se aproximou de sua irmã, preparando para abraçar ela “de lado”, passando seu braço por trás do ombro da garota e puxando ela para perto. — Você me orgulha tanto! Já tem tantos Pokémon, HAHAHA!

O que isso tem a ver, Gio? — Indagou a jovem, segurando o rosto de seu irmão com as mãos para evitar ele de se aproximar mais. — Eu preciso dar algo de Natal para o Ty, e vocês definitivamente não estão me ajudando assim.

Mas ele tem razão, Karen. — Disse Jake, coçando seu bumbum, “esparramado” no sofá, de forma bastante imprópria e sem o mínimo de etiqueta. — Quem te via até ano passado não te imaginava sendo uma treinadora. Ainda mais especialista. De lutadores... — Ele cheirou sua própria mão e continuou. — O que você fez com a minha irmã idiota e vaidosa?
Que rude! Ninguém fez nada comigo, tá? — Disse a menina, bufando e cruzando seus braços, algo que fez com que Gio conseguisse se aproximar e abraçar ela com força.

FALANDO EM FAZER ALGO COM VOCÊ... — Disse Dim, ajeitando sua posição no sofá e se projetando para frente. — Se esse pedacinho de bosta que você chama de namorado fizer qualquer coisa antes de vocês se casarem, eu juro que eu-

NATAL. — Exclamou Karen, empurrando Gio para longe, que acabou soltando sua irmã e dando alguns passos para trás, rindo da impaciência da sua irmã.

NÃO MUDE DE ASSUNTO, KAREN! EU JÁ SEI O NOME DELE, O SOBRENOME, O ROSTO, AS ROUPAS, A CIDADE NATAL, A IDADE, COR FAVORITA, TIME DE POKÉMON, EMPREGO... Eu mato esse cara! Eu juro que mato se-

Dim, você é quem tá mais bolado com essa parada da  Karen namorar, né? — Indagou Matt. — Como se isso não fosse acontecer um dia...

Foi cedo demais! Ela é uma treinadora iniciante, não pode perder tempo com isso, e... — Dim parava seu ímpeto de raiva por um minuto, coçando o queixo e começando a pensar nos motivos pelos quais ele estava irritado. — Enfim! Eu sou irmão dela, tenho que protegê-la desses vândalos!

Gente, e o presente de Natal, por favor... — Disse a jovem de cabelos rosas, suspirando novamente.

Hum... E se você fizer um bolo?!

Um jogo de última geração. Todo mundo gosta disso!

Um retrato seu.

Vocês não tem jeito, mesmo... — Karen falou, enquanto massageava suas têmporas com ambos os dedos. — Falando nisso, eu achei um Big Nugget naquele evento que teve em Johto. Acho que vou comprar uma lembrancinha pra vocês, também!

Ooooh! A Karen com dinheiro?!

Impossível!

O que você fez com a minha irmã imbecil...?

V-vocês... O que vocês pensavam de mim...? — Perguntou Karen, com uma feição furiosa em seu rosto.

É, no final acho que a jovem não precisaria dar nenhum tipo de lembrancinha “paga” para nenhum de seus irmãos. Mesmo que não demonstrassem com clareza, estava claro que a presença da caçula, muito mais madura e crescida, era mais do que suficiente para alegrar o coração de todos os irmãos que ali estavam. E o mesmo acontecia com ela, também.

Inclusive, no final do dia ela decidiu dar um retrato seu, mesmo... Feliz Natal, eu diria.



Natal Okido

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