[Battle Pyramid] Muito pontudo para ser um disco voador

A reação de Mahiro era, no mínimo, interessante. Isso é claro, para nós humanos; para Cthaeh aquilo era no mínimo cômico. O robô acompanhou seu "amigo" até o fundo do campo, e nem precisou se esforçar para reparar no esforço que Hiro fazia ao se espremer nas paredes e procurar distância do robô. Além disso, a falta de contato visual era ainda mais gritante...

- Ta passada?! - Perguntou, num tom de meme. Algum vídeo de vacina pîfaizer viralizou por esses dias e rolou isso.

E foi só isso. Se fosse um humano, não conseguiria segurar o riso; como era um robô, Cthaeh manteve-se no personagem. Bem, deixou que Hiro curasse seus pokémons a distância, não interferiu e foi até bem legal com o surto do garoto. Ele foi avisado que humanos não sabem lidar muito bem com a frieza de robôs; mas simplesmente não entendia o porque daquilo tudo.

Hiro acha mesmo que aquele Kuthâe era minimamente humano?! Arg, para o Cthaeh, aquilo só não tinha sentido algum. De qualquer forma foram para o corredor. Aqui faço um pequeno conserto: você não terá que passar sozinho, você terá que passar com Cthaeh, ok?! O robô foi logo atrás, e dele a voz de Severino recomeçou:
- Oi, lembra de mim?! - Disse o homem que estava em um outro canto da pirâmide - E da Mariana, tu lembra?!

... ele esperava que sim, porque nem havia terminado a história da morte da garota. Durante todo o corredor, ele fez questão de narrar a finalização.
- Então, você ainda não sabe muito né? Quer saber mais? Em? Em? Em?

- Aaaah, essa parte é simples! Eles discutiram na balada, a faca de Barman do Nicholas estava meio bamba no faqueiro da prateleira, caiu e feriu ela nas costas, na altura cintura, em um corte de cima-para-baixo, sabe?! Acabou perfurando um dos rins dela, mas ela tava tão drogada que anestesiou um bocado. Como o corte foi de cima para baixo, ela estava de body e de cinto, mesmo tirando a faca o corte ficou bem estancado. Quando a dor aumentou ela foi no banheiro e tirou a roupa para ver o machucado e quando tirou... bem, o estancamento acabou e ai sangrou um bocado. Fim! - Disse Severino explicando a história - ESQUECE ISSO! Eu quero que você me ajude com outra coisa, vem cá!

Nesse exato momento, Cthaeh aumentou um bocado a velocidade, decolando em direção a saída do túnel. Fica aqui uma pergunta: Severino está controlando essa máquina 24/7?! Ou seria só em alguns momentos?! Se for assim, talvez devêssemos começar a questionar se fora Cthaeh que pulverizou aquele robô ou se foi o próprio Severino.

Bem, que seja. Não sei se Mahiro acompanhou o ritmo ou não; talvez ele fora bem devagar, dando graças a Deus pelo robô estar finalmente longe. Só sei que quando chegasse ao fim, atravessaria uma portinha diminuta e daria de cara com um... quarto de garota?! Oh god, é mesmo um quarto de garota! A diferença é que, dessa vez, não há nada de projeção. Se Mahiro andasse pelo quarto, veria que tudo era tocável e removível.
- Explore o quanto quiser! Preciso que você ache, ao menos, uma pasta de arquivos no quarto de Mariana. Lá dentro teremos informações importantíssimas! Só que se você achar mais alguma coisa "interessante" ou "suspeita", pode pegar e (ou) abrir se quiser. Fica a vontade. Casa de gente morta não tem dono!




OFF: Favor circular na imagem em vermelho a Pasta de Arquivos e em azul o que você interagiu/decidiu pegar. FAVOR NÃO CIRCULAR O DESENHO TODO TA??????????

Pois vamos em ordem. Mahiro optara por, em suma, analisar papeis. Bem, ele não estaria errado em assim fazê-lo; visto que logo o comando era achar uma pasta de arquivos, o que por si só faz a celulose ser algo valorizada. Além disso, assim que se sentasse no chão (e antes de reparar na mancha), repararia que aqueles arquivos eram, nada mais nada menos, que um dossiê.

O que levava a uma informação bem importante: Mariana estava investigando alguém.

