Pokémon Mythology RPG
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[Evento]Contos Natalinos

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Era uma vila pequena, poucas casas, poucas pessoas e poucas árvores. Eu, um pinheiro que estava para nascer, não sabia o que outras árvores que vivem ali são, mas tenho certeza de que eu serei tão bem cuidado como elas. Eu era um simples brotinho quando me plantaram na praça, ainda me lembro de todo o cuidado que tiveram para que eu ficasse bem posicionado. Eles cuidavam de mim tão bem e com tanto amor que eu não tardei em crescer.

Foram muitos anos para eu virar a maior árvore de toda aquela vila, as pessoas vinham me visitar, algumas comiam embaixo de mim, faziam piquenique, outras até chegavam a namorar e deixar seus nomes escritos em um coração que faziam em minha casca. Eu era tão feliz por ser importante. O melhor de tudo era que mesmo no inverno eu era bastante querido, eu vou até falar para você o cuidado especial que eles tinham comigo, o enorme carinho que eu recebia de todo mundo.

Existe uma época no ano em que eles me enchem de enfeites. Esferas coloridas, várias fitas, luzes, uma estrela em cima de mim. Sim, eu era a árvore mais bonita também, a que tinha a melhor aparência e que reunia a vila toda ao seu redor. A melhor parte era que todos colocavam presentes embaixo de mim e vinham com seus amigos e familiares para que cada um ganhasse o que tinham preparado para eles. Eram dias tão bons, eram momentos que se estendiam por horas, até mesmo pela semana, as festas traziam muita coisa para se fazer.

No final, eles limpavam e me tiravam os enfeites. Eu ficava triste, mas eu sabia que não podiam deixar comigo o tempo todo. Eu reforço em dizer sobre o quão bem cuidada como árvore eu era. Sim, o maior e mais bonito pinheiro de toda a vila. Se você quiser, pode me ver no que eles chamam de natal. Eu quero dizer para você o que eles dizem para os outros: Feliz natal e um próspero ano novo.

Essa é a minha história. Um pinheiro.

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Last Christmas



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Posicionei a Cheri glaceada ao lado de outras duas no topo do Clafoutis, orgulhoso do resultado final. O creme exalava o cheiro de especiarias típicas desta época do ano, principalmente de noz-moscada. Havia algo nos aromas sazonais que me deixavam mais relaxado e feliz do que de costume.

- Haru? – Ouvi a voz firme da senhora Cradbury me chamando e institivamente me virei, tentando manter contato visual. – O que ainda faz aqui?

Victoria era a confeiteira chefe do Maison Des Papillon e a minha tutora. Em seus prováveis sessenta anos, ela apresentava um corpo marcado pela idade, mas saudável. Ao contrário do estereótipo de “senhorinha que cozinha bem” ela quase chegava a um metro e oitenta de altura e tinha um corpo esguio. Trajava um vestido-uniforme com detalhes de asas de Vivillon, a mascote do estabelecimento. Os seus cabelos eram cinzas, ela não fazia questão de pintar mais, o que a realçava a sua beleza natural, livre de procedimentos estéticos.

- Terminando a última encomenda, senhora. – Respondi, educadamente, empacotando a sobremesa em sua caixa de entrega. – Só preciso decorar a embalagem com os enfeites, por o lacre de segurança para despachar.

- Hoje era o seu dia de meio expediente. – A expressão da profissional combinava confusão com rispidez.

- É eu sei, mas Marco me avisou da sobrecarga e eu resolvi agilizar algumas das encomendas, terminar outras e fazer o mise en place do resto. – Exibi o melhor sorriso que consegui, pois o cansaço havia me roubado parte da disposição para interagir.

- A troco de quê? – Ela indagou, um pouco mais ríspida.

- Semana passada você me deu férias antecipadas e quando eu voltei tudo estava um caos. – Expliquei, antes de ir direto ao ponto. – A sua filha vem hoje para Santalune e você vive dizendo que não consegue muito tempo para vocês duas. Então eu deixei quase tudo pronto, só não fiz o que está avançado demais para mim.

- Em primeiro lugar: obrigada, querido. Agora eu posso saber o que te inspirou? Não consigo imaginar nada que me fizesse abdicar do meu tempo livre para ajudar alguém que me paga no final da noite. – Parte do comentário da chefe era brincadeira, outra era uma sutil alfinetada ao proprietário do café.

- Você conhece aquela história dos Três Espíritos do Natal? – Perguntei, já sabendo o que Cradbury poderia me responder.

- Por Arceus, Haru. É uma lenda boba inventada para comprarmos mais coisa no final de ano. – Debochou, seguindo as minhas expectativas.

