Pokémon Mythology RPG
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got me thinkin' nonsense ~

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nonsense ~
"Namorada", que garoto bobo.

Foi com uma gargalhada e um balançar de cabeça que respondi Elfman, que parecia ter demorado um pouquinho para me reconhecer, o que por si só é incrível já que muito tempo havia se passado e eu recentemente pintei o cabelo. Essa história, inclusive, trouxe de volta memórias que já estavam mais do que guardadas, incluindo o fatídico acidente com o Qwilfish que me fez dar meia volta do Mt. Pyre. Apesar de tudo, eu e o gigante formamos uma boa equipe naquelas circunstâncias para atravessarmos o mar.

— Tava com tanta que tive que ir atrás do seu irmão, acredita? E agora namoro com ele. Mantendo na família, sabe como é. — brinquei de volta, dando uma segunda risada; Ivy carregava a criança e, de relance, pude ver o bendito elevador, mas não iria para lá agora — Ah, Elfman, calma aí. — caminhei de volta até os dois, aproveitando para pegar a esfera de Manju no caminho e liberá-la — Aí, como tá grandona. Você ajudou, né, necromancer. — a ultima palavra era mais uma leve deboche já que não pude ver os famoso "poderes" do gigante em ação, mas Manju imediatamente se aproximou do rapaz e emitiu um cry que parecia um oi muito animado — Amor- — apoiei a mão no ombro direito de Daisuke — Acho que a saída é por aquele elevador ali. — apontei para lá, em seguida voltando minha atenção para o rapaz de cabelos alvos — Como você tá? Consegue andar? Podemos tentar te carregar juntos. Eu não sou alta que nem vocês mas tenho meu valor... — brinquei, levantando o braço direito e erguendo um "muque" muito do pequeno — Qualquer coisa Manju também pode ajudar.

Elfman estava bem, ok, mas ainda não sabíamos porque diabos estava naquele estado catatônico de antes. Não seria eu quem introduziria o assunto, acho que é muito mais algo para Daisuke conversar com ele, mas que era esquisito, era. Não dava exatamente para entender como essa criatura abençoada se colocou nessa situação, mas...

Fazer o quê.

O jeito era tentar sair pelo elevador mesmo.

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Não mordeu forte o rabo dele. É bom essa porra não ficar roxo, do contrário ele me paga.

Quando Elfman respondeu Karinna a tratando como namorada, eu arqueei uma sobrancelha. Quando Bley o respondeu em tom de brincadeira, entendi que haviam usado aquilo para escapar de alguma coisa. Virei minha cabeça na direção do rosto de cada um, e, por fim, dei de ombros. Não era da minha conta. Especialmente se eles não quiserem mencionar. E, EI! Ele é o irmão lelé! Eu sou um cristal de sanidade lapidado.

Caham.

Quando o jovem de cabelos alvos se dispôs a reclamar pelo estado em que se encontrava, eu acabava por me tocar que havia esquecido de tirá-lo da camisa de força após ele acordar. Por alguns instantes, eu o encarei sem dizer muita coisa. Ele genuinamente achava que ia escapar dessa sem dizer nada?! Bom, por enquanto, ele estava certo. Precisava libertá-lo. Chamando Maru para fora de sua esfera, eu pedia para que ela liberasse o elfo tamanho XL de sua restrição, e, enquanto assistia, eu acabava por lhe dar um sermão. - Olha, seu imbecil, você me deve explicações. - Falei, enquanto o encarava nos olhos. - Mas mais do que pra mim, pra Lis e pra Mira também. - Completava e ficava alguns segundos em silêncio, cabisbaixo.

No entanto, quando iria continuar, Karinna me chamava a atenção para a saída, apontando para um elevador, enquanto se oferecia para ajudar Elfman a andar, eu apenas oferecia minha mão, e, caso necessário, o ajudaria. - ...amor, acho que podemos só perguntar pro fantasma aqui pra onde é a saída. - Me virava para ele, e o questionava. - E ai? Se lembra onde é a saída ou se esquece de mais coisa além da sua família? - Perguntava, impaciente.

Calma, Daisuke. Não é hora pra isso. Vocês vieram fazer algo aqui, e precisam fazer, ou Bley vai estar em perigo.

- ...mais do que isso. Vai me contar por que tava numa camisa de força? - Lhe fazia mais uma pergunta, antes de prosseguirmos.


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Eu não vou te dizer se vai ou não ficar roxo, mas eu acho que você devia ter um pouquinho mais de gratidão. Tava morrendo de saudade do cara, agora você tem uma MARCA PERMANENTE dele no seu corpinho!!! NÃO É INCRÍVEL???

Bem, talvez não tão permanente assim, mas... Sacomé, né?

...quê? — Foi a resposta mais apropriada possível que encontrei para as palavras de Karinna. Ela veio, aliás, pouco tempo antes que uma gargalhada - meio falha, meio fanha, mas uma gargalhada - estourasse da garganta, o que não era algo muito legal para o estado deplorável que ela já estava. Nem fudendo! E tu tá aguentando esse cabra mala aí? — Provocou, um sorriso debochado brincando nos lábios - não pôde encará-la direto pois, como já disse, seu campo de visão era limitado à fuça enorme de uma Venusaur.

Quando Manju veio do NADA, ele até fez de conta (ou será que foi de verdade?) que tomou um sustinho quando se ligou na GRANDONA que tinha ali na frente.

Ei, coisona!!! TU TÁ ENORME!!! Vem cá, vem que eu vou te DAR UM CARINHOZÃO — Cumprimentou. Como ainda estava preso, eu vou ser bem direta: ele mexeu uma das pernas de um jeito bem estranho, desdobrou-a, e como já estava descalço mesmo, METEU O PÉ na cabeça da psíquica pra fazer um carinho exagerado. Eu não sei se era chulé ou se foi só estranheza, mas a quadrúpede emitiu um chiado reclamão e se afastou, o que meramente arrancou outro riso do albino, que A PERSEGUIU COM O PÉ por alguns instantes antes que fosse incapaz de fazê-lo quando, temendo pela sua cabeçola, Manju saltou pra cima de Zhár e escapou do escopo de alcance do homem - a reclamação, dessa vez, partiu dele, mas ela não tava nem aí. Mas é uma princesa mesmo... — Revirou os olhos, embora não tivesse tido tanto tempo de ficar resmungando. Não quando uma escorpião gigante brotou no meio do processo pra começar a rasgar aquela camisa de força, ainda que não de muito bom jeito. Quer dizer, sim, ela é ÓTIMA pra furar coisas, mas já tentou fazer OUTRAS COISAS quando tudo o que você tem são PINÇAS? Pois é. Eu vou te dizer que só deu certo porque a própria Zhár também ajudou, mas aí é detalhe.

