got me thinkin' nonsense ~

ACEITAREI SEU SACRIFÍCIO COM MUITO CARINHO. PODE DEIXAR ELE AÍ QUE DAQUI A POUCO A ENTIDADE BAIXA PRA COMER.....
literalmente.

Enfim, ainda bem que ninguém aqui tava planejando entrar furtivamente, né?
...Né? Espero que não estivessem, porque o barulhão que a rabada da Sashimi fez ecoar naquela rua vazia não foi brincadeira, não. Inclusive, o coitado do portão até amassou no processo, o que já quer dizer muita coisa.

Mas... Abraços à parte (que tiveram muitos, então se for citar demais, vou ficar o dia todo aqui), vamos ao lanchinho dessa Aggron lindona. Foi na maior alegria do mundo que ela se inclinou, quase ficando com dor na coluna, e fez chomp-chomp-chomp na única coisa que separava a construção do mundo ali fora. Ainda chupou a corrente como se fosse um espaguete, deixando escapar um arrotinho (o que fez com que escondesse a carinha por trás das patonas, cheia de vergonha) e também fazendo com que o portão se abrisse em um "nheeeeeec" arrastado.

Lá dentro, escuridão - ou tanto quanto se pode ter, considerando que o luar ainda auxiliava o suficiente. Além da estrutura meio-construída do prédio (o que resultava em algumas paredes em pé e alguns espaços que só tinham as colunas), algumas coisas se destacavam logo na entrada. De maioria, cartazes de segurança do trabalho se espalhavam pelas paredes tanto do edifício semi-levantado quanto pela parte interior dos portões/muros. Em um canto, sacas de cimento e tábuas de madeira eram cobertas por um tecido impermeável e, bem próxima desse montinho, uma betoneira tombada para o lado denunciava alguma falta de cuidado da última pessoa que passou por ali.

Era silencioso. Era escuro. Era quase assombrado.
...e talvez precisassem entrar ainda mais pra descobrir alguma coisa.

A primeira coisa que eu preciso dizer, acima de tudo, é que o terreno não era tão grande assim.

Quer dizer; Não era minúsculo, nem de perto, nem de longe. Entretanto, também não era o tipo de lugar que você batia o olho e ficava UAU, um XOPIS CENTÊ, tá me entendendo? Era o suficiente pra dar pé, mas não pra rolar uma maratona, é o que estou querendo explicar.

O luar dava conta de algumas beiradas do ambiente e as lanternas faziam lá sua função mas, no meio daquela noite fria - geladíssima, aliás: o sopro agudo do vento escorria e sussurrava pelas entranhas e rachaduras de cimento e madeira, arranhando a superfície da pele do casal em deboche frígido -, talvez não parecessem tão úteis assim quando a maior preocupação acaba sendo a de querer não virar um cubinho de gelo, né?

Foram. Para o interior do terreno, eu quero dizer, pois não havia lugar (pelo menos, que estivessem vendo no momento) que poderiam entrar, propriamente dito. Passando por uma e outra coluna, um e outro teto de tecido, uma e outra rede de construção. O barulho dos sapatos sobre o cimento batia e ecoava contra as paredes, denunciando localização para qualquer meio bobo que passasse por perto. Aliás, provavelmente foi o que assustou um e outro pokémon que ali se escondiam, considerando o barulho rápido de patinhas e as pequenas sombras que corriam e se escondiam em diminutas ranhuras.

Até que...

— HEY! — O grito veio de repente, bem no momento em que um flash fortíssimo de lanterna iluminou o casalzinho por trás, estampando suas sombras na parede mais próxima. — O QUE É QUE TÃO FAZENDO AQUI, HEIN? É PROIBIDO ENTRAR! — Gritou, lá de trás, um homem. Era difícil de ver de imediato, considerando o refletir da lanterna contra os olhos (se é que olharam, mas vou julgar que sim), mas a farda de segurança indicava que provavelmente era o contratado pra cuidar do terreno... Ou qualquer coisa assim. O que era bem justo, considerando que poderiam entrar uns arruaceiros na maior facilidade do mundo, né?

...mas, o que era aquilo do lado dele?
Pareciam duas melecas esquisitas...

Em um primeiro momento, o tal segurança até parecia ter comprado a desculpa de Karinna.