- Eu gosto da mensagem, também é bem fácil evoluir como pessoas com base em cada ensinamento. – Usei um tom calmo. Agarrei o embrulho com o Clafoutis e o depositei gentilmente ao lado das outras encomendas que seriam entregues no final da tarde. – Haunter, o espírito do natal passado. A assombração emocional dos nossos erros concretos. Froslass, a realidade fria que revela os nossos arrependimentos. Por fim, Mismagius nos lembra da magia das nossas decisões e como elas nos impactarão. Todo ano temos que lidar com eles, mesmo que não apareçam para nós de forma tão caricata.

Antes de me despedir, cheguei perto da senhora e a abracei. Ela estava tão presa em seus pensamentos que só conseguiu me retribuir nos segundos finais. Puxei uma caneta e escrevi na etiqueta da sobremesa de Cheris o nome da minha tutora, desenhando uma carinha feliz e um coração para quebrar a tensão da história.

- Feliz natal!


(C) soph


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Era o último dia aula naquele ano. Mas o ano letivo não acabaria, continuaria no ano seguinte, após as festas, devido uma enorme crise de saúde mundial. Então a professora de português mandou escrevermos um conto natalino. Era nossa tarefa naquelas duas semanas de recesso que teríamos.

Eu não estava no clima, não veria a maior parte de minha família, pois não faríamos uma festa. Pois a crise de saúde continuava e era muito perigoso nos reunirmos. Tinha perdido dois parentes, um tio e o filho dele. Meu primo era dois anos mais novo que eu e meu tio era cinco anos mais velho que meu pai. Ambos contraíram a terrível doença que não ouso citar e isso abalou muito minha família. Abalou tanto que minha avó morreu 1 semana após, acreditamos que de tristeza.

Agora ouço falarem tanto que "o mundo vai mudar", que teremos "um novo normal" e que devemos ter fé e esperança que tempos melhores virão, apenas porque começaremos um novo ano.

Não consigo engolir que isso tudo que ocorreu seja culpa de alguma numerologia sinistra desse ano, ou algum evento bizarro astrológico. E nem que os antigos previram isso há incontáveis gerações passadas e não demos atenção aos sinais.

Não acredito! Não engulo! Não aceito nada disso! Tudo fantasia simplista...

Me dá raiva ouvir tudo isso...

Teoricamente é tão fácil combater essa doença, mas tantos riem das normas de segurança e não se importam com quantas pessoas estão sendo afetadas e perdendo suas vidas, ou de seus entes queridos.

Entendo que a professora queira que afloremos nossos sentimentos e escrevamos coisas sentimentais e positivas, para nos revigorar a "força, fé e esperança". Como todos vem dizendo.

Mas como posso ser positivo, esperançoso e otimista numa época tão caótica? Os números de mortos são aumentam. Não temos uma previsão séria para quando tudo voltará ao normal. Pois mesmo prestes a lançarem as vacinas, surgem mutações virais ainda mais poderosas, muito rápido. E as pessoas parecem mais preocupadas em ganharem e gastarem dinheiro, do que cuidarem da própria saúde e menos ainda, uns dos outros.

Estou cansado de discutir. Estou cansado de explicar para quem não quer entender. Estou exausto de notícias ruins, tristes e revoltantes. Estou exausto...

Entendo a necessidade do positivismo para as outras pessoas, mas me cansa que algumas ignorem a realidade e usem o positivismo para alimentar essa ilusão de que as coisas estão melhorando de uma forma ou de outra e que nada mais precisa ser feito. Não precisamos mais nos preocupar ou qualquer coisa parecida.

As vezes me sinto o único no mundo a me sentir assim, aí percebo que há outros como eu. Mas estamos todos tão exausto que não conseguimos nem nos apoiarmos uns nos outros.

Não sei mais o que fazer, passei numa rua em que estava cheia de pessoas em situação de rua, pareciam recém despejados. As crianças tinham os olhos arregalados e perdidos, pareciam ter fome. Era visível. Me pediram, mas não dei. Não tinha... Mal tinha para mim...

Voltei para a minha casa e me joguei na cama, tentando esquecer do ocorrido e esperando que quando acordasse, descobrisse que tudo não passara de um terrível pesadelo.

Mas não foi o que aconteceu. Ao acordar, vi que não havia passado nem meia hora. Eu estava inquieto, irritado, deprimido, decepcionado. Comigo mesmo. E também com todo o mundo. Me sentia insignificante. Poeira cósmica ante um universo de problemas colossais. Sozinho, eu nada poderia fazer.

Resolvi navegar na internet, numa rede social, vi que algumas pessoas estavam distribuindo alguns pratos de ceia de natal para as pessoas carentes e em situação de rua. Corri até lá, expliquei sobre a família que eu havia cruzado não muito longe dali. A ONG pegou um carro e me levaram até o local, aonde servimos a família uma pequena e grandiosa refeição. Se é que posso dizer assim.