...eu não tenho culpa de absolutamente nada. — Foi o que respondeu primeiramente para Daisuke, ainda que tenha lá minhas dúvidas o que exatamente seria preciso acontecer para que ele se assuma culpado de uma situação completamente aleatória como essa. ...como elas tão? — Essa questão veio um pouco mais devagar. Provavelmente seria etiqueta perguntar como ELE estaria, mas considerando que tava ali, tava vivo e tinha uma namorada gostosona (essa aqui sou eu quem tô dizendo), acho que dá pra dizer que assumiu que o ruivo tava era muito que bem.

A primeira coisa que se destacou imediatamente assim que o albino conseguiu se livrar daquela camisa desgraçada foram as marcas. Marcas firmes, fundas e extremamente vermelho-sangue-escuro que engoliam seus dois antebraços, as mesmas que alguém que lutou bastante e insistentemente contra amarras provavelmente teria. Não pareciam ter sido feitas exatamente por cordas, tampouco pareciam ser de agora, então aquilo era outra coisa a se pensar.

Outra coisa é o fato de que aquele lelé seco, que se batesse um vento ameaçava levar, não existia mais. Quer dizer: Não posso afirmar que a forma estava muito bem cuidada - provavelmente deixou de ser atenção há algum tempo, embora seja difícil dizer ao certo o motivo de ter desaparecido -, mas posso te garantir que se o ruivo tinha receio de bater de frente contra um palito humano, certamente não sonharia em fazê-lo agora que tinha ganho massa e definido alguns músculos; Não era o suficiente para bancar um fisiculturista, mas é algo que acredito valer a pena mencionar.

Tudo isso foi bem fácil de reparar, considerando que tudo o que vestia era uma simples regata acinzentada.

Por um momento, ele largou o corpo contra a parede, sentindo a liberdade dos braços mais uma vez. O papinho trocado pelo casal, entretanto, chamou sua atenção, e o olhar instantaneamente se virou na direção de Daisuke - pois, bem, era quem estava mais perto.

Eu não vou sair. — Foi firme, mais do que talvez necessitasse ser. Sério, a expressão animada torcida em um rancor inquieto que pulsava de maneira, hm, ardente demais. É preciso falar, porém, que não era uma emoção direcionada ao ruivo. Não teria como ser. ...eles levaram a Ma e o Nii. Não vou embora sem eles. — A parte boa era que vocês também ainda tinham algo pra pegar, então NINGUÈM VAI SAIR!!! AHAHA!!! ...Daisuke, eu não esqueci da minha família. — A frustração, essa sim, foi direcionada ao rapaz. ...Eu tava atrás da nossa família antes de parar aqui. Tu não pode meter essa pra mim. — Isso foi um aviso, eu preciso informar. Um do tipo "é bom tu não continuar com esse papinho passivo agressivo pra cima de mim", mas um que jamais recusaria abertura pra uma conversa decente. Ele encarou por algum tempo a mão estendida do Ranger, respirando fundo antes de estender o braço e agarrar no antebraço do irmão para que puxasse um apoio para levantar. A parte boa é que o muquezinho de Karinna tirou um pouco o amargo da boca, então tome aí uma estrelinha de participação.

Não sei se precisava de tanto, pois as vinhas auxiliares de Venusaur não me deixaram calcular.

...mas eu sei lá onde caralho a gente tá, tô com cara de GPS é? — Reclamou, um pouquinho menos mau humorado. O olhar começou a passear em volta, enquanto tentava se localizar (o que foi um pouquinho difícil, considerando que toda a estação linda da oficina agora estava quase que totalmente destruída). E eu sei lá, porra?! Esses filhos da put-... — A voz parou de repente. Não por um motivo qualquer: A visão finalmente entendeu e discerniu os contornos do colossal desativado em meio à arena improvisada. ... ... ...lineè? — E aí, quando entendeu de verdade o que o CAOS naquele lugar escondia e significava, as orbes se agitaram. Quicaram de um lado para o outro, em um desespero quase palpável, em busca de alguma coisa - finalmente, bateram no colo de Ivy. Ou, mais especificamente, naquela massa meio morta que a dragoa carregava. LÉO! — Oh. Oh, bem, isso talvez fosse um problema. Ou não. Sei que o albino praticamente capotou pra perto da pseudo, e a situação não melhorou quando percebeu o estado ferido e, ouso dizer, delicado do garoto.

Foi uma capotagem bem patética, aliás, considerando que mal tinha forças pra se manter em pé.
Desculpa, mas eu tô te promovendo pra muleta, Zhár.

Que CARALHO que tá rolando nessa buceta?? — Um pouquinho exasperado. Não de raiva - um temeroso, perdido. Um que se acalmou um bocadinho ao perceber que o moleque não estava MORTO, mas mesmo assim, um temor.

Maru? Ela tinha algo melhor pra fazer. Não tava nem aí pra esse drama familiar de todo lado e já tinha ouvido demais - então, ela se aproximou do elevador, apertou o botão com uma pinçazinha e ficou esperando. Não tavam blábejando que era por ali que deviam sair? Então devia ser, né?

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- Eles quem? - perguntei em uma voz baixa; foi quase como se um pensamento tivesse escapolido para fora da cabeça - Calma, não precisam brigar. Vamos acalmar os ânimos.

Olha, Maru, eu te entendo. Se dependesse de mim já estaríamos a anos luz desse maldito lugar, mas sair daqui sem a orbe era quase uma sentença de morte, né? Não dá pra vencer o robocop metálico na força e nem na lábia. Aqui, infelizmente, só me livraria daquela situação-sequestro com o que o bendito homem órfão queria.

Ir embora também não é uma opção para nós dois, Elfman.

Mas você não precisa saber disso, pelo menos não agora.

Tinha muita coisa acontecendo ao mesmo tempo. O gigante de cabelos alvos primeiro brigou com Daisuke, depois tentou se soltar, quase caiu e, por fim, confirmou o que eu temia: a criança estava falando a verdade anteriormente. Droga. Meu cunhado não só reconheceu o robô como também o infante, desacordado, quase sem vida. Deixaria o processo de como tudo se sucedeu para Simba explicar, mas não poderia deixar de tentar resumir o mínimo.