Sério: Os ombros até caíram, a lanterna abaixou um pouco, o semblante cansado do pobre trabalhador noturno estampado em cada micro átomo que compunha suas características grosseiras. Ele ajeitou o quepezinho na cabeça, deixou um suspiro escapar, apoiou a mão livre na cintura...

— ...É o seguinte, moça. Desculpa e tal, mas vocês não podem ficar aqui. É propriedade privada e também é perigoso, pode cair um tijolo na tua cabeça a qualquer momento, o lugar não tá em muita boa condição, não... —  Foi explicando, bem devagar, tão paciente quanto possível (até ignorando a FODELANÇA que eles claramente pretendiam fazer). Eu desconfio que tudo poderia ter tido um final feliz, não fosse a menção da loira de que sua verdadeira intenção se tratava de, basicamente, DESTRUIR LEGAL. Tá, não foi exatamente o que ela disse, mas o funcionário certamente percebeu um tom não muito amigável e, para isso, o cenho se franziu. A lanterna se direcionou mais uma vez na direção do rosto da monotreinadora, tentando observá-la melhor...

E eu não estou exagerando quando te digo que esse coitado quase morreu do coração quando brotou uma metálica rugindo na sua cara, pronto pra fazê-lo de sobremesa após seu corren-guete gostosinho.

— SANTA MARIA DE CRISTO! —  Escandalizou-se de jeito até exagerado, o coitado. Em dualidade necessária, um dos Dittos azulados saltou para frente do segurança, abrindo os bracinhos e metamorfoseando-se em uma imagem refletida de Sashimi, com a pequena diferença de que sua armadura seguia o padrão de suas cores naturais. Se a come-ferro crescia de um lado, sua versão falsificada devolveu o urro em uma versão ainda mais gutural, estressadíssima com a ideia de ameaça para com seu treinador. E, ao contrário dele, não parecia nem um pouquinho amedrontada. — Q-Que isso... P-POIS É ASSIM, É! — Tentou recuperar a pose, puxando o cinto pra cima e balançando-o ao redor da cintura de um jeito até cômico. Foi nessa hora que a Venusaur entrou em campo, meio lesadinha à princípio, mas os olhões se abriram assim que se viu no meio de uma arena improvisada, as pernas dianteiras batendo firme no cimento enquanto a gelequinha restante avançava, sonolenta, cheia de preguiça, e se largava de cara no chão de uma maneira bem patética.

...por alguns segundos.

Até que, eventualmente, ela também cresceu. Ao contrário da companheira, a tonalidade de seu corpo tentou se mesclar com a esverdeada das folhagens de Zhár e, então, uma combinação bem interessante de verde acabou substituindo a paleta da inicial - basicamente, posso te dizer com toda a certeza que essa aqui 100% não estava madura. A quadrúpede não parecia muito interessada na ideia de combate, o que rendeu um "pedala robinho" bem agressivo da Aggron ao lado, o que fê-la choramingar de manha, balançando seus chicotinhos recém-adquiridos no ar, protestando um trabalho que simplesmente estava com preguiça de fazer.

...a metálica revirou os olhos.

— Pois... P-POIS... VOU MOSTRAR QUEM VAI DESMAIAR QUEM AQUI!!!! — Olha, não é que virou macho de repente? — Ô Betina, IRON HEAD E PROTECT!!!! Mêlzim, Sunny Day e Weather Ball! — Veio o pedido, sem muita confiança em si próprio. E menos ainda quando, não bastasse tudo que já estava acontecendo, o corpo de Sashimi foi envolvido em um brilho generoso, as placas de armadura de seu corpo se movimentando, expandindo e endurecendo para formar um projeto quase que imediato de Megazord. — M-Misericórdia... — Gaguejou, recuando um passinho inocente. Ele... não era pago pra isso.

A tela protetora ordenada inicialmente por Bley oferecia uma vantagem - e, ao mesmo tempo, uma desvantagem avassaladora. Ao passo que a dinossaura recuava para uma postura de defesa, pobre Zhár, simplesmente virou o foco imediato de ambas as monstruosidades sem que houvesse qualquer risco de serem paradas no processo. Nem a chuvinha de lama cuspida na direção da Cavaleira Azulada foi suficiente para intimidar as adversárias, visto a maneira como a rochosa inclinou a coluna, os pés se arrastando no chão como um touro enfurecido, pouco antes de disparar em sua maior velocidade-lesada na direção da quadrúpede. Para não tomar outro tabefe da companheira, Mêlzim foi trabalhando seus chicotim, movimentando-os no ar enquanto moldava uma pequena esfera de luz com bastante dificuldade - e foi incrível a ALEGRIA da criaturinha quando ela conseguiu mantê-la, emitindo um SAURRRRRR todo feliz da vida , levantando o chicotinho com o Sôlzim e apontando-o com a outra vinha.