Não havia luxo, era simples e pouco, mas parecia suficiente para satisfazê-los e fazê-los chorarem. Todos choramos muito. Principalmente quando perguntaram quando voltaríamos. Não tínhamos uma data, mas aquele que parecia ser o líder da ONG disse que voltariam no réveillon.

Não era muito, não salvaria aquela família. Só atrasávamos um pouco a fome deles. Por isso não consigo ser otimista. Meias felicidades que não apagam as misérias, são insuficientes. Não consigo ter esperança em dias melhores. Mas pelo menos, sigo em frente, fazendo o que posso à cada dia, para tornar a miséria dos outros um pouco menor do que se eu não fizesse nada. Mesmo que dure apenas um dia.

Não me sinto um herói, como alguns julgam aqueles que participam de ações comunitárias. Na verdade, me sinto mais como um náufrago no meio de uma tempestade, que nada como todas as forças, conta a correnteza, tentando alcançar um pequeno pedaço de madeira do navio, que está boiando. Mas nunca alcanço. E se deixar a correnteza me guiar, irei para o fundo e nunca mais voltarei. Então não me resta outra saída. Mas estou exausto de tanto nadar contra a correnteza...

Sei que queria um final feliz, mas nem sempre há um. Mas para tentar melhorar isso, lhe digo apenas uma coisa: "Siga em frente! Mesmo que a tempestade seja cada vez mais forte e te puxe mais e mais para o fundo. Nunca pare de nadar..."

E um feliz natal professora, se é que é possível...

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Rankings Temp 4 :


[Evento]Contos Natalinos - Página 5 DdNi2Dl
Convidado, Clique Aqui :


NÃO NARRO INFOS DE POKÉDEX, APENAS CORRIJO SE VC NARRAR ALGO ERRADO. E nem espero que meus narradores narrem as infos da pokédex.

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A última sopa do ano.


Driftveil era uma cidade feia. De todas que Marie havia visitado até então era a que menos havia gostado, as ruas pequenas e feitas de pedras irregulares estavam sempre úmidas e seus paralelepípedos sujos de lama, de noite não se via uma alma viva na rua, e os fins de semana eram como as noites. Definitivamente não era o lugar onde a moça esperava passar seu fim de ano, sozinha e sem amigos, a cidade não possuía nem um bar decente onde pudesse afogar suas mágoas no álcool, todos os botecos que havia frequentado até então eram sujos, barulhentos e repletos de trabalhadores do frigorífico local que nunca a deixavam em paz, a vida de Marie em Driftveil se limitava a seu pequeno quartinho e seu único amigo era Tobias, o Mienfoo que às vezes fazia papel de sous chef nos buffets que ela era contratada para fazer.

Naquele dia em especial, o último do primeiro ano que a moça havia passado no novo continente, a cidade estava coberta de neve, não a bela neve alva dos filmes e seriados, mas a suja e grudenta que entrava nas galochas e deixava as meias úmidas e desconfortáveis. Marie descia pela rua principal da cidade em direção ao famoso mercado local, o único lugar de seu agrado naquela cidade tão desconfortável, talvez pelo ambiente ser completamente diferente de qualquer outro lugar nas proximidades, enquanto Driftveil era fria, úmida e cinza, o mercado era morno, colorido, cheio de vida e extremamente limpo. Aquele mercado era o único motivo pelo qual Marie ainda não havia juntado suas tralhas e ido embora da cidade (bem, o mercado e o baixíssimo preço do aluguel de imóveis), a alta variedade de ingredientes frescos e difíceis de achar tornavam Driftveil o lugar perfeito para a chef terminar de montar o cardápio de seu serviço de buffet.

Abraçada pelo pesado casaco que havia comprado em uma liquidação em Nimbasa, Marie terminou de percorrer a curta distância entre sua casa e o mercado e antes que pudesse perceber, já estava batendo suas botas no carpete de entrada e jogando para trás o pesado capuz, deixando os mais variados aromas tomarem conta de seu olfato. Já havia visitado aquele lugar um milhão de vezes, e a esta altura já sabia se mover por ali até mesmo de olhos fechados, juntando a isso o fato de que já tinha em mente todos os ingredientes que precisava, não levou mais do que cinco minutos pulando de prateleira em prateleira recolhendo os itens mágicos que usaria na confecção do último jantar do ano.

Já na fila do caixa, se via ansiosa e preocupada, será que todos os itens chegariam bem em casa? Será que teria tempo o suficiente para fazer tudo antes da meia noite? Será que Tobias  se daria por satisfeito? Marie não queria ter que sair no dia seguinte para comprar comida para o folgado pokémon. Se distraiu tanto com os próprios pensamentos que mal percebeu que já havia chegado sua vez, passou pelo caixa os tomates, pepinos, pimentões, cebolas, alho, azeite, vinagre e a amassada embalagem de Casteliacones que havia encontrado perdida no fundo da geladeira, certamente alguma sobra do último verão.