- Isso aqui é um esconderijo de cultista, não é? Estamos atrás de uma coisa que está aqui ou, bom, eu vou morrer. - suspirei, era um resumo bem drástico e dramático, mas não é mentira, né - Calma. Não toca nele, a Ivy tá carregando pra gente poder levá-lo até um hospital depois. A situação não é das melhores. - ergui a mão, em um tom talvez um pouco mas sério para que Elfman entendesse a gravidade da situação - Isso aqui é um esconderijo de cultistas obcecados por uma criatura endeusada, não é? - sinalizei para que Ivy caminhasse até onde Maru estava, em frente ao elevador - Seguimos por aqui. - com Zhár sendo a carregadora oficial, sinalizei com a cabeça para que Manju ficasse atrás como uma carregadora-psíquica suplente caso houvesse algum tropeço, etc - Elfman, precisamos da sua ajuda. Preciso que você fique tranquilo, calmo, a gente tá numa situação muito delicada aqui. - coloquei as mãos na cintura - Primeiro explica pra gente por que você tava naquela camisa de força e o que estavam injetando em você.

Hora de ver onde diabos esse elevador leva.

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Quando Elfman me perguntou por nossas irmãs, eu desviei o olhar por um instante. Naquele momento, eu não poderia falar da Mirajane pra ele, tínhamos coisas mais importantes, mas... se eu mentisse, seria ainda pior. O olhei nos olhos, aflição nítida, e... bom, disse o que tinha que falar. Primeiro, comecei leve. - A Lis ta bem. - Resumi. - Ta procurando coisas novas pra vida dela, e ta viajando em Sinnoh com uma garota que ela gosta. - Disse, sorrindo. - Acho que a garota também gosta dela, mas demorou muito pra perceber isso e agora elas tão num desencontro eterno. - Mas quando fui falar de Mirajane, minha expressão mudou um pouco. - Já a Mira... bom, ela já estava melhor. Saiu procurando por você na manhã do dia seguinte. - O respondi. - E... bom, ela tá seguindo pista falsa atrás de pista falsa. E sabe como ela é, não aceita ajuda e quando as coisas dão errado demais... - Desviei o olhar. - ...eu não tenho contato com ela a uma ou duas semanas. - Resumi. - Ela não está bem. Deve ta tentando se acalmar e repensar tudo a essa altura. - Pontuei.

Apoiando-o em meus ombros, não pude deixar de notar as diversas marcas em seu corpo e como o porte de Rayd havia mudado drasticamente. A situação em que havia encontrado meu irmão já havia me deixado irritado, ver o todo em seu corpo agora, fazia meu sangue borbulhar. O milho no topo da merda toda, foi, com certeza, terem pego os Pokémon dele. Okay, AGORA as coisas faziam sentido. - Quando? - Perguntei, apenas. Queria perguntar quando eles foram pegos, apesar de que eu duvidava muito que ele conseguiria se lembrar.

...por fim, ver Elfman quebrar quando viu o menino não melhorou em NADA os ocorridos. Karinna resumiu tudo de forma breve, mas eu duvidava de que seria o suficiente. - ... - Inicialmente, hesitei, mas não tardei em contar o ocorrido. - ...o garoto usou um animatrônico que não tava terminado. - Resumi. - Ele os ativou, as coisas nos atacaram e nós reagimos. - Pontuei. - No final, um deles não estava estável. Quando recebeu um ataque, explodiu e... bom, o garoto não tava conseguindo impedir os robôs de virem e nem confiava na gente para vir para nossa direção. - Amarguei a última frase. - Ele te viu apagado nas costas da Zhár, e achou que estávamos te sequestrando. Como ele ativou os robôs para nos atacar, também não tivemos uma boa impressão e reagimos. - Não adiantava, a única coisa que importava naquele momento, era que o moleque estava machucado. - ...me desculpe. - A expressão de dor nítida na face.

Quando Karinna nos guiou para o elevador, eu ajudei meu irmão a se levantar, e engoliria o que quer que ele tivesse pra jogar na minha cara, mas, naquele momento, tínhamos maiores preocupações. - Se quiser me xingar, ou me socar, pode fazer isso depois, mas temos que pegar nossa família primeiro, né? - Falei com ele, enfatizando a última parte. - Karinna ta certa, se tentássemos fazer algo só íamos piorar a situação. Tudo que podemos fazer, é tentar nos apressarmos. - Dizia, enquanto chamava Elfman para irmos na direção do elevador. Se aceitasse minha ajuda para andar, o ajudaria, do contrário, o esperaria para seguirmos.


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O semblante se acalmou, mesmo que por um momento rápido, quando a confirmação do bem-estar de Lisanna surgiu. Não que ele tenha perdurado por muito tempo, considerando que a notícia que se seguiu se tratou justamente do sumiço da mais velha - uma sombra passou pelos olhos, mas se manteve em silêncio. Não só por não ser hora ou lugar para discutir mais profundamente a respeito, mas também por toda a situação que se seguiu após.

As mãos frearam com o aviso de Karinna, pois tinha alguma noção de que, quando a merda tá feita, se mexer nela com o pauzinho o negócio só fede mais. Sem condição alguma para auxiliar efetivamente na situação do menino, Elfman limitou-se à sua insignificância, ainda que os dentes se apertassem contra o lábio inferior com certa força no meio do processo.

Cultistas? — O olhar se apertou, um nervoso palpável pulsando na garganta. Sei lá. Tô sabendo desse papo não. — Murmurou, uma das mãos se pressionando contra a própria têmpora, esfregando o local com toda a impotência que tinha naquele momento. Não só a cabeça já tinha sua confusão natural, mas ainda estava recém-desperto, e... Digamos que os pensamentos ainda estavam um pouco embaralhados no processo. Pareceu ponderar as questões de Karinna (e até a de Daisuke sobre uma timeline), mas o próprio semblante denunciava o sofrimento que era para tentar juntar um quebra-cabeças cujas peças estavam completamente embaralhadas. ...Gilatina? — Disse, bem devagar. ...já ouvi falarem Gilatina, mas acho que o cabra era fanho. Acho que... ...um tempo depois da gente se encontrar na 121? Quanto tempo foi isso? — Murmurou, balançando a cabeça, a questão direcionada para a loira - antes que a atenção se voltasse na direção do ruivo.

... ... ...
as emoções que passaram pelo olhar durante aquela breve admissão de culpa eram difíceis de descrever.