Porém antes de falar destes documentos, deixe-me falar sobre a mancha na mesa. Eu sei que aquilo pode até parecer algo suspeito, mas simplesmente não é. Quando Mahiro chegasse perto, sentiria um cheiro um pouco terroso e repararia na pigmentação forte do pó que compunha a "mancha". Ele talvez não reconhecesse de imediato, então Cthaeh logo ajudou:
- Isso é maquiagem, bobo! Ela deve ter derrubado a paleta de contorno em cima da mesa! - É, parece que aquilo não era uma dica.

Pois então, prosseguirei a investigação. Começamos por onde?! O Dossiê mesmo?! Bem, deixarei você começar por onde quiser, mas lhe darei indicativos de cada uma das coisas que tocou:

Pasta de Arquivos escreveu:

É um Dossiê que contem informações sobre Leandro Bonilha. Um Galariano que, segundo o dossiê, era primo de Nicholas. O garoto tem descendência direta com as famílias que traficavam bebida e formaram máfias inteiras Galarianas no pais, no período de Lei Seca Completa (1933). Seu avô foi um dos que morreu na cadeia e outros membros não quis falar muito.
Aparentemente ele está sendo investigado por tráfico de drogas. A estranheza do fato é que a droga utilizada não é bem uma "droga comum", se é que isso existe. A particularidade da droga encontrada com ele é que ela é um esteroide para pokémons. Ao que tudo indica, o homem está traficando um novo tipo de sintético que causa alucinação em pokémons e os torna muito mais agressivos. Isso, claro, os melhora em batalhas.

Leando nunca foi preso por uma questão burocrática: como a droga é nova, ela não é ilícita. Ela ainda não foi categorizada como uma droga ilícita, o que faz dele apenas um sonegador de impostos, e não um "traficante de drogas". Em suma, Leandro está vendendo algo sem declarar sua venda para o Governo, mas esse "algo", apesar de estranho, não é ilícito (ainda).

Não botarei o Dossiê dele todo aqui, mas contente-se com essas informações:

Leando Bonilha - 32 Anos - Formado em Direito
Pai morto - Mal Súbito
Mãe - Na Italia
Familiares próximos na Região: Nicholas Bonilha (Primo), Luca Bonilha (Primo) & Andrea Bonilha (Irmã)

Jornal escreveu:

Definitivamente uma peça que dirá algo sobre, mas que não significa muito. O jornal em questão era apenas uma capa, datado de 29/10/2017. A matéria da Capa era assinada por Mariana, o que indicava fortemente que ela era uma jornalista.
Provavelmente aquela fora a primeira notícia dela que saiu na capa de um jornal, e ela quis guardar. Porque estava jogado no chão? Não sei, deve ser gravidade. A notícia era sobre algum surto de uma doença antiga, que voltou por recusa a vacinação nos Centros Urbanos. Nada demais!

VHS escreveu:

Não é como se você fosse conseguir ver, mas ao menos saberia ler o cabeçalho da fita. "Vídeo de Segurança - 19/06/2021 - Beco do Restaurante Vitoriano"

Bilhete escreveu:

"Só" os horários de Nicholas:

Nicholas - Barman
Rest. Vit 19-20-21-22/06 12-16h
Balada Q 23/06 19h 24/06 20h
BARganha 25-26/06 19-00h

Papéis ao Chão escreveu:

Nada mais nada menos que um pedido de despejo do imóvel. Aparentemente aquela Kit Net (ou quarto/sala, se preferir) estava no nome de Nicholas e com o término ele exigiu que ela saísse dali

Ah, informação importante: Severino não deixaria muito tempo para que Mahiro ficasse interagindo com tudo da sala; logo mais o Cthaeh apagou a luz e abriu a janela, enxotando o rapaz. Foi empurrando-o em direção a janela e indicando que ele passasse logo por ali e saísse daquela sala. Bem, fazia sentido, né?! Só há uma porta, e é por ela que ele entrou. Se não está em um beco sem saída, há de se admitir que a única saída que tem é uma Janela.

Tsk, Severino tinha pensado em algo diferente para sua história de amor policial. Na cabeça dele, o primo queria tomar o lugar de Leandro na máfia e o denunciou para a namorada mas depois se arrependeu em envolver ela nisso. Ainda assim, eu gostei da sua versão da história; então pode ser essa a original, se assim preferir. Só lhe direi que o seu questionamento foi respondido por Severino de uma forma diferente:
- Ah, não. Era LSD em gota e Metanfetamina. Mariana realmente tinha problemas com drogas, mas nem toda a pessoa que se droga é um zumbi sem emprego, né?! Digamos que ela era bem... profunda. Gostava de mergulhar de cabeça em tudo que fazia; seja usar drogas ou investigar alguém... de qualquer forma, você vai entender agora, vêm, vêm, passa essa janela.