Com as sacolas penduradas no braço, correu de volta para o pequeno apartamento onde morava, fez o caminho de volta em tempo recorde, e logo cruzava porta adentro, deixando um rastro de casaco, botas e afins por onde passava. “Tobias, cheguei! Vem aqui me ajudar a fazer o Gazpacho.” O Mienfoo dormia confortável em cima de uma almofada localizada ao lado da janela que dava para a rua, em dias chuvosos o pokémon lutador gostava de sentar ali e observar as gotas de chuva escorrendo preguiçosamente pela superfície lisa do vidro.

“Mien?”
“Sim, consegui encontrar quase tudo, o milho estava em falta mas acho que não vai fazer muita diferença se usarmos o da lata.”


Chef e Sous Chef prontamente vestiram seus aventais e começaram a silenciosamente fatiar todos os ingredientes, Marie nunca havia se entusiasmado muito por pokémons, isso era coisa de seus irmãos, que quando jovens viviam se arrastando pelo quintal atrás de insetos e outros bichos brincando de treinador. O sonho de Marie sempre havia sido outro, a garota havia nascido para conhecer o mundo ou pelo menos metade dele, sua relação com Mienfoo nasceu no dia em que descobrira que o mundo talvez não fosse tão belo e magnífico como ela havia imaginado, e desde então um profundo elo havia se formado entre a dupla, de forma que hoje Marie e Tobias conheciam um ao outro melhor do que ninguém.

Ingredientes devidamente cortados e fatiados, era hora de colocar tudo no liquidificador e bater bastante, despejaram a substância homogênea em uma panela e colocaram para descansar na geladeira. “Mamãe sempre fazia umas torradas para acompanhar, acho que ainda dá tempo de fazermos algumas, o que acha?” perguntou Marie, o pokémon assentiu com a cabeça e logo a dupla voltava a executar sua dança sincronizada pela cozinha, dessa vez cortando pão, preparando temperos, ligando o forno e todos os etcs que envolviam a produção de torradas.

O tempo na cozinha parecia não passar nunca, Marie sempre havia tido essa impressão, ainda mais depois que começara a trabalhar com seu novo parceiro, de forma que se surpreendeu ao ver que faltava pouco mais de uma hora para o fim do ano. Retirou o gazpacho da geladeira e pôs os pratos na pequena mesinha de madeira que ficava perto da janela onde Tobias gostava de dormir, o lutador a seguia com a travessa de torradas recém saídas do forno.

A dupla estava tão faminta que nem pensaram em discursos ou coisas do gênero, apenas se serviram e começaram a comer como se não houvesse amanhã, Gazpacho podia não ser a comida mais adequada para o clima frio de Driftveil, mas a sopa transportava Marie para tardes de verão em Lilycove e almoços na praia com Gazpacho geladinho saído da garrafa térmica. A pimenta em pó utilizada para temperar as torradas faziam com que mesmo apesar da sopa fria a dupla se sentisse aquecida por dentro.

Marie comeu tanto que foi da mesa de jantar direto para a cama, sobrando para o pobre Tobias a chata tarefa de retirar os pratos da mesa  e lavar a louça. A sopa havia suprido na chef um vazio que ela nem sabia que existia, e despertara nela esperanças de dias melhores, o último ano havia sido péssimo, mas recordar dos bons dias nos quais havia sido criada fez com que se lembrasse de que anos ruins eram uma constante presente na vida de praticamente todos.

Tobias foi o único residente do pequeno apartamento a ficar acordado para assistir os fogos de artifício que simbolizavam a chegada do novo ano, as luzes brilhantes e barulhentas que tomavam conta dos céus não lhe enchiam os olhos. ”Apresentação Medíocre” pensou para si mesmo ”Assim como a sopa, quem em sã consciência serve sopa gelada no inverno? Pelo visto Marie não tem prestado muita atenção no que eu venho ensinando a ela, infelizmente mais uma vez o grande Tobias segue sendo o melhor chef do continente, frustrante.” O lutador logo tratou de apagar as luzes e voltar para sua cama improvisada debaixo da janela, a sopa de fato havia trazido promessas e mudado expectativas para o novo ano, para a frustrada chef, esperanças de dias melhores, e para o arrogante Mienfoo, que por sua vez não tinha noção de tempo, confortáveis massagens ao ego.

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Exclamation IMPORTANTE: Apesar de não ter nada explícito, e também não ter nada exatamente implícito, pode ser que algumas pessoas mais sensíveis se sintam incomodadas. Ou talvez não, mas vale o aviso.

