Alpha Saphire Squad - Exploração Abyssal

Watery Grave

- Ora, ora, não sei que negócio é esse que vocês usam pra conter os pokémon. Essas esferas estranhas. Ah, que seja, deve ser algo mágico, ou dessa vez eu estou sendo o louco e vendo os pokémon se desmaterializando na minha frente. - E ali vinha mais uma amostra do anacronismo dos piratas em relação aos tempos modernos: - Vamos continuar isso aqui, Poliwrath amigão, não caía no sono, quebre essas paredes de novo com o seu Brick Break e depois ataque com o Drain Punch, as duas vezes no Lanturn. Seaking Knock Off no Kingdra e no bicho laranja esquisito.

- Vamos lá maninho, a gente consegue, Alomomola Knock Off no lagarto gigante e então Helping Hand no Ludicolo.

Respondendo a dúvida de Matthew, de fato o Rotom Phone estava capturando todos aqueles momentos, inclusive os piratas em todas as suas cores. Mas se ele fosse mostrar isso ao público é capaz de acharem que é mais um filme da famosa franquia "Piratas de Sevii Islands" (Nota do narrador: não consegui arrumar um nome de paródia decente). Enfim, ainda era interessante ter um momento desses capturados nem que seja como uma simples lembrança. Ou quem sabe vender isso como uma ideia para um filme, quem sabe?

Vamos voltar a batalha, o último amaldiçoado do lado dos vingadores foi substituído, logo eles ficavam completamente livres do Perish Song. Então,  Poliwrath, mais uma vez, com sucesso, quebrava as paredes, enquanto Kingdra apenas se concentrava. Já o último dos nadadores ágeis ficava apenas dormindo. Rotom alvejava o resistente peixe rosado com um de seus orbes sombrios, não causando muito dano, mas dava pra ver que algum efeito secundario ficou por ali. Depois, Alomomola e Seaking ambos usavam o mesmo ataque, retirando os itens do recém chegado Feraligatr e do Kingdra e finalizando o turno, Lanturn fazia sua lanterna brilhar incessantemente, chamando a atenção de Alomomola dessa vez. Poliwrath e Seaking caíam no sono.

Agora era a peixe rosada que lutava contra a confusão, mas conseguia sair ilesa, dando apoio moral para o seu parceiro Ludicolo e logo depois seria alvejada por um ataque poderosíssimo do Kingdra, o mágico Draco Meteor. Agora era Poliwrath quem dormia e Ludicolo quem atacava, usando do apoio moral de sua parceira e disparando um forte orbe da natureza contra o "ás" de Matthew. Rotom alvejava Alomomola com mais um Shadow Ball e o "ás" se movia pela primeira vez, fazendo sua dança que aumentava seu poderio físico. O turno era finalizado com Seaking dormindo e Lanturn deixando esse que apesar de dormir, confuso.

- Olha, tô começando a me divertir demais nisso aqui. Vou sentir saudades quando terminarmos, hehe. Poliwrath amigão, tente acordar, Drain Punch e Close Combat no Lanturn! Vamos lá, mostre sua força. Seaking, duplo Drill Run no Lanturn também!

- O maninho tá certo. Tá divertido. Alomomola Helping Hand duas vezes, uma no meu Ludicolo e outra no Poliwrath do maninho. Ludicolo Leaf Storm e Energy Ball no lagartão!


Campo: Interior de um navio abandonado. Alimentos e bebidas podres estão por todo o lugar, além de várias algas mortas.

Log de Batalha:

Turno 1: Slowbro troca p/ Feraligatr > Kingdra Focus Energy > Poliwrath Brick Break (-42 Lanturn | Screens quebradas) >Ludicolo Asleep > Rotom Shadow Ball (-18 Alomomola | -1 Sp. Def)  > Seaking Knock Off (-14 Kingdra | -Razor Claw) > Alomomola Knock Off (-9 Feraligatr | -Life Orb) > Lanturn Confuse Ray (Alomomola Confused) > Poliwrath Asleep > Seaking Asleep

Turno 2: Alomomola Helping Hand (Ludicolo) > Kingdra Draco Meteor (-45 Alomomola | Crit) > Poliwrath Asleep > Ludicolo Energy Ball (-37 Feraligatr > Rotom Shadow Ball (-19 Alomomola) > Feraligatr Swords Dance (+2 Atk) Seaking Asleep > Lanturn Confuse Ray (Seaking Confused)

Fim da Rodada: Perish Count (1)

Raissa ainda não tinha se dado conta de que estávamos enfrentando um fenômeno paranormal e que revelar algumas coisas poderia ter consequências desastrosas?

- EEER.... N-não conte com a vitória ainda Jeff! Você não testemunhou o poder do meu Feraligatr!!!

