#18 Baby Vulpix tururu

Você pode não ter nada sério com nenhum contatinho, mas ver 2 na mesma sala era desconfortável as fuck, imagina no mesmo grupo... Parece coisa de filme, mas, acredite, ACONTECE! Vamos deixar pra lá, melhor nem pensar nisso se não atrai.

Conhecer os amigos era tipo conhecer a família. Não tinha aquela carga emocional de "se minha sogra não gostar de mim, meu casamento ta amaldiçoado", mas se os amigos não gostarem de você, como vão respeitar seu relacionamento? Ah, espera, avançamos etapas e estamos chamando um lance de relacionamento. Vamos dar dois passos pra trás e voltar pro frio na barriga normal, nada de estranho nisso.

Depois das primeiras frases surgia alguém com as bebidas que Mack havia pedido, mas não era o barman. Ei! Era aquela cantora! Ela também era garçonete? Com o papo nem perceberam que o som era apenas instrumental no momento. Antes que Kiki ficasse confusa demais, a moça da voz agridoce perguntava - De quem são esses drinks? - E Mack ergueu os dedos, passando um para Nakeisha, esperando por um brinde. - Estão se divertindo rapazes? O La Bonne Nuit está em débito com vocês por livrarem nossa cidade dessa imundisse. Podem pedir qualquer música que eu me viro. Hoje é dia de comemorar!

Ela tocava nos ombros de Frost enquanto dizia isso de um jeito sedutor e venenoso ao mesmo tempo. A mulher tinha os olhos fixos em Kiki enquanto falava, mas alternava para Mack e então para Kiki novamente com algum desejo implícito naqueles rápidos e eternos 3 segundos. Por fim pousava a atenção total em Frost quando ele disse:

- Está tudo perfeito Ronnie, obrigado. - depois daquela troca de olhares qualquer um com uma visão decente conseguia ver que eles tinham passado... ou presente, vai saber? - Mas se eu pudesse escolher, seria uma música lenta e um drink mais forte.

Ele erguia o copo de whisky vazio e ela massageava o mais velho antes de tocar no copo, aproveitando para tocar na mão dele como naquelas cenas de filmes estrangeiros. Só que enquanto os dois conversavam, outra coisa acontecia entre Kiki, Joe e Mack. A resposta à provocação anterior:

- Naaaah. Alguma pequena corrupção Mack teve que fazer. O velho não é tão passivo assim. - Mack bebia sua marguerita com cara de quem tinha culpa no cartório, desviando o olhar, preferindo não comentar o assunto. - Mas que bom que deu tudo certo.

Pois é. "Ronnie" era uma mulher misteriosa, que já revelou alguns segredos, se é que poderiam ser chamados assim já que era a primeira vez que Kiki a via. Enfim, ela sumia de vista já que a criadora mergulhava no príncipe negro feito a pincel, toda solta nas brincadeiras com o grupo. Em pouco tempo ela se misturava com o time e já recebia a segunda rodada de margueritas quando a cantora retornava com uma balada ritmada que fez Mack levantar antes mesmo da primeira estrofe ser cantada, tomando para si o momento como dele (Meu Ébano).

- Dança comigo, princesa. - Mack estava de pé com o braço estendido. Sua confiança lhe permitia convidar sem a necessidade de perguntar, apenas esperar que Kiki também confiasse nele para lhe guiar pelo salão. Ah, claro, se Kiki demorasse muito Joe e os meninos colocariam uma leve pilha (fazer oq? já estamos todes shippandi Miki).

O toque suave da mão esquerda do patrulheiro na mão de Kiki. A pegada firme sem pesar, entre o limite de comportado e ousado, nas costas dela. Os olhos próximos o bastante para se perderem um no outro. E o sorriso branco que se abria ao comentar das habilidades escondidas de Mack com o cover de Alcione no fundo falando que não podia dar mole se não...

- Quando eu era mais jovem minha avó me arrastava pra dançar com ela nos barracões de samba. Ela era bem envolvida com ações em comunidade. Acho que herdei isso dela, de querer ajudar e estar sempre ativo, sabe?