Sede.
Sono.
Sonhos.
Sonhos.
Medos.
Pesadelos.
Anseios.
Desejos.
Insônia.
Medonha.
Assombra.
Sede?
Cigarros.
Sono?
Que sono?
Sol.
Lençol.
Sono.
Sol.
Rosto.
Água.
Mão.
Água.
Sabão.
Pão.
Café.
Sem cafuné?
Pão.
Mastigação.
Solidão.
Digestão.
Fogo.
Cigarro.
Fumaça.
Escada.
Rua.
Chuva.
Luva.
Máscara?
Máscara.
Droga.
Volta.
Revolta.
Rua.
Chove.
Corre.
Sofre.
Avista.
Fria.
Sem vida.
À vista.
Paga.
Embrulha.
Júlia.
Saudades.
Desgaste.
Maldade.
Idade.
Casa.
Faca.
Assa.
Chora.
Decora.
Liga.
Implora.
Faca.
Faça?
...
Faça.
Faca.
Corta.
Espera.
Assopra.
Espeta.
Devora.
Sal.
Nada mal.
Não faz mal.
Não sou mau.
Feliz Natal!

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A Hot-n-Cold Christmas


Era uma tarde extremamente quente em LaRousse. A falta de vegetação e os enormes arranha-céus contribuíam para a sensação térmica de 40ºC que prometia fritar qualquer alma viva que se tivesse a audácia de caminhar por suas ruas. No entanto, era véspera de natal e Phoebe Lars, assim como muitos de nós, havia deixado suas compras para o último momento e se obrigava a enfrentar o calor.

—  Não acredito que esquecemos os presentes de fim de anos! Eu sou realmente a pior filha do mundo, Castform!

O pokémon climático acompanhava a jovem de cabelos azulados acima de sua cabeça, fazendo assim sombra para que ela não desmaiasse num dia como aqueles. No entanto, isso ainda não impedia que o mormaço a atingisse, já que Castform assumia sua forma solar.

—  Estive tão ocupada com a faculdade e o estágio que me esqueci totalmente que já é quase natal!

Não era como se a criatura entendesse das necessidades da jovem, mas não deixava de responder em apoio.

O grande problema era que além de atrasada, Phoebe era chata com presentes. Eles tinham que ser PER-FEI-TOS! Se não era melhor assumir uma doença e ficar só nas festas que passar vergonha, em sua opinião.

A guria de madeixas azuladas passava por diversas lojas, de departamentos à grifes, mas todas as melhores peças já marcavam como esgotadas nas vitrines.

—  Não adianta Castform... Vamos ter de enfrentar... o shopping

Phoebe fazia drama porque não se dava muito bem com interação social e haveria necessidade de responder atendentes e talvez batalhar por alguma peça. Ela já sofria de ansiedade só de imaginar, mas não tinha escolha. Era melhor recorrer ao centro comercial popular que continuar caçando aleatoriamente pelas lojas de rua.

Chegando no shopping center que conhecia, Phoebe ia direto na loja favorita. Wally’s era uma grife do Top Coordenador e Campeão de Hoenn. Lá ela encontrava um par de suéteres azuis e brancos com Luvdiscs usando gorros de natal. E eles tinham um par! Eram perfeitos para seus pais!!

Phoebe sorria tanto que mal notava uma loira ao lado com os olhos tão brilhantes quanto os seus. Ao perceberem uma a outra, elas se entreolharam, olharam as peças e correram para a atendente mais próxima, que estava no balcão. Foi quase como correr uma maratona, até porque o horário de fechamento das lojas estava chegando e quem não conseguisse os presentes voltaria pra casa com as mãos abanando.

—  EU QUERO AQUELE PAR! - Lars batia na mesa ao mesmo instante que a loira fazia o mesmo com gesto e palavras.

A atendente, intimidada, informava que tinha apenas um par e que elas teriam de se decidir.

Com um olhar frio, a loira confrontava Phoebe, que por sua vez suava e tremia levemente a sobrancelha em resposta a afronta.

—  E-eu quero esse conjunto - ela conseguiu dizer.

A loira riu.

—  É claro que quer mas não vai ter. Queridinha, essa é uma edição limitada e eu venho de Lilycove só porque me disseram que tinham ela aqui. Não vou MESMO abrir mão delas. Então é melhor dar meia volta antes que o restante das lojas do shopping feche, porque esse conjunto... é... meu!

Phoebe não sabia como responder. Ela já tinha lágrimas nos olhos e para chorar na frente de todos bastava abrir a boca. Preferiu então sair com sua dignidade entre as pernas e procurar algo menos disputado.

Sua sorte ia de mal a pior. Ao sair da loja, o shopping estava a fechar. Phoebe corria para ver se conseguia entrar em alguma e, ao acaso, entrava em uma iluminada e saía de lá com...

