[EVENTO] Não é Brincadeira de 1º de Abril?

O funcionário até arregalou os olhos ao ver o tamanho do pedido do garoto, mas nada que não pudesse ser feito e que logo tratou de preparar para entregar ao lupino. Bem... Acho que o problema estava mais em como Gaulvists carregaria todo o pedido, contudo, era aí que o seu parceiro psíquico entrava e tratava de carregar as bebidas em dois suportes para copos, já os pastéis foram todos colocados em um saquinho.

Com tudo pronto e o pagamento efetuado, o treinador ás queria era desparchar-se e ir para o lugar marcado, afinal, era melhor chegar adiantado, já que, pretendia primeiro inspecionar primeiro o local e verificar o  que raios se estava a passar. Ao confirmar no aplicativo de GPS perceberia que se tratava de um edifício em um centro urbano e que, por isso, dificilmente passaria desepercebido se houvesse alguma atividade suspeita pelo local.

Não demorou  assim tanto tempo a chegar às redondezas do local. E... De facto o edifício verde se destacava. Achu um prédio mais alto que o verde que seria o ideal para fazer um trabalhinho de investigação. Convenientemente, na verdade como manda a lei, esse prédio mais alto tinha uma escadas de incêndio em uma lateral menos movimentada do edifício que ia até ao topo do prédio. Lá em cima, tinha uma vista bem clara de todo o local que, como dito antes, nada mais se tratava de uma área urbana com uma série de outros prédios para moradia e o enorme hotel.

Para além de algum equipamento relacionado com o sistema de ar condicionados e um "casebre" com uma porta que daria para as escadas para o interior do edifício não havia lá muito mais coisa naquele telhado. Mas, focando as atenções no prédio de telhado verde que se tratava do local marcado para o encontro, também era um prédio residencial, bem mais pequeno e modesto do que aquele em que o lupino se encontrava. A princípio, nada parecia suspeito ou fora do normal, também nenhuma pessoa chamava mais à sua atenção por ser suspeito. Casais chegando a casa aos sorrisos, famílias que pareciam chegar com os filhos da escola, uma dona de casa carregando uma saca de compras, um pai chegando com leite. Nada demais...

Foi então que Gaulvists fora atingido por aquilo que parecia ser uma pequena bola de papel a alta velocidade. Não causou qualquer dano ou ferida, só uma ligeira dor que logo passou. A folha de papel era um vermelho vivo e parecia... Meio humedecida e começou a se desmanchar sozinha, só um pouco mas permitia ler algo escrito nela.

"Venha logo. Não vai descobrir nada daí."

Parece que quem quer que fosse o autor da mensagem e daquela bolinha sabia muito bem onde é que Gaulvists estava e lhe dizia para vir até ao apartamento marcado na mensagem. O lupino pôde também perceber uns rápidos flashs vindos de uma das janelas do edifício que condizia com número descrito no SMS.

O lupino lá se contentou em ir ter com o rememtente das mensagens, mas não seria como ele queria. Primeiro, pausou para fazer um lanchinho com os seus monstrinhos no telhado do prédio.

E depois... Em uma manobra bem furtiva, né... Claramente ninguém veria um Charizard voando no céu tentando entrar por uma janela de um prédio. Claramente não chamaria à atenção de ninguém que estivesse passando na rua um lagarto alado laranja com a cauda em fogo. Claramente Gaulvists estava sendo bem furtivo e não chamando nada à atenção como o remetente pretendia, né.

- Cara... Sério? Esse bicho nem passa pela janela... Você tá se fazendo de idiota? Você não entendeu quando eu disse que é estou pedindo ajuda para lidar com gente perigosa? O erro foi meu em pedir ajuda para alguém como você... Eu obviamente não vou deixar você entrar pela janela com esse bicho. Vem pela porta ou pode ir embora mesmo, já deu pra ver que não vai dar conta. - uma voz frustrada vinha do outro lado da janela junto de uns resmungos, era jovem, provavelmente de um homen nos seus vinte e poucos anos. Obviamente não estava muito feliz com as decisões de Gaulvists e não as compreendia, afinal, era um prédio residencial onde dificilmente qualquer atividade suspeita passaria despercebida.

O jovem treinador mostrava o quão revoltado estava com a situação e e em como não pretendia obedecer cegamente às indicações que lhe tinham sido enviadas, tratando até mesmo de divulgar tudo aquilo se o garoto dentro do prédio não colaborasse.

