Rota 22 - Pokémon aquático eu capturo você!

Solariam se surpreendeu ao ver aqueles brinquedos indo de um lado para o outro, sentiu-se um pouco assustado, ao ver as belas Butterfree e Beautifly cobertas de teias de aranha e empoeiradas daquele jeito. Alguém não limpa esse lugar já faz algum tempo! Pensou. Solariam estava prestes a sair da sala de brinquedos quando algo gosmento agarrou sua perna, aquela lama úmida e fedorenta tocou sua canela, o calção que Solariam vestiu pareceu-lhe uma péssima ideia agora, Solariam se virou, falando.

— Charmander venha ao meu lado, acho que temos um oponente! — Disse Solariam olhando para o Pokémon gosmento que agarrou sua perna.

Charmander saltou ao seu lado, pronto para a batalha, e enquanto isso, Poliwag saltou no colo de Solariam, com medo e tremendo dos pés a cabeça. Solariam puxou sua Pokédex, tentando descobrir algo mais sobre aquele Pokémon que nem mesmo sabia o nome. As primeiras surpresas daquele misterioso local começavam a se revelar, ainda mais emocionantes do que Solariam imaginara, talvez fosse sua chance de descobrir algo sobre seu pai, sobre seu desaparecimento.

Solariam se assustou, sentiu um enorme temor ao ser levantado no ar. No chão, Poliwag e Charmander olhavam para ele, absortos do ocorrido. O treinador tentava se mexer na intenção de se libertar daquela prisão psíquica.

— Charmander, Poliwag não deixem aquele Gorebyss fugir! — Gritou Solariam ainda grudado no teto e vendo o Pokémon misterioso sair para o outro cômodo da casa.

Charmander correu em direção ao Gorebyys, mas Poliwag não, o pequeno Pokémon aquático estava tremendo de medo, mas algo o fez acordar e sem receber nenhum comando, começou a dar Bubble no teto, Solariam não entendeu o motivo, mas percebeu que quanto mais Bubble acertavam o teto, mais ele podia se mexer. De repente a Pokédex e a mochila de Eduardo caíram, e ele caiu logo em seguida, sobre a mochila. O treinador levantou rapidamente, guardou sua Pokédex, pegou Poliwag no colo e correu para o outro cômodo da casa, onde a luz da cauda de Charmander balançava constantemente.

Solariam conhecia sim Gorebyys, seu pai havia tido um quando competiu em Hoenn, e Solariam brincava com ele, na piscina do ginásio de Cerulean, quando esse mesmo Gorebyys foi trocado por um poderoso Huntail de Misty. Eduardo não teve mais contato com Gorebyss, desde então, ficou proibido que ele brincasse com um Pokémon de ginásio.

Ao adentrar na sala, Solariam parou em seco, sobre sua cabeça, o teto parecia desmanchar-se como nuvens em dia de verão. O teto não tinha forma, era como se ele se mexesse e se reorganizasse com outra forma. Solariam fechou os olhos por alguns segundos para não ficar tonto com aquela visão, ao abri-los novamente, viu Charmander mais a frente, próximo a uma escadaria, e no terceiro degrau, sorrindo maleficamente, Gorebyys, observava tudo com sarcasmo. Solariam correu em direção de Charmander, pensando no que havia se metido, e quantas surpresas mais esse castelo o reservara.

Solariam se surpreendeu ao ver aquela piscina no interior do castelo. O fundo dourado do local e aquele sofá de camurça, chamaram a atenção de Solariam. Poliwag, ao ver a piscina, saltou do colo de Solariam e mergulhou, muito feliz. Agora Gorebyss brincava com Poliwag, ele não parecia mais um Pokémon sombrio e perigoso, talvez estivesse apenas tentando trazer Eduardo até ali.

Charmander e Solariam seguiram até o sofá e atrás deles viram uma fita de vídeo e uma televisão, sem demoras, Eduardo colocou a fita no aparelho de vídeo, e ligou a TV, um som, um tanto desagradável começou a sair da televisão por alguns segundos, até que o vídeo enfim iniciou.

Charmander pegou um pequeno bilhete com um laço dourado preso a ele, e entregou a Solariam, o treinador abriu o bilhete sem retirar os olhos da TV. Ele não conseguia imaginar o que havia na fita ou no bilhete, estava muito próximo de conseguir saber, e com certeza, aquilo seria algo revelador.

— Bilhete dourado? — Solariam pareceu surpreso. — Será que meu pai sabia que eu estaria aqui algum dia.

Solariam terminara de ler o bilhete e voltava sua atenção para a tela da televisão, seu pai carregava uma câmera e dizia para que Eduardo fosse a rota 22 para pegar Carol, mas quem era Carol? Uma tristeza profunda atingiu Eduardo, e a saudade de seu pai pareceu recair sobre sua mente mais uma vez, estava desolado.

Charmander estava um tanto triste por seu treinador, e tentando animá-lo pegou uma bola dourada que estava próximo ao bilhete e entregou a Eduardo, o treinador o agradeceu, acariciando sua cabeça, como sempre fazia. Olhou a bola de todos os lados, mas não conseguiu ligá-la a nada. A esfera dourada parecia ser de ouro puro, era pesada e muito lisa, quase escorregando das mãos de Eduardo, quando esse se levantou e com ela nas mãos começou a caminhar pelo lado da piscina.

Aquilo era estranho, um castelo dentro de uma Área de lazer escondida por uma cachoeira imensa, e mais, um Poliwag selvagem havia lhe trazido até ali, e agora o Polwag brincava na piscina com um Gorebyys, que a poucos minutos havia prendido Eduardo contra o teto. Solariam apenas retornou de seu devaneio quando viu uma máquina escondida no meio da escuridão, ao se aproximar, acompanhado de Charmander, a máquina começou a se revelar, pois a chama da cauda de Charmander iluminou o local. Solariam estava ansioso para saber o que aquela bola de ouro e essa estranha máquina tinham a ver com o bilhete e a fita de vídeo.

Solariam teve medo de se aproximar da máquina, depois que a esfera de ouro que estava segurando, saltou de sua mão e foi lançada até a máquina, girando a alta velocidade, assim ligando o equipamento que pareceu ser um computador. Charmander e Solariam observaram o monitor do computador, nele havia três pastas, mas logo Gorebyys colocou o laço dourado em uma pequena entrada na máquina, revelando uma quarta pasta. Pastas: Carol, Pedro, Amanda e O Final, eram esses seus respectivos nomes, o treinador se sentiu tentando em abrir logo a pasta 8: O final, mas se segurou e decidiu olhar uma por uma. Começando por Carol, nome que seu pai falou no vídeo gravado que Solariam assistiu a pouco.

— Pasta 1: Carol. — Disse Solariam alto e claro.

Uma mensagem escrita na parte inferior do computador dizia para Eduardo falar a pasta que desejasse abrir e assim ele fez. O computador começou a carregar a pasta, abrindo-a não muito tempo depois. Agora era questão de tempo para Eduardo saber algo a mais sobre o desaparecimento de seu pai, e essas informações podiam estar na segunda pasta, que Solariam abriria logo que terminasse de analisar a Pasta 1: Carol.