—  SINOS? - ela chacoalhava um par de guizos. - Não acredito que foi tudo o que consegui encontrar... Não posso aparecer com isso Castform! O que eles vão fazer com sinos?

Humilhada pela própria fortuna, Phoebe começa a caminhar em direção aos meios de transporte da cidade balançando os guizos no alto quando um floco de neve tocou seu nariz. Ela não tinha percebido, mas já era tarde e Castform mudou de forma. Em instantes o parque por onde passava estava decorado em branco e azul como num cenário de filme. Algumas crianças brincavam com a pouca neve que se acumulava no chão quando uma bolota do material acertava o peito da menina. Castform colocou as nuvenzinhas na boca, espantado. Phoebe, no entanto, ao invés de explodir, reagia rindo! Isso sim era uma surpresa.

Lars se juntou ao garotos na brincadeira e Castform ajudava produzindo mais munição. Dentre aqueles guris de 12 anos que se divertiam com ela, havia um da idade dela que imaginou ser o irmão mais velho de um dos menores. Todavia, ao final do momento, os mais novos iam embora e restavam apenas os dois. Phoebe estava com frio, pois não havia se preparado para o clima e o jovem, por cordialidade, emprestava uma blusa para que ela se cobrisse e acompanhava ela até a estação.

No percurso, Phoebe contou da falha saga pelos presentes perfeitos e como terminou com os sinos. O jovem ria, não dela, mas de outra coisa.

—  Já pensou que talvez um momento de qualidade com aqueles que gosta seja mais importante de que algo material? Tenho certeza de que aqueles moleques vão se lembrar desse dia por mais tempo do que um game que vão zerar em menos de uma semana - ele dizia como se fosse um tipo de guru natalino e deixava Phoebe pensativa. - O natal definitivamente não está nas coisas - ele concluiu.

Ao chegarem na estação, o rapaz pegava de volta suas vestes e despedia-se, desejando um feliz natal para Phoebe Lars e seu Castform.

—  Q-Qual seu nome? - ela perguntou.

Antes de ir embora ele virava a cabeça para trás e dizia a sorrir:

—  Jack Frost!

No instante seguinte ele já não estava mais lá. Phoebe era uma mulher das ciências, mas decidiu que faria com aqueles sinos um momento agradável com a sua família. Talvez até cantassem uma canção ou outra em homenagem ao espírito do natal e seu real significado.

larvita



_________________
Info importantes:
Ace Trainer III - Bônus de 15% de Experiência para qualquer tipo de Pokémon.
Skill Rocket (aprendizado prático) - Bônus de 10% de Experiência recebida como
recompensa e obtidas em batalha (apenas em missões Rocket)

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Eu odeio Natal e odeio escrever conto.
Aqui vai um poema de Dandy Paluwski, meu antigo personagem.
Espero que odeiem.



Nunca entendi muito bem
Esse alvoroço todo
É só uma data, meu nenem
E não merece nenhum esforço

Eu não gosto de Natal,
É só barulho, só falsidade
É um puro bacanal
É pra mim, falta de maturidade

Vejo gente ainda acreditar,
Em história de ninar
Essa data que eu odeio
Mas resolvi ignorar

Desejo a todos um bom dia, meu bem
Mas de novo te digo,
Eu não entendo muito bem,
Esse alvoroço todo de Natal.

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All I Want For Christmas Is You

***°°°*** Starry Night ***°°°***

Em um lugar um tanto distante de Mahogany, próximo ao Ice Path havia um grupo de Pokémon rejeitados por seus treinadores onde reuniram forças para tentar sobreviver nas ruas, a situação era a muito crítica e eles precisavam fazer coisas para sobreviverem, tais como roubar mercados ou feiras municipais para comerem.

Eles se cuidavam como irmãos, a maioria eram Pokémon bebês. O líder do grupo era um Pichu, seguido por uma Smoochum, um tímido Magby, o esquentadinho Elekid. O chorão Azurill, o destemido Toxel e um Eiscue. A trupe realizavam ao seu modo os mais variados truques para tentarem subir na vida. As pessoas que passavam por eles os viam como delinquentes e por isso não tinham interesse de os adotar.

Pichu sempre os orientava a andarem juntos e também a fazer um pequeno teatrinho para conseguirem sempre o que quiserem.

Infelizmente era época de natal os estabelecimentos estavam fechados, os pequeninos estavam passando por necessidades, muitos deles com fome e ninguém queria os ajudar. Pichu estava bem triste por isso, pois seus irmãos não deviam passar por isso por culpa de seus treinadores que resolveram os abandonar. Ele queria transformar aquele dia triste em um dos melhores dias da vida deles, mas não sabia como ou o que fazer para mudar isso.

