A lenda do Guardião - crossover Lupinos e Avengers

Da investigação de Sckar, deixo narrado que a temperatura da terra é bem... ambiente. Um pouco úmida e fria, eu diria, graças a curta chuva que precedeu a coleta. Salvo isso, havia outra característica um tiquinho marcante, que narrarei apenas para dizer que não passou nada batido: a terra molhada de chuva ácida formava um barro preto que tinha um odor meio azedo. Na verdade, a "amostra de chão" que Sckar coletou estava impregnado desse cheiro azedo, além de fazer um certo barulhinho de "refrigerante abrindo", só que beeeeeeeeeeeeem baixinho. No mais, não havia sol, então ele não tinha muito como saber o aspecto daquele troço à luz do dia, mas fazer o quê?!

Ao menos esse podia ser um bom indicativo de método.

Ele então seguiu a caminhada, ultrapassou o largo espaço de queimada e voltou a mata fechada. Caminhou mais um pouco e alcançou Gaulvist, que dava atenção ao altar preparado pela comunidade. Ali, um embate ético: um homem sem fé e um homem de fé. Enquanto Sckar duvidava de tudo e todos, Gaulvist ia até o santuário, prestava respeito e pegava a flauta mágica com todo o respeito. Nesse momento, devo lhes dizer que o homem tinha dois espectadores importantes sobre si: um Celebi e um Butterfree, que outora foi salvo por ele.

Ambos o ouvira; ambos foram chamado. O pokémon-borboleta, correu até o humano e pousou-o em seu ombro. O gramíneo-mítico, ouviu o chamado, avaliou o pedido e viu do que se tratava. Por algum motivo, ele não foi. Qual?! Um mistério. Ele viu, ouviu, analisou e não prosseguiu. Sabia que Gaulvist tinha boas intenções, mas não atendeu o chamado do garoto, deixando claro que apenas tocar a flauta realmente não era o suficiente.

No fim, havia certa razão naquela religião; o ato de tocar realmente não era suficiente. Celebi os abandonou?! Não parecia ser o caso, mas há de se admitir um receio deste pokémon em surgir. Gaulvist terminou invocando um humilde Butterfree, além de causar uma enorme sensação de gratificação a todos os gramíneos ali presentes: Frogsaur e Motonari. Os mesmos que confirmavam para Sckar que aquela floresta era centenária e real.

No fundo, era possível ouvir a chegada pra procissão, que já se mostrava mais alegre por estar bem próximo do local sagrado. Eles cantavam mais alto, riam um pouco e tentavam se animar, tentando deixar para trás o cansaço, o sono e os maiores problemas, afinal de contas, não era uma caminhada fácil para ninguém...

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Atrair o mítico eu não sei, mas atrair um bocado de pessoas?! Isso sim Gaulvist conseguiu. Tínhamos um embate ali que se refletiria por toda a rota: enquanto Sckar pensava muito e agia sempre com um pé atrás, Gaulvist preferia ir por meio das sensações. Isso podia lhe custar alguns bons momentos, mas as vezes lhe mantinha certa inocência.

Mas inocência era algo que Sckar não queria. Apesar de ser uma criança, ele acreditava que o conhecimento e o desvendar era algo importante, e que desmistificava muitas histórias. O que não é entendível agora, será depois. Como muito céticos, para esta criança, a Inocência não é, necessariamente, pureza; é puro desconhecimento.

Aqui, não há uma resposta certa.

O que há de relevante é que a procissão havia chegado e, com ela, toda a carga religiosa e sua animação. O vigário, como imaginado, passou por Sckar lhe saudando. Deu a Gaulvist a paz-de-Arceus. Deu ao Santuário uma reverência e foi até o pilar que narrei outrora. Ali, ficou sobre um degrau bem organizado e iniciou uma missa:
- Boa noite! - Disse, em alto e bom tom - Depois dessa imensa caminhada, é com muita alegria que anuncio que chegamos sem nenhum problema. Todos com saúde, com alegria, com felicidade. Foi com a proteção de Celebi que chegamos aqui e será com a proteção de Celebi que iremos continuar aqui - Anunciou o Vigário - Quero fazer uma oração especial à Ave Lugia, que me trouxe aqui, peço um minuto de silêncio a ela, se me permitirem. É minha padroeira...

Todos os outros, incluindo as crianças e os adultos que outrora participaram da confusão inicial, se posicionaram em um "C" em volta do altar e do pilar em que o Vigário estava para fazer a celebração. Do lado do vigário, mais ninguém. Sckar e Gaulvist ficaram um pouco "fora de posição" nessa dinâmica, um pouco destoantes, no meio do caminho, entre o santuário e a multidão, atrapalhando um pouco a dinâmica, mas ninguém lhes tirou de lá.

A única diferença é que as criancinhas que outrora carregavam velas apagadas, começavam a acender suas tochas uma por uma. Só havia um isqueiro, o que faria a primeira tocha ser acessa e depois esta ir acendendo uma por uma, sucessivamente. Elas ficavam na frente, respeitando o silêncio à Lugia.

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