Falhou foi em perceber como, subitamente, o fluxo de pessoas na rua aumentava em grande quantidade e, do nada, sente uma forte picada no seu pescoço e perde todas as suas forças, o levando a cair do lagarto. Sua visão e consciência também iam caindo até ao ponto que não conseguiu ver ou ouvir mais nada a não ser.

- Eles já estão aqui! Viu o que dá você não me dar ouvidos! Estamos ferrados agora! - era o rapaz no quarto que agora soava bem mais desesperado.

Quando despertou, o lupino estava naquilo que parecia ser uma grande sala, apesar de bem vazia... Só havia uns colchões com cobertores no chão e três tabuleiros com aquilo que parecia ser uma refeição. É... Três. Não estava sozinho naquela sala, ao seu lado estavam mais dois jovens morenos, um de pele mais clara e que usava óculos, já o outro tinha pele ligeiramente mais morena e algum pêlo facial, estes ainda estavam adormecidos.

Contudo, pôde perceber que não se tratavam propriamente de inimigos, eles se encontravam na mesma situação que Gaulvists. Ambos presos naquela sala e dando uma outra olhada pela mesma pôde perceber dois homens perto da única porta vestindo um uniforme escuro, na verdade, uma túnica que os cobria do pescoço aos pés. Pareciam comentar e rir entre si:

- Olha lá... Um deles acordou.

Os outros dois garotos na sala com Gaulvists não tardaram a acordar, mas claramente não estava tão calma quanto o treinador ás. O de óculos é que não tardou a erguer a voz em um tom bem irritado, mas também bem familiar para o lupino, era a voz do mesmo garoto com que falou através da janela:

- Tá vendo! Era só ter feito como eu disse que nada disto teria acontecido! Agora eles nos pegaram... Estamos ferrados! - a revolta era tão grande que ele nem tinha parado para reparar no outro garoto na sala e assim que deitou os seus olhos sobre este o seu tom mudou um pouco - Alex! Você também está aqui? Ainda bem que você tá bem! Eu estava com tanto medo! Eu estava chamando alguém para vir te salvar mas deu tudo errado...

- É... Eles ainda não fizeram nada, mas estou aqui enfiado tem bastantes horas. Obrigado, Kevin. Aqueles dois não me dizem nada e eu não sei o que vai acontecer. - o moreno explicou ao apontar para os guardas - A comida não está envenenada pelo menos... Já comi e  passei bem. - acrescentou - Seja como for, acho que se quisermos sair daqui vamos ter de enfrentar aqueles dois... Mas sozinho eu realmente achei que não daria conta, nem tentei. - o segundo sugeriu ao ver que não teria outras opções.

- Parece que estão brincando com a gente! Eu odeio esta gente... Desde aquele dia... Eles acham que isso é realmente algo que deve ser experimentado? Eles têm de ser impedidos! - desta vez, Alex parecia bem desesperado - Por favor, cara... Nos ajuda! Vamos dar uma lição nestes caras! - mais uma vez a ajuda do lupino era solicitada, a tarefa agora era lidar com os dois guardas que os impediriam de sair da sala.

O lupino não gostava nada do tom do jovem e já estava era saturado daquela conversinha e de não lhe ser dada nenhuma resposta. Ele nem queria saber quem era bom ou mau, ele queria era que alguém lhes respondesse alguma coisa e em um surto de fúria ele libera dois dos seus monstrinhos para intimidar qualquer um e obter as respostas que pretendia.

- Hey! O que é que você pensa que está a fazer? Parece que temos um enervadinho aqui... Vamos logo lidar com isso! - um dos guardas pronunciou e dava uns passos na direção de Gaulvists e os seus pokémon enquanto ele próprio pegava uma pokébola. O outro guarda o seguiu e também pegou a sua esfera.

A seguir, ambas se abriam e liberavam uma espécie de gosma azulada que se espatifou no chão mas logo começou a tomar uma forma física concreta. E... Copiavam quase que na perfeição a aparência dos dois pokémon de Gaulvists, como se fossem verdadeiros Dittos, contudo, pareciam bem mais macabros que qualquer Ditto.

- Vamos ver como você se sai contra estes dois... Ou vamos ver se você é só conversinha... - falou o primeiro guarda ao mostrar um sorriso bem confiante e que subestimava o seu adversário.