So Sweet Then I Get a Bit Angry

Sootopolis Streets

Bem, o rapaz sabia que ele não era exatamente a melhor definição de discreto — ainda mais com o cabelo colorido e os monstrinhos chamativos —, mas ele não imaginaria que sentiria tantos olhares sobre si assim. E não necessariamente de uma forma positiva, como eram nos Contests; onde ele se sentia vivo e expressivo, mostrando tudo o que sentia. Ali, nas ruas, era quase como se ele estivesse de volta à Petalburg, logo depois de seus pais descobrirem quem ele realmente era. Observado, inquieto.

Mas isso era provavelmente apenas uma paranoia passageira em sua cabeça. Ainda assim, ele não conseguiu evitar de emitir um suspiro aliviado ao entrar no edifício da empresa de doces, e ver aquele mesmo vendedor. Afinal, ele tinha algumas... peculiaridades que faziam com Ren se sentisse mais à vontade. Por falar na empresa, esta tinha uma sede bastante reconfortante. Ela era bastante excêntrica, mas de um jeito bom, que fazia o rapaz querer rir um pouco — além de, é claro, mordiscar algumas balas.

Myrsin perdeu-se rapidamente naquela imensidão doce. A monstrinha parecia gostar bastante de comida em um geral: o coordenador conseguia vê-la em um reality show culinário, se fechasse os olhos e imaginasse. Kore estava relativamente perdida com toda aquela tecnologia e construções humanas, mas ela certamente não iria correr perigo algum; estando sempre próxima da Alcremie. Ren pediu para que elas tomassem cuidado, antes de voltar sua atenção para o contratante.

E bem, a maneira com a qual as pessoas se vestem certamente é capaz de mudar em muito a imagem que se tem desta, não é mesmo? O coordenador já estava quase certo de que o homem que encontrara era importante, mas vê-lo em trajes elegantes e com um contrato formal apenas confirmaram o que já era uma certeza. O rapaz sorrira, balançando a cabeça. — Ah, desculpe. Sou Ren, Ren Hughes. Meus Pokémon estão apenas brincando, mas confesso que também os acho adoráveis! — dissera então, rindo mais um pouco.

Enquanto ele assinava o contrato; depois de ler todas as linhas e assegurar-se que estava tudo nos moldes corretos que sua sociedade havia implicado, decidira também retomar a pergunta do senhor. — Aliás, perdão por minha falta de educação. Como deveria chamá-lo?

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Ren gosta de pensar que o diferente não é necessariamente ruim. Era apenas uma questão de deixar-se experienciar aquilo que lhe era estranho. Em algumas circunstâncias, ele poderia acabar por vivenciar algo completamente novo; estranhamente novo. Como naquela situação: Willy era um pouco... esquisito, em seus atos. Mas também muito divertido.

Estava nas pequenas ações que ele realizava inquietamente, nos agudos em sua fala. Era uma pessoa bastante única; e o coordenador gostava disso. Ele riu, e foi conversando. — Muito bem então, Willy! Vamos lá — comentou, continuando a ouvir o que o empresário tinha a dizer.

Ren continuou a escutá-lo atentamente, seguindo-o enquanto este ia adiante. Conforme Willy pedira por ambas as monstrinhas do coordenador, o mesmo chamou-as para perto. Realmente, seria bastante preocupante se elas resolvessem destruir o cenário com suas boquinhas. Será que isso seria canibalismo, por parte de Myrsin?

Bem, não importava, desde que ela estivesse próxima de seu treinador. Eles passaram por uma cortina de doces — como será que aqueles móveis eram feitos? — e logo Ren estava de frente para uma câmera e um canto com uma tela verde. Não era lá muito difícil somar um com um, ainda mais depois que o vendedor havia explicado exatamente o que pretendia.

Novamente, o rapaz não estava esperando por aquilo, mas animou-se com a ideia. — Um vídeo, é? Parece uma boa ideia. Com tantos novos dispositivos sendo oferecidos pelas instituições midiáticas afora, há um público bastante grande nestas redes... — ponderou Ren, aproveitando para expor o que pensava em relação com as noções que já possuía. Eke exibiu maia um sorriso.

— Parece ser realmente ser um bom lance — concluiu então, afirmativamente. Pensar em gravar um vídeo trouxe memórias reconfortantes à mente do coordenador. — Não sou exatamente a pessoa mais experiente no assunto, mas já fiz algumas coisas do tipo. Uma amiga minha é PokéTuber, e gravamos um vídeo juntos — ele ponderou, perdendo-se brevemente acerca da ruiva Nise. — Mas o fato é: seria um prazer tentar.

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A verdade era que ele ainda não sabia muito bem o que fazer. Ele conversara com Willy, fato, mas isso não fora exatamente muito esclarecedor. Em verdade, parecia até mesmo que o homem estava falando mais consigo mesmo que com o próprio Ren. Bem, o coordenador entendia. Não era como se ele nunca tivesse feito algo parecido antes.

