Dor e
FortalecimentoRuas de Petalburg
Já ouviu a expressão "riscos calculados"? Bem, foi o que eu fiz. Se Elekid fosse apenas um pouco mais forte, ele teria derrotado a fantasmagórica antes que ela pudesse derrotar ele, mas eu imaginei que ele não era tão forte assim por conta de todo o resultado da batalha. Eu quis contar um pouco com a sorte, mas ela acabou falhando comigo. Esperava que o elétrico se confundisse mais uma vez e que Cass pudesse atacá-lo livremente, finalizando ele ainda nesta rodada da batalha. Mas, eu também sabia que se o oponente atacasse duas vezes, haveria dois Payback fortalecidos pra atacar ele. Bem... Eu achei que daria certo. Foi pior do que pensei.
Mas, isso não importa. O que importa de verdade, é que eu venci essa luta. Ainda tem a próxima, mas eu estava olhando o Rotom Phone enquanto Joe batalhava, antes mesmo da minha batalha contra o senhor de idade, e ele usava um Pokémon do tipo lutador. O dispositivo me informou que Pokémon fantasma não é afetado por golpes do tipo lutador, a menos que o fantasma em questão esteja afetado por um golpe chamado Foresight ou Odor Sleuth. Essa desgraça de dispositivo sabe muita coisa, eu as vezes fico impressionado com isso. O mais interessante é que a dinâmica oposta não acontece. Cassandra ainda pode acertar o Tyrogue dele.
Como a batalha ainda não havia acabado, mas tinha sido interrompida por fatores externos, eu não pude fazer muita coisa. A oportunidade de poder treinar contra outros novatos era algo que eu simplesmente não podia perder, mas... Puta que me pariu, esperar duas horas pra continuar? Só de pensar nisso eu suspirei, olhei para o chão e fiquei ponderando se realmente devia esperar ou apenas ir embora e tentar treinar em outro lugar. Acabei decidindo ficar. Não posso deixar um oponente que eu estava amassando sem a sua oportunidade de virar o jogo. Observei a todos enquanto estes iam se direcionando para fora da arena, depois olhei para a fantasma arroxeada.
— Vamos, depois você luta mais. Foi muito bem. Esse final... Foi culpa minha. — Realmente não teve ninguém culpado por ela ter se machucado tanto na batalha além de mim. Todos os comandos que dei foram executados perfeitamente, foi tudo uma falha de estratégia da minha parte, pois quis contar com a sorte quando não deveria. Mas isso serviu pra eu conseguir ter uma noção de quanto que ela aguenta em levar porrada. Não é muito... Mas ela tem muitos meios de evitar com que ataquem. Eu suspirei de novo, pela minha decisão no final da batalha que estragou tudo. Eu teria uma vantagem gigantesca contra o próximo oponente se tivesse ido pelo certo em vez de ir no duvidoso. Fiz e paguei o preço.
Balancei a cabeça, da esquerda para a direita, com um pouco de intensidade, quase como se fosse um Poochyena se chacoalhando depois de tomar banho, pra se secar. Isso era eu dispersando os pensamentos negativos de ter feito uma decisão ruim. Eu ainda tenho que aprender muita coisa, mas espero que dê tudo certo, ao menos nessa batalha. Fui caminhando na mesma direção que todos os outros, mas um pouco mais atrás e mais lentamente. Minha mão esquerda foi no bolso da minha jaqueta, onde eu guardava a Pokébola do Vick e eu fiquei segurando-a em sua versão miniatura, apenas com o indicador e polegar. Sem pressionar o botão do meio pra que ela crescesse, fiquei observando a esfera.
Enquanto toda a movimentação acontecia ao meu redor, apenas fiquei focado no que minha mente me dizia. Eu estou realmente fazendo tudo isso? Este Pokémon realmente gosta de mim? E, o pior, eu realmente gosto dele? O que tá rolando, afinal? Eu não era um cara que dizia que nunca iria usar Pokémon e que eles deveriam ficar na natureza? O que eu tô fazendo com dois deles comigo? É realmente tão necessário eu fazer isso? Bem... Uma coisa é certa. Se eu não tivesse a Cass e o Vick comigo naquela noite com o agiota, talvez eu não estivesse aqui pra ponderar tudo isso agora. Sempre foi assim, eu sempre escapei por um tris de morrer, mas nunca ileso. A Cassandra humana já deve ter perdido as contas de quantas vezes já consertou algo fraturado em mim e eu devo tudo isso àquela Pokémon rosa e gordinha, que a Enfermeira Joy também tem.
— Rotom... Pode colocar uma musica pra mim? — Eu disse, enquanto puxei um par de fones de ouvido para conectar ao dispositivo. Eu realmente preciso relaxar um pouco, senão vou colapsar. Talvez seja apenas minha mente que complica demais as coisas, mas... Pra mim, tudo isso é muito complicado. Eu realmente preciso esquecer tudo isso e voltar a focar em estratégias pra próxima luta. Não digo contra o Tyrogue de Joe e sim aquela garota... Bulbasaur, Charmander... Tenho certeza que vou acabar enfrentando eles. — Rotom, coloca essa aqui. — Você pode estar se perguntando o que um cara com a minha aparência teria pra gostar desse tipo de música... Bem, na verdade, eu não sei te explicar. Sempre gostei. Ponto. Não pergunte, porra.
Depois que a musica começou, eu fui me sentar em algum lugar na área comum do Centro Pokémon e encostei a cabeça na parede, fechei os olhos e relaxei um pouco, enquanto esperava ser chamado novamente para batalhar...