Sim, tentei desviar o assunto de novas tecnologias. Enfim, quando se está vencendo é muito divertido mesmo, mas pro nosso lado tava bem complicadinho. Na real, pelas minhas contas, aquela vantagem estava prestes a mudar...

- kaiser, Fera! Foquem Scale Shot e Body Slam no Ludicolo. Kaiser, repita o movimento no Ludicolo se ele não desmaiar, caso contrário foque no Seaking. O mesmo vale pra você amigão!

Pois é. Eu estava cansado daquela luta. Esperava que o som perigoso do Politoed virasse logo, caso contrário estaríamos em maus lençóis...

Watery Grave

Aquele seria a rodada derradeira do embate entre os Vingadores e os piratas, porém os segundos não sabiam disso, na verdade sequer entenderam o ataque de Politoed a quatro rodadas atrás. Enfim, mas isso não quer dizer que eles não causariam estragos nos times de Matthew e Raissa. Alomomola inaugurava a rodada oferecendo apoio moral para o seu parceiro, Ludicolo, esse que atacaria depois de Kingdra lançar suas próprias escamas contra ele. Então a dupla ameaçadora de Ludicolo e Poliwrath causava enormes danos nos mais fortes da dupla, Feraligatr e Lanturn respectivamente. Uma tempestade de folhas e um poderoso soco.

Porém, mesmo com o Perish Song, os vingadores ainda tinham como causar dano, principalmente o gigante e ameaçador Feraligatr, que pulava e caía com todo o seu peso em cima do gramíneo e Rotom completava o ataque com um orbe sombrio, quase nocauteando. Seaking dormia e Lanturn dessa vez hipnotizava Alomomola, a suporte do grupo e quem estava permitindo a longevidade e a força dos brutos Ludicolo e Poliwrath.

E a confusão se mostrou útil, pois Alomomola se perdia por completo e se espatifava no chão, não conseguindo dar a sua "mãozinha", logo depois Kingdra finalizava Ludicolo, mas Poliwrath ainda estava livre para dar o seu ataque, espancando Lanturn. Dessa vez o alvo de Rotom e Feraligatr era Seaking, porém esse não caía com a pressão dos dois ataques, mas caíria depois, junto com todos os outros parceiros, graças ao Perish Song. A maldição fez todos os três pokémon ainda em pé dos piratas caírem sem mais nem menos.

- Pera? O que aconteceu? Huh? - Dizia Jeff "Conkeldurr humano": - Na verdade estaria mentindo se eu dissesse que fosse a primeira vez que eu vi isso. O Lapras do capitão fez coisa parecida com os pokémon de alguns invasores. E falando em capitão, vamos conversar com ele agora mesmo. Nos dê licença, fiquem esperando aí mesmo. - Então a dupla de piratas começava a andar e então o que já estava estranho, ficava ainda mais estranho.

Quer dizer, o estranho foi que as coisas voltaram para a sua ordem normal, os cadáveres simplesmente caíram imóveis, ali no chão, com alguns ossos soltos se espalhando pelo chão. Aparentemente, os nossos aventureiros realmente os libertaram de algum tipo de maldição que sofriam, que fazia com que eles vivessem no fundo do mar sem perceber que estavam no fundo do mar. Mas já que as coisas voltaram a sua ordem normal, tudo ficava estranho de novo.

Principalmente os pokémon, esses nem pareceram que foram nocauteados, simplesmente acordaram e fugiram nadando, bem rápido. E depois, uma voz, quase inaudível, mas um pouco similar a dos piratas podia ser ouvida pela dupla. Foi bem inaudível, mas parece ter sido um "obrigado".

Enfim, aquela longa luta terminou. O que fariam agora?

Campo: Interior de um navio abandonado. Alimentos e bebidas podres estão por todo o lugar, além de várias algas mortas.

Log de Batalha:
Turno 1: Alomomola Helping Hand (Ludicolo) > Kingdra Scale Shot (-16 Ludicolo | Crit | -1 Def, +1 Speed) > Poliwrath Drain Punch (-42 Lanturn | +21) > Ludicolo Leaf Storm (-54 Feraligatr | -2 Sp. Atk) > Feraligatr Body Slam (-41 Ludicolo) > Rotom Shadow Ball (-29 Ludicolo | Crit) > Seaking Asleep > Lanturn Confuse Ray (Alomomola Confused)

Turno 2: Alomomola Confused (-7) > Kingdra Scale Shot (-2 Ludicolo | K.O. | -1 Def, +1 Speed) > Poliwrath Close Combat (-67 Lanturn | -1 Def, -1 Sp. Def) > Rotom Shadow Ball (-14 Seaking) > Lanturn Confuse Ray

Fim da Rodada: Perish Count (0)

Assim que os rivais caíram senti um alívio e já fui logo tratando de curar nossos pokémon. Só que mais que as criaturas marinhas perdiam a vitalidade... Os piratas que nos abordaram também desmoronavam.

