É, acho que apesar dos muitos problemas que enfrentamos nesses poucos minutos de contato com o cliente, havia sim uma luz no fim do túnel para a hamburgueria e o sucesso do nosso Contrato. Estávamos com uma verba bem magrinha, mas minha cabeça já fervilhava de ideias para enxugar os gastos. Pois é... Até que ficar sóbrio mais tempo tinha suas vantagens, não é mesmo? Enfim, Karen, os Pokémon e eu deixamos o local e fomos na direção do Calçadão, mas nosso objetivo mesmo era dar a parada na Pracinha para achar o "garoto-problema". O local deveria ser fácil de ser encontrado, se usasse a "régua" de Nimbasa para julgar, onde as poucas pracinhas que tinham eram espalhafatosas, com neon e muito movimento. Não, não... As de Oreburgh não eram assim, na verdade eram mais escondidas que as de Verdanturf, pois aqui a cidade também não parecia seguir um planejamento ordenado.
Depois de um pequeno período de tempo nessa busca, encontramos o que provavelmente era a tal pracinha, meio abandonada e vazia. Não havia nenhum sinal aparente do rapaz que procurávamos, então deixei Ishikeru no chão um pouquinho para descansar os braços e fiquei dando uma voltinha ao redor do mesmo ponto — Não que sejamos muito velhos, né? Mas a gente tá nessa vida de jornada há tanto tempo que eu esqueci como era ser adolescente em uma vida pacata. São escorregadios... — Comentei com Karen, cruzando os braços e fazendo uma expressão meio pessimista. Porém, uma brisa trouxe mais do que um odor conhecido, nos trouxe a localização de Yori e, com ela, a informação de que o Pato Globeleza não gosta muito do menino (ou das atitudes dele). Havia algo a se resolver nessa relação familiar, eu podia sentir no ar... Inclusive, fechei os olhos e dei uma cheirada mais profunda:
— Cheiro de prensado de péssima qualidade que um "amigo" ofereceu, tem notas de bosta de Miltank, esporo de Shiinotic e um fundo de daddy issues do tipo "pai, por que temos que nos mudar se todos os meus amigos estão aqui? eu te odeio!" — Comentei, mais para o 'universo' do que para Karen, que também havia notado a animosidade entre o garoto e o Quaquaval e pensava em ir falar com ele, mas quis saber a minha opinião — Não diria que sou especialista, mas você pode deixar comigo. Acho que posso dar um papo nele e pelo menos convencer ele a ajudar a gente e, quem sabe, ele fica mais ligado nos negócios da família... Enfim, vou lá.. Faz um favor pra mim? Fica de olho no Ishikeru e na Kawaii enquanto isso...
E apontei para o Charmander e a Machop. O Pokémon de fogo escolhia um balanço, se sentava e pedia para a Emperucada lhe empurrar. No início era um empurrãozinho, mas a lutadora, sempre querendo se superar em força, começava a empurrar mais e mais alto, deixando Ishikeru mais aflito que animado conforme ia mais longe. Enquanto isso, eu me aproximava de Yori com algumas ideias em mente...
— Essa daí é uma merda, mas tem um sabor nostálgico, viu? — Disse, surgindo de supetão na frente do jovem — O foda é que o cheiro gruda mais que ferroseed na roupa depois de um passeio no bosque... E depois que tu melhora um pouquinho de vida, tu perde o paladar pra esses prensados bosta... Me deixa dar uma relembrada? — Perguntei, esticando a mão para o rapaz, enquanto me recostava na parede de frente para Yori.
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