Ele estava a dias vendo todos felizes em suas casas, vários presentes para todos os lados. Pokémon sendo amados por seus treinadores enquanto isso seus amigos passavam fome e tristeza em noite de natal apenas por serem quem são.

O Pichu logo decidiu tomar a iniciativa deles fazerem um show beneficente no meio de uma praça qualquer em Mahogany para arrecadar Berries e rações para os pequenos, quem sabe assim as pessoas não tivessem compaixão por eles. O Electric-type reuniu os amigos e logo contou as novidades, eles se animaram com a ideia de terem uma possível noite de natal feliz e até esqueciam que estavam com problemas por um tempinho.

A estratégia do Pichu era tentar alegrar os pequenos mesmo que a ideia não desse certo, mas pelo menos eles passariam o natal reunidos em família.

O ensaio foi simples, durou um tempinho para criarem uma performance. Eles preparam um número de natal para as pessoas que estavam reunidas com suas famílias ali pela praça para observarem os fogos de artifício. Seria a oportunidade perfeita para arrancar dinheiro daqueles otários, pensou Pichu consigo mesmo.

Ele reuniu a trupe e logo todos os sete seguiram para a praça, eles estavam vestidos com roupas velhas que acharam por aí nas latas de lixo, todos de vermelho e alguns de verde.

Os pequenos estavam bem nervosos, mas Pichu os tranquilizava. A apresentação começava com alguns golpes sendo lançados no ar, a Smoochum abria o show com um Powder Anos, trazendo neve para o local. Azurill usava seus golpes de água para criar formas no ar enquanto que o restante cada um fazia alguma coisa para encantar o público.

As pessoas no começo estavam ignorando tudo até a chegada deles tornarem aquela véspera de natal ainda mais emocionante, as crianças se divertiam com o show de movimentos dos Pokémon enquanto que alguns pais filmavam ao vivo no PokéGram. De repente o vídeo estava viralizando na internet, muitos estavam curiosos com o grupo talentoso daqueles Pokémon. Mais pessoas se reuniam na praça para acompanhar o show deles.

A atenção era conseguida, algumas pessoas jogavam dinheiro próximo a uma caixinha deixado pelo inteligentíssimo Pichu. Outros entregam frutos, chocolates, entre os mais variáveis doces. Os Pokémon se enchiam de lágrimas enquanto continuavam a apresentação.

A apresentação era finalizada com um aplauso de geral, eles estavam bem encantados com os pequenos talentos. Da noite para o dia eles se tornavam virais na cidade, ganhando reconhecimento e “mimos” da população. Esse não era um natal que os Pokémon estavam esperando, porém seria completamente lembrado por todos os sete como um natal mágico e feliz que eles construíram juntos com anos de amizade.

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Véspera de Natal de um ano qualquer. Em um famoso internato em Unova estava um jovem ruivo. Ele tomava uma xícara de chocolate quente enquanto observava o fogo na lareira com um olhar distante e triste. Ele é um dos poucos que não foi passar o natal em casa, umas das poucas datas que poderiam sair do internato. Mesmo que tivesse essa opção, não tinha nenhuma vontade de voltar para casa. Nicholas não tem nenhuma lembrança de passar uma noite de Natal com o seu pai, que sempre estava muito ocupado trabalhando. Agora não seria diferente. Já sua mãe estava morta e mesmo quando viva não era diferente.

Com um suspiro alto ele se encostou na cadeira e passou a admirar o telhado do salão. Esse natal não é muito diferente dos outros, exceto que dessa vez não ficou triste deitado em sua cama. Ao menos aqui ele tinha amigos… Ou melhor, uma amiga. Diferente da casa onde cresceu onde era muito solitário, no internato ele tem Margo que a sua única e melhor amiga. Os dois não se deram muito bem no começo, sendo meio que rivais, contudo depois de algum tempo acabaram se aproximando. Ambos eram solitários antes, o que explica não terem mais amigos atualmente.

Nicholas estava com um sorriso no rosto quando uma mão puxou seu cabelo com força. —  Ai, qual seu problema? —  Ele reclamou ao olhar para trás e se deparar com uma Margo sorridente.

—  Achei que você já tivesse ido para casa do seu pai.  

—  Eu já estou indo, mas antes vim te trazer isso. - Ela então jogou uma sacola que só agora o ruivo percebeu que ela estava segurando.

Um pouco receoso ele abriu e tirou um moletom vermelho feito de crochê.  

— Eu mesma que fiz, então não ficou muito bom… — Margo proferiu olhando para baixo, com suas bochechas vermelhas. — Eu segui um vídeo que vi no Poketube, foi o primeiro que fiz.

— Sério? Ficou muito bonito. — Nicholas sorria ao admirar o moletom então o ergueu a sua frente e sua testa franziu um pouco. — Eu só acho que… — Ele então tentou passar sua cabeça pelo moletom e como já esperava a entrada era pequena demais.  