- Droga, nem tivemos a chance de conversar... - Lastimava a “morte” dos irmãos esqueletos, indo de encontro aos ossos. - Espero que não se importe Jeff, mas vou levar um osso seu comigo pra não te esquecer!

Fazia uma pose meio triste, mas ainda “curtindo” a expedição ao lado dos restos mortais dos piratas. Queria uma foto com eles, mas se era a única forma.... Que seja!

- Vamo ver se a gente encontra a cabine do capitão. Deve ter alguma coisa de valor por lá. Eu que não encosto nessa podridão!!!

Quem sabe o Lapras dele ainda estivesse vivo e aguardando outro mestre? Bom, eu me contentaria com um mapa do tesouro ou o tesouro em espécie mesmo.

Enquanto vasculhávamos o restante do navio na busca por recompensas pensava no que registrar no diário... Aquilo foi insano e me deixava sem palavras pra tentar explicar o que vivenciamos. Se Raissa conseguisse falar, eu não me importaria nem um pouco.

Watery Grave

Todo aqueles acontecimentos fatídicos cessavam, os piratas voltaram a serem simples cadáveres. De fato, o Rotom Phone de Matthew gravou tudo, mas ainda assim é algo difícil de acreditar que aconteceu, ainda mais com as incríveis tecnologias de edição de vídeo que existem nos tempos atuais, qualquer pessoa diria que foi editado, que é um anúncio de um filme ou coisa do tipo.

E também, toda a conversa que estavam tendo com aqueles dois foi interrompida abruptamente pela quebra da maldição. Os vingadores até se sentiram mal com isso, estavam tendo uma boa conversa com eles apesar deles serem mortos-vivos. Matthew até pegava uma lembrancinha nada usual, um osso de Jeff. Depois eles curavam os seus pokémon que batalharam e iriam em busca da cabine do capitão, eu inclusive garanto que não vai ter nada naquele armazém onde estavam a não ser comidas e bebidas podres, nada de tesouros.

A dupla subia até o deck do navio onde bem ao centro dele tinha uma porta arrebentada, dando espaço para uma cabine, aquela era de fato a cabine do capitão. Vários livros empilhados, esses livros que foram destruídos pela água e agora estariam completamente ilegível, pois é, não daria para eles verem a escrita das épocas passadas. Ao entrarem na cabine, no entanto, o interessante seria, eles ouviriam mais uma voz, que bradava. Seria outro zumbi? Não, a voz deixaria evidente que de fato não era um zumbi.

- Eu ouvi tudo o que estava acontecendo lá embaixo e não tenho nada mais a dizer do que obrigado. Meus marujos ficaram aprisionados no mundo dos vivos, não podendo fazer a passagem que todos fazem, graças a maldição da besta que nos trouxe o fim. Eu no entanto, não sofri dessa maldição, não tenho mais uma forma material. Ah, que rude de minha parte, eu sou o capitão do navio, o Holandês Voador. Já vou preparando uma recompensa por terem feito meus marujos finalmente descansarem.

Três cubinhos azuis se materializavam nas mãos de Matthew e Raissa cada, eram EXP. Candies. O que era estranho, porque certamente esses doces não existiam na época dos piratas. Enfim, o capitão logo se explicaria de onde conseguiu isso.

- Essas coisas aí devem fazer alguma coisa nos seus pokémon. Enfim, essas coisas vieram de outras pessoas que estavam explorando as profundezas e encontraram o nosso navio, porém, essas pessoas não tiveram tanta sorte e foram rapidamente detidas pelos marujos. Quer dizer, vocês mesmo se fossem detidos, não teriam o mesmo destino das pessoas que deixaram esses itens, vocês conseguiram conversar bem com eles, por isso, eu agradeço mais ainda. Bem, se vocês estiverem procurando tesouros, temo que esses não existam mais. Vocês passaram no armazém, certo? A gente guardava os tesouros lá, mas provavelmente só sobrou comida podre.

- Mas o que eu não posso dar em bens materiais, eu posso dar em conhecimento. Tem algo que vocês querem saber? Tipo, como eu e minha tripulação acabamos nessa situação?

Mesmo sem ter entrado em combate corpo-a-corpo com Jeff ou o outro pirata amaldiçoado o meu físico respondia ao estresse emocional com uma tremedeira estranha. Era como se... eu estivesse tendo uma crise nervosa. Isso já aconteceu antes. O acumulo de estresse faz com que meu sistema nervoso não responda direito a comandos simples como andar ou respirar. Por sorte estava sobre Zan e o oxigênio facilitava o fluxo respiratório. Em todo caso, ou eu simplesmente desmaiaria ou Matte assumiria, negando toda e qualquer emoção... Inclusive empatia. Não queria deixar que Raissa passasse por isso tudo ao lado da minha personalidade mais cruel.