Ele se abria com ela como se não fosse nada, mas era bastante a considerar que se conheciam a pouco mais de uma semana. Talvez as relações estivessem mais rápidas mesmo hoje em dia (vai saber? casais hétero ainda estão casando aos 20 anos). Só que Mack era mais.... devagar. Ele se contentava ao ficar coladinho no corpo da criadora, guiando ela pelos poucos minutos que durou a canção. Isto é, até que no finalzinho ele deu um sinal. SIM KIKI UM SINAL!!! Ele colocava uma mecha do cabelo por trás da orelha dela e descia suavemente o dedo pelas maçãs da bochecha dela, se aproximando um pouco mais.

Parecia o momento perfeito, né? Só que não. Joe estava vomitando e alguém, indelicadamente, puxava Mack para ajudar. O capitão tinha desaparecido da mesa e os outros dois estavam flertando em mesas longes demais. Quanta coisa em apenas 3 minutos... Ao menos o instrumental voltava a tocar e um saxofone daora rolava pelo salão. Mack pedia desculpas silenciosas por ter que se afastar, mas bros before gurls.

Pronto. Alcione tava certíssima. O poder da melanina cheirava a paixão! Infelizmente tinha outra coisa cheirando não muito bem próximo a eles. Ah é! O vômito de Joe. Não tinha hora pior? Kiki até conseguia um copo retornavel grande o suficiente pra conter pelo menos 2 rajadas de .. você sabe o que. A questão era que o rapaz já não tinha mais nada no estômago. Pronto. Provavelmente era um dos mais jovens que não tinha experiência com bebida e tinha esquecido de se alimentar.

- Eu quero ir pra casa.. - Joe balbuciou.

Os outros meninos? Já estavam longe da mesa fingindo que não tinha visto o caos causado pelo companheiro. Agora era problema de Mack, e de quebra, de Kiki também.

- Jura? - Mack questionou, sabendo que a resposta não seria diferente. Ele suspirou e se virou pra Kiki. - Desculpa mesmo por isso, mas acho que a festa acabou pra gente. Você pode ficar com os meninos se quiser ou.. Acompanhar a gente.

Ele deu de ombros, mas no olhar queria muito que Nakeisha acompanhasse ele pelas ruas da cidade até onde estavam ficando. No final, cabia a ela decidir. A conta já estava paga mesmo.

Sim, um carro! Muito melhor que ir tropeçando pelo caminho até o lugar onde estavam ficando. Mack ficou agradecido pela ideia, apesar de significar que teria menos tempo na companhia de Kiki. É a vida, não se pode ter tudo. Ainda assim não se arrependia de ficar do lado do amigo e ficava feliz que ainda teriam a chance de compartilhar uma coisa mais juntos.

- Dois canudos, Pops - Mack pediu. - E uma porção de fritas pra viagem, por favor.

O senhor assentiu e foi tão rápido quando o carro que chegou para buscá-los.

- Aqui querida, por conta da casa. Tenham uma boa noite! - Desejou o velho Pops.

A comida era mais pra Joe forrar o estômago enquanto os dois dividiam o shake de chocolate, brincando um pouco e se sujando no processo. Acho que o motorista não curtiu muito dois bêbados e um que tinha dado PT. Deve ter demorado uns 10 minutos para chegarem no endereço que Mack pediu. Ele só pedia um instante para colocar Joe pra dentro, pedindo ajuda a Kiki e retornava, encostando na porta da entrada aberta.

- Você... não quer subir? - Ele perguntou com aquele jeitinho moleque. - Acho que Joe vai desabar depois de um banho e a gente vai poder passar um tempo a sós.

Era preciso dizer que ele ainda corava propondo aquilo? O sorriso meio assustado em aguardado da resposta e os olhos um pouco desviantes diziam por ele. Os dedos tocavam freneticamente a madeira da porta como se precisava ouvir algum barulho enquanto o sim ou não tardavam a surgir e em algum momento aquele dedos passaram para o braço de Kiki e desceram até tocar sua mão, balançando ela no aguardo. E não só Mack esperava a resposta. O motorista do carro também queria saber se Kiki iria seguir ou encerrar viagem.