...defesa. — Disse, bem devagar. ... ... ...são robôs de auto-defesa. Só reagem em resposta à riscos iminentes. — Murmurou, os orbes fixados nos poentes do ruivo enquanto enxergava, por si só, palavras que não haviam sido ditas. Aquela sim era uma informação que oferecia sentido às informações picotadas que foram jogadas no calor da batalha - não só isso, como também à indiferença de Lineè com as vinhas de Zhár impedindo seu alcance ao albino, no mesmo fôlego que era capaz de esmagar uma Noivern em meio-ar pela simples ordem de aproximar-se do menino. Ou, bem, sequestrá-lo.

...era uma informação que dizia que, se não tivesse feito nada, nada precisaria ter sido feito.

...que merda vocês tem na cabeça? — Isso não deve ser algo legal de ouvir de alguém que não bate bem, né? ...é só um garoto. — Não reagiu muito mais além disso. A angústia, entretando, era palpável no tom - na expressão abatida, no jeito como os olhos continuamente quicavam na direção dos braços de Ivy, sem que pudesse fazer nada a respeito do fato.

Enfim, indiferente à todas as emoções e conversas que quicavam de um lado para o outro naquele ambiente, as portas do elevador se abriram. Uma musiquinha agradável adentrou o cômodo, contrastando completamente com a situação na qual o pequeno grupo se envolvia: Bem iluminado e com um tapetinho bonito no chão, o novo meio de transporte parecia até zombar do caos com que tiveram - e tinham - de lidar até então. Em uma das paredes, havia um painel com quatro botões - O, T, P (e não, não é do casal) e um pequeno sininho de emergência -, sendo "O" o andar no qual estavam agora. Não sei para onde queriam ir, mas Maru decidiu bater em um botão qualquer quando entrou (o do meio), antes de escalar pela parede e ficar pendurada de ponta-cabeça, espiando aquele lugar fechado com certo tédio.

Logo ao lado do painel, havia uma pequena cestinha acoplada na parede. Dentro dela, dois potes se exibiam com um líquido gosmento de tom verde: Era difícil saber do que exatamente se tratava, mas não sei dizer o quão importante é parar pra pensar a respeito disso em um momento daqueles. Talvez pudessem levar para testar ou para usar de qualquer jeito e descobrir na marra? Era uma opção válida, se quiser saber a minha opinião.

Não vou dizer que ele não queria ir, mas Rayd demorou alguns instantes antes que finalmente aceitasse o apoio de Fernandez. Tinham que seguir, era fato, por mil e um motivos: Então, naquele momento de fragilidade, restava aceitar a liderança e tentar engolir os pensamentos que giravam a mil. Apesar de grande, o elevador não era suficiente para comportar um monte de gigantes e pessoas no processo - Zhár, Manju e Hope (Ou Maru, você quem sabe) tiveram de ser retornados para evitar que o ambiente virasse uma caixa de fósforos e, bem, como Ivy está sendo uma carregadora oficial, não acredito que seja uma opção.

As portas se fecharam, quando todos se acomodaram. Apesar de ser somente um andar de distância, demorou para que pudessem chegar, o que podia dizer tanto à respeito da qualidade do elevador quanto à respeito da profundidade na qual estavam enfiados. O tempo arrastou-se pacientemente, a musiquinha tocando ao fundo até que, num solavanco suave, o elevador parou. As portas se abriram num "Dlim" delicado, revelando um novo andar belíssimo talhado em mármore perolado.

Saíram, eu imagino.

O novo ambiente era um corredor... Curto, até. Tinha poucos metros de distância, três portas espalhadas e um portão que se acomodava no ponto extremo do lugar. Era ele que mais chamava a atenção, com joias que cintilavam em roxo e dourado adornando o arco no qual a madeira polida estava alocada. Adianto de imediato que nenhuma das outras passagens parecia dar em qualquer lugar interessante (ou, pelo menos, não que pudessem ver), então... Acho que é uma escolha óbvia, né?

...que merda de lugar é esse? — Murmurou. Era difícil saber se realmente nunca havia estado ali ou se só não se recordava ainda, mas a falta de reconhecimento já era um ponto que valia a pena ser abordado. ...é tipo uma sala do tesouro, sei lá? — Ok, aqui admito que foi de propósito. É o único trigger bom o bastante para fazer uma loirinha maluca ir diretamente para o ponto principal (além da falta de saco), então usarei-o sem muita pena.

Amém.

Karinna :



Daisuke :

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— Faz... Bastante tempo.

O drama familiar aumentava e eu era uma mera espectadora. Quer dizer, Daisuke comentava uma coisa ou outra comigo, assim como a Lisanna, mas em família a gente não mete a colher. Elfman tinha seus motivos, Simba os seus e, no final das contas, ninguém tá certo. Dizem que a verdade se encontra sempre no meio da versão de duas histórias, então, me resumirei a minha insignificância na situação.

Sei que essa leve discussão pesaria um pouquinho no coração do Ranger, então, antes de entrarmos no elevador, dei um beijinho no seu braço direito e um meio sorriso seguido de uma piscadela, como se dissesse para não esquecer que estava ali por ele.

Foi aqui, que, bom, eu deveria ter engolido a minha língua mas não consegui. "Léo" era só um garoto mas, cara, a gente tinha sido sequestrado, eu tomei de cama nas costas e ainda corro o risco de ter minhas crias roubadas de mim, tudo por causa dos cultistas. Seja a criança parte disso ou não, não importa. Jamais e sob nenhuma hipótese eu colocaria a vida de alguém que não conheço na frente da minha.

Me chamem de egoísta, mas é exatamente por isso que eu sou Rocket. E das melhores, viu?

Não tenho empatia com quem não conheço.

Sinto muito.

— Não é bem assim, Elfman. Ninguém aqui tem prazer em batalhar contra uma criança pré-adolescente. — suspirei, engolindo seco para escolher bem as palavras e não brigar com meu cunhado — Não estamos aqui por opção. Por mim, eu ainda estaria dormindo com seu irmão no CP. — informação demais, foda-se, mas era para ele ver que eu estava falando SÉRIO — Poderia ter sido pior, a explosão de um deles que causou a destruição gigantesca. Ao menos Ivy consegue carregá-lo até acharmos um hospital, eu mesma fui pegar a criança antes de você ver porque me preocupo. Não tenho prazer em fazer mal a ninguém. — mentira — Daisuke muito menos. — balancei a cabeça — ... Cabeção.