Claro, não conseguiu mostrar pra sua companheira de equipe...
Mas a iluminação extra foi suficiente para que,, em uma cabeçada absolutamente certeira, a metálica metesse uma chifrada bem no meio da testa de Zhár. E QUASE ACERTOU O OLHINHO!!! Não vou nem dizer que teve chororô, porque não deu tempo de ter. A brutalidade do avanço da bípede foi suficiente para ARRANCAR aqueles 100 quilos do chão como se fossem só uma saca de cimento, arremessando-a para trás e quase tivemos um R.I.P Daisuke. Sorte dele que a Sashimi, não querendo virar órfã de pai e também já recuada pelas ordens principais, deu um EMPURRÃO no ruivo que o arremessou em perpendicular pro outro lado, bolando no chão que nem um boneco de pano, o que resultou em um belo desenho de cruz enquanto a inicial criava um buraco na parede de trás.

Vamo de F pra esse ombrinho, Fernandez?
Mas não culpe a coitadinha, ela só queria ajudar.

E falando em ajudar... Acho que dá pra dizer agora, sem medo nenhum, que provavelmente foi um erro chegar ameaçando o guardinha. Não pela capacidade dele, mas o recuo de Aggron e a maneira como ela expeliu fumaça pelas narinas em uma bufada irritada diziam bastante coisa a respeito da proteção que ela tinha para com o seu treinador - o que, imagino eu, vocês já devem estar carecas de saber que é um fator extremamente delicado quando se trata de combate pokémon.

O segundo turno iniciava e, com ele, as posturas eram modificadas. Betina criava uma belíssima tela reluzente à frente de seu próprio corpo, as mãozinhas espalmadas para segurar qualquer avanço de suas oponentes. Uma delas, infelizmente, sequer teve chance - Mêlzim, enquanto brincava com o Sôlzim no maior ORGULHO DO MUNDO, acabou separando uma esfera diminuta da estrela artificial, e foi em um grande ' :0 ' que sua expressão se transformou. Ela achou ABSOLUTAMENTE INCRÍVEL e, pra ser sincera, realmente o era. Tanto que quis COMPARTILHAR sua descoberta com Zhár, lançando a bolinha para a gramínea e simplesmente a incinerando viva com o presente, expulsando-a de uma batalha que, aparentemente, não tinha lugar para a coitada.

Foi de base, minha bichinha. Saiu do storage só pra isso?

...eu não vou mentir pra você, mas não era o que Mêlzim esperava. Então, ela recuou vagarosamente, que nem uma criança que fez algo errado, e se escondeu atrás de Betina, desviando o olhar e fingindo que não tinha nem visto. A parte boa é que ninguém nem deu atenção, considerando que Sashimi estava ocupada DANDO SOCÃO E RABADA inutilmente contra o belíssimo escudo que sua cópia havia construído. A Aggron até deu um sorrisinho debochado, dando um "UUUU" para a filhotinha mega evoluída que... Não vou mentir, foi o bastante. A grandona deu meia volta com mais de mil e se escondeu atrás de Karinna, segurando seus ombrinhos e emitindo um chiadinho triste, amedrontado.

Que foi?

Ela que é a medrosa aqui, no fim das contas.

— HAAAAAA! BEM FEITOOOOOO! — Comemorou o guardinha, que posso dizer que certamente estava menos INTIMIDADO agora, vamos dizer assim. — MOSTRA PRA ELES, MINHAS MENINA! BODY PRESS E WEATHER BALL, VAI VAI VAI!!! — Comemorou. Antes da hora, é verdade - mas, pelo andar da carruagem, talvez não fosse um problema tão grande assim. Acho que é esse o resultado quando se vai com muito ÓDIO ao pote...

Sashimi: Protect
Zhár: Earth Power [Aggron 36]
Venusaur: Sunny Day
Aggron: Iron Head [Zhár - CRÍTICO 42]

Aggron: Protect
Venusaur: Weather Ball [Zhár - 56 - K.O]
Sashimi: Body Press [Aggron - PROTECTED]