A lenda do Guardião - crossover Lupinos e Avengers

OFF: Se o Ego pode voar do seu lado então ele é um super-ego??? desculpa a piada de freud
OFF²: Desculpem a demora ): Ontem o dia foi caótico, muita coisa pra cumprir na dissertação e pesquisador não tem feriado @_@ pra piorar, o teclado do meu note quebrou, então tenho que mandar ele pro conserto urgente, mas não se preocupem, vou pegar o note da minha mãe emprestado nesse meio tempo :>


Não é que eles eram maus ou bons, é que todos ali tinham o problema de religiosos comuns: havia muitas palavras em seus corações, mas poucos atos. Ao ouvir os pedidos de ajuda, todos pensaram em ajudar, mas nenhum foi de fato. Isso não é comum? "Amar o próximo como a ti mesmo" é o mandamento pioneiro, mas também o de execução mais difícil.

Então quando o socorro ecoou, todos se entreolharam e esperaram o primeiro fazer algo. Assim como nas perguntas ao Sckarzinho, que todos "queriam" fazer, mas apenas uma voz masculina vocacionou. Isso também ocorrera no puxão que a garota-de-cabelos-congelados tomou, que só após dar dois ou três tapas em Sckar foi tirada de lá. Esse é um grupo que pensa muito e age pouco; tem fé mas não tem atitude. Sempre há um 'gap' entre o acontecimento e a ação, e com o socorro não foi diferente.

A única coisa que eles tem de sobre é disciplina; então para se organizar eles agem rápido.

Quando o tal do César se aproximou aos prantos, correndo, o círculo se abriu rapidamente e fagocitou o rapaz para dentro também. Ele já chegara meio cambaleando, caindo sobre seus joelhos machucados, resmungando e chorando. Arfava feito um cão e suava feito um porco! Com o rosto um bocadinho inchado e entre soluços e inspiros, ele levantou a face e falou:
- Ta vindo! Ele ta vindo! - Sua voz de desespero não era agradável e muito menos um bom indicativo - Ele tem um Charizard enorme, só pode ser ele!

O anúncio finalmente tirou os olhos de Sckar e os botou na estrada. Minutos silenciosos precederam a chegada de Gaulvist a passos lentos e, quando este pisou para dentro da roda, fora fagocitado como todos os demais personagens da história. Ele, Navi, Charizard e Gallade.

Visualizem comigo a cena. Uma roda de trinta pessoas cercavam três adultos: César, Gaulvist e um homem que segurava a menina-de-cabelos-congelados. Junto destes adultos tínhamos seis pokémons: Tutle, Tsuna, Motonari, Navi, Vedome e Apolo. Para além destes seis pokémons, oito crianças: Sckar, a menina de cabelos congelados, e mais seis não tão importantes até então. O centro estava cheio, mas não tão cheio quanto as bordas! A questão é que o espaço começava a ficar meio "seleto" e com essas dezenas de pessoas dentro e fora do espaço, teríamos que começar a se aconchegar... porque a roda? A roda não estava com intenção alguma de abrir espaço.

Gaulvist, numa tentativa meio desesperada de se mostrar bom moço, falou sobre sua sociedade e sua congregação, mas fora completamente ignorado, afinal de contas nem a Avengers e nem a The Wolves tem reputação alguma em Azalea, sendo COMPLETAMENTE DESCONHECIDA nessa região. Nem a Requiem, nem a Virtum, nem a Black Stars, né? Mas fazer o quê. Se pararmos para pensar um pouco, os habitantes de Azalea tem certa razão em não confiarem em sociedades, nós negligenciamos um pouquinho eles, né?

Enfim, enfim, isso não importa muito, foco, né?! Eles não sabiam quem diabos era Gaulvist e pouco se importavam com o que ele estava falando. Tinham certeza em sua cabeça que ele tinha inventado alguma congregação qualquer agora e pego algum nome-lendário qualquer. Oh, nenhum frequentador poderia verificar isso! A menos que fosse um pároco ou um vigário, e lá não havia ninguém assim... ao menos, não ainda. No fim, deram de ombro para suas informações e ficaram mais um bocado de tempo em silêncio, até a mesmíssima voz que ousou fazer as perguntas para Sckar voltou a falar:
- Você é o incendiador - acusou sem nem dar uma chance - E eu acho que você deveria... - Deu uma pequena pausa, como quem pensa no que vai falar logo em seguida - ... confessar seus pecados.