Mas ainda assim, não ajudava. Ren agora estava sozinho, deixado para trabalhar sozinho. Ele permaneceu algum tempo apenas observando, à princípio. Dizem que é possível entender muito de alguém apenas por observar o lugar no qual este vive. E o aprendiz de Lisia já havia conseguido captar uma quantia de informações bastante... diversa.

Willy era excêntrico, e ele passava essa sensação ao seu lugar de trabalho, também. Das cortinas às canetas, nada ali era "comum". Ren sentia que esse era um espírito necessário dentro do comercial também. Espontaneidade, divergências, chamar atenção por meio do incomum que ali era tão... normal.

Contudo, Ren não sabia se conseguiria fazer aquilo sozinho. Sim, Rosemary estava por vir, mas o coordenador suspeitava que a loira não tinha muitos mais conhecimentos sobre como operar uma câmera que ele mesmo. Não, ele suspeitava que precisaria de mãos profissionais para aquilo. Ren não sabia onde ela estaria, mas não custava tentar. Com alguns rápidos toques em seu Rotom Phone, ele abriu seu Pokégram.

E tentou fazer contato com Nise Cassandra.

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O coordenador ficara bastante animado com a ideia. Não esperava realmente que a ruiva iria responder tão rápido; tampouco que estaria assim tão próxima. Fazia um bom tempo que não a via, tinham muito papo para por em dia. Ora, afinal Ren havia mudado muito desde seu último encontro com a moça! Ele não era mais um garoto assustado, em sua primeira aventura mundo afora.

Se fechasse os olhos, ele conseguiria ver aquela tarde que passou com Nise. Doce e suave, como um sonho. Era até um pouco engraçado: aquilo parecer onírico, quando de fato fora o nascimento de um sonho. O rapaz fizera muita coisa depois que saíram da Rota Cento e Quatro. Até mesmo ganhara dois dos três Contests que participara! Sim, os mesmos concursos que, quando ao lado da ruiva, eram uma realidade desconhecida.

Ele queria ver também as mudanças pelas quais Nise teria passado. Ou será que não teria mudado muito — além de ter ganahdo confiança? Afinal, era apenas isso que faltava à PokéTuber. Fé em si mesma. O resto ela já tinha, uma estrela pronta para brilhar. Ren ficaria feliz ao saber que ajudara a permitir um astro tão belo reluzir no céu estrelado.

Rápidamente, deixara Willy sabendo que uma outra amiga estaria chegando ali. Linda, de mechas rubras, beleza incomparável. Não era difícil de reparar. Enquanto esperava pela moça, resolveu explorar com suas monstrinhas um pouco mais. Eles tinham vários instrumentos com os quais "brincar". Ele separou alguns utensílios, tendo já algumas ideias para o comercial. Myrsin parecia gostar também: aparentemente, ela adorava a ideia de cozinhar.

Ainda pensando no que fazer, o coordenador seguiu adiante procurando por mais coisas. Um fogão, geladeira, frutas frescas e doces já prontos seria bastante interessante... Talvez cozinhar fosse de fato uma boa ideia. Mas ele não sabia se encontraria tudo isso. Ele fez uma anotação mental, também: um espaço livre e amplo — talvez um campo de batalhas — seria bastante agradável.

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Talvez estrela da internet fosse um pouco de exagero — nem todos que possuem um canal são realmente famosos —, mas parecia ser um título adequado às grandiosidade de Nise. Ela provavelmente gostaria de ouvir aquilo; por mais que achasse não ser exatamente verdade. Quem sabe, estrela em ascensão não seja um termo mais adequado? Assim como o próprio Ren era.

De qualquer forma, a empresa parecia estar dedicada a empenhar-se fervorosamente naquela propaganda. O coordenador encontrara tudo o que procurava — e aquilo que não achara, logo fora providenciado. Será que Willy era tão bem-sucedido assim? Não importava muito. O rapaz não estava ali para questionar, e estava ocupado demais com suas ferramentas para pensar nisso.

Os funcionários eram também muito doces (perdão pelo trocadilho); apesar de Ren não ter como assegurar muito bem se havia muito com o que poderiam ajudar. Se ele precisasse de algo, chamaria-os. O ambiente parecia muito bom, apesar de talvez eles precisarem trabalhar na iluminação. Por falar nisso... Quem havia apagado as luzes?

— Ah... — ele sussurrou alegremente, exibindo um enorme sorriso. — Não sei... Será que é a moça da tubulação que eu chamei...? — disseram ao ar, em tom sarcástico, antes de conseguir desfazer-se das mãos macias que o cercavam. — Estou brincando! — proclamou então, virando-se para então ver uma figura animadoramente familiar (espero eu).

— Nise! Quanto tempo! — diria ele, antes de mais nada. — Por onde andou? — perguntaria então, passando a apontar para suas duas monstrinhas. — Não estou com Hokori agora, mas essas são duas novas amigas, Myrsin e Kore. Digam oi para Nise, meninas! — diria então, apresentando-as de forma amigável. Ninguém queria que uma tragédia acontecesse, certo? Bem, depois que conversassem um pouquinho, o rapaz provavelmente já veria de compartilhar suas ideias acerca o trabalho.