— Não acredito que ficou pequeno… — A garota parecia bastante triste. — Eu tentei fazer do seu tamanho, acho que deveria ter pedido suas medidas antes, mas não queria estragar a surpresa.  

— Não se preocupe com isso, eu gostei bastante do presente. —  Antes de continuar um sorriso ladino surgiu em seus lábios. —  Eu posso dar de presente para minha namorada quando eu tiver uma.  —  Margo abriu a boca surpresa, então suas bochechas ficaram vermelhas novamente, contudo dessa vez com raiva. — Se for assim agora ele é meu presente! —  Ela arrancou o moletom das mãos de Nicholas e saiu do salão antes que ele pudesse dizer alguma coisa. Nico por sua vez ficou sentado na poltrona tentar entender o que isso significava.





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O natal parou uma guerra


É engraçado como mesmo na TV, rádio em comerciais, quiçá até mesmo com as pessoas ao nosso redor, as festas natalinas trazem toda uma mística bem excêntrica, não é? União, as confraternizações, as piadas de tio que ninguém mais suporta, as mesmas perguntas “e as(os) namoradinhas(os)”, e tudo o quanto é coisa que poderia mencionar que para nós é bem corriqueiro. Por mais que não aguentemos alguns chatos, nós, no mínimo, suportamos, apenas porque é natal. Se é que posso dizer, essa data tem uma mística, e inúmeros relatos ocorrem durante essa data tão especial.

O que estou me propondo a fazer aqui não é bem um conto, e sim um sucinto relato que mostra a todos nós essa “mística” que o natal traz. Para isso, convido-lhe a viajar no tempo comigo há cerca de cem anos atrás, mais precisamente no ano de 1914.

O conflito armado da Primeira Grande Mundial se iniciava, e todo o mundo passava por uma tensão inenarrável. Quando tratamos de guerra, sempre nos vem à mente a carnificina, o soído ensurdecedor das metralhadoras, os morteiros apontados para o outro lado e, quiçá, aquela pontada no coração por imaginar a dor daqueles que ficaram em suas residências esperando seu ente querido retornar do horrendo cenário ou mesmo imaginando como estaria a mente de um soldado no meio desse conflito; e, de fato, não estamos errados. Contudo, há uma data em especial, mais precisamente dia vinte e cinco de dezembro que é comemorado o Natal, ocorreu um acontecimento inédito — e, para a época, estranho.

A característica da Primeira Guerra Mundial era que, os confrontos armados, davam-se em trincheiras, e por isso, era uma luta mais estática e ao mesmo tempo propícia à doenças e inúmeras outras desgraças que o cenário poderia causar. Na Bélgica, mais precisamente na região de Ypes, uma tropa alemã enfrentava os ingleses, cada qual em sua trincheira, vivendo os dramas que o cenário catastrófico que este cenário proporciona.

Completamente o oposto do esperado, os alemães decoraram a sua trincheira com alguns enfeites de natal e entoaram suas cantigas alemãs típicas para comemorar a data; e o mesmo ocorreu com os ingleses. Graças à essa pausa, as duas tropas fecharam um cessar-fogo não oficial em virtude do natal que estava vindo. Com isso, aqueles que outrora eram inimigos uns dos outros, que deveriam matar sem nem ao menos pestanejar, conviviam no mesmo espaço harmonicamente durante seis dias. O mais curioso não está aí: na zona conhecida como “terra de ninguém” — o espaço entre as duas trincheiras, normalmente preenchida com minas e metralhadoras e morteiros apontados de um lado para o outro —, foi disputada uma partida de futebol amistosa entre os dois, cujo resultado nem mesmo eu sei.

É isso mesmo: o natal parou uma guerra.

Foram por ínfimos seis dias. Contudo, seis dias para soldados abalados psicologicamente pela saudade de seu lar, por ver seus amigos morrerem ao seu lado, por não saberem se estarão vivos no dia seguinte, onde a chama da esperança tornava-se singelas brasas. Graças a essa trégua e às festas de natal, essa faísca pôde acender aquela fogueira que acalentou o âmago dos combatentes e, agora, poderiam ver os quais confraternizavam não como inimigos, e sim como amigos, semelhantes, seres humanos.

Se o natal é mágico? Não sei. Mas, por mais paradoxal que seja, ele tem uma mística que não me atreverei a tentar explicar. Essa mística é inexplicável, inenarrável e somente sentimos quando deixamos ser abraçado por ela.

Portanto, sinta-se mais leve a sentir essa mística natalina: sinta-se mais leve, perdoe, confraternize, encha seu coração de esperança e alegria. O futuro que nos espera será maravilhoso, com toda certeza.

A todos, desejo um feliz natal e um feliz ano novo!

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