Pirâmide do milênio

 
A macaquinha ia em minha frente, mas ela não poderia se mover muito além do que eu imaginava, isso porque tinha uma porta de todo tamanho que bloqueava o caminho e nela um painel com um tipo de código. Eu, com certeza, irei pensar que se tem desafios é porque o local de encontrar o Boss é por ali. Não criaria nenhum empecilho se não fosse o local certo, né? A tela interativa iluminava minha face, enquanto Ambipom ficava ali encarando, curiosa. Eu logo percebia que destravar o código era minha tarefa, mas não deixei de pensar no enigma!

Descobri que eu sou péssimo em enigmas! Primeiro eu pensei em Pokémons mímicos, que eram ótimos para atuar, afinal, eles copiavam TUDO! Mr. Mime, Mime Jr, Bonsly e Sudowoodo! Poderia ser qualquer um dos dois. Comecei a apertar os botões de acordo com o que eu pensava, enquanto mexia na máquina, conferia e apagava tudo. Acho que fiz isso umas três vezes... O pokémon não se formava, até eu percebi dois olhos espaçados.. Estaria ele com a cara inclinada? Não, era cara dele mesmo.

Depois de um tempo fazendo, percebi que era um DITTO.

 
BINGO!”, a comemoração foi rápida, porque logo senti o peso de Ambipom em meu corpo, enquanto caia no chão. Mas isso era uma vitória, de qualquer jeito, e assistia o show de confetes ali. Fora isso, tinha opções ainda, depois que tirei Ambipom de cima de mim, para segura-las em meus braços. Selecionei uma pelúcia na tela e prosseguir.

 
Item guardado. Ambipom controlada. Depois de um show de acasos, eu conseguia resolver aquele velho desafio. Admito que não foi tão fácil, ainda mais quando eu cogitei outras respostas, mas no fim, quando vi que era um ditto, tudo se desenrolou muito bem. Ambipom parecia mais receosa de continuar por ali sozinha, mantendo-se, agora, do meu lado, como a fiel companheira que ela era. Avançamos lentamente pelo labirinto que continuava em minha frente, enquanto olhava para os lados, aos poucos procurando uma orientação. Ah! Meu RotomPhone tinha o mapa! Não demorei de abrir o mapa mais uma vez.

A desorientação de posição era apenas uma das variáveis que me colocava contra a parede naquele meio. Realmente não tinha uma confiança plena de saber se estava me dirigindo pra o local certo, afinal de contas, tinha só um desenho 2D que começava a fazer sentido agora. Mas como tudo na vida poderia acontecer em um passe de mágica, não deixei a minha guarda abaixada no momento, muito pelo contrário! Olhei ao redor e reparei nos três caminhos que eu tinha para prosseguir. Ambipom, ao meu lado, apenas sorria balançando suas duas caudas, como se esperasse uma decisão pra ir..

- Ok... A aparentemente é só seguir reto, sem desvio e em seguida ir contornando os corredores...- dizia ao deduzir o mapa. E assim seguimos...

  CINQUENTA MINUTOS CAMINHANDO. Eu estava bem porque nada de perigoso ocorria de novo, mas devo dizer que aquela caminhada estava silenciosa de mais. Isso me dava agonia! Já pensou surgir espinhos no chão e eu não notar? Nos primeiros minutos eu tentei prestar atenção em qualquer detalhe. Mas conforme o tempo ia passando, eu sentia cada vez mais a atenção fraquejando e, talvez, o perigo não me deixasse tão alerta assim... Isso até eu bater de frente daquela porta estranha com... adivinhe! Sim, mais enigmas!

Já cansado daquele ir e vim, eu colocava as mãos na cabeça e encarava o enigma novo. Suspirei, entortava a boca, queria uma saída dali! Ambipom parecia mimetizar minhas feições, querendo ajudar, mas acho que ela nem ler sabe..... Quer dizer, tenho certeza que não sabe, mas sabe entender desenhos! Sai tocando em tudo ali para saber se uma alavanca secreta abriria a porta. Não achei! O jeito era achar a chave, refazendo os meus passos, talvez, retornando pela primeira porta que sai, mas antes, iria dar uma olhada na porta do lado, a segunda porta do lado norte... Vai que...

 Eu não entendia a movimentação de Ambipom, e olha, que como a minha inicial, eu meio que teria obrigação de entende-la. Mas hoje estava sendo um dia um pouco confuso. As charadas atrás de charadas pareciam me intimidar aos poucos, enquanto eu resolvia uma atrás da outra, tirando minha vida do risco de perde-la. Mesmo assim, eu a seguir, não tão animado quanto ela, mas em passos vagarosos, com mãos nos bolsos, reparando nas grandes paredes que formavam aquele labirinto.

No caminho, acabei dando de frente com um rapaz, que parecia ter de arrogância o que tinha de branquitude em sua cara. Ele se vangloriava por ter a chave que desbloqueava o caminho logo atrás, enquanto não pude evitar de revirar os olhos. Atitudes como estas eram desprezíveis. Um evento que fora feito para todos se divertirem e agora ele estava tentando acabar com a diversão dos outros? Ao menos, ele lançava a proposta para mim! Roubar, eu não iria, mas ganhar em um acordo, sim!

Veja bem, eu não tiro o mérito dele ser o primeiro a encontrar a chave, mas o julgo por ser egoísta... Então, vamos dizer que ele merece a chave e se não fosse o acordo da batalha, ele não iria disponibilizá-la, então, o não já tinha, estava indo atrás da humilhação.... Dele, claro!

- Fechado! - dizia erguendo uma esfera da minha cintura, mas foi Ambipom quem assumia a frente. Ela ria para o menino, enquanto erguia as suas caudas em posição de luta. - E como vai ser? 1x1? 2x2? Você quem manda, afinal, é que tem a chave!!!