De qualquer maneira a única solução era decidir seguir. Assim que as portas do elevador abriram, percebi dois potes ao lado do painel. Confesso que iria pegar os dois e colocar na minha bolsa por ser mais rápido, mas não couberam de um jeito que ficasse confortável. Então, abri o zíper da mochila de Daisuke e coloquei um no bolsinho da frente. Aproveitei para pegar uma unidade de lencinho umedecido.

— Não sei o que é, amor. Mas depois dá uma pesquisada, vai que seja importante. E me avisa, porque você sabe que eu não vou pesquisar nada. — sorri; carregar Elfman não era uma tarefa fácil para o ruivo, mas pelo menos dentro do elevador dava pra dar uma descansada — Calma aí. — aproveitei para passar o lencinho na testa do ruivo, limpando um pouco do seu suor antes de roubar um selinho rápido — Não sei como ainda estamos vivos nesse dia, Simba. Parece que vivemos duzentas coisas em menos de, sei lá, doze horas. — balancei a cabeça, voltando meu olhar para Elfman — Sabia que seu irmão até quase saiu no braço com o meu sequestrador hoje? — ao menos daria gancho para Daisuke contar um pouco o que diabos estamos fazendo aqui — Pois é.

No elevador estávamos, no elevador seguimos. Fui obrigada a retornar Manju para que coubesse todo mundo, mas pelo menos Ivy conseguia carregar a criança em seu colo mesmo com a pançona gigante. Era difícil se locomover mas a demora era o que tava me agoniando mais. Depois de passar por essas MILHÕES de coisas em um dia só, alguém diria que isso não é nada, né? Mas se esse bendito elevador caísse, não conseguiríamos sair daqui nunca.

A surpresa veio no andar em que Maru selecionou — corretamente, espero. Em mármore, limpo, com um tapetinho fofinho e, HÁ, bastante coisa dourada. A arquitetura do lugar mostrava que certamente haveriam coisas valiosas por ali...

Meus olhos brilharam de imediato. Infelizmente com Daisuke e Elfman ali não tinha como eu fazer a limpa, mas dava para dar uma espiadinha para ver se havia ou não algum ouro perdido por ali. A indagação do gigante cunhado foi respondida com um acenar de cabeça, enquanto apontei na direção do arco dourado com joias cintilantes.

... Queria pra mim.

— A-acho que não temos outra opção a não ser seguirmos em frente, né? — tentei forçar a maçaneta de todas as portas no processo, mas ou estavam emperradas ou eu estava muito fraca de força — Isso me lembra um salão, talvez uma igreja, não sei. Palpites?

Não que vá demorar muito para descobrirmos.

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Quando Elfman esclareceu o propósito dos robôs, eu desenhei no rosto, como se reconhecesse a merda que fizera e reclamasse mentalmente a respeito dela, eu nem precisei dizer nada, já que Karinna o rebateu, ainda que de forma moderada, no mesmo instante. Pude notar que ela se segurava muito, e, porra, não era pra menos, né? Viemos aqui literalmente salvar nossas cabeças depois das ameaças do Robotboy. - A Karinna ta certa. Além de tudo, não é como se a gente fosse adivinhar que eram robôs de autodefesa. - Suspirei enquanto o ajudava a andar até o elevador.

Havia prestado atenção em tudo o que haviam dito até então, mas, aparentemente, o tal do Gilatina começava a confundir as pessoas desde o seu nome, deixando mesmo meu irmão confuso com o nome, acreditando que o homem estava com dificuldades na pronúncia.

Ao entrarmos no elevador, Elfman conseguia se apoiar por lá e me dar um descanso nos ombros. Droga, ele havia ficado realmente mais pesado... ou seriam meus músculos que atrofiaram?! Merda, eu preciso muito melhorar logo. Vale notar que, aqui, somente Maru havia ficado do lado de fora da esfera. Estranhando um pouco meu irmão, ela descia do teto e o fitava de cima a baixo algumas vezes antes de, por fim, bufar satisfeita, virar de costas e voltar a se pendurar no elevador.

...acho que aceitou o homem ali por perto.

Aqui, confesso que se Karinna não tivesse pego, jamais teria me dado conta dos potes com a tal gosma, quando ela me entregou um, eu ficava surpreso, porque um, eu nem tinha notado, dois, não me recordava de ter visto um. Dava uma analisada no conteúdo e até cheirava para tentar conseguir chutar do que se tratava a tal gosma, por fim, a agradecia. - Obrigado, amor. - Falava, sorrindo. - Pode deixar que vejo sim. Acho que nem teria notado essas coisas. - Comentei. Por fim, a abraçava brevemente antes do elevador abrir. - Valeu por mais cedo... prometo te agradecer de um jeito melhor depois. - Prometia, antes da loira limpar meu rosto um pouco. - ...eu acho que tem muita sorte envolvida, ta? - A respondia. - Esse rolê de quebrar uma seita faz eu me sentir um Cruzado numa missão maluca de reconquistar a terra santa. - Fica pensativo por um instante. - A gente deveria gritar 'Deus Vult' quando encontrasse com os caras da seita? - E ria da própria bobeira.

Quando comentou do sequestrador, eu fiquei sem jeito. Não porque eu ia para as vias de fato com o OJ, mas porque eu jamais teria chances com ele no meu estado. - É, quase saí mesmo, não fosse o fato de ta com o pulmão fudido e fora de forma. - Falei, baixinho dessa vez, mas admito que demorei um pouco para entender o que Karinna estava fazendo.

Depois de tanto tempo longe de Elfman, essa era, finalmente, uma oportunidade da gente voltar a se falar. Ainda, que, é claro, não em circunstâncias boas. Eu estava chateado, ele estava chateado, e nada contribuía muito para isso... mas no fim... ele é meu irmão, né? Olhei para ela, o agradecimento, ainda que relutante, explícito no olhar, e eu comecei a contar tudo o que havia acontecido, enquanto chamava pela participação de Karinna.

- Bom... por onde eu começo? - Ri sem jeito. - Ta, okay, a gente se meteu numa confusão numa loja porque a Ivy e a Manju acharam que iam ficar bonitas se vestissem umas roupas... - Parava por um momento e me dirigia a Karinna. - Pera, você já vestiu elas antes? - Perguntava, por fim, esperaria sua resposta e continuava. - ...e meio que deu ruim, sabe? Iam querer que a gente pagasse pela confusão, mas usamos umas artimanhas e conseguimos sair dessa. Tipo, mas não deu nem tempo de respirar e sequestraram a Ivy! - E fazia uma expressão de revolta. - Mano, sei lá, um Pidgey cagou, um Pidove e todos os outros pombos cagaram na nossa cabeça, sabe?