○ 4 ○

"Incendiário"... é, essa palavra causou um bocado de reação. Sckar riu, Gaulvist braguejou e o círculo se assustou. A reação de Sckar foi de longe a mais incômoda ao homem que vocacionou tudo aquilo; ele batera o pé no chão irritado e disse antes mesmo do menininho parar de gargalhar:
- Ta rindo de quê? - Retórico... sempre retórico - O que é tão engraçado assim? - Seu dedo apontara para Sckar e apenas para ele. Os olhos largaram Gaulvist, ainda que o sujeito falasse no fundo.

E fora este Gaulvist, fagocitado pelo grupo, que tentou sair e não conseguiu. Ao dizer o que tinha para dizer, caminhou para a borda do círculo com seus pokémons e fora simplesmente empurrado para dentro dele novamente. Ele simplesmente não-conseguia-sair. Os três de seus pokémons olhavam aquilo odiosos; os três queriam confrontar.

Dos três, dois poderiam sair por cima, restando apenas Gallade ali. O problema é que eram trinta pessoas, simbolizando um perigo relativamente... grande. Se fosse um ou dois religiosos malucos, Sckar e Gaulvist poderiam dar consta, agora... trinta? Trinta pessoas Apolo, Navi e Vendome já não sabiam.

Apesar de eu estar focando em três pokémons, havia um quarto para o lado de fora da esfera; um que Gaulvist em algum momento relançou em campo, o Lucario. Este pokémon cheio de enxaqueca pisou mais uma vez nesse território lotado e teve uma curta participação na resolução de um mistério torpe. Depois disso, focou-se em não morrer de enxaqueca mais uma vez enquanto seu treinador dava um jeito de se livrar da enrascada em que se meteu.

Esse mesmo pokémon pressentiu perigo vindo. Perigo em quantidade alastrante. Perigos... talvez perigos, no plural. Um vinha em auras vermelhas, pequenas e em enormes quantidades. O segundo já era escuro e enorme, tomando quase todo o campo de visão. Ao fundo da aura negra havia uma segunda aura, mas o borrão era tão 'forte' que ele não conseguia interpretar muito mais que isso. Levara suas mãos até as têmporas, massageara e tentara voltar-a-si. Era muita coisa. Muita enxaqueca. Muita aura. Muito sinal. Muita coisa...

... que seja. Foque no fato de que você não conseguiu sair da roda, Gaulvist. As dezenas de pessoas te impediram de passar. Sckar, você estava mirado nos olhos de um leigo que achava que era clérigo. Ele disse algumas palavras em voz alta e as pessoas concordavam, e agora estava com pinta de ministro. Ele já vinha meio 'cacarejando', como quem te desafiava:
- E o que te garante que seu amigo não é UM incendiário? - Disse, dando ênfase no um - Ele é forte, tem pokémons que claramente são treinados, faz parte de uma sociedade e diz amar o ramo culinário. Provavelmente compra Berrys de algum agroexportador, ganharia com isso. Além disso, é claramente alguém que deseja ser mais forte. Tem um Charizard solto por um Bioma que está passando por problemas de seca e incêndios sem motivo algum e se fará de sonso para você caso um incêndio apareça por perto - Deu uma pausa e respirou fundo. Na cabeça daquele homem, aquilo fazia completo sentido - Além disso, eu sou de Azalea e eu sei o que pedimos para vocês. Nós pedimos para que nos ajudássemos a invocar o Guardião da floresta, e não a combater incêndios. Porque estão tão interessados nisso? Não nos trate como idiotas... Provavelmente quem está sendo enganado é você.

Mas Navi? Bem, Navi vasculhou a área. Só que ela não achou nada demais. Talvez por ser um dia nublado (porém com baixa probabilidade de chuva), os "queimadores" não saíram para botar novos focos de incêndios hoje. Ou não. Ou apenas estavam 'do lado errado da floresta'. Ou apenas Navi não andou o suficiente porque algo mais interessante a parou; o movimento de pessoas. Quando subiu um pouco, o pokémon voador reparou que o grupo de trinta pessoas começava a aumentar, e uma ou duas pessoas chegavam esporadicamente. Aos poucos eles se transformavam em... quarenta? Ainda não, mas se continuasse naquela velocidade. Eram ainda quatro horas e ao fundo da floresta, bem na divisa entre Azalea e Ilex, um homem com roupas clericais e um cajado andava a passos lentos, em direção ao grupo...