Do outro lado da janela, uma sala tão escura quando a o ringue de batalha anterior. O que fazia (relativo) sentido, visto que da janela do quarto de Mariana, parecia noite. Ultrapassou-o e a penumbra que vinha da "janela-porta" iluminava o início do ambiente, mostrando que, ao que tudo indicava, Mahiro estava em um pequeno cinema particular.

... bem parecido com o que @Katakuri tem na casa dele. Um longuíssimo sofá bem confortável com uma tela enorme a frente.

Logo mais ouviu o som de uma pipoqueira:
- Pega uma pipoca, vamos passar a VHS para você rapidinho.

E passaram. De início, a VHS marcava as 00h e o beco estava um bocado vazio. Severino reparara que aquele era o horário errado, e adiantara um bocado, indo até as 14h. Ali mostrara um jovem com roupas de Barman do lado de fora, fumando um cigarro branco comum. Severino parou um instante para dizer "esse é Nicholas!", mesmo que isso não seja relevante. Logo mais Leandro apareceu, disse a Nicholas alguma coisa que era impossível ouvir, desistiu de seu cigarro, jogou-o no chão, apagou com a sola do sapato e entrou de volta para o restaurante. Leandro continuou ali por mais dez minutos, emendando um cigarro no outro. Dez minutos depois, um garoto comum chegou, deu algo na mão de Leandro e recebeu "algo". Leandro foi embora, puxando o capuz do sobretudo. O garoto ficou. Ele sentou no fundo do beco, liberou um Primeape, pediu para que o pokémon se posicionasse de frente para ele de modo que o escondesse das câmeras. Alguns instantes depois, o macaco começara a se agitar. Pulou para um lado, para o outro, começara a ficar vermelho e o treinador tentou segurá-lo. Em um ato impensável, o pokémon seu uma sequência de Cross Chop em seu treinador e o viu cair no chão. Ainda fora de si, pulou por cima do muro do beco e sumiu de cena. A gravação continuou mostrando o corpo do treinador ao chão, desmaiado, por mais quarenta e cinco minutos. Quando foi encontrado por Nicholas que voltou para fumar outro cigarro e o encontrou, chamando imediatamente a ambulância.

- Definitivamente não foi essa droga que Mariana usou - Brincou Severino, por meio de Cthaeh.

Pois bem, só lhe adiciono uma alteração: ao comer a pipoca, Mahiro foi pegando os punhados até tocar em um saquinho plástico que continha um brinde dentro. Seus pedacinhos de "vidro vermelho" estavam embalados como se fossem um tazo qualquer que se acha em qualquer salgadinho. Pois bem Cthaeh ficou o tempo todo sentado bem ao lado de Mahiro, vendo aquela fita sem muita curiosidade; afinal de contas, já havia visto. Severino era aquele mais ansioso, que esperava o clímax para ver a reação de Mahiro.

Infelizmente se decepcionou; Mahiro foi tão sem graça quanto a top model magrela da passarela, como já dizia Zeca Baleiro. O garoto provavelmente sacou que aquilo são atores e não tinha porque se desesperar. Ainda assim, Severino manteve a brincadeira; não era um garoto sem graça que a estragaria! Mandou Cthaeh levantar, deu um close na cara de Hiro e começou o discursinho:

- Menino é um MISTÉRIO MISTERIOSO, o objetivo do jogo é desvendar ele. Ta certo que a gente ta dando ele de mãos dadas, mas você tem a faca e o queijo na mão, favor não jogar o queijo fora e enfiar a faca no cu. Finge que aquela portinha ali, óh - Severino apontou com um holofote, iluminando uma portinha lateral que mais parecia uma saída de emergência de um cinema qualquer - Aquela portinha ali te leva para onde tu quiser ir para desvendar esse mistério. Vamos lá! É o dia seguinte da morte de Mariana, ela acabou de morrer, se lembra? Você viu a morte dela. Era 24/06 quando você entrou aqui, agora é 25. Você vai pra onde???