...não vou me alongar muito, mas contei tudo pra Elfman. Desde o sequestro de Ivy, a eu caindo no meio da rua sem ar, sobre como eu queria afundar a mão no OJ, mas não tinha forças nem pra ficar em pé, até a missão que eles nos deu, a ameaça... o cachorro quente, e sim, eu pulei sobre o sexo. Não vou falar sobre meu sexo com meu irmão na frente da minha namorada, né? Calma lá. Mas todo o resto eu falei, até, bom, a parte que chegávamos na cela, e, bom, felizmente o elevador chegou no destino, porque eu tenho uma leve impressão de que não seria legal detalhar o estado que encontramos o meu irmão.

Quando finalmente pudemos chegar ao destino, fiquei meio desconfortável com toda aquela... extravagância discreta? Eu não sei como nomear isso! Ora, caralho, para que tu esconde um local adornado daquele jeito se não para fazer alguma bizarrice? Eu pude notar, inclusive, que minha namorada parecia igualmente ansiosa, até gaguejava! Pegando Elfman, eu pude passar ao lado de Karinna e consegui segurar sua mão. - Calma, amor. Vai ficar tudo bem. - Tentava tranquiliza-la, até que, finalmente, chamava-os para avançar comigo. - Bom, seja lá o que for. Vamos descobrir.


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Quando um não quer, dois não brigam: E acredito que tenha sido exatamente isso que aconteceu quando, apesar das rebatidas e ressalvas tanto da loira, quanto do ruivo, o albino se manteve em silêncio quanto ao circo que havia sido armado naquela oficina. Não por não querer discutir realmente, mas pelo fato de que fazê-lo ali e agora não levaria a lugar algum.

Acredito que o único detalhe que realmente serviu para amenizar o clima foi quando Maru semi-desceu do teto e, nesse instante de encarada de Rayd, o projeto de elfo simplesmente envesgou os olhos e largou a língua pra fora, fazendo uma careta estranhíssima e recuando o pescoço para que a pele formasse duas papadas. Não vou te dizer que a escorpião ENTENDEU BULHUFAS, porque ela ficou parada ali em uma tela azul discretíssima antes que vagarosamente voltasse à sua posição - e aí, só aí, o albino "voltou ao normal", enquanto seu lindo irmãozinho cheirava um treco que mais parecia uma amoeba meio velha.

...Tu tá fudido de quê? — Foi a pergunta que pulou inicialmente, a dualidade da coloração do olhar se voltando na direção do menor. Não adianta sussurrar, não, tá? Já viu o tamanho da orelha desse cara aqui? ...digo, além de chave de perna de Barbie. — Debochou, um sorriso sacana brincando nos lábios - uma provocação direta e sem escrúpulos, mas assim... Vocês que deram a informação, né? Ou melhor, meio que Karinna deu de maneira até que indireta, mas considerando os entre-travessão, só posso julgar que o tom deu a entender o suficiente.

...mas era uma maneira de quebrar o gelo, também, de certa forma.
Ele presta atenção até quando não precisa, né? Foda.

Enfim; Além disso, ele se manteve em (relativo) silêncio quando começou a ouvir a pequena odisseia narrada pelo irmãozinho. Meio caras e bocas, meio olhar desviando na direção do menino para se certificar que estava tudo bem, meio interceptando com "quê?!", "caralho, manju de boné e bermuda caqui", "tudo isso por uma bola?" e não vou nem falar sobre a questão das bostas, mas acho que não preciso, né? Sei que cês vão entender.

Sigamos, então para o exterior novamente. Ou melhor, para o corredor. Mais precisa e especificamente, no momento exato em que nossos belíssimos protagonistas (ou uma loira ansiosa) avançaram para empurrar as portas-duplas adornadas pelo arco "entesourado" que, por infortúnio do destino e da companhia, não poderia ser devidamente saqueado.

E a primeira coisa que viram, lindo, enorme e em cores, finalmente apresentando-se visualmente à Daisuke...

got me thinkin' nonsense ~ - Página 18 SCQLQTB

Cunha, o que é que você tá fazendo aqui? Você não tá olhando esse parágrafo direto só pra ver o que é que tá rolando, né? Você não tá aqui PEGANDO SPOILER, né? Espero que não. Espero que você esteja aqui por ter lido DESDE O COMEÇO, Cunha. Você sabe que eu vou te sentar a porrada se não for isso que aconteceu, né? Espero que você saiba que eu vou ficar muito triste se estiver pulando toda a minha narração DE NOVO, Cunha. ESPERO QUE VOCÊ ESTEJA CIENTE, CUNHA.

...De qualquer jeito...

Apesar de adorar a ideia de trazer de volta à vida esse belíssimo e gigantesco ser, não foi isso que aconteceu. A imagem do causador de tudo isso estava meramente estampada em uma maravilhosa tapeçaria, com riqueza de detalhes, que se erguia de teto-ao-chão no fim do salão-médio que se revelava atrás do portão. Teto altíssimo, aliás, que somente poderia ser tocado com o auxílio de pokémons voadores - o que não era o caso ou interesse nesse momento, eu imagino.

Longos bancos de madeira se espalhavam pelo ambiente, todos direcionados para o altar cuidadosamente montado alguns degraus acima do chão, o que denunciava que a ideia de "igreja" mencionada por Bley talvez estivesse certa. Coberta por um maravilhoso e macio tecido roxo-escuro, a mesa central carregava dois castiçais triplos, um em cada ponta, um grosso livro (era o que parecia, pelo menos) aberto próximo à uma...

...esfera maciça.

Dois pilares, um em cada canto do cômodo, também se erguiam naquele ambiente, tão altos quanto o próprio salão. Suas extensões eram engravadas por símbolos anômalos, de aspecto antigo, do tipo que se bate o olho e imagina que tenham se originado há séculos atrás. Suas pontas triangulares malmente distanciavam-se do teto, ameaçando acariciar-lhe a qualquer momento e, ao mesmo tempo, eternamente separadas - tal qual amantes incapazes de se tocar.

A parte importante, porém, imagino que sejam as presenças que ali também estavam. Junto ao altar, primeiramente era um Hypno que se acomodava sentadinho nos degraus que subiam o nível do chão - e o narigudo voltou a atenção para a porta quando apercebeu-se dos convidados, a cabeça pendendo discretamente para o lado e a expressão sonolenta beirando indiferença.