... talvez o vigário (finalmente) esteja vindo.

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OFF: Gente, desculpa a demora, mas é que esses dias eu to só o pó @_@ E eu não gosto de postar de qualquer jeito rotas assim, sabe? Meio investigativas, que ai deixo passar furos muito grandes

Uma coisa eu posso dizer desse homem: ele é um bom ouvinte. Tudo que Sckar falou foi começado e terminado: sem nenhuma interrupção. Não era como a menina-surtada ou César, que gritava desesperado. Ele deixava com que o garoto falasse. Ia ouvir? Ai já não sei. Iria responder? Também não sei. Ainda assim Sckar falava, falava e falava, enquanto ele botava a mão no queixo e ouvia com atenção.

Já da para imaginar que começou a ficar fácil entender quem é este homem, não é?! Ele era uma figura esguia, com roupas largas e confortáveis, em tons beges. Seus cabelos não eram cortados a um tempo e sua barba precisava de 'aparos'. Mal se via sua boca e seus olhos; sua pele era levemente pigmentada e tinha um bocado de manchas de sol nas mãos.

Quando levava sua mão ao queixo, ela afundava na barba sem corte. Ora ou outra coçava o nariz. Sua blusa tinha uma gola V relativamente grande, além de carregar consigo um terço extravagante que usava como colar. O terço era verde e bastante personificado, lembrando um bocado o Celebi. Gaulvist fez as duras queixas nesse meio tempo, além de ameaçar ligar para a polícia. Antes que ele o fizesse, o homem respondeu as acusações de Sckar com certa calma:
- E você, vai fazer o que vindo um mísero dia na floresta? Apagar tochas? - Ok, não tanta calma assim. Seu tom meio rude não era lá muito legal, mas era compreensível. Ele não era grosseiro, apesar de não ser agradável - Não é uma pessoa. Não é um foco. Não é um dia. Um dia nublado na Ilex Forest não vai te fazer o salvador da floresta, por isso queremos o Guardião. Não entende? Estamos passando por isso a meses. É um desrespeito você achar que nosso problema é pequeno o suficiente para ser resolvido com uma caça. Juntamos dezenas de pessoas para tentarmos e você é arrogante ao ponto de achar que consegue sozinho. Agora me diga, "Bishop", se sabe de fato o que fazer, você saberia ao menos me explicar detalhadamente qual é o nosso problema? Ou melhor, você tem alguma ideia de COMO INVOCAR O CELEBI? Imagino que não saiba nenhum dos dois. Ainda assim, quer falar alguma coisa... - A pausa veio junto de um suspiro decepcionante - Pior, quer rir de alguém. Patético.

Fora ai que o homem desabou. Não metafóricamente: literalmente. Seus joelhos penderam e ele desistiu de ficar em pé, caindo rápido contra o chão e sentando na terra-úmida. Lembro que era um dia nublado, por volta das quatro da tarde; não demoraria para o sereno cair junto da noite, então a terra já estava fria. Ele aconchegou os pés-descalços na areia fofa, olhou para o chão e depois direcionou o olhar para Gaulvist:
- Liga pra polícia mesmo, não foi você que machucou César? E aquele ali não congelou a cabeça da guria? Talvez seja bom pagar umas penas mesmo...

Seu ombro caiu. Agora o homem se calou e desistiu de falar alguma coisa. Eu não sei te dizer se Gaulvist findou ou não a ligação para a polícia, mas havia um ou outro que não gostava muito disso: para eles, chamar a polícia só iria atrasar a procissão.

... mas afinal, cadê esse maldito vigário? Navi lhe acompanhava e eu já adianto que ele estava ao pé da roda, começando a ouvir esses múrmuros. Uma voz até meio impaciente reclamou em voz baixa:
- Mas o Padre Otaviano não vai chegar não? - Disse uma das várias vozes do grupo - Né? Só ele pra resolver essa confusão aqui - Disse outra - Essas pessoas... porque a gente está segurando elas? Não é só soltar? - Se questionou outro - Não, né! E se forem realmente incendiários? - Respondeu um quarto - Mas é só uma criança, crianças não fazem essas coisas - ... e por ai a conversa paralela foi.

○ 8 ○