Procurei realizar um exercício interno contando enquanto focava na respiração e aos poucos sentia a tremedeira passar. Aquilo também era medo. Politoed era uma "arma secreta" e quase que não tivemos como usá-lo. Isso me deixou bem nervoso, pensando que talvez pudéssemos ser superados.

Estando um pouco mais calmo eu cuidava de Slowbro e checava os níveis do valente Dhelmise, dando uma frutinha pra ele ficar nos 100%. Bob Farley não precisava disso tudo.

Fera decidiu fazer companhia e nos acompanhou pelo interior do navio até a cabine do capitão. Fiquei triste pelos escritos terem se perdido e um pouco assustado pelo capitão realmente estar lá... de alguma forma. Eu tentava ser corajoso e ouvir tudo o que ele tinha a dizer, contando os itens que nos presenteava. Resolvia que os daria ao meu amigão junto de alguns outros que vinha guardando. O capitão conseguiu minha atenção quando disse que não encontraríamos nenhum tesouro por ali, mas que ele tinha conhecimento. Isso, num campo desconhecido, era uma riqueza inestimável.

- Isso! Gostaria de saber a história completa se não for muito incômodo senhor Holandês! Do que estavam fazendo até como vieram parar aqui, principalmente sobre essa maldição. Nunca ouvi nada do tipo...

Esperava descobrir que criatura ou fenômeno pode ter causado o desastre no navio e ainda mais, a maldição nos piratas. Talvez nos contasse mais do lugar e talvez confirmasse minhas suspeitas daquele ser o lar da lenda que gerou os oceanos, Kyogre!

Watery Grave

Era de se esperar que Matthew estivesse estressado. A batalha contra os marujos foi extremamente complicada e só de saber que aquela expedição estava longe de acabar era uma carga emocional e tanto. Matthew tentava lutar ao máximo com sua personalidade mais cruel, para evitar que ela apareça para a pequena Raissa, mas enfim, logo ele conseguiu ficar mais calmo e também foi bom ficar mais calmo, porque ele teria uma conversa com um certo alguém. O capitão desse navio, o Holandês Voador.

E como o Holandês Voador disse, ele de fato não tinha nenhuma forma material, Matthew e Raissa podiam apenas ouvir a voz do capitão. Os diários e outros escritos da época foram perdidos, mas eles tinham o capitão e suas memórias bem no seus alcances. E esse não hesitaria em contar tudo o que podia, afinal, ele era um fantasma, não estava mais no mundo dos vivos, não tinha nada a perder.

- Se éramos felizes? Felicidade é uma palavra bem forte, sabe? Tínhamos uma vida difícil, estávamos sempre em fuga, éramos basicamente nômades. Como criminosos é de se esperar que nossa vida não seja fácil, talvez vocês não entendam isso tão bem porque não são criminosos em si. Mas nós lutávamos pelo o que acreditávamos, punir aqueles que estão no poder. Éramos os rejeitados pela sociedade, a maioria era gente bem pobre que compraram a minha ideia de rebelião. O fato de seguirmos os nossos princípios talvez fosse algo que nos fizesse felizes mesmo diante dos contratempos da vida do crime. - Dizia o capitão, falando com um sentimento pesado de nostalgia.


- Sim, tudo mudou naquele dia. Fomos emboscados em alto mar pelo exército, o que me fez sentir até gratificado, afinal, éramos uma ameaça grande o suficiente para com que eles se preocupassem em ir atrás de nós em pleno alto mar. Estávamos na desvantagem numérica, mas nossos soldados eram mais valentes, estávamos vencendo. Porém, aí que algo estranho aconteceu. Toda aquela luta provocou uma força maior, bem maior. Um monstro, surgiu das profundezas, apesar de vir do fundo, ele parecia ter asas, tanto que eu o apelidei de anjo da morte. Mas o que importa é que esse monstro acabou com aquela luta em segundos e levou todos os combatentes ao fundo do mar.

- E o que mais me intriga é que aparentemente só o nosso lado foi afetado pela maldição. Eu fiquei como espírito observador e minha tripulação vivia a ilusão de ainda estar vivendo os dias de ouro do Holandês Voador. De poucos em poucos eles foram libertos, e vocês liberaram os últimos deles. Mas a parte que me intriga é que o lado inimigo sumiu sem deixar rastros. Como eu disse, eu sou um espírito observador, posso ver o que acontece nas redondezas, inclusive assisti a luta de vocês com aqueles Jellicent. Mas o que importa é que procurei, procurei, mas não achei os inimigos, eles tiveram um destino diferente e talvez até mais piedoso por parte do monstro.

O capitão contava sua história, dando um longo suspiro depois do monólogo e então ficando em silêncio.