Próximo à esfera, um Mega Alakazam. Este psíquico em específico sequer reconheceu a existência de nossos invasores, o olhar fixo na esfera sobre a mesa. As inúmeras colheres da espécie se apoiavam contra a superfície da orbe maciça, uma aura rósea emanando dos talheres e pulsando com delicadeza sobre o material metálico que, em resposta, interagia com vibrações quase impossíveis de se observar a olho nu.

Por fim, existia também alguém. Próximo ao segundo pokémon, a mão espalmada sobre uma das páginas do livro e um delicado robe cinza-escuro de detalhes pretos, linhas e losangos que se espalhavam no tecido em um padrão agradável aos olhos. Longos cabelos negros deslizavam em uma trança bem feita, amarrada na ponta por um tímido laço lilás.

— ...hm? — O olhar subiu, tão escuro quanto as próprias madeixas. — ...Oh. — A mulher, então, sorriu. Um sorriso suave, relaxado - tão jovial quanto ela própria o era. — ...Então são vocês os visitantes que ouvi falar? — ...visitantes. Dito de forma tão displicente, como se fosse ignorante de toda a situação na qual o casal havia sido recebido - e, considerando as circunstâncias, tenho lá minhas dúvidas de que realmente o era.

...O que me fez ter certeza, porém, foi a reação de Elfman.

... ... ...FILHA DA PUTA! — Ele finalmente avivou-se, o corpo agindo com a velocidade e o vigor que não tinha tido até então. Com uma descarga de adrenalina, largou-se do corpo de Fernandez, as pernas se movendo com brutalidade quando disparou pelo tapete estendido na direção do altar. Era até um pouco assustador se for levar em conta que o rapaz malmente era capaz de se manter de pé até então - entretanto, não pôde gozar da liberdade por muito tempo. Relaxado e quietinho, um mover de pulso do pokémon amarelado (que, até então, era um simples poodle ao pé da madame) fez com que o pêndulo entre seus dedos brincasse em um vai-e-vem lateral; Um pulso psíquico voou pelo ar, chocando-se contra o albino e imediatamente paralisando-o no lugar, como uma estátua seguindo obedientemente as regras da brincadeira da Xuxa.

Os músculos agitados relaxaram, os braços caindo em um movimento vagaroso, sonolento. A revolta dissipou-se de maneira quase cômica e o corpo girou para o lado, os passos caminhando pacientemente para um dos bancos próximos e, então, Rayd se sentou, bonitinho, apoiando as duas mãos sobre as coxas - o olhar distante, de quem não está ali. E talvez realmente não estivesse, ainda que não exatamente em questões físicas, digamos assim.

— ...e vejo que foram metendo o bedelho onde não deviam, também. — Os ombros caíram, o sorriso desaparecendo do rosto para uma expressão um pouco mais rígida de seriedade. — ...Ninguém ensinou pra vocês que não deveriam se intrometer no que não entendem? — Um suspiro cansado, a mão se afastando pacientemente do livro. Alakazam não pareceu se abalar - ou distrair - com aquela situação, então era algo a se... preocupar? — Agora vou ter que pedir pra arrumarem ele de novo no lugar... — Um balanço negativo de cabeça, um riso curto e sem muito humor escapando da garganta. — Pra que é que vocês foram se meter com ele, hein? Devem ter tido sorte que não estão mortos, à essa altura. — ...espera, calma aí, quê?

... ...que papo é esse, hein?

Não sei. Não tenho como saber, também, considerando que não tenho ninguém pra bater papo aqui, sozinha, e não tenho como saber que resposta recebi. Posso descobrir depois, ainda que existe alguma coisa no meio do caminho. Esta coisa no meio do caminho, na verdade, se tratou de um pulso vibrante e colorido, azul-profundo e rosado, que escapou da esfera em ondas que arrastavam uma distorção anômala de realidade. O fato chamou a atenção da moça, que volveu o olhar em sua direção e, então, abriu um sorriso outra vez - ainda que recuasse uns dois passos no processo, é verdade.

— ...não que vocês mereçam, mas... — Os cantinhos dos olhos se repuxaram em alegria relaxada. — ...acho que chegaram em uma ótima hora. — E, considerando de quem essa informação estava vindo, acredito que não fosse exatamente algo que nenhum dos dois gostaria de ouvir. Ou de presenciar. Ou de qualquer coisa.

Não que eles tivessem escolha.

Foi nesse momento que a maciça esfera, que parecia ter lá seu peso significativo, subiu vagarosamente ao ar como se tivesse a mesma massa de uma peninha delicada; uma aura ao seu redor que, como já mencionado, parecia ser capaz de distorcer o próprio espaço-tempo. Até então adormecidos, os pilares nos cantos do salão ganharam vida, um raio púrpura partindo de cada um para atingir o orbe flutuante - dois amplificadores que, naquele momento, foram responsáveis por aumentar o campo que envolvia o estranho objeto. Aos poucos, uma redoma azulada era formada em torno do artefato - e, ali dentro, algo pareceu se formar. O projeto de barreira começou a se encher, como se repentinamente invadido por um líquido viscoso, uma fúria que o sacudia como se fosse uma correnteza que acabava de estourar uma barragem sequer visível a olho nu.

A redoma cresceu.
Cresceu, cresceu e cresceu. Distorceu-se, moldou-se em uma forma sem forma, movimentou-se em retorcidas violentas que, de algum jeito, pareciam indicar vida. ...Mas, que vida? Gilatina?
Era difícil dizer. Não tinha como saber, em realidade - podiam tentar impedir, eu acho. Ou aquele poder assombroso que trazia pressão aos ombros por simplesmente existir seria, naquele momento, inalcançável, imparável?

...Finalmente. — Sussurrou, um brilho no olhar quando a vibração do poder do ambiente fez tremer o piso sob seus pés.

Seja lá o que fosse, tenho o pressentimento de que não seria algo bom.

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O amanhã é efeito de seus atos. Se você se arrepender de tudo que fez hoje, como viverá o amanhã?
got me thinkin' nonsense ~ - Página 18 Zeu0QEE
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off escreveu:
Usando um Potion pra deixar a Ivy com full HP. Em ordem de speed pra ajudar:

Gyoza (Lum Berry) > duplo Ice Beam
Manju (Light Clay) > Light Screen e Reflect
Ivy (Lum Berry) > duplo Fire Punch




nonsense ~
- Ih, cê não sabe de nada, amor. Depois te mostro uma foto da Manju vestida de Tyrantrum. Ela odiou, mas ficou uma gracinha.

...

Pera, pera... PERA.

Muita coisa aconteceu ao mesmo tempo.

Não exatamente ao MESMO tempo, mas era muita informação para assimilar em um curto período de espaço, sabe?

Primeiro o luxo daquele lugar era algo surreal, principalmente vindo de onde estávamos anteriormente. Não existe ser humano nesse universo que imagine que isso aqui existe embaixo daquele prédio abandonado. Meus olhinhos brilhavam em desejo, mas o importante era descobrir o que havia por trás do portão. E assim fizemos.

Era, sim, uma igreja. Não muito tradicional, uma vez que seu principal chamariz era uma tapeçaria do bonito Gilatina. Na minha cabeça, se for pra ser bem honesta, esperava algo no estilo da igreja de O Mundo Sombrio de Sabrina, mas recebi só um lugar que não foi muito modificado para abraçar o seu "verdadeiro" Deus. Isso é única e exclusivamente minha culpa, okay? Coloquei expectativa demais em um grupo de birutas religiosos.

O que saltou aos olhos, imediatamente após a tapeçaria, foi a orbe. Consegui sentir meu coração palpitar algumas vezes, aumentando o ritmo cardíaco com a esperança inundando minhas expectativas como uma tsunami não-aguardada. Era quase como se tivesse a minha liberdade à alguns metros de mim, mas não no alcance de minhas mãos, principalmente por conta dos psíquicos que a protegia. Ou melhor, que a mantinha prisioneira.

Mega Alakazam e Hypno. O segundo não me importo muito, mas o primeiro lembra o meu primogênito, que poderia ter trazido se não fosse a urgência de vir diretamente para cá. Não teríamos tempo para conversar e, honestamente, minha cabeça já estava cheia demais. Depois daqui não terei escolha - isto é, se eu sair viva daqui.

Mas não posso morrer, não...Wooper me mataria.

Por fim, a mulher. O maior destaque aqui vai para as longas madeixas que reluziam mesmo naquele ambiente esquisito - seus fios negros se destacavam em meio a todo o mármore e arquitetura da igreja, o que deixava sua energia ainda mais badass. Tudo bem que ela é a vilã principal e dá pra cortar sua presença ameaçadora no ar com uma faca, mas ela era bonita, viu? Me deixava até meio sem graça por estar toda feia e esculhambada. O que import-

- Elfman?

Não posso nem mais devanear em paz, viu? Não bastasse o trabalhão que nos deu, o alvo se soltava dos braços de Daisuke para tentar atacá-la diretamente, como um troglodita que não consegue juntar um mais um e ler a sala - em universo nenhum um MEGA ALAKAZAM, com a rapidez que tem, o deixaria encostar um dedo nela. O único reflexo que tive foi abraçar Simba para não deixar que ele fosse atrás do irmão:

- Não, amor. - segurei o ruivo com toda força que tinha, afundando a cabeça nas suas costas - Por favor.

Não poderia pedir para que Daisuke não salvasse seu irmão, não é meu lugar fazer isso; família é família, né? Mas eu poderia impedi-lo de levar uma bela de uma porrada dos psíquicos. E foi exatamente o que aconteceu alguns segundos depois: Elfman não apanhou diretamente, mas entrou aos poucos no estado catatônico em que o encontramos. Já sabíamos o que aconteceu, então...

Menos uma pergunta sem resposta.

- ... Mortos? - a mulher disse absurdos, sim, como toda maluca de uma seita diria, mas essa foi a parte que me fez soltar o ruivo e, finalmente, dar a atenção merecida ao que parecia ser a líder do culto - Por que motivo ele nos mataria?

Não tive resposta, mas era interessante ver como as coisas não pareciam muito certas. Elfman parecia estar ali há um tempo, já que ajudou Léo na construção dos robôs e a própria líder o conhecia bem, com seus psíquicos sendo os responsáveis pelo estado catatônico que se encontrava. Nesse caso talvez Manju pudesse ajudá-lo mais tarde, mas só depois de nos livrarmos de toda essa maluquice.

... Se é que podemos, né? Mas era hora de morfar.

- Amor, pega o Elfman e coloca ele ali atrás, perto do portão. Se o Gilatina sair dessa redoma que só parece aumentar de tamanho, tudo aqui vai ser destruído. Nem sei se vamos sair vivos daqui. - segurei a mão direita do ruivo e lhe dei um selinho demorado - Te amo. Juntos até o final.

Posso ser uma mulher dramática em paz? Posso, né? Na minha cabeça, era logo depois da resposta carregada de amor de Daisuke que a música-tema da batalha começaria a tocar, com os ângulos de câmeras criando um efeito misterioso para revelar nosso oponente. Oponente esse que, honestamente, apesar de já ter derrotado-o sozinha, me dava calafrios.

- Ivy, coloque o Léo perto do Elfman. Manju e Gyoza, saiam. - busquei a esfera de ambas psíquicas, que logo se colocavam uma ao lado da outra diante de mim; assim que a dragoa voltava, curei-a com um Potion e lhe entreguei uma Lum Berry para mais tarde - Ivy, deixa mamãe te curar um pouquinho mais. Gyoza, segure essa frutinha junto com você, coma só quando for necessário. - suspirei, agachando para falar com as psíquicas - Mamãe ama vocês, vamos dar o nosso máximo. Essa é uma batalha pelas nossas vidas, se perdermos, podemos morrer, mas confio no nosso potencial. Já estivemos em situações piores com a sua tia, né? - abri um sorriso e acariciei cada uma - Amo vocês. Vamos com tudo! Ivy, duplo Fire Punch! Vamos tentar queimar esse desgraçado! Gyoza, duplo Ice Beam! Manju, Light Screen e Reflect!

Day Care & Eggs escreveu:

Girafarig Egg: 40/40 posts (não ta na BOX mais, é só pra lembrar de chocar no final ok)
Beldum Egg - 40/40 posts (não ta na BOX mais, é só pra lembrar de chocar no final ok)
Bronzor - 32 posts
Braixen - 84 posts
Gible -  84 posts



April Fools - Lilycove City



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Bônus:
- Especialista II Psychic;
- Gestora Rocket:
- Skill Rocket: Queimando a Largada! (+3 Atk; +3 Sp. Atk para Pokémon em batalhas);
- Skill Rocket: Aprendizado Prático. (20% a mais de EXP em batalhas durante uma Missão Rocket);




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